'O pecado nefando na primeira visitação do Santo Ofício ao Brasil (1591-1595) Ronaldo Manoel Silva - 01/01/2016 Wildcard SSL Certificates
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O pecado nefando na primeira visitação do Santo Ofício ao Brasil (1591-1595) Ronaldo Manoel Silva
    2016
    Atualizado em 30/10/2025 20:41:05

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fabricado com mão de obra escrava para abastecer o mercado europeu (MENEZES, 2010, p.14). A bem da verdade, Ilhéus, Porto Seguro, Bahia, Pernambuco, Itamaracá e Paraíba eramas capitanias que constituíam o eixo econômico da Colônia e concentravam a maior parte dapopulação branca residente no Brasil. A Bahia, sede do Governo-geral desde 1549, abrigavauma população aproximada de três mil brancos. Foi justamente a essas capitanias – comexceção de Ilhéus e Porto Seguro – que se dirigiu a comitiva inquisitorial de Lisboa (VIEIRA,2006, p. 50).

No Reino, a 26 de março de 1591, o cardeal arquiduque Alberto de Áustria, vice-rei de Portugal e inquisidor-geral, através de comissão especial, nomeou o licenciado Heitor Furtado de Mendonça para Visitador Apostólico do Santo Ofício, com a missão de visitar os bispados de Cabo Verde e São Tomé, na costa da África, e do Brasil, incluindo a administração eclesiástica de São Vicente e Rio de Janeiro. Em 9 de junho do mesmo ano, domingo da Santíssima Trindade, o visitador aportava na Bahia juntamente com o governador-geral, recém-nomeado, D. Francisco de Sousa. Maltratou-o muito a viagem e ali desembarcou bastante enfermo (GARCIA, 1929, p. 7). Furtado de Mendonça, nosso primeiro visitador, devia ter entre 30 e 40 anos quando veio ao Brasil. Homem de foro nobre, passara por dezesseis investigações de pureza de sangue para se habilitar ao cargo de deputado inquisitorial. Depois de restabelecido dos achaques da viagem, se apresentou ao bispo da Bahia, D. Antônio Barreiros, que lhe prometeu ajudá-lo em tudo o que fosse necessário. No dia 28 de julho de 1591, teve início a santa visitação, preludiada por grande pompa (VAINFAS, 1997, p. 17-20).

Soleníssima procissão da igreja de Nossa Senhora da Ajuda saiu em direção à Sé Catedral, acompanhada pelo bispo, D. Antônio Barreiros, os da governança e da justiça, clérigos e confrarias. O visitador seguia o cortejo debaixo de um pálio de tela de ouro e, ao entrar na Sé, sentou-se numa cadeira de veludo carmesim, guarnecida de ouro, sob um dossel de damasco também carmesim, junto do altar, ao lado do Evangelho. Em seguida, o chantre, auxiliado por dois cônegos, celebrou o Santo Sacrífico da Missa. Terminada a celebração eucarística, o padre Marçal Beliarte, provincial da Companhia de Jesus, fez a pregação da fé. Após o sermão, subiu ao púlpito o arcediago Baltasar Lopes, com uma capa de asperge de damasco branco e tela de ouro, e com a cabeça descoberta publicou em alta e inteligível voz os éditos da fé e da graça3 e o alvará de Sua Majestade que perdoava o confisco de bens aos que confessassem suas culpas nos 30 dias seguidos do tempo da graça (CONFISSÕES DABAHIA, 1922, p. 11-12).

Na sequência, o visitador se dirigiu ao centro da capela maior e diante de um altar ornado com uma cruz de prata arvorada e quatro castiçais grandes de prata, com velas acesas, e com dois livros missais abertos em cima de almofadas de damasco, sobre os quais estavam deitadas duas cruzes de prata, sentou-se numa cadeira de veludo que lhe foi trazida por um capelão. E permanecendo sentado, fizeram perante ele o juramento da fé, conforme o Regimento, o governador, os juízes, os vereadores e oficiais, ajoelhados com as mãos sobre os missais e cruzes de prata sobre o altar. Em seguida, todo o povo de joelhos e com os olhos fixos na cruz fez o mesmo juramento (ibid., p. 12-13). Furtado de Mendonça impressionava a todos pela pompa e pelo pronto juramento de obediência das autoridades que configuravam até então a máxima representação do poder metropolitano em terras coloniais. Desobedecer ao Visitador Apostólico, significava, na prática, romper com Cristo, com a Igreja e com a Coroa (VIEIRA, 2006, p. 54).

A primeira confissão

No primeiro dia da graça, 29 de julho de 1591, compareceu à Mesa do Santo Ofício, sem ser chamado, o padre Frutuoso Álvares (65 anos), vigário da igreja de Nossa Senhora da Piedade de Matoim. Após fazer juramento com a mão direita sobre o livro dos evangelhos, prometeu dizer a verdade e confessou:

de 15 anos a esta parte que há que está nesta capitania da Bahia de Todos os Santos, cometeu a torpeza dos tocamentos desonestos com algumas 40 pessoas, pouco mais ou menos, abraçando, beijando, a saber, Cristóvão de Aguiar, mancebo de 18 anos. [...] E assim também tocou no membro desonesto [pênis] [de] Antônio, moço de 17 anos. [...] E assim com outros muitos moços e mancebos que não conhece nem sabe os nomes, nem onde estejam, teve tocamentos desonestos e torpes em suas naturas e abraços, e beijando, e tendo ajuntamento por diante e dormindo com alguns, algumas vezes na cama, e tendo cometimentos alguns pelo vaso traseiro [ânus] com alguns deles, sendo ele o agente, [ativo] e consentindo que eles o cometessem a ele pelo vaso traseiro, sendo ele o paciente, [passivo] lançando-se de barriga para baixo e pondo em cima de si os moços [...] [porém,] nunca efetuou o pecado de sodomia penetrando (ANTT, IL, proc. 5.846, fls. 2-3v).

Padre Frutuoso Álvares fez uma longa confissão. Além dos rapazes citados acima, mencionou, em especial, um moço4 chamado Jerônimo de Parada de 12 ou 13 anos quando se juntaram por 10 vezes e, ainda, muitos outros rapazes que não lembrava os nomes. A esta altura da confissão, Furtado de Mendonça o questionou se dizia aos seus cúmplices que tais torpezas não eram pecados. Respondeu: “alguns compreendiam que era pecado, outros, porém, por serem pequenos demais não entendiam”. Ele, contudo, nunca teve dúvida dos grandes pecados que amiúde cometia, estava muito arrependido e pedia perdão. O vigário de Matoim confessou, inclusive, que há mais de 20 anos, desde quando estava no Reino, vem sofrendo acusações e respondendo a processos pelos mesmos crimes. O visitador, ao que parece, ficou bastante impressionado, observando que o clérigo já era um homem velho, “sacerdote e pastor de almas”, cometera tantos atos torpes e que só há um mês os deixou de praticar. Admoestou-o para que se afastasse de semelhantes pecados e voltasse à Mesa no tempo determinado. [Página 4, 5, 6 do pdf]

Passados poucos dias, 17 de agosto de 1591, foi a vez do jovem Jerônimo de Parada(17 anos) fazer sua confissão. Relatou que há dois ou três anos, num dia de Páscoa, foi à casa do padre Frutuoso Álvares, “velho que já tem barba branca”, amigo do seu pai. Ao entrar, o clérigo começou a apalpá-lo, dizendo-lhe que estava gordo e outras palavras meigas, meteu amão pelo seu calção e acariciou sua natura [pênis] alvoroçando-a. Estando ambos na cama,com as naturas ajudantas por diante, embora o padre solicitasse, não houve polução[ejaculação] de nenhum deles. Passado um tempo, Jerônimo foi visitar seu pai que morava ameia légua de Matoim; chegando tarde da noite, preferiu agasalhar-se na casa do clérigo. Aoestarem na cama, como da vez passada, ele apalpava o falo do religioso, contudo, não houvemais que ajuntamento por diante (ibid., fls. 6-7).

Muitos dias depois, em Salvador, o clérigo pernoitou na casa da avó do rapaz. À noite,o religioso o convidou ao pecado nefando, mas Jerônimo se recusou. Então o padre lheofereceu um “vintém”; como ele achou pouco, lhe deu outro “vintém” e, assim, ambostiraram os calções e deitaram-se na cama. Depois “de terem feito por diante”, o padre pôs-sede barriga para baixo e pediu que Jerônimo ficasse por cima. Dessa forma consumaram ocrime de sodomia, o jovem metendo o seu membro viril desonesto no vaso traseiro do clérigo,com derramamento de semente (sêmen) intra vas.

Ante o exposto, o visitador lhe perguntou se o padre o advertiu sobre a gravidade dos pecados que cometiam. Jerônimo respondeu que sim, inclusive, que o vigário o aconselhou que se confessasse a ele mesmo, pois o absolveria (ibid., fls. 7v-8v). O que levaria Jerônimo a praticar tantos atos nefandos com o velho religioso? O estudante não parecia um moço ingênuo que ignorava a gravidade de sua conduta; certamente, não recebera dinheiro uma única vez. Aliás, deixou escapar que ao receber um “vintém” achou pouco, até que ganhou outro, o que sugere que negociações similares poderiam ter sido recorrentes.

Dois anos depois, em 7 de julho de 1593, Frutuoso Álvares voltou à Mesa da Inquisição, afirmando que estava apartado do vício dos clérigos. O visitador indagou, por que na primeira confissão não falou da sodomia perfeita consumada com o jovem Jerônimo. Não se recordava – respondeu –, mas, agora lembrou-se, contudo, “não afirmou se o jovem havia cumprido (ejaculado) no seu vaso traseiro e pediu perdão”. A sentença foi publicada na Mesa, em 2 de agosto (1593). O Visitador Apostólico, D. Antônio Barreiros e os padres assessores, concluíram que o padre Frutuoso Álvares cometeu a torpeza dos tocamentos desonestos com alguns 40 rapazes. Sua primeira confissão (na graça) foi insuficiente, perdendo o benefício que alcançaria se fizesse uma confissão plena. Entretanto, o acórdão foi clemente:

Suspensão das ordens [sacras] por tempo de 5 meses somente, e em 20 cruzados para as despesas do Santo Ofício, e lhe mandam que cumpra as penitencias espirituais seguintes, primeiramente confessar-se de confissão geral de toda sua vida a um confessor letrado e douto, que lhe será nomeado nesta Mesa, para lhe curar sua alma e depois [...] comungará de conselho [...] de seu confessor em cada um dos 5 meses de suspensão e rezará mais 5 vezes os salmos penitenciais [...] de joelhos [...] e pague as custas (ibid., fls.19v-20).

Sem dúvida, uma sentença bastante leve para um clássico reincidente. Por certo, a Mesa concluiu que não havia muito o que fazer com o clérigo, aquele já era o quinto processo que o religioso respondia por atos nefandos. Tão sequioso de molícies, 5 talvez, só a pena capital extinguisse seus “torpes apetites”. Todavia, o visitador não tinha poderes para tanto. [p. 7, 8]

“agasalhados numa estalagem”, e a todos dizia que o jovem era seu sobrinho. Dormindoambos na mesma cama, praticaram molícies e, em seguida, o pecado nefando, alternadamente.Apaixonando-se pelo rapaz, Romeiro largou a esposa e embarcou para o Brasil na companhiado “sobrinho”. Contudo, se desentenderam ao que Romeiro fez juramento de nunca maispecar no nefando com Pero Marinho e retornou a Lisboa (ibid., fls. 23-27).Por mais duas vezes, Romeiro foi ouvido e implorou misericórdia de joelhos “entremuitas lágrimas de arrependimento”. Em 4 de agosto de 1594, a Mesa elaborou seu parecer econcluiu que o réu deveria ter um castigo exemplar. Como dito, o Visitador Apostólico nãotinha poderes para relaxar à justiça secular. A bem da verdade, sua obrigação seria apenasaveriguar as práticas cotidianas, as vivências dos habitantes, e descobrir os indivíduos que sedesviaram, de maneira proposital ou não, dos dogmas e comportamentos católicos. Tinha aatribuição de sentenciar, em última instância, os delitos menores, como bigamia, proposiçõesheréticas e blasfêmias, através da abjuração de levi suspeita na fé (MENEZES, 2010, p. 75).No entanto, Furtado de Mendonça agiu diferente. Na primeira missiva que enviou aLisboa, informando de sua chegada, alegou que temia ataques às embarcações queconduziriam os presos ao Reino e solicitou ao Conselho Geral do Santo Ofício permissão paraestabelecer uma Mesa “plena” da Inquisição no Brasil – formada por ele e seus assessoresreligiosos – e julgar os réus “em final”. Em 13 de janeiro de 1592, os deputados do ConselhoGeral responderam que o visitador “guarde a instrução e Regimento que levou e despache láem final os casados duas vezes e blasfemos e outros de culpas menores” em que a qualidadedos delitos não chegue mais que a abjuração de levi. Culpados de judaísmo e luteranismo, “osenviará presos a este Reino, a bom recado, na mais segura embarcação que se achar com asculpas que contra eles houver e ratificadas as testemunhas” (BAIÃO, 1942, p. 543-544).Todavia, durante a visitação, foi estabelecida na Colônia uma Mesa “provisória” e“itinerante” do Santo Ofício; composta pelo bispo da Bahia, D. Antônio Barreiros, peloVisitador Apostólico e diversos padres assessores. Muitos réus foram julgados “em final” e assentenças eram inapeláveis. Além de penitências espirituais, abjuração de levi e pagamentodas custas, a Mesa determinou penas de açoites, desterros e galés, chegando a realizar autosde fé públicos em Salvador e Olinda. Num desses autos, a 9 de outubro de 1594, compareceuSalvador Romeiro, na matriz de Olinda, “em corpo, com a cabeça descoberta, cingido comuma corda, e com uma vela acesa na mão”. Na ocasião, ouviu sua sentença:Seja açoitado publicamente por esta vila e vá degredado, 8 anos para as galés doReino para onde será embarcado na forma ordinária nas quais servirá os ditos 8 anos [p. 12 do pdf]



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ME|NCIONADOS Registros mencionados (8):
07/01/1549 - Carta régia de dom João III, criando no Brasil um governo com jurisdição sobre todas as capitanias e mandando fundar uma fortaleza e uma povoação na Bahia de Todos os Santos
26/03/1591 - O cardeal arquiduque Alberto de Áustria, vice-rei de Portugal e inquisidor-geral, através de comissão especial, nomeou o licenciado Heitor Furtado de Mendonça para Visitador Apostólico do Santo Ofício, com a missão de visitar os bispados de Cabo Verde e São Tomé, na costa da África, e do Brasil, incluindo a administração eclesiástica de São Vicente e Rio de Janeiro
09/06/1591 - Dom Francisco de Souza tomou posse na cidade de Salvador se tornando o 7° Governador-Geral do Brasil
28/06/1591 - Heitor Furtado de Mendonça dá início à primeira Visitação da Inquisição às terras do Brasil
28/07/1591 - Teve início a santa visitação, preludiada por grande pompa
29/07/1591 - No primeiro dia da graça, 29 de julho de 1591, compareceu à Mesa do Santo Ofício, sem ser chamado, o padre Frutuoso Álvares (65 anos), vigário da igreja de Nossa Senhora da Piedade de Matoim
17/08/1591 - Jerônimo de Parada (17 anos) fazer sua confissão
13/01/1592 - culpas que contra eles houver e ratificadas as testemunhas”
EMERSON

  


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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.