História de Bertioga. Carlos Eduardo de Castro Prefeitura Municipal de Bertioga, VI Seminário Regional de Cidades Fortificadas e Primeiro Encontro Técnico de Gestores de Fortificações - 01/03/2010
História de Bertioga. Carlos Eduardo de Castro Prefeitura Municipal de Bertioga, VI Seminário Regional de Cidades Fortificadas e Primeiro Encontro Técnico de Gestores de Fortificações
março de 2010, segunda-feira Atualizado em 04/11/2025 00:46:48
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Ao se considerar a história de Bertioga como município independente, pode-se caracterizá-lapraticamente como uma “adolescente”, pois em 1943 foi anexada pelo Governo de São Paulo àcidade de Santos. Elevada a subprefeitura e depois distrito, em 1991 se realizou um plebiscito ondese votou por sua emancipação. Em 1992 ocorreram as primeiras eleições municipais e em 1993 oprimeiro prefeito tomou posse. Entretanto, a história de Bertioga é muito anterior à suaemancipação como município. Muito antes da chegada dos colonizadores a região já era ocupadapor grupos humanos. Primeiro pelos sambaquieiros, mais tarde pelos tupi.Bertioga foi logradouro estratégico nos primeiros anos da colonização do Brasil e palco deeventos relevantes da História brasileira. Assistiu à chegada de Martim Afonso de Souza, em 1532;abrigou a primeira fortificação militar do país construída com planta real e em alvenaria, o Forte deSão Tiago; testemunhou inúmeras batalhas entre os tupiniquim e seus aliados portugueses contra ostupinambá, que habitavam as terras de São Sebastião a Cabo Frio; aquartelou o alemão Hans Stadene presenciou a sua captura pelos tupinambá; recebeu os jesuítas José de Anchieta e Manoel daNóbrega, que desenvolveram o trabalho de catequese dos curumins; acompanhou a organização esaída da esquadra comandada por Estácio de Sá, que lutou e expulsou os franceses e fundou a Vilade São Sebastião do Rio de Janeiro; viu entrar por seu canal o galeão Roebuck, do corsário ThomasCavendish, que tomou a vila de Santos em 1593; alojou uma grande armação de baleias no séculoXVIII; e, impávida, viu a urbanização se desenvolver e seus loteamentos e condomíniosespraiarem-se ao final do século XX.Hoje, por suas reminiscências, Bertioga é cenário rememorável da História do Brasil. Portanto, oconhecimento, a valorização e a difusão desta História é de grande relevância para a compreensãoda formação do país.Forte de São João de BertiogaEra três de dezembro de 1530, quando a expedição armada pelo rei de Portugal, D. João III, partede Lisboa com destino às terras do Brasil. Composta por cinco naus e aproximadamente 400homens, ficou sob o comando de Martim Afonso de Souza, fidalgo português que recebeu plenospoderes do rei em carta régia.Poderes estes de vida e de morte sobre os seus comandados, assim como as atribuições dedescobrir e ocupar terras, e distribuir sesmarias. Entretanto, o grande objetivo de D. João III aoenviar a esquadra não era o de colonizar as novas terras, mas sim o de fazer uma incursão pelo Rioda Prata que, por conta de muitas lendas e raras evidências, conduziria à região de imensas riquezas.Em fins de janeiro de 1531, a esquadra avistou o Cabo de santo Agostinho. Lá, combateufranceses traficantes de pau-brasil que assediavam a costa brasileira. Seguiu em direção sulenquanto uma de suas naus procedia a uma expedição ao Amazonas, que seria frustrada pelo maltempo na região.
Em março chegou à Baía de Todos os Santos onde conheceu Diogo Álvares, o Caramuru. Maistarde atracou no Rio de Janeiro, onde permaneceu por quatro meses. Segundo a Carta de navegaçãode Pero Lopes, no dia 22 de janeiro de 1532, Martim Afonso veio dar na desembocadura de um rio,região de imensa beleza natural. O local era denominado pelos tupiniquim, Burikioca, “a casa domacaco grande (mono-carvoeiro)”. [Página 1 do pdf]
Aqui, alguns homens de Martim Afonso construíram uma caiçara, chamada também de paliçada,fortificação feita com estacas de madeira. A região ocupada pelos tupiniquim sofreu seguidasinvestidas de seus inimigos, os tupinambá. Estes últimos eram grandes guerreiros que ocupavam asterras de São Sebastião a Cabo Frio, e que se aliaram aos franceses na luta contra tupiniquim eportugueses.Os sucessivos ataques acabaram por destruir o fortim, que foi reconstruído pelos irmãos Braga,filhos de um português, Diogo Braga, e de uma índia cristianizada, ao que eram chamadosmamelucos, palavra que designa o produto da miscigenação entre o homem branco e a mulheríndia. Nascidos em Santos, tiveram grande destaque na história local e na guerra contra ostupinambá.A entrada do Canal da Bertioga era posição estratégica a ser defendida pela coroa portuguesa epelos luso-brasileiros, pois dava acesso às Vilas de São Vicente e Santos. Luis Góes, fidalgo eproprietário de terras na região, enviou uma carta a D. João III, rei de Portugal, reivindicando aajuda real para a defesa de Bertioga:“Mui alto e mui poderoso Senhor, que se com o tempo e brevidade vossa Alteza não socorrer a estas capitanias eCosta do Brasil, que ainda que nós percamos as vidas e fazendas vossa Alteza perderá a terra”Em 1551 um ataque tupinambá destruiu a paliçada construída pelos irmãos Braga, e nestemesmo ano um alvará régio deferiu o requerimento dos súditos de São Vicente. O Rei ordenou aconstrução em alvenaria do forte em Bertioga. Foi a primeira fortaleza construída com projetoarquitetônico enviado de Portugal na costa brasileira e em alvenaria.Segundo relato do Governador Geral da colônia, Tomé de Souza, à D. João III, as obras seiniciam no ano de 1553. À planta original, enviada pela coroa, foram feitas algumas adaptações àscondições locais. O forte foi erigido em pedras unidas por argamassa à base de barro, cal desambaquis e óleo de peixe, que nada mais era que óleo de baleia.Seguiu as normas de construções militares ibéricas do período renascentista. É interessante seobservar a orientação horizontal da construção, que a diferencia das fortalezas medievais, pois estaspossuíam muralhas verticalizadas. Isto se deve ao fato de que houve uma grande transformaçãotecnológica bélica. Os projéteis, que em princípio eram impulsionados por força elástica, (arco eflecha, catapultas, etc.) passam a ser lançados por explosão. É o que chamamos de pirobalística.Portanto, já não se justificava as grandes muralhas verticais das fortalezas medievais, que seriamvulneráveis aos tiros de bocas de fogo, bombardas e, mais tarde, de canhões.Entretanto, a planta original sofreu alterações para adaptá-la às necessidades locais. SegundoMori, “a hipótese mais provável, sobre a adaptação do projeto efetuado por Tomé de Souza, seriaque a ‘traça’ enviada de Portugal fora concebida dentro dos novos conceitos renascentistasdeterminados pelo desenvolvimento da pirobalística. A realidade local vivenciada pelo GovernadorGeral, onde os indígenas ainda desconheciam a balestra ou a catapulta, o teria levado a construir um‘forte de transição’, que defendesse tanto as armas de fogo das naus francesas como das flechas dostupinambás (tamoios). Voltada para o canal, a ‘torre’ com suas canhoneiras e guaritas, denunciava oprojeto erudito da ‘cortina horizontal’ dentro dos princípios da ‘pirobalística’. E para o lado da terrafirme uma ‘estacada dobrada’ ou dupla paliçada cercando o alojamento e talvez até mesmo a casados povoadores, para se defender do ‘combate de contato’ sempre freqüente dos contrários, dentrodos ditames da neurobalística.”À leste do forte, próximo à praia, havia uma pequena capela em homenagem a São João. Umaforte ressaca levou os moradores do povoado a transferirem a imagem de São João para dentro doForte de São Tiago. Os moradores da região passam a se referir ao Forte que abrigava o São João e,aos poucos, substituíram o nome de Forte de São Tiago para Forte de São João, nome que oacompanha até hoje.Nos séculos seguintes à sua construção o Forte da Bertioga sofreu algumas alterações: a muralhafoi reconstruída e aumentada no século XVIII e a paliçada foi retirada. Apesar das reformas e [Página 2 do pdf]
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (1): 22/01/1532 - Fundação da vila de São Vicente, conhecido como “Porto dos Escravos” EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.