13 de março de 2023, segunda-feira Atualizado em 13/11/2025 04:23:28
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O Bacharel de Cananeia (Portugal, Século XV – Capitania de São Vicente, Século XVI) foi um degredado português e posteriormente traficante de escravos, intérprete e guia de navegação. Foi levado para o Brasil, no litoral sul do atual estado de São Paulo em algum momento no começo do século XVI, onde passou a viver entre os indígenas carijós da área.
É possível também datar a sua chegada no ano de 1498, em certa expedição organizada por Bartolomeu Dias e relatada no Esmeraldo Situ Orbis, de Duarte Pacheco.[2]
Biografia
Primeiros anos de DegredoeditarMuito pouco se sabe sobre a vida pregressa do Bacharel. O que se sabe é que provavelmente desembarcou na América do Sul em algum momento do início do século XVI, possivelmente nas primeiras viagens de Américo Vespúcio.[3] Depois disso passou alguns anos vivendo sozinho entre os indígenas antes de se juntar a Francisco de Chaves, possível sobrevivente da expedição de Aleixo Garcia ao Império Inca, e mais alguns castelhanos também possíveis sobreviventes dessa expedição.[3][4] A primeira menção ao bacharel depois disso data de por volta de 1526 ou 1527, quando foi abordado por Diogo Garcia, a quem o ele forneceu mantimentos e um genro para servir de intérprete aos navegadores.[3]Encontro com Martim Afonso de Sousa
No dia 12 de agosto de 1531, Pero Lopes e Martim Afonso de Sousa atracam perto do arquipélago de Cananéia e enviam Pedro Annes, o piloto da expedição, terra adentro. Cinco dias depois, o piloto retorna com Francisco de Chaves, 5 ou 6 castelhanos e o Bacharel. Os degredados conversaram, então, com o capitão-mor e esse ordena que Pero Lobo Pinheiro, parta com Chaves e mais 80 homens para o interior do continente, visto que ele havia prometido que, em dez meses, retornaria com quatrocentos escravizados carregados de prata e ouro. Essa expedição, que partiu no dia 1 de setembro daquele ano, nunca mais retornou a São Vicente, tendo, supostamente, sido dizimado pelos indígenas.[5][6][7]
Participação na Guerra de Iguape
Algum tempo depois - dois anos, segundo Ruy Dias de Guzmán, que o identifica como sendo Duarte Perez - o bacharel passou a viver com sua família e criados junto de alguns refugiados espanhóis que tinham se assentado na região de Iguape, liderados por Ruy Garcia Mosquera. O capitão-mor da capitania de São Vicente, Pero de Góis, exige que os espanhóis se apresentem em São Vicente para jurar lealdade a Portugal, ao seu rei, e a Martim Afonso de Sousa.[8] O Bacharel acata essa intimação, mas Mosquera não, que começa a se preparar para um confronto contra os portugueses em São Vicente.[9] Os vicentinos acabam sendo emboscados pelos espanhóis, que, subsequentemente, saqueiam a vila portuguesa antes de se retirarem rumo ao sul, primeiro para a Ilha de Santa Catarina e depois para o Rio da Prata.[3][8][9][10]
Final de Vida
Depois disso as fontes a respeito do Bacharel começam a rarear. Possivelmente passou certo tempo em São Vicente antes de retornar para Cananéia, onde foi requerido pela rainha da Espanha para que ajudasse o navegador Gregorio de Pesquera Rosa em carta traduzida por Afonso d‘Escragnolle Taunay. Essa viagem, entretanto, nunca chegou a ser realizada.[11]
De acordo com escritura pública, o Bacharel tomou propriedade por intermédio do padre Gonçalo Monteiro das instalações de estaleiros, arsenais e arredores do Porto das Naus (atual região de São Vicente),[12] recebendo uma das primeiras sesmarias da colônia.[13][carece de fontes]
Porém, segundo o historiador Ernesto Young, o bacharel teria falecido em Iguape.[14]
Possíveis identidades
Cosme FernandeseditarAlguns historiadores, como Ernesto Young,[4] acreditam que o verdadeiro nome do bacharel era Cosme Fernandes, ou Cosme Fernandes Pessoa - por vezes chamado de Mestre Cosme - um degredado que teria sido deixado por aquelas terras por volta do ano de 1501 e que, após a sua morte, teria dado de herança as suas terras aos seus descendentes, Na escritura lavrada por segundo capitão-mor de São Vicente, em 25 de maio de 1542 em favor de Perro Correia, nota-se a menção a um "Mestre Cosme, bacharel" como proprietário de terras defronte ao Tumiaru, onde estavam instalados os estaleiros ou arsenais e o Porto das Naus.[15][14]. Segundo o historiador, ainda, Cosme Fernandes teria falecido em Iguape alguns anos depois de ter se retirado de São Vicente.
Duarte PereseditarNo entanto, Ruy Díaz de Guzmán, em La Argentina de 1612 afirma que o nome do bacharel teria sido Duarte Perez.[8] Essa hipótese é corroborada pelo historiador português Jaime Cortesão, que afirma em seu livro Descobrimentos Portugueses, com base em um documento de 24 de abril de 1498, que cita um degredado de alcunha "Bacharel" que a personagem teria sido trazido em uma expedição não oficial de Duarte Pacheco Pereira em 1498. Segundo o historiador português, a ilha de Cananeia serviria como "um verdadeiro depósito de degredados" e esse homem seria a mesma pessoa que foi referenciada mais de trinta anos depois pelos primeiros colonizadores da capitania de São Vicente.[16] Ernesto Young, no entanto, argumenta que esse seria outra pessoa devido a falta de evidências.[17]
Outras identidades
Segundo Theodoro Sampaio, em artigo publicado no volume 7 da revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, alguns autores estariam hipotetizando que o bacharel seria o português João Ramalho, fundador da Vila de Santo André da Borda do Campo, e genro do chefe tupiniquim, Tibiriçá. Sampaio, no entanto, afasta essa possibilidade, atestando que Ramalho era analfabeto.[15]Além disso, se aventou, erroneamente, a ideia de que o bacharel seria judeu devido ao nome que deu a sua povoação, o que, atualmente, é uma noção desconsiderada pela falta de evidência e, provavelmente, advinda de uma compreensão rasa da religião judaica.[18]
[11]Almeida, Antônio Paulino de (29 de março de 1962). «Memória histórica de Cananéia (IV)». Revista de História (49): 205–243. ISSN 2316-9141. doi:10.11606/issn.2316-9141.rh.1962.121600. Consultado em 1 de outubro de 2023Fechar[15]Sampaio, Theodoro (1902). «Quem era o bacharel degradado em Cananéa?». Typographia do "Diario Oficial". Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (v. 7): 280 - 285. Consultado em 16 de outubro de
“Historia argentina del descubrimiento, población y conquista de las provincias del Río de la Plata”. Ruy Diaz de Guzman (1559-1629)
1898
Revista do Instituto Histórico e Geographico de São Paulo, volume II (1896-1897)
1902
Revista do Instituto Histórico e Geographico de São Paulo, volume VII
1903
Revista do Instituto Histórico e Geographico de São Paulo, volume VIII
1905
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume X, 1905
1927
Diario da navegação de Pero Lopes de Sousa, 1530-1532: Documentos e mapas : Vol. II
1940
Teoria Geral dos Descobrimentos Portugueses, por Jaime Cortesão
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (8): 01/01/1499 - *Expedição não oficial de Bartolomeu Dias 22/01/1502 - André Gonçalves e Américo Vespúcio descobrem o porto, a que deram o nome de Rio de São Vicente / Cruz de Pedra 12/08/1531 - Pedro Agnez é enviado a terra pafra buscar o Bacharel de Cananéia 01/09/1531 - De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada? 01/01/1537 - *Não se sabe sobre seu fim, após a Guerra o Bacharel de Cananeia voltou a Cananéia expandindo seu poder na região, em outra versão acredita que pode ter sido assassinado pelos Carijós em 1537 25/05/1542 - Confirmação de terras a “mestre Cosme, bacharel” 01/01/1902 - *Revista do Instituto Histórico e Geographico de São Paulo, volume VII 01/01/1990 - *Cortesão, Jaime (1990). Os descobrimentos portugueses, Volume 3. [S.l.]: Imprensa Nacional-Casa da Moeda EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
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Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.