História do Rio das Velhas, consultado em Cômite da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, cbhvelhas.org.br/historia/
7 de março de 2023, terça-feira Atualizado em 27/10/2025 04:29:48
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A bacia do Rio das Velhas guarda histórias em suas margens, cidades e em seus moradores. Uma história em constante construção e mudanças que desvendam a região que faz parte do núcleo formador do estado de Minas Gerais e onde a cultura regional sobreviveu ao passar dos anos.A história da ocupação humana na bacia do Rio das Velhas remonta há cerca de 12 mil anos, época em que os primeiros habitantes usavam as grutas existentes na região do Médio Rio das Velhas como abrigo. O mais antigo fóssil humano já encontrado nas Américas foi desenterrado a poucos quilômetros das margens do Rio das Velhas. Era o fóssil de uma mulher de 1,50 metros de altura e com cerca de 20 anos de idade. Ganhou o nome de Luzia pelos arqueólogos que a estudaram.Sem residência fixa, Luzia perambulava pela região onde hoje está o Aeroporto Internacional de Confins, nos arredores de Belo Horizonte, acompanhada de uma dúzia de parentes. Vivia do que a natureza da região lhe oferecia se contentando com coquinhos de palmeira, tubérculos e folhagens. Em ocasiões especiais, dividia com seus companheiros um pedaço de carne de algum animal que conseguiam caçar. Eram tempos difíceis aqueles. Luzia morreu jovem, provavelmente vítima de um acidente, ou do ataque de um animal, sem ao menos ter direito aos rituais de sepultamento de seu povo. O corpo ficou jogado numa caverna, durante 11.500 anos. Essa população não perdurou por muito tempo na região.São diversos os vestígios e achados arqueológicos encontrados em Lagoas Santa que chamaram a atenção do mundo para a bacia do Rio das Velhas. Assim, a região ganhou importância internacional na área da arqueologia e paleontologia, tendo os primeiros estudos datados no século XIX, quando foi objeto de estudo do naturalista Peter Wilhelm Lund.
O Ciclo do OuroAo aportarem no Brasil, em 1500, os portugueses não imaginavam a imensidão de riquezas que a terra recém-avistada escondia sob a exuberante paisagem. A Coroa portuguesa, durante as Grandes Navegações (XV-XVI), tinha como principais objetivos a expansão comercial e a busca de produtos para comercializar na Europa.Entretanto, quando chegaram, as terras brasileiras já eram ocupadas pelos povos indígenas. Ao procurar por prata e esmeraldas no Brasil, os portugueses acabaram encontrando ouro e diamantes. Uma época denominada de Ciclo do Ouro que tem grande relevância histórica tanto para o Rio das Velhas quanto para o desenvolvimento de Minas Gerais.Os bandeirantes - os homens que participavam das bandeiras e entradas - eram principalmente paulistas, que, entre os séculos XVI e XVII atuaram na captura de escravos fugitivos, destruição de quilombos, aprisionamento de indígenas, mapeamento de territórios em busca de pedras e metais preciosos.
A primeira pepita foi achada em 1677, no Rio das Velhas, entre as cidades de Sabará e Lagoa Santa. A descoberta é creditada a Manoel Borba Gato e Garcia Rodrigues Paes Leme, remanescentes da bandeira de Fernão Dias, de quem eram genro e filho, respectivamente.
Nesta época, Fernão Dias se estabeleceu na região que, posteriormente, ficou conhecida como Pedro Leopoldo. A casa e a capela construídas ali deram início ao arraial chamado Quintas do Sumidouro. O nome se deve à existência de um rochedo de calcário de aproximadamente 20 metros de altura em cuja base desaparece o Córrego Samambaia, volumoso ribeirão que corta a região e que é afluente do Rio das Velhas. Ainda hoje, encontra-se no local a Casa de Fernão Dias e a Capela Nossa Senhora do Rosário, remanescentes desse período de intensas descobertas.
Foram os bandeirantes que fundaram as primeiras cidades de Minas Gerais, todas próximas ao Rio das Velhas: Ouro Preto, na sua nascente, e a poucos quilômetros, na bacia do Rio Doce, a cidade de Mariana. Em seguida foram criados Sabará, Caeté e Santa Luzia. Diamantina, fundada nos anos 1700, também tem parte do seu território na bacia.O Rio das Velhas e toda a sua bacia sofreram muito nesta época com o garimpo, o que ocasionou o desmatamento, inclusive das matas ciliares, e posteriormente com a exploração das montanhas regionais, ricas em minério de ferro.Outros viajantesPelo Rio das Velhas também passaram, ao longo dos séculos, cientistas e viajantes naturalistas, que o descreveram detalhadamente em seus relatos. Os desbravadores deixaram um legado imenso, em forma de livros, mapas, descobertas botânicas, zoológicas, etnográficas e, principalmente, relatos pessoais que narram a vida no Rio das Velhas 200 anos atrás.
O geólogo alemão Barão de Eschwege veio aos Brasil em 1810, a convite do príncipe regente D. João VI para reanimar a decadente mineração de ouro e trabalhar na nascente indústria siderúrgica. Ele estudou e escreveu a respeito da mineralogia brasileira e descreveu o caminho que liga Sabará a Diamantina. Acredita-se que foi o Barão de Eschwege quem deu nome à Serra do Espinhaço, ao associar as suas formas à de uma coluna vertebral.O naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire percorreu parte do Brasil entre 1816 e 1822. Ele conheceu o Caminho dos Currais do Rio das Velhas e relatou em sua obra o Caminho do Mato Dentro, hoje conhecido como Estrada Real que passava pela parte leste da Serra do Espinhaço.Os alemães Spix e Martius percorreram parte do Brasil entre 1817 e 1820. Os dois cientistas passaram pelos caminhos antigos que foram trilhados ao longo do Rio das Velhas e descreveram o trajeto que ligava Ouro Preto a Sabará, tendo chegado até Diamantina. A cavalo e em lombo de burro, os dois naturalistas levaram 15 dias para percorrer os cerca de 400 quilômetros que separam as duas cidades.O Barão de Langsdorf navegou pelo Velhas em 1824 até Jequitibá e depois tomou o caminho terrestre para o interior dos morros de Minas. Langsdorff deixou vários registros sobre o Brasil. Dentre os mais interessantes, encontra-se o quadro pintado por Rugendas, que era desenhista de sua expedição, intitulado “Sabará e o Rio das Velhas”, no qual a Vila Real de Sabará é representada com grande destaque para o Velhas, imponente na região.O lendário aventureiro Richard Burton navegou, em 1867, o trecho do Rio das Velhas que vai de Sabará ao São Francisco. Nesta viagem, conheceu uma paisagem peculiar e instigante, mesmo para ele, que já tinha atravessado lugares exóticos e deslumbrantes ao redor do mundo. Durante a expedição fez registros minimamente detalhados que discorriam sobre características da vegetação, da hidrografia e do relevo, além de observar atentamente os traços culturais da população que habitava a região e denotavam sua curiosidade e admiração por essas terras. “Era impossível contemplar sem entusiasmo o encontro dos dois poderosos cursos de água. (…) Se algum lugar merece o selo de grandeza conferido pela mão da Natureza é essa confluência.”Trecho registrado no diário do desbravador inglês, Richard Burton, quando presenciou o encontro dos Rios das Velhas e São Francisco, em 1867.
Cientista dinamarquês, o naturalista Peter Lund veio ao Brasil em 1925. Ele é considerado o pai da paleontologia brasileira, o ramo da ciência que estuda as formas de vida existentes em períodos geológicos passados, a partir dos seus fósseis. O pesquisador descobriu mais de 12 mil peças fósseis em cavernas da região de Lagoa Santa que permitiram escrever a história do período pleistocênico brasileiro, o mais recente na escala geológica.Origem do nomeO nome Rio das Velhas tem origem indígena (tupi-guarani). Antes de receber essa nomeação, era conhecido como rio Uaimií pelos indígenas. A antiga pronúncia foi traduzida na forma portuguesa Guaxim, da qual nasceu Guaicuy que significa Rio das Velhas Tribos Descendentes.A Revista do Velhas número 13 tem uma matéria sobre a origem do nome: Avó Água.
Situação atualA bacia do Rio das Velhas começou a sofrer na época do Ciclo do Ouro com a poluição originada nos centros urbanos que utilizam os cursos d’água como destino para todo o tipo de esgoto e lixo, situação que foi agravada com o passar dos anos.Por drenar a região mais industrializada e densamente povoada de Minas Gerais, a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a bacia do Rio das Velhas vem sofrendo acelerado e crescente processo de degradação. Entre os principais impactos podemos citar:A atividade mineradora nas cabeceiras da bacia, que altera a cor da água e faz elevar os teores de sólidos em suspensão;A poluição pelo despejo de esgotos doméstico e industrial não tratados de grande parte da região metropolitana de Belo Horizonte, com nítidos efeitos na qualidade da água do rio;O desmatamento da vegetação ciliar que protege o rio contra o assoreamento e funciona como um filtro de produtos tóxicos (fertilizantes, pesticidas, agrotóxicos, entre outros);A construção de barragens para aproveitamento hidrelétrico e acumulação de água para consumo humano, verificada nas cabeceiras e em afluentes do rio das Velhas;A introdução de espécies exóticas, provenientes de outros países ou de outras bacias brasileiras;A retirada indiscriminada de água para projetos de irrigação e o aterro de veredas, várzeas, áreas alagáveis e lagoas marginas, importantes locais de desova e procriação para as espécies de peixes.Em virtude disso e para alcançar a disponibilidade de água em quantidade e qualidade, visando garantir os múltiplos usos e a segurança hídrica, a bacia do Rio das Velhas necessita de revitalização.A bacia hidrográfica do Rio das Velhas possui um Comitê de Bacia para propor e ajudar a decidir sobre as políticas e ações a serem implementadas nos rios que a compõe. O objetivo do CBH Rio das Velhas é estabelecer metas sejam qualitativas ou quantitativas em consenso com os usuários de água, poder público e população da bacia), a serem atingidas pela execução dos chamados Planos de Bacia, nestes incluídos prazos, custos e fontes de recurso. O Comitê faz parte da Política Nacional de Recursos Hídricos do Brasil, implementada com a Lei Nº 9.433 de 1997.
\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\28437yf.txt ME|NCIONADOS• Registros mencionados (1): 01/01/1677 - *Manoel Borba Gato e Garcia Rodrigues Paes Leme, remanescentes da Bandeira de Fernão Dias, encontram ouro EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.