Após a destruição das reduções jesuíticas pelos paulistas e diante da definitiva decadência do Guairá, várias famílias migraram para São Paulo. Jensen descreve que Antonio Gonzáles do Rego, um dos fundadores de Concepción del Bermejo e de San Juan de Vera, “con la llegada de los portugueses a Santiago de Xerez se pasó al bando de estos, sirviendo como guía de los mismos en el saqueo del Itatín, para posteriormente escapar junto con los bandeirantes a San Pablo” (2009:408). [Página 8]
Antonio Gonzáles do Rego “estuvo casado con doña María de Zúñiga, a la cual embarcó rumbo a San Pablo junto con su casa y servicio en compañía de sus cunados Gabriel Ponce de León y Sebastián de Peralta. Estos estaban casados con las hermanas de doña María de Zúñiga” (JENSEN, 2009:480 e FRANCO, 1989:250-1).
Após a morte de Gonzáles do Rego, “María de Zúñiga casó con Baltazar Fernández, hermano del famoso corsario de los sertones André Fernández. De este matrimonio nació María de Torales. Esta casó con Gabriel Ponce de León” (JENSEN, 2009:380).
A interpretação de que o Guairá correspondia a uma região de integração entre o Paraguai e a capitania de São Vicente é corroborada pela migração dos vizinhos da região a São Paulo após o conflito com os jesuítas. Inclusive o apoio dado aos bandeirantes demonstra que a relação das elites locais guairenhas estava mais ligada aos paulistas do que aos padres inacianos.
Quando refletimos sobre os assentamentos urbanos desaparecidos ou traslados nesta ampla espacialidade, não se pode deixar de falar em Esteco. Ela teria sido fundada em 1566 por um grupo de rebeldes amotinados contra o governador Francisco de Aguirre.66 Criada sem ritual de fundação, foi localizada no entroncamento do caminho do Peru com o que vinha do Chaco paraguaio. Sua fundação se articularia com a de outra cidade instalada no meio da região chaquenha, também abandonada, Concepcíon de Bermejo (1585), sobre a qual falaremos mais adiante. Ambas permitiriam a estruturação de um caminho que ligaria Assunção a Tucumã sem passar por Santa Fé, e partilhariam uma história comum de assédios dos grupos indígenas do Chaco, especialmente os Paiaguá e Guaicuru, e disputariam as mesmas encomiendas de índios dos grupos Matará e Guacará, ambos Toconoté.
O mesmo impulso que partiu de Assunção para fundar Buenos Aires e Santa Fé, resultaria ainda na criação da cidade de Vera de las Siete Corrientes (1588), por Juan Torres de Vera y Aragón, nas margens do rio Paraná;76 e de Concepción de Buena Esperanza, fundada por Alonso de Vera, em 1585. Esta cidade ficaria conhecida como Concepción de Bermejo, em função da proximidade do rio de mesmo nome. Fundada em pleno Chaco Austral, chegou a ser uma das cidades mais populosas da espacialidade, e buscava servir tanto como ponta de lança da redução e “pacificação” dos indígenas chaquenhos quanto para diminuir as distâncias entre Tucumã, Charcas e Paraguai, graças à sua posição estratégica.Em carta ânua do padre jesuíta Diego de Torres, de 1609, ele afirma que a vila tinha 70 vecinos, sendo 25 deles encomenderos, e mais de 6 mil índios de serviço, não lavradores, “gente viva y muy vil.... colerica”.
[28319] JUAN DE TORRES DE VERA Y ARAGÓN NUEVA HISTORIA DE LA FUNDACIÓN DE LA CIUDAD DE VERA, GUSTAVO MIGUEL SORG 01/01/2007 [28302] “Fundação de municípios no planalto de São Paulo em um contexto de integração entre América Portuguesa e Espanhola (sé. XVI-XVIII)”. Fernando V. Aguiar Ribeiro. XXVIII Simpósio Nacional de História 01/01/2015 [28306] Vilas e cidades em trânsito: assentamentos urbanos, agência indígena e fronteira colonial na formação do espaço platino (séculos XVI e XVII), JOSÉ CARLOS VILARDAGA 01/01/2021
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