TERRITÓRIOS DE CIVILIDADE: O PAPEL DAS “MOGIS” NA FORMAÇÃO E RECONFIGURAÇÃO DO LESTE PAULISTA, SÉCULOS XVII-XIX
2013 Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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A terra era dividida em lotes de onde as famílias indígenas tiravam seusustento. Os melhores lotes eram destinados à criação de gado e plantio de ervamate para a venda aos colonos. Era com o dinheiro destas vendas que osjesuítas conseguiam comprar ferramentas para o plantio.A princípio, os aldeamentos foram viáveis à Coroa porque garantiam mãode obra abundante e também auxiliava na proteção do território contra os ataquesde corsários e demais indígenas bravios. Nessa época, os jesuítas tiveram umaforte influência na formação cultural e educacional de todos os continentescolonizados pelos países ibéricos, entretanto, no Brasil, eles encontraram umaenorme dificuldade de comunicação, principalmente no que diz respeito atradução dos pontos fundamentais do cristianismo para o idioma tupi-guarani.Segundo Sabeh (2009), os padres entendiam que a língua falada entre osameríndios era a “língua da falta”, ou seja, ausentavam-se as letras “R”, “F” e “L”,principalmente.A língua deste gentio toda pela Costa eh huma: carece de trêsletras – sciliet, não se acha nella F, nem L, nem R, cousa digna deespanto, porque assi não tem Fé, nem Lei, nem Rei; e destamaneira vivem sem justiça e desordenadamente.(GÂNDAVO,1980 appud SABEH, 2009, p. 52)Observamos, então, a mudança pela qual passou o olhar do homembranco colonizador, que a princípio entendiam os indígenas como seres puros ehabitantes do paraíso, tal qual descreveu Pero Vaz de Caminha ao compará-los àAdão e Eva. Na medida em que a relação com esse indígena foi se intensificando,os colonizadores passaram a interpretar o gentio como um empecilho ou “atraso”para a colonização, dado as diferentes características sociais e culturais entrecolonizador e nativo.A dificuldade enfrentada no entendimento dos costumes e tradições dosindígenas foi grande. Os símbolos e signos deles não eram os mesmos doscolonizadores; daí então o olhar pejorativo dos portugueses sobre aquela gente,como demonstrado no trecho transcrito por Sabeh, acima citado.Os colonizadores desconheciam as estruturas que compunham associedades tribais, suas crenças e organização. A população indígena era A terra era dividida em lotes de onde as famílias indígenas tiravam seusustento. Os melhores lotes eram destinados à criação de gado e plantio de ervamate para a venda aos colonos. Era com o dinheiro destas vendas que osjesuítas conseguiam comprar ferramentas para o plantio.A princípio, os aldeamentos foram viáveis à Coroa porque garantiam mãode obra abundante e também auxiliava na proteção do território contra os ataquesde corsários e demais indígenas bravios. Nessa época, os jesuítas tiveram umaforte influência na formação cultural e educacional de todos os continentescolonizados pelos países ibéricos, entretanto, no Brasil, eles encontraram umaenorme dificuldade de comunicação, principalmente no que diz respeito atradução dos pontos fundamentais do cristianismo para o idioma tupi-guarani.Segundo Sabeh (2009), os padres entendiam que a língua falada entre osameríndios era a “língua da falta”, ou seja, ausentavam-se as letras “R”, “F” e “L”,principalmente.A língua deste gentio toda pela Costa eh huma: carece de trêsletras – sciliet, não se acha nella F, nem L, nem R, cousa digna deespanto, porque assi não tem Fé, nem Lei, nem Rei; e destamaneira vivem sem justiça e desordenadamente.(GÂNDAVO,1980 appud SABEH, 2009, p. 52)Observamos, então, a mudança pela qual passou o olhar do homembranco colonizador, que a princípio entendiam os indígenas como seres puros ehabitantes do paraíso, tal qual descreveu Pero Vaz de Caminha ao compará-los àAdão e Eva. Na medida em que a relação com esse indígena foi se intensificando,os colonizadores passaram a interpretar o gentio como um empecilho ou “atraso”para a colonização, dado as diferentes características sociais e culturais entrecolonizador e nativo.A dificuldade enfrentada no entendimento dos costumes e tradições dosindígenas foi grande. Os símbolos e signos deles não eram os mesmos doscolonizadores; daí então o olhar pejorativo dos portugueses sobre aquela gente,como demonstrado no trecho transcrito por Sabeh, acima citado.Os colonizadores desconheciam as estruturas que compunham associedades tribais, suas crenças e organização. A população indígena era
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!