O incrível mistério dos mapas antigos (quase) perfeitos, Marta Leite Ferreira, O Observador.pt
30 de dezembro de 2015, quarta-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Foram desenhados há 800 anos e ainda poderiam ser utilizados hoje em dia. Ninguém conseguiu descobrir como é que os cartógrafos conseguiram criar mapas tão precisos. Mas há pistas.
John Kessler começou a trabalhar na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos depois de passar uma temporada a estudar as borboletas dos Alpes. Era lepidopterologista na altura, um nome complicado para quem explora estes insetos. Para tentar encontrar relações entre as várias espécies alpinas olhava para as asas e tentava encontrar diferenças e semelhanças: quanto mais parecidas em formato, maior seria a proximidade da espécie.
O que têm as borboletas e os mapas antigos em comum? É que nos primeiros tempos a trabalhar como especialista em cartografia moderna na instituição cultural mais antiga dos Estados Unidos, Kessler deparou-se com um mapa de 1559 tão preciso que ainda seria possível navegar hoje a partir dele. O mar Mediterrâneo estava representado de forma muito semelhante aos mapas de hoje, a costa italiana era fiel à realidade e o estreito de Gibraltar também. Mas como foram desenhados estes mapas numa altura em que a tecnologia não permitia ter perfeita noção das dimensões e das fronteiras dos continentes? Foi com esta pergunta em mente que Kessler decidiu comparar os mapas antigos com os modernos através de um método parecido ao que usava quando estudava borboletas.
O mapa que Kessler encontrou na Biblioteca do Congresso é portulano. Os mapas portulanos, explica a James Ford Bell Library da Universidade de Minnesota, são cartas de navegação criadas a partir do século XIII com uma precisão estranhamente alta para um tempo em que os cartógrafos não tinham acesso a meios fiáveis de analisar a geografia da Terra. São diferentes dos modernos, ainda assim: têm cores acastanhadas, linhas rústicas e algumas lacunas na geografia interior dos continentes. Mas parecem ter sido feitos por um cartógrafo a bordo de uma nave espacial enquanto orbitava a Terra.
Aquele que Kessler encontrou, do século XVI, lançou-o numa aventura para descobrir métodos matemáticos que os cartógrafos utilizaram na época para desenhar os portulanos: “Mesmo com toda a informação que ele teve, com os apontamentos de todos os marinheiros e todas as descrições dos jornais eu não saberia fazer o mapa que ele fez”, admitiu ele à Discover Magazine.
#1 Como foi que um cartógrafo do século XVI conseguiu desenhar a Terra numa superfície plana?
Conforme explica o especialista em cartografia, um dos primeiros desafios de quem desenha um mapa da Terra é transpor para uma folha plana algo que se encontra numa esfera. Hoje, esse obstáculo é ultrapassado através de um método chamado “projeção Mercator”, indica o Wolfram, que transforma as linhas de latitude e de longitude numa grelha com linhas horizontais e verticais.
Ora, este foi um problema que também se apresentou aos cartógrafos do século XVI. E também eles o contornaram, mas através de outro método. O que Kessler concluiu é que os cartógrafos de mapas portulanos utilizavam um sistema de 16 direções (norte, sul, este, oeste, noroeste, sudeste e por aí adiante) que tinham uma função semelhante à grelha que vemos nos mapas modernos: serviam de referência para a projeção da Terra para o tecido onde era desenhada.
#2 Como é que um cartógrafo desenhou as costas dos continentes com tanta precisão?
Quando começou a analisar o primeiro mapa portulano, John Kessler julgava que o primeiro cartógrafo deste tipo de mapas se tivesse guiado por apenas duas fontes de informação: os apontamentos de um único marinheiro e as apreciações tiradas de uma única viagem, em que o barco saira de um determinado porto e dava uma volta completa até voltar ao mesmo ponto. Mas depressa percebeu que esta não seria uma solução viável: bastava que uma corrente estragasse os planos para a rota da viagem se alterar e o desenho sair defeituoso. Portanto, nunca haveria mapas iguais e com localizações certas.
Por isso, decidiu mudar de estratégia: o especialista pegou nos mapas modernos e desenhou as localizações dos portos do Mediterrâneo nos mapas portulanos de pele. Claro que não coincidiam. A não ser que se girassem as localizações dos mapas modernos 8.5º no sentido contrário ao ponteiro dos relógios. Esta descoberta só trouxe mais dúvidas. Depois de analisar um livro de modelos matemáticos da época, descobriu que a resposta estava nas bússolas: o norte magnético não era o verdadeiro (indicado pela Estrela Polar) e a diferença entre os dois podia variar no tempo e no espaço. Os mapas modernos corrigem esta diferença. Os antigos não.
Mas a diferença não era uniforme em todo o mapa: em alguns sítios só variava seis graus do norte verdadeiro, noutros chegava quase aos 8.8º. Esta era a pista que Kessler precisava para estar mais seguro de que o mapa havia sido desenhado através de observações em tempos diferentes: dos livros contemporâneos a outros mapas portulanos. Portanto, os cartógrafos só utilizaram os dados mais precisos que tinham nas suas mãos, provavelmente com recurso a mapas anteriores e confrontando-os com os dados matemáticos em vigor na altura para o estudo da geografia.
Brazil: of the Noble Class, of Loves, and of Letters.... Data: 01/01/1640 Créditos/Fonte: Joan Blaeu (1596-1673) (mapa
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
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Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.