'UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS. DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL. GUSTAVO VELLOSO. OCIOSOS E SEDICIONÁRIOS Populações indígenas e os tempos do trabalho nos Campos de Piratininga (século XVII) VERSÃO CORRIGIDA. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - 01/01/2016 Wildcard SSL Certificates
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS. DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL. GUSTAVO VELLOSO. OCIOSOS E SEDICIONÁRIOS Populações indígenas e os tempos do trabalho nos Campos de Piratininga (século XVII) VERSÃO CORRIGIDA. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
    2016
    Atualizado em 23/10/2025 17:17:24

  
  
  


A partir da década de 1580, algumas ações realizadas se tornariam verdadeirosalicerces para o posterior desenvolvimento de uma sociedade colonial propriamente dita noplanalto. Foi nessa época que se realizaram as primeiras expedições coletivas e de grande porteao sertão, as quais retornaram com cativos que foram distribuídos entre os moradores doplanalto. As expedições de Jerônimo Leitão (1581, 1585 e 1590), margeando os rios Tietê eParanapanema e atingindo os territórios do Guairá, fizeram retornar consigo grupos deTememinó, Tupinikim e Karijó. As de Domingos Luís Grou (1587 e 1590), uma das quais peloRio Jaguari, cativou índios Tupinikim e Tupinaé. Além de indivíduos dessas etnias, tambémcapturados pelas expedições de Antônio de Macedo (1590), Jorge Correia (1594) e ManuelSoeiro (1595), elementos do gentio Tamoio e “pé-largo” foram levados aos campos de SãoPaulo por Afonso Sardinha (1593 e 1598) e João Botafogo (1596), quando percorreram,respectivamente, o Rio Grande e o Vale do Paraíba117.Essas expedições, movidas pelo ideal de “guerra justa”118 como retaliação aosataques indígenas sofridos, resultou na primeira conquista concreta dos colonizadores contra associedades indígenas locais, destruindo aldeias e apropriando-se definitivamente deconsideráveis extensões de terra. Sua consequência principal foi a chegada da primeira ondamassiva de índios prisioneiros para o interior da capitania vicentina. Com essa mão de obra,cresceria nos principais assentamentos rurais da região a disposição para produzir excedentesagrícolas e, com isso, uma atividade comercial capaz de escoá-los. Com o século XVII,portanto, surgiram novas orientações e possibilidades econômicas e de trabalho, geradoras deprocessos históricos e sociais que se mostraram, naquela região, originais. Em suma, pôde-sedessa feita forjar, conforme verificaremos a seguir, uma sociedade agrícola e comercialsustentada pela força de trabalho indígena. [Página 54]

terra e utensílios diversos, essas tendas localizavam-se fora da vila de Piratininga,particularmente na proximidade dos grandes sítios, em áreas como Santana de Parnaíba, SantoAndré da Borda do Campo, Araçariguama (próximo a Sorocaba), Juqueri e outras paragens nãoidentificadas (como, por exemplo, Itaquatiara e Jassapetiva), e podiam ser encontrados emespólios de proprietários pertencentes a quaisquer faixas de cabedal.No caso de grandes e alguns médios proprietários, é admissível que as tendasprivilegiassem atender às necessidades internas das respectivas fazendas, dados os altosnúmeros de ferramentas por elas requeridas. Por exemplo, o espólio de Francisco Cubas Preto(datado de 1673), plantador de algodão e cana que possuía 182 trabalhadores indígenas –distribuídos entre a sua casa na vila paulista, o seu sítio no termo “Goaraí” e suas parcelas deterra de Juqueri (meia légua de testada e duas de profundidade) e do limite de Taubaté (500braças de testada) –, lançava juntamente nada menos que 95 ferramentas (48 enxadas, 7machados, 18 foices e 22 cunhas), além de uma “moenda armada em casa de palha”. Tudo issojunto a 134 animais de criação (74 porcos, 59 bovinos e 1 cavalo) e uma tenda de ferreiro como seu torno282. A quantidade de ferro necessária à manutenção produtiva de toda essa estruturaseria indubitavelmente muito grande.Outros tinham poucos bens para legar além de suas tendas, a exemplo de JoãoNogueira, morador de Ayapi (termo pertencente à vila de Santana de Parnaíba), cujo inventárioem 1689 não mencionava mais que 5 peças do gentio da terra, poucos objetos de uso pessoal,3 enxadas, 1 machado, 2 foices, 1 cunha e a tenda283. Em casos como esse, é possível que osproprietários tivessem na ferraria uma forma de sustento pessoal e das suas casas, realizando(eles próprios ou, o que era mais frequente, os índios de que dispusessem para o “ganho”)encomendas e serviços a pedido de vizinhos e outros moradores.Quando, em 1636, Morales escreveu ao rei sobre as fracassadas atividades deferraria no planalto e os maus modos de proceder dos moradores paulistas com relação aos índios, negou haver qualquer impedimento estrutural e/ou geográfico ao desenvolvimento deuma economia mercantilizada de mineração que fosse voltada à exportação direta de metais aoreino, fundamentada na força de trabalho de índios livres aldeados e com o auxílio da mão deobra dos escravos africanos. Pelo contrário, surpreende o fato de que, interessado nosinvestimentos régios, ele exaltara o próprio fator geográfico da Serra do Mar (“caminhos muifragosos”, segundo a descrição de Antônio Raposo Silveira284; “inacessíveis”, de acordo com aobservação de um viajante francês em 1700285) como elemento vantajoso à implementação deuma Potosí nas capitanias do Sul luso americano, dada a suposta facilidade de acesso ao OceanoAtlântico oferecido por aqueles caminhos:

É tão fácil construir navios que sendo eu homem pobre, sem ter índio nenhum fizdois navios para ir a Angola colocar negros para esta capitania, e para aumentar osquintos de ouro de V. Majestade. Pois se as minas de ferro trabalhassem com o ferroque estivessem à mão, que facilidade teria V. Majestade de construir navios semcusto algum de madeira, nem ferro? E sem custo, nem trabalho de transportá-lo,porque a madeira está no mesmo porto, onde os navios são construídos, e as minasassim de ferro como de ouro se distanciam do porto da vila de Santos apenas 16léguas, e o caminho é tão simples, que até uma légua do rio se pode abrir caminhoque lhes corram bem, e em tão curto espaço como fica de serra se pode abrir paracavalgaduras caminho mais prudente, que os que foram abertos até agora: e do riohá quatro léguas ao porto, onde podem ir barcos grandes, grandes canoas, e comincrível segurança, porque sempre está em suma tranquilidade sem perigo de serinfestada de vento algum, e em todo o porto se pode navegar por quatro braças. [Página 103]



\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\28144icones.txt



Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária colonial brasileira Séculos XVI - XVII
Data: 01/01/2013
Créditos/Fonte: SCHUNK, Rafael
Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária colonial brasileira Séculos XVI - XVII. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2013. (Coleção PROPG Digital - UNESP). ISBN 9788579834301 página 181


ID: 5979



ME|NCIONADOS Registros mencionados (1):
01/08/1587 - “mameluco” Domingos Luiz Grou o moço, Belchior Dias e seu tio Antonio de Saavedra lideram uma expedição, que conseguir seguir em "boa paz"*
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.