Um neerlandês em São Paulo, Jacyntho José Lins Brandão
1975 Atualizado em 12/10/2025 02:59:02
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"por D. Francisco de Souza, em companhia de Jacques Oalte" (23).
Oalte era mineiro e Betting engenheiro prático de metais (24). Eram os auxiliares indispensáveis para os plano $ que o governador tinha em mente: as pesquisas minerais (25).
A data de sua vinda devemos fixa-la, portanto, posterior a 1591, ano do início do governo de D. Francisco. Passou primeiramente à Bahia (com o governador), onde esteve até o ano de 1600. Nessa época desceu para São Paulo na comitiva de D. Francisco .
"Trouxera o governador, grandios o com o sabia ser, "hu a companhia d e soldados e infantes do prezidio da Bahía e como capitão deli a Diogo Lopes de Castro e seus officiaes”. Também o acompanhava o cirurgiã o José Serrão, médico... Dois especialistas indispensáveis para a empresa angariara, "hum mineiro alemão Jaques de Oalte e um engenheiro tão bem alemão Giraldo Betink, vencendo cada um de ordenado 200´$ por anno" (26) .
D. Francisco entregou-s e à s pesquisas de metais na região. Até julho de 1601 a comitiva governamental desceu à costa por três vezes (27), indo aos rios
"Araçoiba, Jaraguá, Ibituruna e outros" (28). "Acompanhou Geraldo Beting esse fidalgo português em todas as entradas que fez em São Paulo" (29),
o que bem demonstra a importância que tinha nos trabalhos do governador.
Em 1602 terminou o mandato de D. Francisco, mas Geraldo, já fixado na terra paulista, nela continuou seu trabalho. É o que prova a declaração de Balthazar Gonçalves a o capitão-mor loco-tenente Gaspar Conqueiro, feita em fins de 1611, na qual, defendendo-se das acusações de que iri a proximamente ao sertão à caça de índios, afirmava pretender
(23). — TAUNAY (A. E.), Op. cit, vol. VI, pág. 101 .(Lembramo sque nessa época Portugal e sua s colônias, bem como os Paises-Baixos, eram domínios da Espanha). (24). — Cf. TAUNAY, Op. cit. (25). — Ibidem. (26). — TAUNAY, Op. cit, cap. IM, vol.V, pág.147. (27). — Cf. TAUNAY, Ibidem. (28). — FRANCO (F . A . Carvalho), Op. cit. (29): — Ibidem. [p. 774]
Até julho de 1601 a comitiva governamental desceu à costa por três vezes, indo aos rios "Araçoiaba, Jaraguá, Ibituruna e a outros". "Acompanhou-o Geraldo Beting, esse fidalgo português em todas as expedições que partiram de São Paulo".
Também conhecido como Gerhart Bettinck ou Geraldo Betting. Natural de Doesburg, Geldrie, Holanda. Engenheiro, veio para o Brasil, na companhia do governador D. Francisco de Souza, posteriormente a 1591, para trabalhar em pesquisas minerais, vivendo na Bahia até o ano de 1600 e passando para São Paulo após essa data. Acompanhou o governador em suas incursões à costa, aos rios Araçoiaba, Jaraguá e Ibituruna, acontecidas até julho de 1601.
Em 1611, Balthazar Gonçalves declara que pretende ir às minas de Caativa com “o mineiro alemão Oalte ou Bettimk” (Taunay, História geral das bandeiras paulistas, v. 1, p. 263). Ainda em 1611 Gerrit Bettinck autorizou a venda da herança de seus pais em Doesburg e, em 29 de dezembro de 1613, por procuração, passou o que foi apurado a Johan van Ackeren, Udo Avincx, Frederick Besselinck e Hermen Bettinck.
No documento holandês relativo a essas transações, declara-se que Gerrit Bettinck vivia então “nas Índias Ocidentais, perto de São Vicente, numa pequena cidade chamada São Paulo”, como se pode ler na sua íntegra:
“14 de dezembro de 1614. Perante os vereadores Johan Stendering Henrice e Adriaen Buickenvoert comparaceram os excelentíssimos senhores Johan Stendering Lamberss, Johan Dunsberch e Wolter Schaep, como procuradores de Gerhart Bettinck, vivo nas Índias Ocidentais, perto de São Vicente, numa pequena cidade chamada São Paulo, em conseqüência de uma procuração de São Paulo, escrita em português, datada de 29/12/1613, apresentada nesta secção, e têm (os procuradores) o poder – em conseqüência da procuração acima mencionada e entregue e transportada – para entregar e transportar, através dessa, às mãos de Johan van Ackeren, Udo Avincx e Frerick Besselinck e Hermen Bettinck e os seus herdeiros, toda herança materna e paterna do principal Gerrit Bettinck, mencionado acima, depois de ter sido determinado um certo inventário que, em outubro do ano de 1611, foi vendido por Peter van Belheeim, em nome do mencionado Gerrit Bettinck, por uma certa soma de moedas entregues nas mãos de Art Baerken e Evert van Middachten; depois de ter sido lida em voz alta a procuração mencionada como feita nesta secção, deram os procuradores acima mencionados toda herança paterna e materna de Gerrit Bettinck, acima mencionado, em favor de Johan van Ackeren, Udo Avincx, Frerick Besselinck e Hermen Bettinck e seus herdeiros, com a palavra, mão e pena, como acontece num tribunal.
Em seguida, Wolter Schaep explicou, diante dos vereadores acima mencionados, que, caso os compradores acima mencionados possam provar que a assinatura de Gerrit Bettinck aqui mostrada é falsa, ele lhes restituirá as moedas pagas pela compra acima mencionada e, por meio desta, dá, como garantia, sua casa e terreno que possui aqui.” [p. 764, 765, 776]
III - O tronco
Sob o ponto de vista genealógico, Geraldo Betting tem a importância de ser o tronco de uma das mais ilustres famílias paulistas: os Betim. Sabemos, segundo informações do sr. van Petersen, que Geral era filho de Thoenis (ou Thonis) Bettinck, falecido em Doesburg a 29 de junho de 1584, e de Merrie. Temos razão para crê-lo natural da mesma cidade. Vindo da Bahia com o Governador D. Francisco de Souza (como trataremos adiante), transferiu-se para São Paulo, onde fixou residência e se casou com Custódia Dias. Era Custódia filha de Manoel Fernandes Ramos,
"natural de Moura, que em 1564 encontramos como escrivão da Câmara de Piratininga, tendo uma fazenda dos lados de Ibirapuera. De 1575 a 1589 exerceu mais os cargos de juiz ordinário, almotacel, ouvidor eclesiástico e vereador. Tomou parte nos primeiros encontros com o gentío hostil, tendo seguido na expedição de Jerônimo Leitão, a Paranaguá, em 1585. Faleceu nos últimos meses de 1589, tendo tido de seu casamento 17 filhos, dos quais por dua morte ficaram 15 vivos".
Por sua mãe, Suzana Dias, era Custódia neta de Lopo Dias e de sua mulher Beatriz Ramalho (ou Dias). Beatriz era filha de João Ramalho e da nativa Bartira, batizada com o nome de Isabel Dias, filha do cacique Tibiriçá. [Página 7 do pdf]
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