“Santuário Mariano, e história das imagens milagrosas de Nossa Senhora”, Agostinho de Santa Maria
1723 Atualizado em 25/02/2025 04:46:53
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Fora da vila de Itú, em distância de légua e meia, naquela parte, e sítio, a que dão o nome do Salto, por causa de um rio, que ali se despenha, se vê uma Igreja muito aceada, e curiosa dedicada á virgem Nossa Senhora com o título se Monserrate. Esta igreja fundou, e dedicou á mãe de Deus Antonio Vieira Tavares, homem muito sobre e daquela terra, e grande devoto de Nossa Senhora, o qual lhe faz todos os anos a sua festa.
Chama-se este sítio, e povoação o Salto; porquanto o Rio Teetè, que nasce muito acima de São Paulo na costas das serras do mar, e cordilheira da serra de Parànumpiacaba rodeando, ou correndo, e circumindo muitas léguas de terra com um grande mar de águas, se lhe [Página 174]
Saindo da vila de Itú para a vila de Sorocaba, se encontra no caminho uma grande fazenda, e nela o Santuário, e ermida de nossa Senhora de Monserrate fundada pelo senhor daquela fazenda, de quem já não lembra o nome pela causa, que fica referida no título 13. Nesta ermida se vê colocada a imagem da Senhora com muita reverência. É de escultura de madeira, e perfeitamente obrada e estofada, tem seu Santíssimo Filho Menino nos braços, coroada de prata, e com manto de seda, ou tela. O senhor daquela fazenda com a assistência, e ajuda dos mais vizinhos lhe faz a sua celebridade, e com perfeição, e grandeza. E no dia, em que se soleniza a festa da Senhora, se ajuntam todos, e ha então muito grande concurso, porque todos tem muito grande devoção com a Senhora de Monserrate, e ela lha agradece com os favorecer, e remediar, quando os seus trabalhos, e aflições a invocam. Da Senhora de Monserrate faz menção o Padre Frey Miguel de São Francisco.
Da milagrosa Imagem de Nossa senhora do Desterro de Sorocaba
No mesmo caminho da vila de Itú, para a vila de Sorocaba, depois do santuário de Nossa Senhorra de Monserrate [Página 176]
se vê também, em outra grande fazenda a casa e santuário da Virgem Nossa Senhora do Desterro, fundada pelos senhores da mesma fazenda, em que hoje se venera, e os mesmos Padroeiros com os moradores são os que a servem, e veneram. Esta Santíssima Imagem da Nossa Senhora do Desterro colocada no altar mór daquele seu santuário, e é de escultura de madeira, e tem pela mão ao Santíssimo Filho, e da outra parte o seu esposo São José, que também foram formados da mesma matéria.
Fazem a festa á Senhora os seus Padroeiros, e os moradores vizinhos: o dia nos não constou, mas deve de ser, em dia de Reys, ou em algum domingo próximo a ele. Esta casa serve para nela ouvirem missa, não só os Padroeiros, mas também todos os moradores das fazendas circunvizinhas, por quanto a sua Paróquia lhe fica muito distante, e assim nesta igreja se desobrigam pela Quaresma, com licença do Pároco, por não poderem ir á Paroquia as suas famílias, que são muito numerosas. E assim aqui continuam na casa da Senhora, e com ela tem muito grande distância em que lhes fica. Assim o cantam os Gregos o seu hino (ilegível). É maria o segundo caminho em a ponte, que nos guia da terra ao Céu, pela qual ela faz, que Deus desça aos homens, para os encaminhar deste perigoso rio do Mundo ao Céu, assim o canta Proculo: [Página 177]
TITULO XXII - Da milagrosa imagem de Nossa Senhora da Ponte da vila de Sorocaba
A vila de Sorocaba dista da de Itú alguns dias de jornada. A matriz desta vila é dedicada á Virgem Maria Nossa Senhora, com o título da Ponte. E seria sem dúvida porque é Maria a Ponte, por onde passamos da terra ao Céu. Três caminhos tem essa Santíssima Ponte de Maria, porque é a ponte por onde essa passa aos homens da morte da culpa á vida da graça mediante a sua poderosa interseção. Assim o cantam os Gregos o seu hino (ilegível). É maria o segundo caminho em a ponte, que nos guia da terra ao Céu, pela qual ela faz, que Deus desça aos homens, para os encaminhar deste perigoso rio do Mundo ao Céu, assim o canta Proculo: (...) E o terceiro caminho dessa figura, e soberana Ponte de Maria, é aquele, por onde ela encaminha os homens que a amam, e fervem da terra, para o Céu: assim canta também Fortunato. Com muita razão intitularam logo os moradores de Vila de Sorocaba a Mãe de Deus, com o título de Ponte, porque ela só nos pode fazer passar seguros do perigoso, e caudaloso rio de Mundo, e levar-nos ao seguro porto, e descanso do Céu. E não deixa de ter mistério o ser esta Vila a última das terras de São Paulo, e a que fica da parte do Sul. Com esta Senhora tem todos os moradores daquela nobre vila muita devoção, e assim era bem que fosse, pois todos dependemos de que esta Senhora, como figura ponte, nos passe dos perigos da terra, ao seguro porto da Glória.
Desta Vila se faz caminho pelo sertão para a vila de Coritiba, e dai para a costa do mar de Paranaguá, de que já em outro título falamos. E desta vila de Sorocaba, e da de Itú se sertaniza, para Vila Rica, e para as terras do Paraguay, que são terras dos Castelhanos, e este caminho se faz por matas, e por rios mui caudalosos, e ainda nos tempos presentes, em que ha o divertimento cobiçoso de juntar o ouro, para que aqueles paulistas le pudessem remediar: ainda assim vão todos os anos, e três frotas, ou esquadrões, a conquistar os pobres nativos gentios, pelas praias deste rio abaixo, para se servirem deles, custando-lhes dois anos de viagem, e muitas vezes lá perdem as vidas, e o gentio, que trazem, posto em povoado, é de bem má feição, e de pouca (ilegível), porque pasmão, depois que os tiram das suas brenhas, em que viviam. Fazem os moradores daquela vila todos os anos a festa da Senhora com fervorosa devoção, para obrigarem mais a sua grande piedade, os guie, e encaminhe ao Céu, e lhe despache as petições, que lhe fazem, e a Senhora como quem é Mãe piedosa daquela Paróquia. [Páginas 177 e 178]
Em 1610, chegaram à Vila de São Paulo, acompanhados pelo novo governador da Capitania, Dom Francisco de Souza, para construir um mosteiro que seria elevado à abadia em 1635, tendo como padroeira Nossa Senhora de Montesserrate. A partir da capital, as ações dos beneditinos se estenderam posteriormente a regiões como as de São Bernardo do Campo, Santana de Parnaíba, Santos, Sorocaba, Jundiaí e a Fazenda do Parateí, em Mogi das Cruzes (ETZEL, 1971, p. 64).Com relação às demais imagens apontadas por Frei Agostinho de SantaMaria em localidades ainda hoje pertencentes ao território paulista, observa-se que 18 delas estavam em terras litorâneas e 29 no interior. Entre os exemplares, há uma maior recorrência de imagens de Nossa Senhora da Conceição (Ubatuba; Boissucanga – S. Sebastião; Itanhaém; Jacareí;São Paulo; Araçariguama; Tremembé), de Nossa Senhora de Montsserrat (Santos; São Paulo; Cotia; Salto; Sorocaba); Nossa Senhora do Desterro (Santos; Juqueri, São Paulo, Sorocaba) e Nossa Senhora do Carmo (Guaecá – São Sebastião; Santos, São Paulo, Mogi das Cruzes).
[24327] Imaginária Retabular Colonial em São Paulo. Estudos Iconográficos (2015) Maria José Spiteri Tavolaro Passos 01/01/2015
Capela do bairro Itavuvu Data: 01/01/1969 Créditos/Fonte: Filme Quelé de Pageu Avenida Itavuvu (horse) (ig)
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