População desconhece histórico indígena de Sorocaba
12 de agosto de 2016, sexta-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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A cidade que desde sua fundação já recebia imigrantes e serviu de rota para os tropeiros deu origem a uma cultura diversificada. A “terra rasgada” que acolhe e acolheu em seus 362 anos povos de todo o Brasil carrega em sua alma, museu e solo um histórico rico dos reais desbravadores de nosso país.
O chão que hoje Maria das Graças, 60 anos, pisa já foi a aldeia de povos tupiniquins antes mesmo de Baltazar Fernandes pisar neste solo. Maria é do Recife e trocou as belas paisagens de sua terra por Sorocaba, mas precisamente o bairro Laranjeiras, há cerca de 30 anos. Hoje ela conta amar a cidade, mas relata desconhecer o passado do bairro que a acolheu. “Eu não sabia que aqui tiveram aldeias. Acho que podia ser mais divulgado”, comenta.
O também morador do Laranjeiras, João de Souza, 75 anos, ajudou na expansão da cidade. O mineiro de nascimento trabalhou como pedreiro por mais de 20 anos em Sorocaba. O solo que deu sustento as suas construções é parte de um emaranhado de sítios arqueológicos. O então, aposentando, desconhece a história e fica surpreendido com a informação. “Eu não sabia disso. Nunca ouvi falar, muito legal essa história”, diz ele sobre os achados.
Assim como boa parte dos 630 mil moradores de Sorocaba, os povos indígenas que chegaram primeiro a esta terra vieram buscando uma nova oportunidade. Com a chegada dos portugueses, após o descobrimento do Brasil, parte desse povo fugiu da escravidão vindo para o interior.Segundo o arqueólogo Wanderson Esquerdo, os tupiniquins vieram para a região de Sorocaba, justamente entre duas etnias rivais, os Tupinambás (Rio Tietê) e os Guaranis (vale do Rio Ribeira). “Os tupiniquins são Tupi igual aos tupinambás e sua cultura material são similares entre si, dificultando a diferenciação dos mesmos a partir dos objetos arqueológicos. A cultura material dos tupis diferem um pouco a dos guaranis, por isso sabemos com certeza que os materiais arqueológicos da região de Sorocaba são de origem tanto guarani como de origem tupi (este último difícil de dizer quando é tupiniquin e quando é tupinambá)”, comenta o arqueólogo.Em busca de ouroDurante as décadas de 70 e 80 a cidade passou por uma grande expansão. A Terra Rasgada se expandiu para acolher todos os povos e durante as escavações, motivadas por essa expansão, os vasos de cerâmica, que eram usados como urnas funerárias pelos povos indígenas, foram encontradas. Wanderson, que também é sorocabano, é o responsável pela elaboração do primeiro mapa de sítios arqueológicos de nossa cidade. O pesquisador relata que todos esses achados foram realizados de maneira casual, o que ocasionou danos as peças. “A maioria dos enterros em vasos de cerâmica (urnas funerárias) foram encontrados de forma casual, em terraplanagens e escavações para fundações de estruturas. Muitos destruídos intencionalmente pela população pensando que os mesmos continham ouro no seu interior. Os achados, por conter ossada humana eram dados parte à policia e posteriormente transferidos ao Museu Histórico Sorocabano”, conta.Apesar das ossadas encontradas, o arqueólogo ressalta que a região não deve ser considerada um cemitério indígena devido a cultura deste povo. “É raro a existência de cemitérios indígenas, geralmente os mortos eram enterrados nas aldeias onde localizavam suas casas. É por isso que as urnas funerárias encontradas indicavam a presença de uma aldeia no local”.Desaparecimento dos povosMesmo tendo vindo do litoral para o interior para fugir da escravidão, os povos que aqui habitavam foram afetados pela entrada dos portugueses no interior do Brasil, o que resultou na escravização deste povo. Muitos, como conta Wanderson, faleceram por conta das enfermidades dos europeus que não era comum entre eles, como a gripe, por exemplo.O arqueólogo afirma que a fundação de Sorocaba na metade do século XVII seria posterior ao desaparecimento desse grupo em específico e dos demais na região. “Baltazar Fernandes tinha mais de 400 índios escravos e os fazendeiros da região, depois da fundação de Sorocaba, também ocupavam mão de obra escrava, entre elas os das etnias Gualis, Bororos, Parecis e Carijós (guaranis) “roubados” das missões jesuítas do Guairá (sul do Brasil) e também da Bolívia”, completa Wanderson.
Sítios arqueológicos
Na área urbana da cidade foram encontrados, até o momento, sete sítios arqueológicos tupi-guarani, como explica o arqueólogo. Sendo eles nos bairros Parque São Bento, Laranjeiras, Mineirão, Jardim Cerrado, Edén, Vila Harmonia e Caguaçu. Em outros sete pontos da cidade foram localizados, também durante as escavações casuais, material lítico como machadinhas de pedra polida (ainda pertencente a cultura tupi-guarani) nos bairros Jardim Simus, Bairro das Pedras e na Vila Jardini, além de pontas de flechas lascadas, de caçadores-coletores de até 7 mil anos de antiguidade, nos bairros Jardim Iguatemi, Barcelona, Jardim Prestes de Barros e Brigadeiro Tobias. “Ainda é possível com a continuidade da expansão da cidade encontrar mais sítios arqueológicos”, ressalta Esquerdo.
A última urna funerária localizada na cidade foi descoberta através de uma limpeza que a própria Prefeitura de Sorocaba realizava na região do Éden, citada no mapa como Jardim Harmonia. Segundo o arqueólogo, o local onde seria construída uma praça foi embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) devendo ser preservada até ser feito um projeto de resgate do restante do sítio arqueológico. Wanderson, que hoje mora na Bolívia, destaca que o local continua embargado já que nenhum projeto de resgate do sítio foi apresentado.Na época do achado na cidade, a área ficou isolada por tapumes e segundo informações, estava sendo supervisionada até mesmo pelos moradores da região. Todo o terreno deveria ser mantido como estava, qualquer limpeza no local pode comprometer a preservação do sítio arqueológico embargado. “Qualquer afetação que se constate no sítio é de responsabilidade da Prefeitura, que teria de responder juridicamente por danos ao patrimônio arqueológico da União”, explica o arqueólogo.A Prefeitura Municipal de Sorocaba foi questionada sobre a possível não preservação do local, e declarou através da Secretaria da Cultura (Secult) ter conhecimento da existência da área, mas não respondeu até o momento o questionamento sobre uma possível falta de preservação do local. E declarou: “O isolamento da área foi solicitado pela pasta e executado pela antiga Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana. A Secretaria da Cultura informa que possui proposta orçamentária, mas por se tratar de contratação de empresa que preste serviço especializado, não possui dotação orçamentária para tal fim”, concluí. Como conhecerHoje, quem deseja conhecer mais os detalhes desse histórico de nossa cidade pode visitar o Museu Histórico de Sorocaba, onde parte dos achados, entre materiais líticos e urnas funerárias continuam a disposição da população. O museu está localizado dentro do Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros”, na Rua Teodoro Kaisel, nº 883 na Vila Hortência.
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.