Fogo, ou ainda Filho do Trovão, prestígio ainda reforçado depois da vitória que alcançou graças á arma milagrosa sobre os selvícolas contrários aos hospedeiros. A alcunha de Caramurú foi muito discutida, e hoje é geralmente atribuída, não ao trovão, mas a um peixe da espécie das Moreias comum na Bahia.
Ademais, a alcunha não pertencia apenas a Diogo Álvares mas também a outros brancos de diferentes nacionalidades aparecidos no mesmo lugar, Na História da Companhia de Jesus de Serafim Leite, ocorre um documento, no qual o povoador é chamado francês, conjeturando-se daí, que proviesse o qualificativo de suas relações com normandos e bretões.
Por outra, nos manuscritos quinhentistas da Biblioteca Nacional, temos a existência de um grande grumete francês também com a alcunha de Caramurú, que ás vezes era grafado Caramelú, como encontramos nas Novas Cartas Jesuíticas, páginas 29 e 84. Alegava ainda Jaboatão, ter descoberto num velho manuscrito existente no convento de São Francisco na Bahia, a informação de que Diogo Álvares era pessoa nobre, de esclarecida linhagem na província de Entre-Douro-e-Minho. Sentimos algumas dúvidas sobre semelhante categoria, porquanto a nobreza naquele tempo outorgava privilégios de que o Caramurú nunca parece ter gozado, a não ser no fim da vida, quando sesmeiro de Francisco Pereira Coutinho, recebeu mercê del-Rei pelos serviços que prestara. Continuaremos, por conseguinte, com limitada confiança nas notícias dos nossos alvores históricos que não concordem com depoimentos seus contemporâneos.
Algumas dessas incertezas pairam sobre D. Rodrigo de Acuña fidalgo espanhol comandante da nau São Gabriel, da esquadra de Francisco Jofre de Loayasa, que rumava ás Molucas pelo estreito de Magalhães.
Apanhado pelos temporais que assolam a ponta extrema da Terra do Fogo, veio ter a Bahia desgarrado do resto da expedição, necessitado de reparos, com intenções de recolher algum pau-brasil nas matas vizinhas para se ressarcir de prejuízos. Aportado na baía de Todos os Santos em 1526, perdeu nove embarcadiços, que foram a terra e nunca mais voltaram. Narra o piloto Francisco de Ávilla ap. Navarrete:
Y estando cargando de Brasil, y tomadas quatro bateladas del, los indios mataron siete hombres de los que estaban in tierra cortando el brasil. Invió el capitan al maestre á saber i poderia saber alguna nueva dellos, y com el dos grumetes. Saltaron los grumetes, mataranlos: salió-se luego la nao de alli: hallo á la boca de la bacia un cristiano que decia que habia quince años que se habia perdido alli con una nao.
E enquanto atacando do Brasil, e tirando dele quatro bateladas, os índios mataram sete homens dos que estavam em terras cortando o Brasil. O capitão convidou o maestre para conhecer ou saber algo novo sobre eles, e com os dois meninos. Os meninos saltaram, mataram-nos: então o navio partiu de lá: encontrou na boca da bacia um cristão que disse que estava perdido há quinze anos com um navio.[Páginas 37 e 38]
Rodrigues e Diogo Jácome irmãos noviços. O entusiasmo do principaL e a dedicação dos auxiliares, fezcom que não se ressentisse o glorioso pugilo da ausência do padre mestre Simão Rodrigues, fundador daprovíncia de Portugal, impedido no último momento devir ao Brasil como almejava. O régio plano iniciara oRegimento do governador, com os itens relativos aoauxílio que devia dar ao grupo de inacianos. Apelidoumui justamente Serafim Leite áquelas instruções de"Carta Magna" da colónia, ocorrendo no primeiro parágrafo o encargo que recebiam de exaltar a Fé e OIserviço de Deus. Reiniciava-se assim na América, aevangelisação dos índios como quinze séculos antes seesforçara o cristianismo pela conversão dos bárbarosdo ocidente.
Os companheiros de Tomé de Sousa que deviamorganizar o novo .Estado instituido pela coroa, eramAntónio Cardoso de Barros, cavaleiro da casa real, donatário da capitania do Ceará, onde perdera grandescabedaes, e por isso recebera em compensação o cargode provedor mor do governo geral. Trazia consigo·seu filho, e como auxiliar imediato o escrivão Francisco Mendes da Costa, muito de sua confiança e amisade,que daí ha quatro anos com ele embarcou de volta aoreino em a nau N. Sra. da Ajuda, ·e juntos perderam avida no seu naufrágio. A seguir, temos Pero de Goescapitão mor da Costa, antigo donatário da Paraiba, eque se via em condições semelhantes ao precedente, encarregado da armada do mar, com atribuições tão dilatadas que turbavam a ação do principal magistrado,devendo na sua propria opinião o cargo ser suprimido nos governos sucessores a Tomé de Sousa. Aosdonatários fracassados acompanhavam por ordem deimportância na administração da real empresa, o provedor mor da Pazenda Pero Borges1 tambérri com atri-buições excessivas; Diogo Muniz Barreto, provedor daSanta Casa, fidalgo da Casa dei-rei; Rodrigo de Freitas, também fidalgo da Casa Real, escrivão da matricula geral; os quaes em caso ae impedimento dogovernador, assumiriam a administração da colónia,Juntamente com o principal dos jesuítas até a chegada do sucessor. No caso que estivessem igualmenteimpedidos, a responsabilidade recairia sobre o vigário Manoel Lourenço; o tesoureiro das rendas Gonçalo Ferreira; Cristovam de Aguiar, almoxarife dosmantimentos; Antonio de Argolo, provedor da cidade;Gaspar Lamego, contador escrivão da Casa Real, nomeado para todo o Brasil; o capitão Cristovam Cabral, comandante da Leoa, caravela guarda-costas;Fernão Vaz da Costa, fidalgo, capitão áo bergantimguarda-costas S. Roque; Manuel Jaques, sucessivamente capitão das caravelas Nazareth e Esperança;que completavam a armada da costa; Garcia de Avila,feitor e almoxarife da mesma cidade, por nomeaçãode Tomé de Sousa em 1549 (21), e assim por deanteem ordem decrescente chegando a João de Araujo,escrivão do Tesouro; Nuno Alves escrivão da armadada costa; Bras Fernandes, escrivão da Correição; Manoel Gonçalves, meirinho da Correição, substituído em1551 por Afonso da Touca (sic); Luiz Dias, mes´trede obras, arquitéto da...slstade _ç!_o~_§glacJpç; Diogo Peres, pedreiro, sobrinho e füT´uro substituto do precedente; Sebastião de Almeida, porteiro da Fasenda,Contos e Alfândega. Na mesma remessa de funcionários e mestre de artes e ofícios, vinham Luís Martinsmestre de fazer cal; Francisco Nicolas, mestre da carpintaria; Fernão d´Alvares, mestre dos calafates; Diogo de Castro, boticário, talvez cristão novo. Acrescia ainda ao número os homens de armas (bombar-deiros, espingardeiros, besteiros), carpinteiros, carvoeiros, cavouqueiros, pedreiros, taipeiros, canoeiros, caldeireiros, serralheiros, ferreiros, oleiros, caieiros, cesteiros, calafates, e outros profi~sionaes, e simples trabalhadores em q_ue estariam, talvez os sessenta e doisdegredados que também figuravam na lista. PensaPedro Calmon que entre estes houvesse maioria decristãos novos, segundo inferiu da carta de Nóbregade 1549, em que diz do Colégio é perto dos Cristãosassim, velhos como novos ( Cartas do Brasil, pág. 84),dando impressão de terem sido apartados á chegadaF. Calmon (História do Brasil - 212). A ambigüidadeda redação não permite él conjetura, e a -proverbialespertesa dos conversos muito menos. E´ improvavelque dessem grande contingente de degredados, principalmente em 1549 quando desfrutavam em Portugal a proteção da Cúria romana. Ademais, não existeem documentos da época, a menor referência a semelhante episódio. Pelo cálculo de Pedro Calmon, recebiam vencimentos fixados no reino, trezentas e· vintepessoas, trazendo consigo seiscentos operarios, todosembarcados em tres naus, Conceição, Salvador e Ajuda,mais um bergantim, e duas embarcações fretadas porFernão d´ Alvares de Andrade, que deviam voltar ´carregadas com madeira. Na partida de Lisboa houvedelongas mais do que se esperava, a provocar queixas da soldadesca, exaradas por um coevo na informação anda clamando pedindo de comer. Os jesuítas talvez fossem uma das causas do atraso, pois embarcaram em a nau de António Cardoso quando a capitâneacomandada por Tomé de Sousa tinha partido, e só emalto mar conseguiram passar-se para junto do governador.Na Bahia encontraram os europeus citados porNóbrega, em número de mais de quarenta brancos, e fi-- (21) As outras eram feitas por D. João Ili na Chancelaria Real. [p. 84]
Esclavônia, território da Oesterr. Kronland, pertencente ao imperador. Em número muito maior eram ossuditos desse monarca, do sul da Europa, que figuravam como é facil conceber, nas tripulações e guarnições da néição visinha, a troco dos numerosíssimosportugueses que se arregimentavam sob o estandartedos leoes e castelos. Começando pelo mais importante,temos Rodrigo de Argolo, alcaide da cidade, e a seguir Gonçalo de Espmoza, galego, homem de armas;Domingos Fernandes, id.; Álvaro Castelhano, sem indicação de ofício; Diogo Tavoleiro, de Badajoz, trabalhador; António Malhorquim, marinheiro do bergantim S. Roque; Matias ou Martim de Burgos, biscainho,id.; Diogo Galeão de Toledo, espingardeiro; Pedro deOrdenha, grumete, que parece caste1hano; Pedro Fernandes de Alpurge, que alguns querem castelhano, ou;-tros flamengo, ta1vez não seja nem uma cousa nemoutra; João Garêia de Salamanca, sobre o qual não háduvidas, espingardeiro; Batista Fernandes de Salamanca, id. id.; Jácome Rodrigues de Vigo, id. id.; LuísAragocês (Aragonês), marinheiro; joão r´ernandes Castelhano, grumete; Francisco de Vilafanha, homem dearmas; Pedto de Cerdenha, grumete; Salvador Pelaja,homem de armas que se supõe castelhano; Pedro Alfayo, id. id.;_ António de Aragão, espingardeiro; JoãoBiscainho, grumete; António Vaz, de Bayona; Bartolomeu de Tavilla, grumete; Francisco Rodrigues d´Ourense, bombardeiro, e outros que nos escapam. Aproporção de espanhoes é realmente vultosa no pequeno número de europeus. Este constava além dos jácitados, do marinheiro Bertolo, francês; possivelmenteum tal Molfim seria da mesma nacionalidade, e umpajem Pedro Ricarte (25), que Rodolfo Garcia supõe(25) Pajem vinha abaixo de grumete, constituldo geralmente por novatos que acompanhavam e receb.am ordens dos mdrinheiros. v. Pernambuco e Capitanias do Norte, vol. 1, cap. a Nav. de Portugal, 74. [p. 97]
mesrna época em que o sesmeiro aparecia na colónia,queixava-se de que estava a cidade, mui vazia de casas como de gente posto que cada dia vão fazendo . ..a gente quererá Deus que venha ... e lembro a VossaAlteza que aproveita cá mais hum homem casado quedez solteiros que os solteiros não procurão senão como se hão de ir e os casddos como hão de enobrecer..a terra e sustenta-la, confirmando que só casaes deestavel organisação eram verdadeiramente úteis aoempreendimento. Quanto ao que diz dos reinoes desejosos de tornar ao reino, este era sentimento comum a solteiros e casados, com familia no Brasil ousem ela, pertencendo ao fenómeno do desenraisamento.Repete-se invariavelmente com refugiados e imigrantesexpontâneos, pesarosos de deixar os seus hãbitos, parentes e casos sentimentaes, e no entanto, quando voltam ã ·terra natal, sentem saudades da larguesa eliberdade outrora apanágio das Américas.Das notícias recebidas mandara D. João III maisgente e as ,orfãs do recolhimento fundado para serem·educadas e casar nas colónias. Tres outras remessasde donzelas recenceou Pedro Calmon em 1552, 53e · 57, em que vieram, segundo .J aboatão, as filhas· deBaltasar Lobo de Sousa, Clemência Dória, Inez daSilva, Violante de Eça, Ana de Paiva, Damiana deGóes, Catarina Lobo, Maria de Reboredo, CatarinaFroes, Apolônia de Góes, ·e outras. Uniram-se aosfuncionários graduados da colónia, alguns pertencentes como elas á fidalguia, como Rodrigo de Argolo,provedor da Alfândega; Francis·co Bicudo, que foi tabelião da cidade; Sebastião Ferreira antigo moço dacâmara do infante D. Fernando; o escrivão da armada da costa e tesoureiro Cristovam Brandão; Joãode Arau_jo de Sousa; Salvador da Fonseca, promovidoa escrivão da provedoria, graças ao casamento; João [p. 102]
empree11der. Terminavam as remessas do tempo deTomé de Sousa,. de que apenas mencionamos algumas, para começar ás do período de D. Duarte Costa,no correr de 1553, durante o qual se mandou aosmestres das caravelas costeiras S. João e S. Tomé.vinte béstas e trinta espingardas aparelhadas, comoalvíçaras da nova administrâção.Com os recursos trazidos pelo segundo governador registou-se certo incremento na distribuição desocorros ás capitanias, aumentando porém as ameaças dos franceses e levantes de índios, e as discórdiasentre portugueses, os benefícios de começo se diluiramna desordem estabelecida no segundo governo geral.
Vejamos antes dos fastos de Duarte da Costa osdo período precedente, em que sob as vistas de LuísDias fazia-se na cidade do Salvador a cadeia, muitoboa e bem acabada com a casa daudiencia e camard.em cyma e na Ribeira de Góes as Casas da Fasendae Alfândega, os armasens e a ferraria, tudo de pedrae barro, rebocadas de cal e cobertas de telha, logo entrando em função para o bem da justiça, dos habitantese principalmente do fisco.A sete de abril de 1550 elevaram-se as casa!; doAlcaide e Carcereiro, pelo que, foi pago a Francisco Pires, pedreiro, doze braças de parede de taipa a rasãode 350 reis a braça, tudo especificado e avaliado porLuís Dias. Em agosto do mesmo, recebeu António Gonçalves, carpinteiro, cinco mil e trinta reis em mercadoria, que lhe eram devidos de emadeirar as ferrarias, ealfândega por· empreitada. Em setembro pagou-se Belchior Gonçalves pela sua empresa na Ribeira, onde levantara os muros da Casa dos Contos. No mês seguinte depozitou-se nas mãos de Rodrigo de Arguelho, provedor dos defuntos, o que se devia ao espólio defrancisco Gomes, caieiro e pedreiro, pelos trabalhosna Casa da Pólvora, onde fizera oito braças de paredede taipa, medida por Luís Dias. Em abril de 1551pagava-se a Francisco Pires supra, o resto que lheeram devidos pela casa do carcereiro. Em maio pagava-se a Pero de Carvalhaes, nove mil quinhentos esessenta e dois reis e meio, em dinheiro de contado,que lhe era devido de vinte moios de cal que entregara ao almoxarife Cristovam de Aguiar, e que foramcarreados na barca del El-Rei Nosso Senhor, cujo serviço por um dia e meio e duas noites foi descontado árazão de duzentos e cincoenta reis por dia e noite.Este profissional, antigamente sócio de Francisco Gomes, recebeu mais o parceiro gratificação de Tomé deSousa por descobrirem cal, e pedra pera e/la, o queveio favorecer grandemente as obras da cidade. Continuando a sua. enumeração temos no mesmo ano, opagamento a Pero André, metade em dinheiro, metadeem mercadoria, por trinta e nove braças e mei_a deparede de taipa, que fizera na continuação das obrasda cadeia e câmara. Em outubro pagava-se novamentea Pero de Carvalhaes um quintal de ferro por contado pagamento das casas de armasens da Ribeira. Noano seguinte reaparece Pero de Carvalhaes como caieiro, pedreiro, e empreiteiro, destacando-se dos demais.da Bahia por estar encarregado dos alicerces da Sécatedral. No trabalho que realizou, mediu Luís Diasquarenta e nove braças a cento e noventa reis cadauma. Outro pagamento de 13 de outubro de 1552, aumenta a importância destes trabalhos na Sé a quarentamil réis em dinheiro á conta dos quinhentos cruzadosque da dita obra empreitada havia de haver. No mesmo ano de 1552 media o mestre de obras Luís Dias o [p. 120, 121]
Correa de Sande e Fernão Cabral de Ataide, que fossem repelir os tapuias. O primeiro dos capitães éapresentado como reinol por Jaboatão, que o consideraparente dos Correas de Sá, portanto, primo de Memde Sá, de quem teria sido cõmpanheiro de viajem, oupor sua causa teria vindo ao Brasil. Aquí se casoucom Da .. Joana Barbosa, filha de António Ribeiro eMaria de Argolo, irmã de D. Agostinho Ribeiro, bispode Ceuta. O casamento na família do próspero castelhano, dos primeiros povoadores da Bahia no governogeral, e a provavel benevolência de Mem de Sá, facilitaram a Diogo Correa a obtenção de bens tornando-orico proprietário de terras e de escravos. A condiçãoobrigava a deveres militares, em que tinha de reunir aparentela e clientela, e completado o troço de guerrapor índios e mamelucos, responder ás exigências doserviço dei-rei. Vicente do Salvador o descreve comodono de muitos escravos, como o seu companheiro dechefia da expedição Fernão Cabral, e tinham alde;asde índios forros, espécie de agregados, que a troco decertas vantajens davam serviço algo desigual e precário, mas preferível á falta completa de braços. Quando os portugueses não podiam se apoderar de trabalhadores graças a alguma guerra justa, tinham de lançar mão de toda sorte de expedientes para angariargentios. Até hoje ainda os empregam na Amasônia,onde em meio de selvícolas de vária orijem, encontramse alguns descendentes dos Tupi de Ilheus e Porto Seguro, outrora espalhados pelo litoral desde o sul dacolónia até o rio mar.Esta ambição e pressa de enriquecer, levavam ásvezes povoadores a empregar meios considerados criminosos para conseguir braços, passíveis das maisgraves penas por atentarem contra a conversão dogentio, e cousa mais grave, incentivar criminosas erro- [p. 206]
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (3): 09/01/1549 - Carta-patente de Tomé de Sousa 01/05/1550 - Depozitou-se nas mãos de Rodrigo de Arguelho* 22/12/2024 - Elevaram-se as casas do Alcaide e Carcereiro EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.