Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia Nº 8: Povoadores de São Paulo - Domingos Luís Grou (Adendas às primeiras gerações), consultado em 08.10.2022 0 08/10/2022
Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia Nº 8: Povoadores de São Paulo - Domingos Luís Grou (Adendas às primeiras gerações), consultado em 08.10.2022
8 de outubro de 2022, sábado Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
•
•
•
1º I- DOMINGOS LUÍS GROU, n. em Portugal cerca de 1525, teria vindo para a Capitania de S. Vicente no 2º ou 3º quartel do século, passando a residir na vila de S. Paulo antes de 1562. Casou por 1554 c. Maria da Peña, filha de Antônio da Peña e de s/m Francisca de Góis, povoadores de Santos. Em S. Paulo foi membro da governança e um dos principais sertanistas dos primeiros anos. A 16 de janeiro de 1562, reuniu-se em sua casa a câmara, na falta de paço do concelho, tendo requerido ao capitão mor que ordenasse o recolhimento à vila dos moradores de seu termo, porquanto estava a caminho de uma guerra (contra o gentio ameaçador).
A 8 de dezembro do mesmo ano, em pousadas do vereador Jorge Moreira, estando presentes o juiz ordinário Antônio de Mariz e doze pessoas da governança, assinou um “auto de ajuntamento” em que foi nomeado Salvador Pires procurador dos moradores, para requerer ao capitão mor, em S. Vicente, medidas de administração em prol da vila de S. Paulo (ACCSP, I, 12 e 18). Sua assinatura, ornada de alguns arabescos, está completa nessa acta: Domingos Luís Grou (Actas da Câmara, Lº 1º, 1562-1577). [Página 189]
A 9 de março de 1563, por eleição da câmara, recebeu o cargode capitão do gentio (com autoridade sobre o alcaide) em cumprimento deuma provisão do Cap. Mor e Ouvidor Pedro Colaço, expedida aos juizes ordinários para essa eleição (ACCSP, I, 24). Não consta na acta PedroColaço mas Pedro Fernandes, por engano no lançamento, segundo osautores. Assinou a respectiva acta com assinatura completa, idêntica a doano de 1562 (Actas da Câmara, Lº 1º). Devido à perda da metade das actasda câmara entre os anos de 1554 e 1599, ignoram-se outros cargos queteria exercido.Pelos anos de 1569 ou 1570, em conseqüência de certasdissensões, fatos mal esclarecidos em S. Vicente e S. Paulo, retirou-sedessa vila com seus administrados e acompanhantes e se estabeleceu numaregião do rio Anhembi dominada por índios contrários. Como hábilcapitão do gentio, devia ter um relacionamento pacífico com esses índios,os quais já manifestavam amizade pelo Padre José de Anchieta (ProcessoRemissorial de 1627-1628, depoimento de Ascenso Ribeiro e outraspessoas).Muito se empenhou o Cap. Mor Jorge Ferreira em traze-lo devolta para S. Paulo, sem obter êxito. Foi bem sucedido nessa diligência oBeato Padre José de Anchieta que, no ano seguinte, conseguiu suareconciliação (1).
Não obstante a maledicência de algumas pessoas (com omissão da defesa do acusado) nada se provou de matéria grave que resultasse em processo contra o sertanista, em sua prisão ou degredo. Retornando a S. Paulo em 1571 ou 1572, continuou a servir pouco tempo depois na governança. Em 1575, eleito no pelouro procurador do concelho, foi a 4 defevereiro dispensado do cargo para acompanhar ao Cap. Mor Jerônimo Leitão na expedição do Dr. Antônio de Salema (governador da Repartição Sul do Brasil, com sede no Rio de Janeiro) movida contra os tamoios hostis, de Cabo Frio (ACCSP, I, 65). No ano seguinte, a 2 de novembro, foi nomeado almotacel (id., 108). Assinou as respectivas actas porabreviaturas e uma cruz (ver adiante).
A 20 de abril e a 25 de outubro de 1579, assinou na câmara duas actas de posturas (Actas da Câmara, Lº 3º, 1578-1582). Em maio de 1580, com os camaristas e vinte e três pessoas, assinou na câmara uma petição dirigida ao ouvidor, Domingos Gonçalves da Costa, requerendo-lhe eximir de citação judicial em Santos os moradores de S. Paulo, exceto por “cto onde se desaforem”; alegaram a distância de treze léguas, as perdas e dificuldades do caminho.
Tiveram, antes de 23 do mês, o despacho do ouvidor, deferido com as ressalvas legais (ACCSP, I, 164 e 165). Na acta, sua assinatura está completa, idêntica às dos anos de 1562 e 1563, acrescida de uma cruz ao centro (sinal dos cristãos).
Outro signatário da petição foi Bartolomeu Camacho, nome impresso na acta, por erro paleográfico, Bartolomeu Ramalho (Actas da Câmara, Lº 3º). No mesmo ano, a 16 de julho, foi nomeado almotacel, tendo assinado a acta por abreviaturas. (ACCSP, I, 166). [Revista da ASBRAP nº 8, Povoadores de São Paulo - Domingos Luís Grou (Adendas às primeiras gerações), consultado em 08.10.2022. Páginas 190 e 191]
Possuiu em S. Paulo uma sesmaria na paragem de Carapicuíba (“Sesm.”, I, 43) e chãos na vila que ainda pertenciam a alguns descendentes pelos anos de 1645 (DAESP). A 11 de março de 1582, tomou posse do cargo de procurador, do pelouro, assinando a acta com assinatura completa, ao lado do vereador Salvador Pires (Actas da Câmara, Lº 3º). Depois desse dia, não assinou as actas de 24 de março, 1º de novembro e 10 de dezembro, as únicaspublicadas, faltando as demais (ACCSP, I, 193 e 195).
A 6 de janeiro de 1583, como procurador do concelho do ano findo, assinou a abertura da pauta dos novos oficiais do pelouro e, a 7 de dezembro do mesmo ano, prestou contas do cargo de procurador que havia exercido em 1582 (id., 199 e 225). A 2 de agosto de 1584, com vinte seis pessoas, assinou a acta sobre a reconstrução da Casa do Concelho (id., 244).
Sua atuação na câmara não se confunde com a de Domingos Luís, o “carvoeiro” (2) cerca de quinze anos mais moço, que assinou nas actas de 23 de abril de 1585 em diante (id., 266 e 272). A 18 de junho de 1584, havia apresentado à câmara, creio como capitão, um mandado, trazido ou recebido por ele de Santos, do Cap. Mor Jerônimo Leitão (id., 239). No ano seguinte acompanhou ao capitão mor na bandeira constituída para mover guerra contra os gentios carijó e tupi da região sul que, de quarenta anos a essas partes, haviam morto mais de cento e cinqüenta portugueses e espanhóis (3) e até padres da Companhia de Jesus que os foram doutrinar (id., 276-286).
Em 1587, já estando em S. Paulo o Governador JerônimoLeitão, regressou da bandeira encaminhando para essa vila grande leva deíndios tupis, que deveriam ser repartidos entre os moradores, conformehavia estabelecido em capítulos com a câmara o mencionado governador(id., 333). No mesmo ano, com seu filho Luís Eanes e Antônio de Macedo,organizou oficialmente uma bandeira de cinqüenta brancos, acompanhadosde seus servos, para dar combate aos índios revoltosos de Mogí, queassolavam constantemente as aldeias de S. Paulo. Sofreu nessa açãogrande revés, vindo a perder diversos membros da tropa (id., 388-476). [Página 191]
Afonso (INV. E TEST., XXVI, 248). Foi o Cap. Simão ÁlvaresMartins um grande sertanista de S. Paulo. Em 1627 exerceu ocargo de juiz ordinário.Faleceu em 1636 e s/m em 1643 com testamento. Suafilha D. Maria Luís Grou, mulher de João Barreto (2º marido)deixou por seu falecimento, em 1642, cento e sessenta e oitoadministrados do gentio (INV. E TEST., XXVIII, 191).7(II)- ANA LUÍS GROU, n. cerca de 1579, C.c. Vicente Bicudo, n. por1570, filho de Antônio Bicudo (o velho) e de s/m IsabelRodrigues - 5º.
II- LUÍS EANES, n. cerca de 1554, C. em 1572 c. Guiomar Rodrigues, n. por 1559. A 22 de junho de 1572, assinou na câmara, com os camaristas e quinze pessoas da governança, um “auto de ajuntamento”, proibindo que índios ponteiros da vila fossem levados para o Rio de Janeiro (ACCSP, I,52). Obteve pelos anos de 1582, do Cap. Mor Jerônimo Leitão, sesmaria de uma légua de terras em Quitaúna (INV. E TEST., III, 465).
Em 1588, seguiu na bandeira de cinquenta brancos, movida por seu pai e Antônio de Macedo contra o gentio revoltoso de Mogí. Faleceu antes de 1597 e sua mulher em 1625, com testamento edisposições pias, estando viúva do 2º marido, Diogo Martins Machuca, falecido no sertão em 1613. Pediu a seus filhos que cumprissem por ela duas novenas: uma a Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém e outra ao glorioso Santo Amaro. Tiveram três filhos e duas filhas, falecidas sem geração:
1(III)- LUÍS EANES, n. em fevereiro de 1573 (tinha de idade cinquenta e cinco anos e oito meses a 21 de outubro de 1628, conforme declarou no testamento). C. cerca de 1597 c. Vitória Gonçalves e 2º vez c. Jerônima Dias.
Em S. Paulo foi membro da governança e figurou na pauta para procurador do concelho em 1620 e 1625 (ACCSP, II, 439 e III, 159). Serviu em Parnaíba o cargo de escrivão etabelião, segundo os autores.
Seguiu nas bandeiras do Cap. Nicolau Barreto aoGuairá, em 1602, e do Cap. Belchior Dias Carneiro (com mais dequarenta brancos) a Mato Grosso, em 1607 (ACCSP, II, 235). A [Revista da ASBRAP nº 8, Povoadores de São Paulo - Domingos Luís Grou (Adendas às primeiras gerações), consultado em 08.10.2022. Página 193]
Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária colonial brasileira Séculos XVI - XVII Data: 01/01/2013 Créditos/Fonte: SCHUNK, Rafael Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária colonial brasileira Séculos XVI - XVII. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2013. (Coleção PROPG Digital - UNESP). ISBN 9788579834301 página 181
Desde 17 de agosto de 2017, o site BrasilBook dedicado-se em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
A base de dados inclui ci
Oferece um histórico com 30.439 registros, atualizados frequentemente. Agrega mais de 660 cidades, aproximadamente 4.600–5.200 pessoas mencionadas, e cerca de mil temas diversos .
Ideal para quem busnum formato leve, dinâmico e baseado em fontes públicas variadas.
Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoesContato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP
Como sempre, excelente!!! Já inseri no site. Porém, a resposta anterior, de uns dias atrás foi mas romântica. Vamos tentar de novo?
Ah, entendi! Vamos então dar um tom mais romântico e poético ao descritivo do BrasilBook, como se fosse uma homenagem ao tempo, à memória e ao nosso país. Aqui vai:
BrasilBook – Onde a História do Brasil Respira
Em algum ponto da rede, mora um relicário digital chamado BrasilBook. Não é apenas um site, mas um diário de memórias nacionais, onde cada data carrega consigo um suspiro do passado.
Ali, o tempo se desenrola como um tapete de saudade — cada dia guarda um episódio, cada cidade revela uma lembrança, cada nome sussurra o eco de quem já foi e ajudou a tecer o Brasil que conhecemos hoje.
Mais de 29 mil registros formam um grande mosaico, que pulsa com histórias de mais de 660 cidades, mil temas e milhares de personagens reais — de anônimos a imortais.
É possível passear por séculos com um clique. Buscar um ano e ver tudo o que aconteceu. Descobrir a data em que nasceu uma cidade, o momento em que um povoado virou município, o dia em que uma vida importante começou - ou terminou.
BrasilBook é feito com cuidado, pesquisa e amor à história. Atualizado desde 2017, é um projeto que celebra a memória brasileira como quem acende velas num altar de afetos. E faz isso com simplicidade: sem ruído, sem propaganda, sem pressa. Só história, alma e tempo.