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A capela de Nossa Senhora da Conceição de Itupucu, consultado em 03.10.2022. Marcelo Meira Amaral Bogaciovas
    3 de outubro de 2022, segunda-feira
    Atualizado em 31/10/2025 20:10:48

  
  
  


: Investigação histórica sobre uma antiga capela, Nossa Senhora da Conceição, devoção que se comemora no dia 8 de dezembro de cada ano. Foi fundada em terras que ficavam ao lado do córrego Itupucu (também denominado Itapucu) e do rio Tietê, na antiga vila de Itu, em terras hoje pertencentes ao município de Porto Feliz, Estado de São Paulo. O instituidor foi o Capitão Jordão Homem Albernaz, em 1734; manteve-se em posse de sua família até 1794. Em 1835, quando se deu o fim dos morgadios no Brasil, encontrava-se praticamente em ruínas. Apesar de ter havido, ao longo dos séculos, intensa perda documental nos arquivos ituanos, tanto civis quanto eclesiásticos, foi possível elaborar uma longa sequência de proprietários das terras onde se situava a capela, desde meados do século XVII até os dias atuais.

Introdução

Por muitos anos (mais de vinte...) procurei saber a localização de uma capela denominada Nossa Senhora da Conceição de Itupucu, na antiga vila de Itu, Estado de São Paulo, existente nos séculos 18 e 19. Sabia de sua existência por documentos. Ironicamente, ao contrário do clássico, que é conhecer um prédio e procurar descobrir sua história, eu tinha um caso que era o contrário: conhecia a história de um prédio e procurava encontrar sua localização... Fiz algumas diligências aos sertões de Itu, inquirindo moradores da região: não consegui nada, absolutamente nada!... Ninguém jamais havia ouvido o nome Itupucu!..

Itupucu, em tupi, pode ser desdobrado em Itu + pucu. Itu significa cachoeira, ou salto. Pucú significa longo, comprido, extenso. Então, Itupucu (lê-se Itupucú) quer dizer cachoeira comprida ou extensa.1 O significado já servia de pista...

O curioso é que, apesar de Itu, ao menos em tese, ter sido palco de vários estudos por parte de historiadores, não há nenhum trabalho que trate dacapela. Dos vários amigos consultados, pesquisadores e historiadores, inclusiveituanos, notícia quase alguma e a maioria nunca ouvira nada a respeito! Houveuma pequena referência à capela de Nossa Senhora da Conceição de Itupucu,feita em 1871, quando ainda existiria, segundo o cronista Homem de Melo.2Discorrendo sobre os templos de Itu, e apenas em nota de rodapé, ele escreveu:Na freguesia de Itu, a 18 quilômetros da cidade, existe ainda a capelada Senhora da Conceição de Itupucu, fundada em 1734 por JordãoHomem Albernaz.Essa mesma referência foi repetida pelo historiador Nardy Filho, em umjornal local, A Federação, no ano de 1934, sem comentar se ela ainda existiriaou não.3Este artigo de Nardy Filho faz menção ao Padre Ângelo Pais de Almeida, neto dos fundadores da capela, e informa que ele seguiu, em 1770, por ordemdo Morgado de Mateus, para Iguatemi, como capelão do posto avançado.4 NardyFilho escreveu, ainda, que, segundo um cronista (referia-se ao Dr. Homem de Melo, sem nomeá-lo, entretanto), a capela ficava a 18 quilômetros da cidade deItu. Anos mais tarde, o mesmo Nardy Filho, ao descrever a cronologia ituana,escreveu:51734 – É por Jordão Homem Albernaz fundada, em seu sítio do Itapucu, uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, dotando-a com uma moradia de casa na vila para seu patrimônio, a essamesma capela o Padre Ângelo Pais de Almeida, que foi seu capelão,fez também a doação de um terreno.Mais uma referência apareceu em outro jornal ituano, de 20 de dezembro de 1888, conforme segue: 6A “Imprensa Ytuana” de 20 de dezembro de 1888 sob o título “A parochia de Ytu” descrevia o histórico da paróquia de Itu e passava adescrever sobre a Capela de Nossa Senhora do Monte-Serrat, e daCapela de Nossa Senhora da Conceição do Itupucu, cujo patrimônioterritorial fora anexado ao Município de Salto, em 1885.A Capela do Monte Serrate foi instituída em 1720 por Antônio VieiraTavares, desvinculado o patrimônio em 1834, foi restaurada em 1856do estado de ruína, e hoje é uma florescente e esperançosa freguesiaindustrial. A Capela de Nossa Senhora da Conceição do Itupucu instituída por Jordão Homem de Albanor [sic], e depois de prestar muitoserviço espiritual aos bairros do Buru, Atuaú, Pononduba e Caiacatinga, não sabemos porque motivo caiu em ruína, que se vê uns restosde taipa no lugar de capela que está assentada pouco abaixo da cachoeira Itupucu, em terreno próprio fechado de valos contendo uns 50alqueires de campos de muito bom pasto, e consta por escritura pública registrada no livro do Tombo da Matriz às folhas de 9 a 12 a doação que fez Jordão Homem de Albanor [sic] de uma morada de casana rua do Comércio desta cidade, vizinha para a esquerda com a casade Antônio Carlos de Camargo Teixeira; como para patrimônio da referida capela da Senhora da Conceição bem acertado seria se o nossorespeitável Juiz de Capelas interviesse sabendo o que há dessa capela. [p. 1, 2, 3]

de Itu e de Sorocaba. É provável que sim. Pois, além de o habilitando assinar oapelido, de os Fiúzas terem doado patrimônio a ele, sempre que os Fiúzas foramouvidos como testemunhas, nunca lhes foi perguntado pelo costume. Ou seja,não lhes pediam informações sobre suposto parentesco com Joaquim ManuelFiúza. Possivelmente para não constranger a família.O patrimônio para Joaquim Manuel Fiúza tornar-se padre foi doado peloTenente Coronel Francisco Manuel Fiúza, protetor da capela de Nossa Senhorada Conceição (de quem trato adiante) e por sua mulher D. Escolástica Maria deAlmeida Pais, através de escritura pública, em 2 de março de 1801, na paragem ebairro de Nossa Senhora da Conceição, distrito da vila de Itu, comarca de SãoPaulo. Era escrivão o tabelião Mateus José Botelho Mourão. Presentes os doadores e também o procurador do Padre Joaquim Manuel Fiúza, Tenente CustódioManuel Alves, eles doaram o ...sítio em que se acham com casas de três lanços grandes paredes detaipa de pilão cobertas de telha, e arvoredos de espinhos assim maistrês cercados de terra...O auto de posse deu-se em 2 de maio de 1801 na paragem do bairro deNossa Senhora da Conceição, pelo procurador, o Tenente Custódio Manuel Alves.Para justificar que sua propriedade valia ao menos 400$000, condiçãopara o patrimônio ser aceito, foram inquiridas as seguintes testemunhas, em 22de junho de 1801, na vila de Nossa Senhora da Candelária de Itu, em casas demorada do Reverendo José de Almeida Leme, sendo escrivão Manuel de Campos Leite:- Tenente José Fiúza de Almeida10, homem casado, natural da vila deSorocaba, morador no termo desta vila de Itu, onde vive do seu engenho, de 31 anos de idade, pouco mais ou menos;- José Antunes Pais, natural da vila de Sorocaba e de presente morador na vila de Itu, homem casado que vive de suas lavouras, de 37anos, pouco mais ou menos. Não acreditava que a doação causasseprejuízo a herdeiros ou credores “porque o herdeiro único, que temos doadores é bem contente com a referida doação”, o que tudo sabia por ser vizinho dos doadores.

- Bento Dias Leite, natural da freguesia de Araçariguama e moradorno termo desta vila de Itu, homem casado, que vivia de suas lavouras, de 56 anos, pouco mais ou menos.Os doadores foram assim qualificados: Tenente Coronel Francisco Manuel Fiúza, natural da freguesia de Santa Marinha de Arcozelo de Ponte de Lima, no arcebispado de Braga, morador na vila de Itu, homem casado, que viviado seu engenho de açúcar, de 64 anos. Escolástica Maria de Almeida Pais, natural da vila de Sorocaba, moradora nesta vila de Itu, mulher casada, que vivia emcompanhia de seu marido o Tenente Coronel Francisco Manuel Fiúza, de 52anos, pouco mais ou menos; ela sabia assinar e bem!A propriedade foi vistoriada em 23 de junho de 1801 no termo da vilade Nossa Senhora da Candelária de Itu, por João Galvão de França e Antônio dePádua Botelho.Para assegurar que as terras eram de posse antiga e firme, foi trasladadauma escritura de venda de terras, em 17 de março de 1685, sendo vendedor Sebastião Dias Velho, e comprador Manuel Homem Albernaz, recém chegado aItu, vindo da vila de São Sebastião, pai do fundador da capela, o Capitão JordãoHomem Albernaz. Aqui temos o primeiro registro das terras aqui estudadas. Osregistros anteriores, infelizmente, podem ser considerados perdidos. Segue aescritura, lavrada em 17 de março de 1685 e copiada em 23 de dezembro de1783 na vila de Itu, sendo tabelião Marcelino José da Cunha e Castro:Escritura de venda de terras que fizeram Sebastião Dias Velho ao Capitão Manuel Homem Albernaz. Saibam quantos este público instrumento virem, que no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristoda era de mil e seiscentos e oitenta e cinco anos, nesta vila de NossaSenhora da Candelária de Utu-guaçu, capitania de São Vicente partesdo Brasil, nesta dita vila, aos dezessete dias do mês de março da sobredita era, em pousada de Sebastião Dias Velho, e assim bem suamulher Ana Maria de Oliveira, e por eles ambos e cada um in solidumme foi dito perante as testemunhas, que presentes se acharam adiantenomeadas e assinadas, que eles possuíam no termo desta vila na paragem chamada Itupucu da outra banda do rio, partindo com o Capitão Manuel Homem Albernaz rio abaixo trezentas braças de terras detestada com o sertão que se acha na carta, as quais ditas terrras diziam, que a vendiam, como efeito logo venderam, deste dia para todosempre ao Capitão Manuel Homem Albernaz ..... ..... [seguem três linhas inutilizadas] que tudo trespassavam ........ ....... Manuel HomemAlbernaz e em sua mulher, filhos, herdeiros, ascendentes e descendentes que por eles vierem fazendo-lhes sempre boas, e de paz dando f [p. 6, 7]

Nossa Senhora do Rosário dez= à Nossa Senhora da Conceição dez=à Nossa Senhora do Carmo dez= a São Francisco dez= à Nossa Senhora da Penha dez= à Nossa Senhora da Luz dez= Pelas almas doPurgatório quarenta missas= E as que restarem para ajustarem astrezentas missas acima declaradas mandou se dissessem pelas almasdaqueles necessitados que talvez lhe faltasse em mandar-lhes dizertendo de obrigação: ordenou se lhe fizessem dois ofícios a saber umna Matriz desta vila, e outro em São Francisco= ordenou-se-lhe tomasse uma bula da Santa Cruzada, e dez de defuntos, e outras dez decomposição; o que tudo consta do dito seu testamento, a que me reporto; e por verdade me torno aqui a assinar no mesmo dia, mês e anoatrás declarado.O Vigário Miguel Dias FerreiraO casal Jordão Homem Albernaz e Joana de Almeida teve cinco filhos,dos quais consegui descobrir quatro, através de documentos:- Maria de Almeida, mulher de João Gago Pais, em que se continuacom a administração da capela. - Joana de Almeida, que se casou três vezes. A primeira, em 1715 emItu, com Francisco Cardoso de Campos, com geração.29 A segunda,em 1727 em Itu, com o português Luís Alves da Silva, natural deBraga, e a terceira, em 1729, em Itu, com Francisco Pereira de Faro.30 - Pedro Homem Albernaz. Casou-se em 1724, em Itu, com PotênciaLeite, falecida em 1762 em Itu.31 Não se conhece geração do casal. - Francisca, batizada em 1º de março de 1704 na matriz de Itu. Semmais notícias. Em seu assento constou ser filha do Capitão JordãoHomem Albernaz e de Francisca (sic) de Almeida.

Protetor: Joana de Almeida

O período áureo da capela deu-se quando Joana de Almeida, viúva do fundador, Capitão Jordão Homem Albernaz, foi protetora da capela. Senão vejamos. Em uma resposta à ordem do Bispo de São Paulo Dom Bernardo Rodrigues Nogueira, em 1747, logo depois da sua posse. Nessa ordem, o bispo queria saber da situação das paróquias, capelas e oragos nas vilas e freguesias, de todo o seu território episcopal. A descrição, sem data, deve ter sido feita pelo vigário da Vara de Itu, conforme segue, na parte que interessa ao trabalho: 32

A Igreja desta freguesia da Vila de Itu é da invocação de Nossa Senhora da Candelária. Tem quatro altares entrando o altar da capela de Nossa Senhora do Pilar, a qual está dentro da mesma igreja, ou mística a ela.33 É feita de taipa de pilão: tem somente forrada a capela mor, e os altares .....o laterais, como também a dita capela da Senhora do Pilar. Tem sacristia. Tem os ornamentos da quatro cores .. dos de damasco a saber brancos, vermelhos, verdes, e .... Tem uma lâmpada grande de prata, como também três sinos, a saber um grande, e dous pequenos. Tem sacr..., pia batismal de pau grande com o ...... chapeado de uma grande chapa lavrada de prata. Não tem mais que uma confraria de compromisso, que é a do Santíssimo Sacramento, as mais, que são da Senhora da Candelária, do Rosário, do Pilar, e de São Miguel são leigas, e não tem formalidade alguma. Teve seu princípio no ano de mil, e seiscentos, e setenta e nove, o que consta pelos algarismos, que se acham lavrados no batente superior da porta principal da igreja; ainda que esta freguesia teve mais antigo princípio porque consta, por carta, e constante tradição, que antes de erigir-se esta igreja serviu no princípio de Matriz e Capela do Senhor Bom JESUS, que está dentro desta vila.

Tem esta freguesia quatrocentos, e quarenta e quatro casais: e compreende o distrito dela seis léguas de Leste a Oeste, e outras tantas de Norte a Sul; e parte de uma parte com a freguesia de Nossa Senhora da Penha de Araçariguama; de outra com a de Nossa Senhora da Penha de Araritaguaba [Porto Feliz]: de outra com a da vila de Jundiaí; e da outra com a da vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. Tem sítio.

Têm sítios, e moradores, que distam da Matriz três léguas, como são Apetrebu, Piraí, Piraquiri, e Itupucu. Os moradores dos três primeiros não podem fazer igreja curada, nem sustentar pároco por serem poucos, e pobres; e somente podem fazer capelas para nelas ouvirem missas.

O sítio, ou bairro de Itupucu pode ter pároco; porque tem já uma capela na fazenda de Joana de Almeida viúva que ficou de Jordão Homem Albernaz, a qual ainda que pequena pode servir fazendo-se-lhe capela mor. Tem um altar, pórtico, e sacristia, e os ornamentos das quatro cores. Dista desta Matriz três léguas. Os moradores desejam que se cure a dita capela; porém não prometem mais que oitenta réis de ordenado por cada pessoa de confissão. São por todas setecentas e vinte e seis pessoas, que se contem em vinte e nove, digo, em oitenta e nove fogos, entrando os sítios todos, que ficam vizinhos à dita capela, que são Itupucu, onde ela está, Ponundiba, Caiacatinga, Atuaí, e parte de Boiri. Terá de extensão duas léguas de Leste a Oeste, e duas e meia de Norte a Sul. Servindo de demarcação e divisa para a parte de Oeste o sítio do defunto João Cabral: para a parte de Leste o rio Boiri: para a do Norte o sítio de Francisco Cabral, e para o Sul a encruzilhada ...... .... de Capaíba. Renderá o ordenado de oitenta réis por cada pessoa de confissão cinquenta, e oito mil, e oitenta réis; e mais renderá se o Excelentíssimo, e Reverendíssimo Senhor Bispo conceder a dez casais fregueses de Araritaguaba serem fregueses da nova freguesia de Itupucu por estarem mais perto desta, e longe daquela com passagem de rio grande [Tietê]. Renderá o pé do altar até quarenta mil réis, que com o dito ordenado chegará a cem mil réis.


Óbito da mulher de Jordão Homem Albernaz, Joana de Almeida, em 23de outubro de 1752 na vila de Itu: 34Joana de AlmeidaAos vinte e três dias do mês de outubro de mil e setecentos e cinquentae dois anos faleceu da vida presente Joana de Almeida viúva de Jordão Homem Albernaz freguesa desta freguesia de idade de noventaanos mais ou menos com todos os sacramentos. Foi sepultada na igreja dos terceiros do Carmo onde era terceira amortalhada no hábito dadita ordem, que assim o pediu em seu testamento, em o qual declarouser natural da vila de Parnaíba filha de João de Almeida e de sua mulher Isabel já defunta, e que fora casada com Jordão Homem Albernaz filho de Manuel Homem Albernaz e de sua mulher Isabel de Barros de cujo matrimônio tivera cinco filhos, os quais declarou por seusnomes. Instituiu por seus testamenteiros a Domingos Rodrigues deMatos e a Pedro Vaz Celestino, casados com suas netas, deixou que selhe dissessem missas de corpo presente todas as que se pudessem dizer, e que acompanhassem seu corpo o pároco com todos os clérigos eos religiosos que se achassem no Hospício da sua Ordem Terceira aque todos se desse cera. Deixou mais se lhe fizesse um ofício de novelições. Ordenou mais que se dissessem as missas seguintes: dez a Nossa Senhora do Carmo, dez a Nossa Senhora da Conceição, dez a Nossa Senhora da Candelária, à Senhora Santa Ana dez, ao Senhor BomJesus dez, ao Anjo da Guarda cinco, às Chagas de Cristo, cinco, trêsà Santíssima Trindade, às Almas do Purgatório vinte, mais dez missaspor algumas promessas de que se tenha esquecido, mas sete missas ditas sucessivas em altar privilegiado aplicadas pelas sete almas maisnecessitadas do Purgatório: de que fiz este assento, para o todo tempoconstar, de minha letra, e sinal, e me assinei.O Vigário João de Matos Monteiro.Protetor: Maria de AlmeidaPor morte de Joana de Almeida, mulher do fundador, herdou o vínculoda capela sua filha Maria de Almeida. Não há prova documental. Apenas que asucessão transmitiu-se em seu filho, Padre Ângelo Pais de Almeida. Maria deAlmeida era natural da vila de Itu, tendo sido batizada na sua igreja matriz em 25de julho de 1696 (fls. 77), conforme se depreende da habilitação de seu filho, oPadre Ângelo Pais de Almeida:35Aos vinte e cinco do mês de julho de mil seiscentos e noventa e seisanos batizei e pus os santos óleos a Maria inocente filha de JordãoHomem Albernaz, e de sua mulher Joana de Almeida. Foram padrinhos Vitorino Homem e Almeida [sic] de que fiz este assento.O Vigário Filipe de CamposDo processo de genere et moribus do citado padre, foi trasladada umaescritura, de dote de casamento, que se fez em 7 de setembro de 1710 a JoãoGago Pais para se casar com Maria de Almeida:36

Traslado de escritura de dote de casamento que faz o Capitão Jordão Homem Albernaz e sua mulher Joana de Almeida a sua filha Maria de Almeida e a João Gago Pais casando com a dita sua filha.

Saibam quantos este público instrumento de escritura de dote virem, que no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil e setecentos e dez anos aos sete dias do mês de setembro do dito ano nesta vila de Nossa Senhora da Candelária de Utu Guaçu capitania de São Vicente, partes do Brasil, etc., nesta dita vila em pousadas do Capitão Jordão Homem Albernaz donde eu tabelião fui chamado e sendo ali logo por ele e bem assim sua mulher Joana de Almeida e por eles ambos juntos e cada um em sólido me foi dito perante as testemunhas ao diante nomeadas e assinadas, que eles ditos marido e mulher davam em dote de casamento a sua filha Maria de Almeida e ao Capitão João Gago Pais casando-se com a dita sua filha quatro mil cruzados em dinheiro dito, peças do gentio da terra e duas peças escravas, uma rapariga do gentio da terra, umas casas na vila de dois lanços de taipa de pilão, duzentas braças de terras de testada com meia légua de sertão os quais ...... mil cruzados nessas casas, terras e tudo o mais acima, referido disseram eles ditos marido e mulher davam como dote de casamento ....... de Almeida ............. ............ com a dita sua filha para o que desistiam de toda a posse, domínio e senhorio que no dito dinheiro, peças, casas, terras e em tudo o mais referido tinham e que tudo trespassavam na dita sua filha Maria de Almeida e no Capitão João Gago Pais casando com ela e em seus filhos, herdeiros ascendentes e descendentes que após eles tiverem, fazendo-lhe sempre bom e de paz o dito dote obrigando-se por suas pessoas e bens, assim móveis como de raiz havido e por haver a dar cumprimento a tudo acima referido e para o que disseram que se nesta escritura faltassem algumas cláusulas ou solenidades em direito requeridas ou necessárias a que por eles as haviam todas propostas expressas e declaradas como se de cada uma delas se fizera clara e distinta menção ao que em fé e testemunho da verdade assim o disseram e outorgaram e me pediram lhes fizesse esta escritura de dote de casamento nesta nota em que se assinou e pela ..... ...... não saber escrever pediu a mim tabelião por ela assinasse sendo presentes por testemunhas o Capitão Manuel de Campos e o Capitão Pedro Dias Leite pessoas de mim tabelião reconhecidas que assino ....... ......... .......... ........... .......... ........... o tabelião que o escrevi. Sinal do Capitão Jordão Homem Albernaz// Manuel de Campos// Pedro Dias Leite// O qual traslado de escritura eu sobredito tabelião o trasladei bem e fielmente do meu livro de notas e vai na verdade sem cousa que dúvida faça do que me reporte e em tudo e por tudo em letras de mais ou de menos em que me possa encontrar em fé do que me assino e meu público e raso sinal que tal é como se vê hoje dito dia, mês e ano acima declarado; Em testemunho da verdade.

Filipe de ...... [Barros?]
[p. 19, 20, 21, 22, 23]

Maria de Almeida casou-se, em 26 de outubro de 1710, na matriz de Itu, com João Gago Pais (o moço), conforme segue:37

João Gago Pais filho de João Gago Pais e de sua mulher Ana de Proença moradores da vila de S. Paulo se recebeu por palavras de presente com Maria de Almeida, filha de Jordão Homem Albernaz e de sua mulher Joana de Almeida perante mim Félix Nabor, vigário encomendado desta Igreja e o Capitão Manuel de Campos com José Pires, Maria Leme com Maria de Chaves, a vinte e seis de outubro da sobredita era [de mil, setecentos e dez].

O Vigário Félix Nabor


João Gago Pais (o moço) era natural da vila de São Paulo, tendo sidobatizado na sua igreja matriz (Sé) em 18 de agosto de 1682 (em um dos seuslivros de batizados, fls. 26v):38Aos dezoito de agosto de mil seiscentos e oitenta e dous anos batizei epus os santos óleos a João filho de João Gago Pais e Ana de Proençaforam padrinhos o Capitão Pedro Taques de Almeida e Catarina deMedeiros.João Leite de AguiarEra filho do Capitão João Gago Pais (o velho) e de sua mulher (casadoscerca de 1680, provavelmente em São Paulo) Ana de Proença, naturais e moradores de São Paulo. João Gago Pais (o velho) ocupou os honrosos cargos darepública na vila de São Paulo, onde vivia de suas lavouras. Faleceu em 29 defevereiro de 1728 em São Paulo, onde fez testamento em 23 do mesmo mês eano; por sua morte fez-se auto de inventário em 13 de novembro de 1731, nobairro de Santana, cidade de São Paulo.39 Ana de Proença faleceu em 10 de maiode 1712 na cidade de São Paulo; havia feito testamento em 24 de março de 1710.Por sua morte fez-se auto de inventário em 13 de março de 1713 na cidade de São Paulo.40 Ligavam-se a famílias antigas e tradicionais de São Paulo. Ligavam-se a famílias antigas e tradicionais de São Paulo. Os avós paternos de João Gago Pais (o moço) eram Antônio Pais Rodrigues e Ana da Cunha do Prado. Avós maternos eram o Capitão João Pires Rodrigues, o "Pai da Pátria", protetor dos jesuítas de São Paulo e sua mulher Branca de Almeida. Esta Branca de Almeida era irmã do capitão-mór da Capitania de São Vicente, Pedro Taques de Almeida (padrinho de batismo de João Gago Pais, o moço) e do capitão-mór de Sorocaba, Tomé de Lara de Almeida, e prima-irmã do Padre Dr. Guilherme Pompeu de Almeida, um dos mais respeitados e ricos paulista do seu tempo.

João Gago Pais (o moço) foi vereador na vila de Itu no ano de 1732.42No ano de 1736 era o vereador mais velho da câmara de Itu.43 Faleceu em 26 dejulho de 1747 em Itu, conforme o assento que segue: 44

João Gago PaisAos vinte e seis dias do mês de julho de mil e setecentos, e quarenta, esete anos faleceu da vida presente com todos os sacramentos de idadede sessenta e quatro anos, João Gago Pais natural da cidade de SãoPaulo, e freguês desta vila, filho legítimo de João Gago Pais, e de suamulher Ana de Proença, casado em face da Igreja com Maria de Almeida: fez testamento em que instituiu por seus testamenteiros a seusgenros Domingos Rodrigues de Matos, e Pedro Vaz Celestino; deixoupor sua alma doze missas de corpo presente, e vinte missas de esmolacomum, a saber dez no Carmo, e dez que dirá o Reverendo Vigário,ou as mandará dizer pelo sacerdote que lhe parecer. Declara que deve a Santo Antônio quarenta, e um mil, e quatrocentos réis para se dizer em missas. Declara mais que deve às almas do Purgatório trinta, e seis mil, e seiscentos réis, que se mandará dizer em missas por elas:foi sepultado na Igreja do Carmo desta vila por assim o dispor em seutestamento; de que fiz este assento.O Vigário Miguel Dias Ferreira

Instada pela Rainha de Portugal, por provisão régia de 20 de julho de1782, a escrever fatos notáveis ocorridos em Itu, a câmara ituana, em livro próprio (de 1783 a 1785), escreveu, pouco antes de Maria de Almeida falecer, o quese segue, ao dar notícias de sua gente: 45Mais outra chamada Maria de Almeida que conta entre filhos, netos,bisnetos, terceiros e quartos netos cento e cinquenta e tantos indivíduos entre homens e mulheres vivos, ela de idade de oitenta anos natural e moradora desta vila.Maria de Almeida sobreviveu quase quarenta anos à morte de seu marido, tendo falecido em 13 de março de 1786 em Itu, conforme o assento: 46Maria de AlmeidaAos treze dias do mês de março de mil Setecentos e oitenta e seis anos,faleceu da vida presente com os sacramentos Maria de Almeida, viúvaque ficou de João Gago Pais, de idade de noventa anos, mais ou menos: fez testamento, em que nomeou por seu testamenteiro o Reverendo Ângelo Pais seu filho, e deixou cinquenta missas por sua alma, quese fez logo suspender, por não caber na sua terça. Foi enterrada nacapela dos Terceiros do Carmo desta vila, de onde era irmã, amortalhada em o hábito da mesma ordem, acompanhada e recomendadapor mim.O Vigário Manuel da Costa AranhaFilhos do casal Maria de Almeida- João Gago Pais (em provável ordemde nascimento):- Ana de Almeida. Casou-se, primeira vez, em 1729 em Itu, com Manuel Ferreira dos Santos, natural do Porto (com filha única). Casou- [p. 24, 25, 26]



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ME|NCIONADOS Registros mencionados (8):
18/08/1682 - Batizado de João Gago Pais (o moço), natural da vila de São Paulo, na sua igreja matriz (Sé)
25/07/1696 - Batizado de Maria Almeida em Itu, filha de João Homem Albernaz, fundador e administrador da Capela de N.S. da Conceição de Itapuçu, há 3 léguas (14,4km)
26/10/1710 - Casamento de Maria de Almeida e João Gago Pais (o moço), em Itú/SP
29/02/1728 - Falecimento de João Gago Pais (o velho), em São Paulo
01/01/1734 - *Instituidor foi o Capitão Jordão Homem Albernaz
01/01/1747 - *Resposta
26/07/1747 - Falecimento de João Gago Pais (o moço) em Itú/SP
01/01/1934 - *Nardy
EMERSON

  


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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

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Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.