Boletim do Departamento do Estado de São Paulo. Secretaria da Educação, Volume 9 (Nova Fase), 1952
1952 Atualizado em 15/11/2025 22:00:14
Capítulo II A Carta de 13 de janeiro de 1606 dos camaristas de São Paulo ao donatário da Capitania e a hipótese da ida de Nicolau Barreto até as regiões hoje bolivianas 42 - Diz o Dr. Alfredo Ellis Júnior:
"Quando ao roteiro seguido pela expedição, enganaram-se profundamente o dr. Derby e os que reproduziram a opinião desse notável sábio. Afirmava ele que Nicolau Barreto, com sua bandeira, rumou o norte, penetrou na geraes e atravessando o rio das Velhas, pelo vale do São Francisco chegou ao Paracatú, nas proximidades do território goyano, ponto extremo, segundo o saudoso historiador americano, atingido pela léva em questão."
Tivesse sido essa a região percorrida pela bandeira, não se justificaria ser ela a detentora até aquela daquela do "record" de penetração no hinterland vicentino, conforme faz certo a estafadíssima carta de 13 de janeiro de 1606".
queixam-se das autoridades; referem-se às riquezas, principalmente minerais, e ao grande número de nativos, que viviam "á lei de brutos animais, comendo-se uns aos outros", e sugerem: "se os descerem com ordem para ser cristãos será coisa de grande proveito".
"Está é uma grande empresa" - Acrescentam - "e a vossa mercê ou coisa muito sua lhe estava bem que Sua Majestade lhe concedesse lhe importaria mais de cem mil cruzados afóra o de seus vassalos e o que pelo tempo em diante póde redundar a esta província além do particular do mesmo gentio do grêmio da Santa Madre Igreja".
(...) "Não tem vossa mercê cá tão pouca posse que das cinco vilas que cá tem com a Cananéa pode por em campo para o carijó mais de trezentos portugueses fóra os seus nativos escravizados serão mais de mil e quinhentos gente usada ao trabalho do sertão que com um bom caudilho passam ao Perú por terra e isto não é fábula. [Páginas 640, 641 e 642 do pdf]
Referem-se ainda Gabriel Soares e tupinaês dos sertões das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espirito Santo. É sabido que os sertões dessas capitanias se estendiam pelo atual estado de Minas Gerais.
II. - Vimos que, segundo o Padre Fernão Cardim (que escrevia em fins do século XVI), os tupinaês ("tupiguae"), que viviam nos sertões, desde São Vicente até Pernambuco, fugiam para muito longe, afim de não cair nas mãos dos portugueses.
Realmente, devia haver tupinaês, nos tempos antigos, também na capitania de São Vicente, ou em regiões então consideradas como pertencentes a ela. Em 1585, os procuradores da vila de São Vicente (então cabeça da Capitania) e da vila de Santos, num requerimento feito, como diziam, pelos "oficiais das câmaras das vilas desta capitania de São Vicente", mostravam ao capitão-mór, Jerônimo Leitão, a necessidade de se fazer guerra ao gentio, afim de obter braços para a lavoura (Atas da Câmara de São Paulo, volume 1o, página 275 a 278). Apontavam como inimigos os "nativos nomeados carijós", alegando uma série de maldades por eles praticadas desde tempos assaz remotos.
Numa junta realizada no engenho de São Jorge, com a presença do referido capitão-mór, foi lido o "instrumento" que os ditos oficiais das ditas vilas lhe tinham feito sobre a guerra do gentio carijó e do outro gentio tupiãe". Note-se que naquele "instrumento", não se falara nestes nativos.
Foi resolvido que se não fizesse guerra ao gentio, sem primeiro empregar meios suasórios, afim de o descer "de paz".
Meses depois, lavrou-se, na Câmara de São Paulo, um auto de "aprovação e ratificação" do que ficara assentado na referida junta com o capitão-mór, "sobre a entrada que ora quer fazer ao gentio do sertão da dita capitania, carijós e tupiães e outro qualquer que licitamente se puder trazer conforme ao dito assento".
Da ata da Câmara de São Paulo de 20 de setembro de 1587 consta que vinham uns nativos "tupiães do sertão desta capitania pelo caminho de paz e per sua vontade para povoar a terra e que Antonio de Proença, juiz ordinário da vila, tinha ido ao encontro deles, afim de "os fazer hir pera... (ilegível) e pera Itanhaém, a mandado do capitão-mór, Jerônimo Leitão".
Na vereança de 5 de dezembro de 1593, vemos referências a nativos "topinães" que tinham ido numa expedição paulista. [Boletim do Departamento do Estado de São Paulo. Secretaria da Educação, Volume 9 (Nova Fase), 1952. Página 693 do pdf]
Em 1561, a expedição de Vasco Rodrigues Caldas, que seguira pelo vale do Paraguassú (Bahia) e atingira a Chapada Diamantina, foi atacada e derrotada pelos tupinaês e viu-se forçada a voltar apressadamente, desistindo do intento de descobrir jazidas minerais.
Outra expedição, a de Antonio Dias Adorno, internou-se, em 1574, pelos sertões do atual Estado de Minas Gerais, à procura da "serra das esmeraldas". Parte dos sertanistas regressaram pelo "rio Grande" (Jequitinhonha), ao passo que outros, sob a chefia de Adorno, prosseguiram nas explorações. Alude Gabrial Soares de Sousa aos "grandes encontros" que Antonio Dias teve com os tupinaês. Confirmam-no o Padre Simão de Vasconcelos e Frei Vicente do Salvador, acrescentando este que Adorno trouxe "sete mil almas dos gentios topiguaens", depois de uma caminhada de 200 léguas.
78 - Existindo, como se vê, nativos tupinaês nas regiões centrais da Bahia e de Minas, já se poderia inferir que o "Paracatú", em cujo sertão Manuel de Chaves foi ferido por nativos daquela nação, não era algum rio situado em território castelhano, e sim o conhecido afluente ocidental do São Francisco, em Minas Gerais. [Boletim do Departamento do Estado de São Paulo. Secretaria da Educação, Volume 9 (Nova Fase), 1952. Páginas 694 e 695 do pdf]
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (5): 24/12/1560 - Expedição 01/01/1574 - *Gabriel 20/09/1587 - Assinou, em sinal de cruz, pois era analfabeto, requerimento da Câmara sobre os índios tupiaes que procuravam a vila de livre e espontânea vontade 05/12/1593 - Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas 18/06/1926 - Caminho EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
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Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.