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É do Padre Inácio de Siqueira SJ, em junho de 1635, a primeira descrição literária da Ilha de Santa Catarina
    junho de 1635, sexta-feira
    Atualizado em 25/02/2025 04:46:43

•  Fontes (1)
  
  
  


É do Padre Inácio de Siqueira SJ, em junho de 1635, a primeira descrição literária da Ilha de Santa Catarina: "Ilha de Santa Catarina, onde a gloriosa Virgem reside só no nome, mais deserta que em Sinai, porém mui piedosa para as embarcações que ali recebe e agasalha como se fora seio esta sua enseada, que ali tem". [A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja. Páginas 60, 61 e 62, 2, 3 e 4 do pdf]

É do Padre Inácio de Siqueira, em 1635, a poética descrição da Laguna:

"Chama-se este porto de Laguna, porque, como nele se ajuntam quatro rios caudais, para ir beber no oceano por uma só boca, e esta seja muito estreita, é força que hajam as águas de esperar vez e represar a sede, que trazem, de beber no salgado, por espaço de seis ou sete léguas, até que o mar dá entrada ao rio, que mais quer ainda, que as águas se vão todas de mistura. A esta represa, que aqui fazem os rios, chamam os carijós Alagoa. Toda a barra é muito dificultosa assim ao entrar como sair, e como nós não levávamos piloto, que lá tivesse entrado, foi o desejo que nos meteu de dentro mediante a divina graça." [A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja. Páginas 68 e 69, 10 e 11 do pdf]

6.10 - Fracassa a MissãoNa Laguna, a expedição missionária de 1635 encontrou ancoradas 62 embarcações dos paulistas, que nesse ano retornaram para a compra de carijós. Quinze eram navios de alto bordo e as demais, canoas muito possantes. Com eles, os de São Paulo esperavam levar cativos uns 12.000 carijós, pelas contas do Padre Siqueira.

Quando os padres arribaram com o Santo Antônio, ali estavam 600 brancos escopeteiros, que sentiram sua presença como um arpão no coração, pois os padres eram o amparo do carijó. Apavorados com a possibilidade de os missionários deixarem-nos retornar sem presas, tramaram queimar o navio, ou afundá-lo, ou prender os padres, ou deixá-los ajuntarem-se aos nativos para depois os repartirem entre si.

Neste momento perigoso os padres se encheram de coragem e fizeram tais ameaças de inferno que os homens se recolheram às suas embarcações esperando hora melhor.

Andando algumas léguas pela praia, encontraram uma aldeia tomada pelo sarampo. A maioria dos nativos estava mora, não restando vivos mais de 100, aos quais catequizaram e ministraram o Batismo. Esta aldeia pertencia ao Terreiro Espantoso, desolado por não ter podido espantar o sarampo, ele que espantara tantos outros males.

Os padres ficaram sabendo que seu filho, mais velho "nunca tinha mamado na mãe nem em outra mulher e nascera com todos os dentes"... Perguntaram à suas mãe como tinha criado o menino, se não lhe dera leite, e ela respondeu: "com mel, com papinhas, e outras potagens..."

O Terreiro Espantoso não perdeu a oportunidade de mostrar seu poder. Vendo alguns nativos pescarem numa lagoa, pediu que repartissem o peixe com ele. Como não aceitaram disse: "Ora passem embora, que eu lhes tirarei as águas onde eles pescam o peixe."

E, daí a pouco, as águas se recolheram com tanto ímpeto, que levaram consigo muitas casas, matando moradores. Depois dessa, os padres resolveram deixar o Terreiro Espantoso por lá mesmo, pois seria muito perigoso levar no navio "um tão grande amigo de Lúcifer"!

Continuando, o cronista afirma que toda a Província dos carijós estava dividida entre dois donos: o Anjo, e um parente seu, o Grande Papagaio (Marunaguaçu). O Anjo, com toda a sua mística de poderoso e bafo santo, tinha dominado a região norte e se tornara grande amigo dos paulistas, o que significa a sua transformação em agenciador do comércio escravo. Negociando por um espaço de 20 anos, vendera como escravos a 120 mil nativos!

Para poderem ter prisioneiros para o comércio, inicialmente os carijós fizeram guerra a outras tribos. Depois passaram a vender seus irmãos mais do interior. Os paulistas muito ganharam com essa colaboração. Quando os nativos começaram a perceber os enganos que eram vítimas, o litoral já estava bastante despovoado. Então os paulistas entraram sertão adentro, já não mais comerciando e sim capturando pela força da espada. Invadindo as aldeias, tomaram as mulheres mais bonitas, os jovens e crianças mais sadias, separando pais e filhos, maridos e mulheres.

O Padre Siqueira narra que, em sua estada na Laguna, em alguma praia vira um traficante descendo com muitos nativos, porém 200 deles tinham morrido de fome e frio. Com tanta perda, retornou ao sertão para buscar outros. Deduz o padre que para os portugueses eram necessários dois, para terem depois um escravo.

Acontecia que as crianças não podiam acompanhar o passo dos adultos e então, para os pais não se deterem e se preocuparem com elas, o traficante lhes partia a cabeça... E, na ganância de embarcarem muitos, os paulistas "de tal maneira os apertam e cozem uns aos outros, que jamais se podem deitar nem dormir, salvo meio assentados".

Por este motivo, alguns navios que partem com 300 ou 400 deles, chegam à Capitania quase vazios, com não mais de 30 vivos. E dentro de um ano morrem outros ainda, não suportando o miserável cativeiro.

Enfim, ironia da história, também o Papagaio, após tantos anos de serviços prestados vendendo seus irmãos, não tendo mais de 150 na sua aldeia, dos 1200 que eram, veio refugiar-se junto aos padres. Estava amedrontado. Queriam os traficantes fazer também dele um cativo! Fugindo, no caminho foi salteado pelos paulistas que lhe roubaram mais gente ainda, mas conseguiu chegar aos braços dos missionários. Estes, recolhendo nativos onde encontraram, chegaram ao porto da Laguna.

Como não tivessem mantimentos, pescaram e torraram peixes para fazer farinha e biscoitos e ajuntaram muitos palmitos. Com medo de algum assalto, partiram logo.

Durante a viagem, doutrinaram os nativos pela manhã e pela tarde, com muito proveito. E assim, sem perderem um só, chegaram à aldeia de São Francisco Xavier, de onde tinham partido. Ali muitos foram batizados, inclusive o Papagaio, que tomou o nome de seu padrinho, Rodrigo de Miranda Henriques, Governador do Rio de Janeiro. [A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja. Páginas 77 e 78, 19 e 20 do pdf]



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[24356] Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas, Arqueológicas e Etnográficas
01/01/1915


Croqui do Peabiru na América do Sul
Data: 01/01/2012
Créditos/Fonte: Andressa Celli
Baseado em: Bond, 2011(mapa


ID: 6202



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Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.