Notícias pra a História e Geografia das nações ultramarinas
1836 Atualizado em 28/10/2025 10:49:17
• Imagens (1)
•
•
•
Reflexões criticas sobre o escrito dos fins do século XVI impresso com o título de Notícia do Brazil
Quem ler a obra inserta no principio do Tomo 3o. desta coleção de Memórias Ultramarinas, com o título Notícia do Brasil, ainda quando não possua conhecimentos especiais daquela importante região, talvez notará algumas imperfeições: prosseguindo porém mais de espaço na sua curiosa lição, descobrirá adulterações de gravidade, acaso nascidas dos transuntos por que devera ter passado o original. Tais defeitos juntos á ponderação do quanto tendem a minorar o crédito e valimento de uma obra antiga, as faltas ou contestações á cerca do seu genuíno autor, do seu legítimo título e da época prefixa em que foi escrita, tudo induz naturalmente a reconhecer a utilidade de se atender convenientemente por todos estes objetos, na obra de que tratamos, a qual se bem que por ora pouco conhecida entre nós, não deixa por isso de merecer séria atenção.
Com efeito d´entre os escritores do Brasil, que nos restam do século XVI é o seu autor quem melhor reuniu notícias circunstanciadas dos diferentes ramos da história tanto geográfica, como natural e civil daquele vasto território, e dos que mais concorre a honrar a Nação Portuguesa, como bem julgou um doutor acadêmico, quando referindo-se diretamente a ele dizia:
"O Brasil foi descoberto pelos portugueses em 1500, e já em 1589 haviam estes descrito uma considerável parte do seu sertão imenso, mais o marítimo que discorre desde o Rio de Vicente Pinson, até além da Bahia de S. Mathias, situada muito ao sul do Rio da Prata".
Essa alusão do Secretário Dantas Pereira reconhece-se por se prefixar o ano de 1589, com que foi impressa a Dedicatória do Autor a D. Christovam de Moura.
É na realidade deste assunto que se ocupa quase exclusivamente a Primeira Parte da obra de que tratamos, havendo seu autor reservado a segunda, - quanto a nós ainda hoje de mais interesse, para melhor noticiar a Etnografia das diferentes nações indígenas, as produções naturais, e a topografia da então cidade capital do estado do Brasil; - estado que já naqueles tempos o nosso autor julgava (como declara na Introdução "capaz para se edificar nele um grande império."[p. 309,, 310, 311 do pdf]
quando corria desde longo tempo estampado, e bem, o nome do seu verdadeiro escritor, que uma boa conjuntura nos faz restituir-lhe. Lendo na segunda edição o 5o. dos Diálogos de Varia História, no Capítulo 2o. onde Pero de Mariz fala da Terra de Santa Cruz, notamos que este escritor reproduzia boa parte das ideias exaradas no impresso, que havíamos lido nas Memórias Ultramarinas, pelo que diz respeito á exploração e demarcação primitiva da Costa Brasílica, depois de Cabral, e prosseguindo tal leitura, até á folha 340 da edição citada de 1597, quando falava de Duarte Coelho, vimos á margem = Gabriel Soares, Cap. 16. =
Não conhecendo nós tal nome de escritor do Brasil, recorremos á Biblioteca Lusitana, e ao ler a sua informação vimos com prazer descoberto, com prova autêntica, o verdadeiro autor de um livro que corria anônimo. Seja-nos permitido transcrever aqui fielmente as próprias palavras de Barboza, embora demos mais crédito á notícia bibliográfica, do que á relação panegirica que dá de Gabriel Soares, e á parte histórica que envolve.
Eis na sua íntegra o artigo do nosso Bibliografo, que vem no T. 2.o p. 321.
"Gabriel Soares de Souza natural de Lisboa, e descendente de geração nobre, a cujo intrépido valor, e judiciosa direção se deveu a Conquista do Rio de São Francisco em o Brasil em 1591. Foi nomeado Capitão Mór de duas Naus para o descobrimento das Minas das Esmeraldas de que trazendo a Portugal vários pedaços de terra em que estavam encerradas algumas pedras perfeitas, e outras imperfeitas, não conseguiu o desejado fim daquele descobrimento, que prosseguiu com melhor fortuna D. Francisco de Souza Senhor de Bringel, Alcaide Mór de Beja que neste tempo governava o Brasil por cujo serviço mereceu o título de Marquez. Compoz:[p. 314, 315]
Fora ocioso e até imprudente da nossa parte, á vista de documentos de tanta autenticidade, insistir mais em provar que é Gabriel Soares de Souza o autor desgarrado da obra, cujo conhecimento tanto tem dado que fazer, nestes últimos tempos. Este escritor fala em seu próprio nome, em alguns lugares do seu escrito, e claramente dá a entender, que ele mesmo possuía na Bahia um engenho de assucar.
O autor dos Annaes Históricos do Maranhão, Bernardo Pereira de Perredo, escreve em 1749, de um Gabriel Soares, que chegou ás cabeceiras do Rio de São Francisco, o qual parece-nos ser o nosso escritor, pela concordância com o que afirma o Abbade Barbosa.
3. Não só porém se tinha extraviado o nome do autor, que já conhecemos; senão também o título da obra se corrompera. - O impresso corre com o nome de Notícia do Brasil, descrição verdadeira da Costa d´aquele Estado, que pertence á Coroa do Reino de Portugal, sítio da Bahia de todos os Santos.
Assentamos que se não requer muita critica para o banir; e dar como original, e até competente o título, que apontam Pinelo e Barbosa, e se lê em outras cópias: [p. 316, 317]
Seção Segunda - Reflexões á Primeira Parte
6 - Capítulo I - Quando á parte histórica deste capítulo, já Cazal deixou advertido, e pouca crítica bastaria para reconhecer, á vista de escritos mais autênticos, ter havido inadvertências da parte de Gabriel Soares; porém fôra sair do nosso propósito se nos ocupássemos agora neste assunto. [p.319]
8—CAPITULO V —No principio é fácil de reconhecer que há alguma inexaetidão, conducente a absurdo.
A ponta de Leste do Amazonas, de que fala o A. é naturalmente a de Maguary, que fica poucos minutos ao Sul da Equinocial: ora se pelo Rio da Lama, de que também fala a Carta, que vem depois da pag. 37 5 do Atlas de Ger. Mercalor de 1619, se quer significar, como pensamos, o Pará (e por modo algum o Turiuassú), como podia o A. dizer que deste ao Maranhão (Meary) havia apenas 19 léguas; quando tal rio fica obra de cinco gráos mais para Leste daquelle? [Notícias pra a História e Geografia das nações ultramarinas, 1836. Página 320 do pdf]
J 5 —CAPITUL O XIV - Declaramos não tervisto em carta , roteiro ou obra alguma, —riocom o nome de Tagoarife; porem vemos escripto correspondente a este lugar, Jaguari em uma das cartas da Obra de Baerl; a troca ou inversão das duas letras iniciais de cada um dos nomes é trivial no impresso. Abionabiaja também é nome para nós estranho: só nos faz lembrar o rio, que na relação da Jornada do Maranhão em 1614, que está impressa nas Memórias do Ultramar, vem escrito Aviyajá, e será por ventura o hoje Ipópóca, que atravessa a lagoa Abyahy: lê-se Igarosu, como Gandavo, que escreve Igaroçú, outros escrevem Iguaroçú ou Hyguarassú. Por Aramama escrevem hoje Guaramáma. [Páginas 323 e 324 do pdf]
21 - Capítulo XXIV - Não podemos deixar de fazer reparo, em que se escreva aqui Tapocuru o nome, que no capítulo seguinte se imprime Itapocuru; devendo ser Itapocurú, nome do rio, a que os primeiros exploradores chamaram de São Jerônimo, como se deduz do mapa de João Ruysch, que acompanha a edição de Ptolomeu, de Roma (em 1508), e igualmente de Lazaro Luiz (em 1563), que pertence á Academia, e do de Fernão Vaz Dourado (em 1571), existente no Real Archivo da Torre do Tombo. [p. 326]
Conclusão
Em resumo estabelecemos que Gabriel Soares de Souza passou ao Brasil, logo que elrei D. Sebastião subiu ao trono, e que tendo residido 17 anos neste Estado escreveu muitos apontamentos, e depois voltou á Europa, e foi a Madrid requerer. Nesta capital do império hispânico arranjou de todo a sua obra, e no 1o. de março de 1587 a ofereceu a D. Chistovam de Moura. - Apenas não tinham passado dez anos quando a viu ainda com o nome do autor (que depois veio a perder-se) e dela copiou Pero de Mariz para os seus Dialogos de Varia História. [p. 424]
Notícias pra a História e Geografia das nações ultramarinas Data: 01/01/1836 Página 320 do pdf
ID: 13305
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (11): 01/01/1508 - *Geographia de Ptolomeu 01/01/1557 - *Gabriel Soares de Sousa chegou ao Brasil / Primo do "Caçador de Eldorado (1557 ou 1569?) 01/01/1563 - *Atlas de Lazaro Luiz 01/01/1571 - *Mapa de Fernando Vaz Dourado 01/01/1589 - *Impressa a Dedicatória de Gabriel Soares de Souza a D. Christovam de Moura 01/01/1594 - *Diálogos de varia historia, 1° edição. Autor: Pedro Mariz 01/01/1597 - *Diálogos de varia historia, 2° edição. Autor: Pedro Mariz 01/01/1616 - *World map (planiglob), by Gerardus Mercator, 1569, published by Petrus Bertius, Amsterdam, 1616, rare collectible piece 01/01/1619 - *Mapa 01/01/1741 - *Biblioteca Lusitana ou Bibliotheca Lusitana, de Diogo Barbosa Machado. Publicada entre 1741 e 1759 01/01/1749 - *Annaes Históricos do Maranhão, Bernardo Pereira de Perredo EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.