“História e Historiografia de Votorantim”, 2008. Márcia Maria Fogaça de Oliveira; Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Sorocaba, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Educação. Orientador: Prof. Dr. José Luis Sanfelice - 01/01/2008
“História e Historiografia de Votorantim”, 2008. Márcia Maria Fogaça de Oliveira; Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Sorocaba, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Educação. Orientador: Prof. Dr. José Luis Sanfelice
2008 Atualizado em 23/10/2025 17:29:24
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CAPÍTULO 1. HISTÓRIA “OFICIAL” DE VOTORANTIM1.1. Primeiros “tempos”: o distrito sorocabano1.1.1. A ocupação dos bandeirantesHá grande valorização dos bandeirantes, nas obras do historiador Aluísio deAlmeida, que os retrata como símbolo de força e bravura, e ressalta as dificuldadesenfrentadas em sua trajetória pelo nosso país. Diz Aluísio em seu livro “3 séculos dehistória”:Ele bem conhecia de fama as dificuldades da subida da serra do Mar.Chegou a São Paulo de canoa, de rede, a pé nos piores pedaços, e, senão era obeso, a cavalo, já no campo.[...] Dom Francisco de Souza plantouo pelourinho, sinal de vida independente, do primeiro povoadosorocabano.(2002:17-18)Segundo o autor, os bandeirantes são considerados como fundadores edesbravadores, atribuindo-lhes o historiador certas situações devidas à intervençãoda Divina Providência. Defende, também, a importância do povo português, dos reise dos próprios bandeirantes, na defesa de tão vasto território. A abordagem historiográfica de Aluísio de Almeida faz referência aos cicloseconômicos, inicialmente reforçando a relevância dos bandeirantes e, depois, aosciclos de muares. “Mas a riqueza maior de Sorocaba era mesmo o comércio”(ALMEIDA, 1969: 82). O autor faz alusão à construção da primeira capela sorocabanapor Baltazar Fernandes, em 1667, e a segunda capela, Nossa Senhora daConceição, patrimônio do Bandeirante Braz Tevês, em 1747. Cita a Capela daPenha, reconstruída em 1724 por Timóteo de Oliveira, existente ainda hoje na serrade São Francisco.Kleber Araújo Martins também atribui uma grande relevância histórica aosbandeirantes: foram os tupis-guaranis que ocuparam, antes do descobrimento, alocalidade próxima a Araçoiaba e à Serra de São de Francisco, às margens do rioque hoje se denomina Sorocaba. Porém, em 1589, chegaram, procurando ouro, osportugueses Afonso Sardinha e seu filho Clemente Álvares, técnico em minas. EmAraçoiaba, encontram o minério de ferro que, mais tarde, deu origem às Forjas de Ipanema, depois Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema.Assim, são considerados fundadores da região os Bandeirantes, responsáveispelo alargamento das fronteiras e, também, pelo desenvolvimento local, o que seconfigura contribuição importante para a história da região, tendo sido vários osbandeirantes que ali se estabeleceram, vindos de São Paulo e da Parnaíba,fundando diversos povoados, como consta na pesquisa do mesmo autor.No chamado Rio Grande na Barra do Sarapu, ou seja, Rio Sorocaba, fixou-seBraz Tevês, enquanto Paschoal Moreira Cabral preferiu a Serra de São Francisco e,em 1679, construiu a “Capela Nossa Senhora del Popolo de Itapeva”.Baltazar Fernandes escolheu assentar-se próximo ao Lageado, no morro deAraçoiaba. Também construiu uma capela, dedicada à Nossa Senhora da Ponte,atual Igreja de São Bento. “Estava fundado, assim, um povoamento ao qual BaltazarFernandes deu o nome de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba”, diz AraújoMartins (2000:20).Sorocaba tornou-se vila, com o nome de Vila de Nossa Senhora da Ponte,conforme pedido de Baltazar Fernandes ao Governador Geral Salvador Corrêa deSá e Benevides, tendo sido elevada à cidade em 1842. Eis um pouco da importânciade sua história:Sorocaba, fundada por bandeirantes, foi o local de onde partiram inúmerasbandeiras que, em busca de ouro e de índios para o trabalho escravo, foramdesbravando e incorporando, ao território colonial, vastas extensões deterras e riqueza incalculável. Paschoal Moreira Cabral, juntamente comoutros sorocabanos, desbravou o sul do país, avançando, depois, para o suldo Mato Grosso. Montou, em Campos de Vacaria, um entreposto paracomerciar com os espanhóis, daí se originando expedições para a selvaamazônica.Em 1715, o filho deste Paschoal Moreira Cabral, que levava o mesmo nomedo pai e havia nascido na Fazenda São Francisco, que hoje faz parte doterritório de Votorantim, rumou para o Mato Grosso, encabeçando umagrande bandeira e fez a descoberta de rica jazida de ouro em Caxipó.Essa descoberta deu origem a um povoamento que viria a ser a cidade deCuiabá, hoje capital daquele Estado. Assim, em 1719, aquela cidade foifundada por um "votorantinense".(...) maior importância reside no fato de terem expandido o territórioocupado pelos portugueses além daquele limite estipulado pelo Tratado deTordesilhas. Firmado entre Portugal e Espanha em 1494 (antes, portanto,do descobrimento oficial) o Tratado estabelecia um meridiano como linhademarcatória das terras que pertenceriam a cada um daqueles países, nocaso de virem a ser descobertas. Se obedecido aquele Tratado, o Brasilhoje teria somente uma quarta parte de sua extensão territorial, uma nesgade terra, apenas, que se estenderia, aproximadamente, do Estado do Pará(cortando a ilha do Marajó) até pouco abaixo de Laguna, no Estado deSanta Catarina. Os bandeirantes, sorocabanos e até votorantinenses,intencionalmente ou não, fizeram letra morta daquele tratado e nos legaram um país de dimensão continental. A última bandeira de que se tem notíciaocorreu por volta de 1728. (ARAÚJO MARTINS, 2000:20-22)Araújo Martins ressalta que as bandeiras perderam relevância histórica com onascimento e crescimento de novo ciclo econômico: as feiras de muares. Tudo teriacomeçado de forma simples, com a passagem pela vila, em 1773, da primeira tropade muares. A terra batida e as poucas estradas dificultavam o transporte demercadorias que era realizado por carro de boi, para trechos curtos. O grosso dotransporte de mercadorias era feito "em lombo de burro", animal bastante resistente,capaz de equilibrar-se nos caminhos estreitos e, por esse motivo, as tropas deburros foram o principal meio de transporte de mercadorias entre o Brasil Colônia eo Império Independente, deixando de existir apenas quando se construíram asprimeiras vias férreas.Em função das feiras, houve grande aumento da população na regiãosorocabana-votorantinense, com a consequente diversificação das atividades decomércio e das indústrias caseiras, o que fez com que crescesse a mão-de-obraespecializada nessas indústrias, estimulando o surgimento das primeiras tentativasfabris.No entanto, no final do século XIX, com o funcionamento das primeiras linhasférreas, o tropeirismo entrou em processo de extinção. Em 1875, resultando doesforço conjunto de Luís Matheus Mailasky e de líderes sorocabanos, inaugurou-sea Estrada de Ferro Sorocabana, que seria de essencial utilidade para a região.Votorantim, por sua vez, foi fundada em 1654, por Bandeirantes, como parte deSorocaba: seus primeiros moradores Braz Tevês e Paschoal Moreira Cabralconstruíram sua casa-grande no Itapeva, iniciando o plantio de cana-de-açúcar e oconsequente uso de moenda. A fazenda, que recebeu o nome de São Francisco, foiadquirida por Manoel Fabiano de Madureira, por volta de 1750; seu descendente,Balduíno Moreira de Almeida, vendeu- a em 1890, ao Banco União de São Paulo. Santos Júnior também atribui grande relevância histórica aos Bandeirantes,por ele vistos como responsáveis pela fundação dessa localidade. Segundo ele,Sorocaba foi fundada em 1654, pelo capitão Baltazar Fernandes, vindo deSantana do Parnaíba com a família, (sic) poderíamos também dizer, queVotorantim fazia parte da” terra rasgada”, e o bandeirante pode serconsiderado nosso fundador.(2004:26)[Páginas 15 e 16 e 17]
“Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX” Data: 01/01/1886 Página 352
ID: 12770
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (1): 01/01/1589 - *Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.