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Annaes da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, 1885-1886, vol. XIII
    1889
    Atualizado em 24/10/2025 04:15:42

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70parecerás forças humanas; porem estando huns e outros mettidos no furor do combate, Manoel Coitinho, homem pardo, Affonso Martins Diabo, e outros valentes soldados Portuguezes, subindo por huma parte que parecia inaccessivel, entrarão o castello, e occuparão repentinamente a polvora do inimigo.

Descorçoados os Francezes com a perda da polvora, e com o inopinado atrevimento dos Portuguezes, desempararão o castello à meia noite com todas as maquinas de guerra que nelle havia, recolherão-se ás suas náus, e parte delles em ellas se tornarão pera sua terra, outros ficarão com os Tamoyos que este é o nome daquelle Gentio /, assim pera restaurar a guerra, e a opinião perdida, como pera exercitar a mercancia com elles, de que tiravão muito proveito.

Alcançada tam illustre victoria desfez o Governador o forte, por não poder deixar gente que o defendesse, e povoasse a terra, por lhe haverem morta muita gente neste combate, e mandou seu sobrinho Estacio de Sá em a náu que havia tomado aos Francezes com o aviso do successo á Raynha Donna Catharina.

CAPITULO NONO

De como o Governador tornou do Rio de Janeiro pera a Bahia, e o successo que teve huma náu da India, que a ellaarribou


O Governador se tornou do Rio de Janeiro pera a Bahia, e chegou a ella em o mez de Junho do mesmo anno de mil quinhentos e sessenta, onde con- tinou com o governo da terra, na qual era tam necessaria a sua assistencia, e presença, que algumas poucas vezes, que ia ver um engenho que fez em Sergipe, ia de noite, e deixava hum pagem na escada, que dissesse que estava occupado a quem por elle perguntasse, o qual não mentia, porque onde quer que estava se occupava, e isto fazia para que a noticia da sua absencia não fosse occasião de alguma desordem, e assim, ainda que o engenho distava desta cidade oito legoas, fazia la mui pouca detença.

Neste anno de 1560 arribou a esta Bahia a náu S. Paulo, como já outra vez havia arribado em tempo do Governador Dom Duarte da Costa, posto que então vinha em ella por Capitão Antonio Fernandes, como dissemos em o Capitulo Quarto deste Livro, e desta vez vinha Ruy de Mello da Camara, o qual vendo que pera invernar aqui havião de gastar sete ou oito mezes, e que a agoa e guzano corrompem brevemente a madeira das náus, ajuntando-se com os Pilotos, e da terra, diante do Governador pra- ticarão se haveria ainda tempo pera seguirem viagem, e ir invernar á India? e de commum parecer assentarão que sim, se partissem daqui em Setembro, e fossem por muita altura buscar a ilha de Sumatra, pera della em Fevereiro voltarem [p. 70]

Capítulo 24 - Da jornada, que Gabriel Soares de Souza fazia ás minas do sertão, que a morte lhe atalhou

Era Gabriel Soares de Souza um homem nobre dos que ficaram casados nesta Bahia, da companhia de Francisco Barreto quando ia á conquista de Menopotapa, de quem tratei no Capítulo 13 do Livro III. Este teve um irmão, que andou pelo sertão do Brasil três anos, donde trouxe algumas amostras de ouro, prata, e pedras preciosas, com que não chegou por morrer á tornada, 100 léguas desta Bahia, mas enviou-as a seu irmão, que com elas se foi depois de passados alguns anos á Côrte, e nela gastou outros muitos em seus requerimentos, até que El Rey o despachou, e se partiu de Lisboa em uma urca flamenga chamada Griffo Dourado a 7 de abril de 1590 com 360 homens, e quatro religiosos carmelitas, um dos quais era Frei Hyeronimo de Canavazes, que depois foi seu Provincial.

Avistaram a costa em 15 de junho, e por não conhecerem a paragem, que era a enseada de Vasabarris, lançaram ferro, mas era tão forte o vento Sul, e correm ali tanto as águas, que se quebraram duas amarras, e querendo entrar por conselho de um francês chamado Honorato, que veio á terra com dois índios e uma jangada, e lhes facilitou a entrada, tocou a nau e deu tantas pancadas, que lhe saltou o leme fóra, e arrombou, pelo que alguns se lançaram a nadar, e se afogaram em as ondas; os mais saíram em uma setia, que lhes mandou Thomé da Rocha, Capitão de Cerigipe, e tiraram alguma fazenda sua, e de El Rey, a qual mandou Gabriel Soares de Souza traze a esta Bahia em a mesma setia com 12 soldados, de que veio por cabo Francisco Vieira, e por piloto Pero de Paiva, e Antonio Apêba, vindo ele por terra com os mais 5 companhias, de que fez capitães a Ruy Boto de Souza, Pedro da Cunha de Andrade, Gregorio Pinheiro, sobrinho do bispo D. Antonio Pinheiro, Lourenço Varella, e João Peres Galego. Fez também seu Mestre de Campo a Julião da Costa, e Sargento Maior a Julião Coelho.

Chegaram a esta cidade, e foram bem recebidos do Governador Dom Francisco de Souza, que lhe fez dar a execução as Provisões, que trazia de Sua Majestade para levar das aldeias dos Padres da Companhia 200 índios flecheiros, e os brancos que quisessem ir, com os quais se partiu para sua fazenda de Jaguaryppe, e ai reformou duas companhias, por Pero da Cunha, e Gregorio Pinheiro não querer ir na jornada, e deu uma a João Homem, filho de Gracia da Vila, outra a Francisco Zorrilha. Foram por capelães o cônego Jacome de Queiroz, e Manoel Alvares, que depois foi Vigário de Nossa Senhora do Socorro.

Partiam de Jaguaryppe, e chegaram á serra de Quarerú, que são 50 léguas, onde fizeram uma fortaleza de 60 palmos de vão com suas guaritas nos cantos, como El Rey mandava que se fizesse a cada 50 léguas.

Aqui fizeram os mineiros fundição de pedra de uma beta, que se achou na serra, e se tirou prata, mas o General a mandou serrar; e deixando ali 12 soldados com um Luiz Pinto Africano por Cabo deles, se foi com os mais outras 50 léguas, onde nasce o rio de Paraguassú, a fazer outra fortaleza, na qual por as águas serem ruins, e os mantimentos piores, que eram cobras, e lagartos, adoeceram muitos, e entre eles o mesmo Gabriel Soares, que morreu em poucos dias no mesmo lugar, pouco mais ou menos, onde seu irmão havia falecido.

Foi sepultado na fortaleza, que fazia, com muito sentimento dos seus, e dela se vieram para primeira, que tinha melhores ares, e águas, donde avisou o Mestre de Campo Julião da Costa ao Governador Dom Francisco de Souza do que havia sucedido, e ele os mandou recolher a esta cidade.

Vieram pela cachoeira, donde os foi Diogo Lopes Ulhoa buscar, e depois de os ter nos seus engenhos oito dias mui regalados, os mandou nas suas barcas ao Governador, que os não recebeu, e proveu com menos liberalidade, gastando com eles de sua fazenda mais dois mil cruzados.

O intento que Gabriel Soares levava nesta jornada era chegar ao Rio de São Francisco, e depois por ele até a Lagoa Dourada, donde dizem que tem seu nascimento, e para isto levava por guia um índio por nome Guaracy, que quer dizer Sol, o qual também se lhe pôs, e morreu no caminho, ficando de todo as minas obscuras, até que Deus verdadeiro Sol queira manifesta-las.

Os ossos de Gabriel Soares mandou seu sobrinho Bernardo Ribeiro buscar, e estão sepultados em São Bento com um título na sepultura que declarou em seu testamento pusesse, e o título é:

Aqui jaz um pecador. [p. 148, 149]



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Annaes da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, 1885-1886, vol. XIII
Data: 01/01/1889
Página 148


ID: 12918


Annaes da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, 1885-1886, vol. XIII
Data: 01/01/1889
Página 149


ID: 12919



ME|NCIONADOS Registros mencionados (4):
30/08/1584 - Gabriel Soares de fato embarcara para a corte em fins de agosto de 1584, imediatamente após a carta do reitor do Colégio ter sido enviada a Lisboa
01/01/1590 - Nova expedição com 50 homens*
07/04/1590 - Partida
15/06/1590 - Avistaram a costa
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.