'O aldeamento jesuítico do MBoy: administração temporal (séc. XVII-XVIII) - 01/01/2018 Wildcard SSL Certificates
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O aldeamento jesuítico do MBoy: administração temporal (séc. XVII-XVIII)
    2018
    Atualizado em 23/10/2025 17:17:25

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ligados à política, turismo e cultura. Assim, nasceu uma série de livros cujas publicaçõesforam patrocinadas pela prefeitura do recém-emancipado município.2A pesquisa de Moacyr Jordão, apesar de não seguir padrões acadêmicos aodemonstrar-se parcial e nitidamente comprometido com a criação de uma memória e cultura,que a valoriza excessivamente em detrimento de uma história mais factível, foi reeditadavárias vezes e, ainda na atualidade, é referência e ponto de partida para qualquer indivíduoque se interesse pela história da cidade ou do monumento Igreja de Nossa Senhora doRosário.Apesar do valor que a obra de Jordão possui, pelo esforço e dados ali reunidos, paraque avancemos no debate, observações se fazem necessárias visando à superação de questõesque ainda persistem e influenciam a atual historiografia.3 Assim sendo, nossa principal críticaao trabalho do autor, deve-se ao fato de ele defender que o aldeamento de Mboy teria suaorigem no desdobramento de um empreendimento jesuítico anterior, o de Maniçoba, açãomissionária criada pelo padre Manuel da Nóbrega, em 1553, a 35 léguas de Piratininga (SãoPaulo). Deste modo, para o autor, a fundação de Mboy era compreendida como umacontinuidade de Maniçoba, ocorrendo quase que simultaneamente à fundação do Colégio deSão Paulo de Piratininga em 1554. [O aldeamento jesuítico do MBoy: administração temporal (séc. XVII-XVIII), 2018. Angélica Brito da Silva. Página 28]

Com o fracasso do aldeamento, os índios teriam sido trazidos para mais próximo deSão Paulo e, sem evidências documentais, o autor afirma que eles foram colocados em umlocal chamado Bohi, um dos inúmeros modos de grafar o que seria a então região de Mboy.4No entanto tal inferência não possui, até o momento, nenhum esteio documental que afundamente. De acordo com Sérgio Buarque,

“Não é certamente das mais antigas essa aldeia, que só vimos mencionadasem documentos do século XVII. Na preciosa coleção dos Inventários eTestamentos, publicada pelo Arquivo do Estado de São Paulo, achamos pelaprimeira vez referência aos “campos de Boy” em um documento de 1615.”5

Durante o século XVI, os jesuítas realmente criaram diversos núcleos ao redor dePiratininga, na tentativa de fixar os indígenas das primeiras missões, cujas aldeias tinhamcaráter flutuante. Tais concentrações, naquele momento, eram muito incipientes e osmissionários em pouquíssimo número. Estamos falando de um contexto históricoextremamente instável: os jesuítas haviam acabado de chegar a São Vicente (1553) e, no anoseguinte, estavam no processo de implantação de um colégio, no planalto de Piratininga, queserviria de base para a missão.4 A região de Mboy compreende o perímetro por onde corre o rio Mboy-mirim, que percorre os atuaismunicípios de Embu das Artes, Itapecerica da Serra e São Paulo. Durante a pesquisa, o registro mais antigo quelocalizamos, em que o topônimo Mboy aparece, é o inventário de Martin Rodrigues Tenório, sogro do fundidorde ferro Cornélio Arzão, que possuía datas de terra na região antes de 1612. Cf. 1612. Inventário de MartinRodrigues. In: Inventários e testamentos. Publicação Official do Archivo do Estado de São Paulo. São Paulo:Typographia Piratininga, 1920, Vol.2, p.3-76. É importante destacar que, passando a região de Santo Amaro eItapecerica da Serra, existe a cidade de Embu-Guaçu (Mboy-Guaçu), dessa forma, eventualmente, Mboy poderiadesignar uma área bem maior, compreendendo os dois rios existentes na região: Mboy-Guaçu e Mboy-Mirim.5 HOLANDA, Sérgio Buarque de. Capelas Antigas de São Paulo. Revista do SPHAN. Rio de Janeiro, 1941, nº5, p. 113. [Página 29]Nesse primeiro momento, de acordo com Serafim Leite, os inacianos criam algunsnúcleos, muitos deles de existência efêmera, como a aldeia de Maniçoba, que duroupouquíssimo tempo, a aldeia denominada Mairanhaia à qual há uma vaga referência, e asaldeias de Geribatiba e Ibirapuera que, provavelmente por serem mais próximas ao planaltode Piratininga, tiveram continuidade.6 Em referência à Maniçoba, Pasquale Petrone afirma:“[...] sua duração foi curta e já em 1554, em carta de São Vicente, de fins demarço, Anchieta referia-se à aldeia lembrando que ‘Soubemos tambémagora que os Índios quase todos caíram em grave doença e a maior partemorreu na Aldeia de Maniçoba, e expulsaram os Irmãos da Companhiaocupados em ensinar os infiéis a doutrina de Cristo’.”7Com estes excertos queremos reforçar que, mesmo que parte destes índios tenhamsobrevivido e (talvez) tenham sido trazidos ao planalto pelos jesuítas, nada garante que elestenham sido colocados na região de Mboy, e esse mesmo núcleo indígena tenha desenvolvidouma noção de identidade e formado uma comunidade coesa que se manteria agregada aolongo dos séculos XVI e XVII, período em que teria se iniciado de fato o processo deformação desse aldeamento.Ainda tentando comprovar sua linha de argumentação, Jordão cita outro documentoque comprovaria a antiguidade do aldeamento, mas cuja interpretação é desprovida dequalquer contextualização dos diversos processos históricos que ali estão implícitos e seriamnecessários para sua análise. Cita, por exemplo, a vereação da Câmara de 1611 na qual é6 LEITE, Antônio Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. Lisboa: Livraria Portugalia; Rio deJaneiro: Civilização Brasileira, 1938, Tomo I, p. 301-302.7 PETRONE, Pasquale. Aldeamentos paulistas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995, p. 111. [Página 30]

mencionada a necessidade de se separar alguns grupos indígenas, em decorrência de um conflito ocorrido no período entre jesuítas e colonos. Diz ele que:

“[...] da Ata da Câmara da Vila de S. Paulo, do ajuntamento de 15 de agôsto de 1611, em que o povo dizia ‘que com o gentio Carijó estavam moradores índios dos nossos aqui naturais, os quais são da aldeia dos Reis Magos’, requerendo que ‘os apartasse cada um em sua aldeia e que os padres se entendessem sòmente com os carijós que eles desceram e não com os carijós que vieram antes dos padres irem ao sertão’, tivemos a certeza de que essaAldeia dos Reis Magos referida se tratava da própria Aldeia de M’Boy.

Em primeiro lugar, porque não havia Aldeia dos Reis Magos nas imediações de Piratininga; a única que se fundara com essa denominação localizava-se na Capitania do Espírito Santo. Em segundo, porque a designação da Aldeia de M’Boy por esse nome se prendia à semelhança da sua igreja com o templo religioso da referida Aldeia da Capitania vizinha, fato quepodemos hoje explicar, combinando a tradição oral corrente no Embu, com a existência de uma antiga ‘sinagoga’ nas imediações [...]. Eis, portanto, a ‘sinagoga’ que nada mais era senão a torre da antiga igreja do Embu que, por sua semelhança com a igreja da Aldeia dos Reis Magos do Espírito Santo, era aqui também designada pelo mesmo nome, como se viuna aludida Ata.”8

A afirmação de Jordão de que o aldeamento existia em 1611 com um “apelido” deReis Magos9, em decorrência da semelhança entre as igrejas dos dois aldeamentos, por si só éinviável. A inauguração e, consequentemente, conclusão da igreja dos Reis Magos situada no8 JORDÃO, Moacyr de Faria. O Embu na história de São Paulo. Publicação Patrocinada pela PrefeituraMunicipal de Embu. 2ª edição revista e aumentada, 1964, p. 28-29 e 55. Grifo nosso.9 De acordo com Serafim Leite, a aldeia dos Reis Magos já existiria em 1580, no entanto, somente no catálogode 1598 ela aparece como residência fixa. Cf. LEITE, Antônio Serafim. História da Companhia de Jesus noBrasil. Lisboa: Livraria Portugalia; Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1938, Tomo I, p. 243. [O aldeamento jesuítico do MBoy: administração temporal (séc. XVII-XVIII), 2018. Angélica Brito da Silva. Página 31]



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O aldeamento jesuítico do MBoy: administração temporal (séc. XVII-XVIII)
Data: 01/01/2018
Créditos/Fonte: Angélica Brito da Silva
Página 28


ID: 12329


Parte da América Meridional
Data: 01/01/1773
Créditos/Fonte: Alexandre J. Montanha


ID: 12328


O aldeamento jesuítico do MBoy: administração temporal (séc. XVII-XVIII)
Data: 01/01/2018
Créditos/Fonte: Angélica Brito da Silva
Página 30


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O aldeamento jesuítico do MBoy: administração temporal (séc. XVII-XVIII)
Data: 01/01/2018
Créditos/Fonte: Angélica Brito da Silva
Página 31


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O aldeamento jesuítico do MBoy: administração temporal (séc. XVII-XVIII)
Data: 01/01/2018
Créditos/Fonte: Angélica Brito da Silva
Página 32


ID: 12326



ME|NCIONADOS Registros mencionados (5):
30/03/1554 - Anchieta*
18/07/1554 - “Fundada pelos jesuítas provavelmente em 18 de julho de 1554, a aldeia de Bohi, hoje Estância Turística de Embu das Artes”
12/10/1580 - Domingos Grou consegue a restituição de suas terras: São Miguel, então chamada aldeia de Ururaí, no sítio de Carapicuíba, foi doada aos índios de Pinheiros (6 léguas em quadro)
03/08/1611 - “não se levassem os índios das aldeias da vila e de seus termos para o mar, nem para boigy miry, nem para outra vila fora desta”
15/08/1611 - “que com o gentio Carijó estavam moradores índios dos nossos aqui naturais, os quais são da aldeia dos Reis Magos”
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.