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Revista do Arquivo Municipal de São Paulo CLXXVI. Prefeitura do Município de SP
    1969
    Atualizado em 31/10/2025 20:16:45

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Foi doado a este mosteiro no ano de 1811, na fundação do mesmo, pelo senhor Inácio Ferraz Leite Penteado e sua esposa dona Gertrudes de Camargo, como dote de sua filha, dona Maria dos Anjos, que foi uma das educandas, companheira das fundadoras, e filha espiritual do nosso amado e sempre venerado frei Antonio de Santana Galvão. O orgão começou a funcionar no mesmo dia em que pela primeira vez as recolhidas se reuniram no côro em presença do frei Galvão, para entoarem "Te Deum", em ação de graças pelos muitos benefícios, isto a 25 de agosto de 1811. (Página 18)

Em vindo o ano de 1594, reuniram-se a 13 de fevereiro os oficiais da Câmara e outras pessoas da governança, lembrando o procurador a Afonso Sardinha "o recado do senhor capitão para estarem todos prestes a guerra". Ao procurador parecia que tendo Afonso Sardinha "ordem para vigiar os índios", não fora isso necessário por não se haver "apresentado gente do sertão", convinde agora fazê-lo "indo vinte homens brancos a ver o que se passava até o Pirapitinguí" partindo outros a "vigiarem até Sabauna".

Nessa incerteza em que andavam desde que em 1592 fôra Afonso Sardinha nomeado capitão da gente da vila, ora aprontando-se para partirem desde logo; ora aguardando que o capitão mór os viesse acompanhar na entrada contra os índios do sertão do Mogí, ora a indagar se receberiam auxílio dos de Santos e de São Vicente ou se o pediriam aos do Rio de Janeiro, reuniram-se mais uma vez a 22 de maio de 1595 aqueles angustiados moradores da vila de São Paulo de Piratininga.

Alí estavam na Câmara juízes e vereadores e o procurador do Concelho, com o capitão Afonso Sardinha à frente, e alguns homens da governança da terra e outros moradores. Queriam saber se era bem requererem ao capitão mór Jorge Correia, também presente, que "se fizesse guerra com brevidade" e se conveniente seria impedirem a ida de uma canoa que o mesmo capitão queria enviar ao Rio de Janeiro, tendo em vista "a dilação" que daí proviria, pela distância que os separava. E que se os moradores de Santos e de São Vicente não quisessem vir, que Jorge Correia acompanhasse o povo de São Paulo ao qual se juntariam os moradores de Itanhaém e índios da terra.

Houve o capitão mór de prometer que "com brevidade faria a dita guerra e não levaria mão dela e nem sairia da vila", mas desejava, para garantia e "satisfação de seu cargo e ofício", dessem-lhe um documento de todo o combinado. Concordaram os oficiais da Câmara, assinando eles e mais Afonso Sardinha.

Não consignam os documentos ou sejam as atas da Câmara, quando e quais as peripécias dessa entrada dos paulistas, ocasião em que teriam desbaratado o índio que os ameaçava e lhes roubava principalmente a tranquilidade. Consta da patente passada por dom Francisco de Souza a favor de Sebastião de Freitas, armado cavaleiro, que acompanhara no ano de 1594,

"ao capitão Jorge Correia ao sertão desta capitania a dar guerra ao gentio inimigo... vindo a esta vila de São Paulo a dar-lhe guerra e pô-lo em cêrco".[p. 607, 608]

A 5 de fevereiro de 1595 reunia-se a Câmara para que tratassem "das coisas pertencentes ao bem comum e principalmente sobre um mandado do provedor Pero Cubas em que manda apregar nesta vila que todos os moradores e estantes desta vila fossem ou mandassem levar todas as peças índios e índias e escravos desta guerra de Bougi e de outras guerra e entradas...".

(...) Deixando o cargo de vereador ficava livre, mais uma vez, Afonso Sardinha para ocupar -se todo, de seus grandes negócios.Muitos anos antes iniciara- se no comércio de múltiplos artigos, quer produzidos na sua fazenda, quer importados. Assim é que do tes:tamento que fizera antes de partir para a guerra declarara que ocapitão Jorge Correia devia-lhe, além de um empréstimo de 10 cruzados, outros 50 provenientes de cincoenta caixas de marme lada e de quarenta alqueires de farinha, que " êle levou a seu cunhado Francisco Rodrigues" . Devia-lhe mais o capitão, quarenta e seis alqueires de farinha, pedidos por intermédio de João Rodrigues, quando do assalto dos piratas inglêses, e mais cinco cargas de vinte e três alqueires, “ que levou seu compadre Francisco Domingues”.

Do mesmo testamento consta que negociava em sal, um dos produtos mais estimados e raros na época, figurando como seu devedor António Raposo, de 10 cruzados e “mais o resto do sal que lhe vendí”.

De Buenos Aires recebia lãs e peles, por inter médio de António Rodrigues de Barros, parte dos quais pagava com a remessa “de um moço que já embarquei declara no testamento por ele me mandar pedir dois homens do tupí, os quais eu mando nas primeiras embarcações”. Ainda em contrapartida exportava para o mesmo destino a marmelada de sua produção.

Dêsse mesmo correspondente recebia rendas, papel, medicamentos e bainhas de facas fabricadas na Alemanha. Mas, a importação de escravos da África era o seu maior comércio. É certo que já antes de 1592, como declara no testamento desse ano ( 101 ) , fazia o tráfico com Angola, por intermédio de seu sobrinho Gregório Francisco, com quem estabelecera sociedade.

Em 1597, acompanhado pelo filho e com a colaboração de Clemente Alvares, acharia a iniciaria a mineração de ouro de lavagem nas serras de Jaguamimbaba e Jaraguá, em São Paulo e na de Ivuturuna em Parnaíba. Daí o avolumar-se sua opulência.

Em busca do metal aurífero haviam -se internado os sertanistas, indo até Araçoiaba onde encontraram , apenas, o minério de ferro -magnético (magnetita ). No regresso, passando pelo morro do Jaraguá, descobriram os indícios do que andaram a procurar, as para a vila de São Paulo. Em Araçoiaba, no Vale das Furnas,no sopé e setentrional do morro, construiram o primeiro estabeleci mento de siderúrgia brasileiro, constituido por um rústico forno catalão e uma forja , para produção direta de ferro, “ característico da fase inicial da siderúrgia , em que o minério de ferro, geralmenteóxido, sem passar pela fase líquida, era direta e somente transfor mado em ferro maleável" , mediante aquecimento e redução conseguidos pelo carvão de lenha e a remoção da escória e a estruturação da barra por pancadas ( 103 ) . Mas preocupando - o aquela idéia que o não abandonava, de encontrar ouro , retirou- se do Morro do Ferro, ficando aquela primitiva usina metalúrgica entregue a um pequeno grupo de indivíduos, em boa parte elementos servís.

Anos depois, chegaria ao conhecimento de dom Francisco de Souza, sétimo governador geral do Brasil , por volta de 1598, a descoberta de pai e filho. Iniciava- se o século XVII com a chegada dêste à vila de São Paulo donde partia para Araçoiaba a ver as jazidas. Ia acompanhado de vistoso séquito, a visitar a fábrica dos Sardinhas, acompanhado pelo mais moço dêles. No ano anterior para lá enviara o perito Diogo Gonçalves Lasso, a fim de que examinasse os descobrimentos, tendo o técnico chegado a Piratininga a 13 de maio de 1598, na qualidade de Administrador das Minas e Capitão da vila . Era êle portador de um regimento que poste riormente lhe dera o Governador Geral, datado de 10 de setembro de 1601, onde determinava que não consentisse “ que pessoa algumapossa ir às minas já descobertas nem tratem de descobrir outras,salvo Afonso Sardinha o velho e Afonso Sardinha o moço, aos quais deixo ordem do que neste particular poderão fazer que vos mostrarão por serem os ditos descobridores e pessoas que bem o entendem” ( 04)evidenciando o prestígio que ambos desfrutavam junto ao poder governante.

Durante o ano de 1598, quando a tranquilidade fôra restabelecida e em fim podia Afonso Sardinha cuidar de seus interesses, seria ele, por duas vezes convocado aos “ ajuntamentos " levados a efeito na Casa do Concelho. Acorria o povo, a 8 de março a atender a provisão do Governador Geral, dom Francisco de Souza para que, com os moradores da vila de Santos, fossem fazer o caminho do mar, discutindo se o trabalho seria “ de mão comum " , se fintado o povo ou pagando a quem o desejasse. Doze dias após voltava Afonso Sardinha à Câmara, onde novamente tratavam do mesmo assunto e quando, a bem do povo, deliberaram sobre o quanto havia de custar a carne fresca do porco, que tabelaram a "quatorze réis o macho e a fêmea a doze réis e a de vaca fresca a duzentos réis a arroba", confirmando as posturas relativas ao gado e continuando proibida sua venda para Santos, sem licença da Câmara. A partir de então continuara ele afastado da administração da vila, só comparecendo aos ajuntamentos, quando a 25 de novembro de 1601, foi incluído no rol organizado para "se fazer um capitão, conforme ao regimento do senhor governador".

Por mais cinco anos permaneceria Sardinha na obscuridade, cuidando tão somente de seus negócios particulares. E, nesse mistér, viria a tentar, em 1606, sair em resgate a terra dos índios Carijós. Porém, na sessão da Câmara, de 9 de setembro, protestava o procurador Pero Correia, pedindo providências que embargassem a partida de Afonso Sardinha e de outro homem branco e seus escravos. Lembrassem que um enviado do antigo capitão Jerônimo Leitão, com propostas de paz, deles não retornara. Que se proibisse a entrada, evitando-se arriscar novas vidas. Acusava mais. Que o velho Sardinha recebera ultimamente uns chefes da tribo Carijó vindos a pedir pazes e a vassalagem do donatário, ocultando-os em sua morada, sem os apresentar à Câmara e nem mesmo ao capitão da terra, intentando fazê-los partir sem os mostrar. Viu-se satisfeito o procurador do Concelho, sendo Afonso Sardinha notificado para que, desde logo, sob pena de pagar a multa de "seis mil que o haviam condenado", exibisse, até às nove horas do dia imediato, os principais carijós do Paranapanema. [Páginas 610, 611 e 612 do pdf]

No ano seguinte veria Afonso Sardinha aumentada suas propriedades. Tendo requerido a Gaspar Conqueiro, capitão e ouvidor com alçada em São Vicente, loco tenente de Lopo de Souza, que como morador antigo da capitania, que em tudo servira a el-Rei e pronto estava para outra vez o fazer, desse-lhe "uns alagadiços e campos", situados ao longo do rio "Jerobatiba", de ambos os lados, onde tinha sua fazenda e um trapiche de açúcar, deferindo-lhe o ouvidor ao que pedia, mandando passar-lhe a respectiva carta em data de 3 de novembro de 1607. [Página 64]

Da consulta aos Inventários e Testamentos, à Genealogia Paulistana de Silva Leme, aos Apontamentos Históricos de Azevedo Marques, à Nobiliarquia de Pedro Taques, às obras de Américo de Moura e de Carvalho Franco, estão identificados os seguintes filhos do casal Manuel Fernandes Ramos e Suzana Dias, dos quinze filhos vivos em 1589:

1 - André Fernandes
2 - Balthazar Fernandes
3 - Domingos Fernandes
4 - Pedro Fernandes
5 - Custódia Dias
6 - Angela Fernandes
7 - Benta Dias
8 - Maria Machado
9 - Margarida Dias
10 - Catarina Dias
11 - Francisco Dias
12 - Paula Fernandes
13 - Agostinha Dias

Dessa maneira, embora não se sabia a idade exata de cada um deles, ficam identificado treze, dos quinze filhos a que se refere Suzana Dias em seu testamento datado de 1628, ditado na casa do Capitão André Fernandes e aberto em setembro de 1634 de Baltazar Fernandes Alvarenga, como testamenteiro de sua mãe, em Santa Ana de Parnaíba.
[p. 174]

Segundo Américo de Moura, Antônio Rodrigues teria o mesmo nome de seu pai, o que explica os dois nomes Antônio Rodrigues e Garcia Rodrigues em documentos diferentes, referindo-se à mesma pessoa. De qualquer maneira, Antônio Rodrigues estaria identificado como genro de Susana Dias, por uma ata de 17 de julho de 593, e que é empossado como almotacel e citado pelo escrivão Belchior da Costa como "genro de Suzana Dias".

Francisco Dias está perfeitamente identificado por uma ata de 17 de julho de 1593, a propósito de "bequos e covas destampadas", da seguinte maneira:

"... requeria a suas mercês os mandassem tapar e entupir, a saber, mandasse a Susana Dias que entupisse duas covas que estão na praça que seu filho Francisco Dias fez seu filho Francisco Dias fez e um bequo que esta junto com ela..." [p. 175]

Paula Fernandes é identificada, se bem que acompanhada de um ponto de interrogação, por Américo de Moura, que afirma ter sido casada antes de 1596, com Rafael de Oliveira, e falecida em 1614. O mesmo documento que citamos acima, datado 30 de junho de 1594, talvez identifique mais um filho de Manuel Fernandes Ramos e Susana Dias, de nome Manuel Dias Machado. Na carta de venda das casas de Antônio Rodrigues assinam como testemunhas seu cunhado Domingos Fernandes e um outro cunhado, Manuel Dias Machado, morador Rio de Janeiro. [p. 175]

A Sorocaba também se liga o nome dos Fernandes, pois a sua primeira capela foi erigida por Balthazar Fernandes dedicada a Nossa Senhora da Ponte. Sertanista como o pai e os irmãos, Balthazar Fernandes foi companheiro de seu irmão André em 1613 na expedição para o sertão goiano, e, como ele também foi para o Rio Grande do Sul de 1637 a 1639, trazendo de suas expedições, centenas de nativos.

Tornando-se extremamente rico, de acordo com seu inventário, foi proprietário de doze sesmarias em terras do então município de Parnaíba, ao qual pertenciam as terras que formariam posteriormente os municípios de Itu e Sorocaba. Com grandes plantações de algodão e trigo, tinha a seu serviço, mais de quatrocentos nativos. Em Parnaíba também se dedicou à fundição de ferro, onde tinha um engenho que foi sequestrado em 1645.

Casado em primeiras núpcias com a paraguaia Maria de Zunega, e com Izabel de Proença, em segundas, Balthazar Fernandes muda-se em 1654, com sua família e seus genros espanhóis André e Bartholomeu Zunega, para as imediações de Araçoiaba, região onde D. Francisco de Souza, governador geral das minas, desde 1600 tentara estabelecer uma povoação, sendo mesmo concedidas aí algumas sesmarias. Tal povoação não progrediu, e, com a morte de Francisco de Souza, em 1610, ficara abandonada. Aí, na paragem denominada "Sorocava", Balthazar Fernandes funda uma capela dedicada a Nossa Senhora da Ponte, da qual fará doação, a 4 de abril de 1660, aos padres do Patriarca São Bento, do mosteiro de Parnaíba.Com a mesma, ele faz doação de terras, doze escravizados, e cozinheira, doze vacas e um touro, etc., além da têrça de sua herança "depois que Nosso Senhor fôsse servido fazer dêle alguma coisa", conforme consta da escritura lavrada no Livro de Notas de Parnaíba, de 1660, transcrita na íntegra, por Azevedo Marques. A provisão que eleva a povoação à categoria de vila data de 3 de março de 1661, sendo Balthazar Fernandes e Pascoal Leite Paes nomeado juízes, André Zunega e Claudio Furquim vereadores, Domingos Garcia procurador, e escrivão da Câmara Francisco Sanches.

Cabe aqui um pequeno reparo à obra de Azevedo Marques, cujos méritos são indiscutíveis - cita, na íntegra, a provisão de 3 de março de 1661 que nomeia Balthazar Fernandes juiz de Sorocaba, na mesma provisão que a eleva à categoria de vila, e afirma que o mesmo Balthazar Fernandes faleceu em 1660, deixando doze filhos, no mesmo ano em que fez a doação das terras aos beneditinos. São detalhes sem muita importância quando se considera o conjunto do que se sabe sobre a vida dos Fernandes Povoadores, mas pequenas contradições que desnorteiam o leitor. Segundo Carvalho Franco, Balthazar Fernandes teria falecido antes de 1667, mas não dá uma data precisa. [Revista do Arquivo Municipal de São Paulo CLXXVI. Prefeitura do Município de SP, 1969. Páginas 180 e 181]

Capistrano de Abreu já ensinava que os paulistas começaram a descer o Tietê desde os primeiros tempos, provavelmente na primeira metade do século XVI, logo depois de 1532, quando a mando de Martim Afonso foi fundada Piratininga. Alguns subiram os afluentes do Tietê, “o Juqueri, o Jundiaí, o Piracicaba, o Sorocaba. Outros foram até o Paraná”, diz o mestre. [Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, 1969. Página 194]

O relatório dessa expedi ção descreve os dezenove dias de viagem cheios de aventuras. Tempos depois seguiu o mesmo percurso Dona Victoria de Sá, da família ilustre de Salvador Correa de Sá, com quem se casara Don Luiz de Xeria no Rio de Janeiro. Foi Dona Victoria de Sá a primeira brasileira branca a penetrar o sertão. Guiada por André Fernandes, sertanista, um dos fundadores de Parnaíba, chegou a Guaira, indo ao encontro do marido em Assunção.

André Fernandes voltou na canôa, com tripulação índia que o comandante de Guairá lhe forneceu. Pelo mapa feito então ( 1628 ), verifica-se que já era rotineira a navegação dos rios Sorocaba, Tietê e Paraná, tanto que Xeria encontrou na confluencia dos rios Paraná e Paranapanema diversos moradores entre os quais o pau lista Simão Mendes. [Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, 1969. Página 195]No ano seguinte veria Afonso Sardinha aumentadas suas propriedades. Tendo requerido a Gaspar Coqueiro, capitão e ouvidorcom alçada em São Vicente, loco tenente de Lopo de Souza, quecomo morador antigo da capitania, que em tudo servira a el-Rei epronto estava para outra vez o fazer, desse - lhe “ uns alagadiços ecampos " , situados ao longo do rio " Jerobatiba " , de ambos os lados,onde tinha sua fazenda e um trapiche de açúcar, deferindo- lhe oouvidor ao que pedia, mandando passar-lhe a respectiva carta em data de 3 de novembro de 1607 ( 109 ) . Por mais duas oportunidadesseria ainda lembrado para exercer o cargo de vereador. A primeirapara substituir Martins Rodrigues, que havia ido ao sertão, em setembro daquele ano, quando recebeu um voto ( 110 ) , e pela última vez, a 20 de maio de 1610 quando, por vinte e quatro votos foi eleito para substituir a Garcia Rodrigues, ausente da vila. Não estando na ocasião presente " o não obrigaram a tomar logo jura mento " ( 111 ) , o que não chegaria a ocorrer em razão do regresso do substituido.

Em 1615 devia Afonso Sardinha contar mais de oitenta anos de idade, pois contráira matrimônio em 1510 (o ano correto é 1550), isto é, sessenta e cinco anos antes, quando então não deveria ter menos de dezoito anos. Talvez julgando estar próximo o fim de seus dias, a 9 de julho fêz apresentar-se no mosteiro da Companhia de Jesus o tabelião da vila de São Paulo, para mais uma vez, lavrar seu testa mento, anulando aquele outro escrito vinte e três anos antes. quando partira para a guerra. Naquela igreja, “ diante do altar de Nossa Senhora da Graça, perante testemunhas, ele e Maria Gonçalves declararam:

" que davam e doavam à sua capela que está no Mosteiro da Companhia de Jesus do Padre Santo Inácio, de Nossa Senhora da Graça, que eles tinham feito era sua, porquanto não tinham herdeiros forçados nem naturais nem de legítimo matrimônio ( ... )

por isso constituiam e tinham constituido dita capela de N. Senhora da Graça e a ela movidos de sua pia devoção e para se mostrarem agradecidos a N. Senhora sua mãe pelas mercês que eles tinham recebido e para terem advogada em N. Senhora da Graça disse para todo e sempre de seu moto próprio de ambos juntos estando em seu perfeito juízo que N. Senhora lhe deu faziam uma voluntária doação e escritura em sua vida de ambos como de feitio fizeram de tôda a sua fazenda, movéis e de raiz, peças escravos da Guiné e da terra, terras, casas e gado, e da mais fazenda benfeitorias que possui am e tinham de seu nesta vila de São Paulo e todo o mais que em qualquer parte que estivesse e tivessem e se soubesse ser sua e por algum modo lhe pertencesse tirando o que tinham dado por dotes ou esmolas a saber quinhentas braças de terras que tinham dado a Pero da Silva (Marido de Luzia Sardinha, filha de Afonso Sardinha, o moço, de quem descende em linha reta o grande sertanejo Fernão Dias Falcão, um dos descobridores e capitão mór regente das minas de Cuiabá, de 1718 a 1730.) as quais lhe tinham prometido de dote de casamento , as quais correndo do ... de uma água dá para dentro do mato e por virtude desta lha damos de hoje por diante e tomaram posse delas e porquanto êles dito Afonso Sardinha e Maria Gonçalves não tinham herdeiros havendo tantos anos, faziam como de fato fizeram dita doação e escritura de toda a sua fazenda movéis e de raiz como dito é a sua Capela de N. Senhora da Graca , constituída por eles ditos doadores, na Igreja dos Padres da Companhia de Jesus e declararam eles ditos doadores Afonso Sardinha e Maria Gonçalves que como a Capela que eles tinham constituido estava na Igreja dos ditos Padres e haviam de ter cuidado da conservação e aumento dela êles ditos padres tomariam posse de tudo como sua e da dita fazenda fariam inventário e tomariam cuidado dela dispondo de tudo só para bem e aumento da dita Capela e poderiam vender, dare doar, descambar e trocar tudo ou parte de cada coisa para bem sòmente e proveito da capela e para ornar e aparamentar o altar de N. Senhora da Graça, seriam Administradores e senhores absolutos de tudo sem nenhuma pessoa lhes pedir conta de nada e que em caso que alienassem alguma coisa da dita fazenda em todoou em parte dela fósse somente para que a dita capela tivesse uma perpétua renda e de juros ou qualquer outro rendimento mais cômodo, conforme ao parecerdos ditos Padres e mais declaravam êles doadoresque querem e são contentes que em caso que pelo dis carço do tempo depois sua Capela estar bem provida ede todo o necessário de ornamentos e mais petrechospara o ornato do altar que os ditos padres da Companhia de Jesus apliquem a dita renda acima que já estáposta em Portugal como do que ao diante se fizer parao azeite do Santíssimo Sacramento do altar mór dadita igreja de S. Inácio ou para qualquer outra coisanecessária assim para a igreja e Altares dela como parao provimento da dita casa e Religiosos, visto serem êlestambém donatários e haverem de ter cuidado da ditaCapela , entendendo sempre ser tudo sem prejuízo da dita Capela, entendendo sempre ser tudo sem prejuízoda dita sua Capela e declararam mais os ditos Doadoresque já têm dado uma pouca de prata a saber duascruzes , um alampadario e castiçais de prata e um ornamento de damasco branco e tela e todo o mais que seachar para o serviço da dita Capela e Igreja de S. Inácio e disseram mais êles Doadores que querem e são contentes que eles ditos Padres da Companhia de Jesus tenham cuidado de toda a sua gente fôrros goaramins,como de outras nações e esteja tôda ela debaixo da ad ministração e doutrina dos ditos Padres como sua por assim entenderem convir para bem de suas conciências e mór liberdade dos ditos índios forros sem ninguém osinquietar nem pretender e de hoje por diante lho en tregam para a doutrinarem e encaminharam para o ca minho da sua salvação e administrar sacramentos, edeclaram mais êles ditos doadores que por esta sua liberal Doação em vista dêles ambos doadores anulam todos e quaisquer testamentos que tivessem feito e assen tamentos assim públicos como rasos e que só esta doaçãoe escritura querem que valha e tenha fôrça e por vir tude dela não tenham de que fazer testamento e de claram eles que desde agora para todo o sempre sedesa possam de tôda sua fazenda e se desa possam delas que os ditos Religiosos de hoje tomassem posse porquantoêles Doadores ....... se desa possam dela e queriam queêles ditos Religiosos tomassem posse em nome da ditaCapela, administrassem a dita fazenda e a regessem egovernassem , como sua de hoje em diante e só queriamêles Doadores gozar dos usos e frutos em sua vida deambos e de qualquer dêles em vida de cada um delesem sua vida os frutos da dita fazenda ficando a propriedade de Tôda ela à dita sua Capela e Padres daCompanhia de Jesus e que só as ditas quinhentas braçasde terras que tem dado a Pero da Silva tiradas da ditadoação as quais lhe dão do modo que a êles doadores possuem e declaram que eles tem dado umas casas na Vila de Santos a Gregório Fernandes ( 113) nosso sobrinho por boas obras que dêle têm recebido as quaislhe ficam sem prejudicar a esta doação por boa e valiosade hoje para todo o sempre em fé e testemunho da verdade, etc." ( 114 ) .[Página 613 do pdf]

Meses depois, repartida entre oitenta moradores da vila uma leva de carijós vindos do sul de São Paulo, trazida pelos bandei rantes, tocaram a Afonso Sardinha um índio por nome Senhô sua mulher Tobirí e um filho Caraibaguar e uma índia de nome Taborata. Como os demais beneficiados, devia ele declarar ter recebido os indígenas deixados por forros, conforme obrigações passadas do senhor Governador e os ocupar no benefício das minas, obrigando se, a todo o tempo, dar conta dêles. Dizendo que para tal os queria mas que “por ser muito velho e lhe tremer muito a mão ( ... ) o não podia assinar”, por ele subscreveu o ato o escrivão Belchior da Costa (115).

No ano seguinte desistia Afonso Sardinha ( 116 ) de herdar,no inventário do neto Pedro Sardinha, falecido no sertão em 1615,quando na bandeira de Lázaro da Costa . Estava já senil, perto dos noventa anos de idade, talvez nos últimos dias de uma longa existência , a maior parte dela dedicada aos interêsses dos republi canos da vila de São Paulo de Piratininga.“ Altivo, sagaz e inteligente ", como diz Nuto Santana ( 117 ) ,embora analfabeto, pois nem mesmo o nome chegara a aprender como escrevê- lo , fazendo- o através do sinal da cruz ( 118 ) , galgara ele os elevados postos de direção da vila, onde foi juiz ordinário,vereador, almotacó e capitão das gentes, amealhando largos cabedais no comércio, na lavoura, na indústria, na mineração e nos mais diversos ramos da atividade de então .Falecido Afonso Sardinha e sua mulher Maria Gonçalves se riam seus corpos sido levados à sepultura ao pé do altar de NossaSenhora, junto à capela que fizera construir na igreja dos padres de Santo Inácio, conforme declararam em ambos os testamentos .. Aquela igreja onde foi dita a primeira missa em Piratininga ,a 25 de janeiro de 1554. sofreria várias transformações, até a ex pulsão da Companhia de Jesus, pelo Marquês de Pombal em 1759 .A primitiva construção, feita de madeira e palha, substituidas por taipas e telhas, constava posteriormente de três corpos unidos entre si , mas para diferentes finalidades ; a igreja , que estava ao lado do sul, começada de paus rolicos cobertos de capim sempre aumen tada e melhorada até tornar - se um templo regular, o melhor deentão, mercê das muitas dádivas que lhe eram feitas, como as de Afonso Sardinha e sua mulher, de João Pires, de dona Leonor de Siqueira e de sua filha dona Ângela, de Fernão Dias Pais e outros.As duas outras partes eram o convento, onde habitavam os irmãos e o colégio onde aprendiam os índios e , mais tarde, os meninos davila. Destas últimas parte, uma junta à igreja, corria ao longo de escarpada rampa , por sobre o rio Tamanduateí, formando parte central e principal do prédio ; a outra formava uma ala de avanta . [p. 615 e 616]



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Revista do Arquivo Municipal de São Paulo
Data: 01/01/1969
Página 176


ID: 12852


Revista do Arquivo Municipal de São Paulo
Data: 01/01/1969
Página 180


ID: 12113


Revista do Arquivo Municipal de São Paulo
Data: 01/01/1969
Página 183


ID: 12112


Revista do Arquivo Municipal de São Paulo
Data: 01/01/1969
Página 194


ID: 12101


Revista do Arquivo Municipal de São Paulo
Data: 01/01/1969
Página 195


ID: 12102


Revista do Arquivo Municipal de São Paulo
Data: 01/01/1969
Página 196


ID: 12111


Revista do Arquivo Municipal de São Paulo
Data: 01/01/1969
Página 197


ID: 12103


Revista do Arquivo Municipal de São Paulo
Data: 01/01/1969
Página 200


ID: 12104



ME|NCIONADOS Registros mencionados (26):
01/12/1532 - Caminho da Serra*
01/01/1550 - *Casamento de Afonso Sardinha, "o Velho", e Maria Gonçalves (filha do Mestre Bartholomeu Gonçalves e Antônia Rodrigues, “a índia”)
02/04/1577 - Nascimento de Balthazar Fernandes
01/01/1589 - *Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas
02/05/1592 - Por patente entre a 2 de maio de 1592, foi entregue a Afonso Sardinha, em substituição a Jorge Correa, o lugar de capitão-mór, pois que a vila estava ameaçada pelo nativo
17/07/1593 - Requeria a suas mercês os mandassem tapar e entupir, a saber, mandasse a Susana Dias que entupisse duas covas que estão na praça que seu filho Francisco Dias fez seu filho Francisco Dias fez e um beco que esta junto com ela
13/02/1594 - Oficiais da Câmara e outras pessoas da governança, lembrando o procurador a Afonso Sardinha “o recado do senhor capitão para estarem todos prestes para a guerra". Ao procurador parecia que tendo Afonso Sardinha "ordem para vigiar os nativos”, não fora isso necessário por não se haver “apresentado gente do sertão”, convindo agora fazê-lo “indo vinte homens brancos a ver o que passava até oo Pirapitinguí” partindo outros a “vigiarem até Sabaúma”
10/06/1594 - Troca entre chãos que Garcia tinha recebido de seu pai e mãe falecidos, com outros de Antonio de Siqueira, morador de Santos
30/06/1594 - Antonio Rodrigues vendeu chãos defronte ao pelourinho a Marcos Sanches de Paredes (Manuel Ramos falecido)
05/02/1595 - Diogo de Lara assinou na Câmara
22/05/1595 - Aguardando que o capitão-mór os viesse acompanhar na entrada contra os nativos do sertão do Mogí, ora a indagar se receberiam auxílio dos de Santos e de São Vicente ou de pediriam aos do Rio de Janeiro, reuniram-se mais uma vez a 22 de maio de 1595 aqueles angustiados moradores da vila de São Paulo de Piratininga
01/01/1597 - *Tem minas de ouro de lavagem nas chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobrio no anno de 1597 o Paulista Afonso Sardinha, como fica referido
08/03/1598 - Acorria o povo a atender a provisão do Governador Geral, D. Francisco de Souza
20/03/1598 - Doze dias após Afonso Sardinha à Câmara, onde novamente tratavam do mesmo assunto e quando, a bem do povo, deliberaram sobre o quanto havia de custar a carne fresca do porco, que tabelaram a "quatorze réis o macho e a fêmea a doze réis e a da vaca fresca a duzentos réis a arroba", confirmando as posturas relativas ao gado e continuando proibida sua venda para Santos, sem licença da Câmara
10/09/1601 - Afonso Sardinha e seu filho Pedro fazem parte do regimento dado ao administrados das minas para que descobrisse as minas
25/11/1601 - sardinha
09/09/1606 - Oficiais da Câmara ainda reclamavam que Afonso Sardinha, o pai
01/09/1607 - Sardinha é eleito vereador*
03/11/1607 - Terras
01/01/1615 - *Fundição criada por Afonso Sardinha no morro Ipanema para de funcionar
09/07/1615 - Doação da Aldeia de Carapicuíba feita por Afonso Sardinha e sua mulher Maria Gonçalves
02/09/1634 - Falecimento de Suzana Dias
29/01/1636 - Balthazar Fernandes deixa o Uruguai com cerca de 400 escravizados*
01/01/1645 - *Tomada da fundição de Balthazar Fernandes e sua possível chegada a Sorocaba
01/12/1654 - Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados*
16/02/2023 - Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente?
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.