| Revista do Museu Paulista | | 1895 Atualizado em 29/11/2025 18:52:30
É só Knivet, quem descobriu serras cobertas de gelo no sertão do Brasil, e foi ele também o único que tem por dias viajado num rio subterrâneo sem encontrar outra dificuldade senão a do encontro fatal na saída do dito rio com nativos bravos, que a todos comeram á exceção de Knivet que nos relatou esta história. (Páginas 36 e 37)
Do lado oposto á bahia de Santos, á direita da Bocaina, existe um pequeno morro denominado "Ilha de Barnabé". Esse morro, entretanto, ha muitos anos que já deixou de ser ilha e ligou-se ao continente. Esse manguezal todo, vai desde a embocadura do rio Jurubatuba até o Monte Cabrão, na Bocaina do Bertioga, e por onde serpeiam os tortuosos canais do Sandy e do Diana, era quase todo mar; apenas na Bocaina da Bertioga, para um lado do canal surgiam á flor d´água algumas lages e recifes e nada mais; tudo era livre e vasto até o Jurubatuba.
Nas sesmarias concedidas a Braz Cubas por d. Anna Pimentel, a 3 de março de 1531 ha referências a essa ilha, que hoje se denomina Barnabé.Passemos a transcrever alguns tópicos: "... a qual terra (sesmaria) está na povoação de São Vicente (Santos ainda não existia nesse tempo) do dito sr. Martim Afonso e a dita terra poderá ser de grandura de duas léguas e meia, pouco mais ou menos, até três léguas por costa e por dentro quanto se puder estender, que for da conquista de El-Rey nosso Senhor e que está onde chamam Jarabatyba, assim que pelo braço de mar dentro e mais lhe fazemos doação
Estas terras de Braz Cubas segundo confrontações do referido documento, conforme se vê no mapa, eram duas e meia a três léguas de costa, desde a foz do Jurubatuba, até o outeiro Guanique, que neste tempo também era ilha, e que se acha á margem esquerda do Rio Cabaçú, no largo do Candinho, costeando as montanhas que ficavam sobre o mar.
Como em todo esse sertão oriental, compreendida esta sesmaria, que estava ainda nessa época infestada pela tribo indômita de Ururay, que se aliavam aos tamoyos no ódio e hostilidades aos portugueses, houve dificuldade em povoar e cultivar essa região, conforme declara o mesmo documento.
Antes de fundar a povoação do Porto de Santos era nessa Ilha Pequena, onde Braz Cubas e seu pai João Pires Cubas tinham uma pequena fazenda. Eis o que refere o trecho do documento do Traslado da Escritura de auto de posse dessa ilha e mais terras, passado em Lisboa a 10 de agosto de 1540:
"... ele capitão (Martim Afonso) lhes houve por demarcadas pelas demarcações já ditas e meteu logo posse delas realmente em feito, visto já a obra que na dita ilha tem de canaveais e mantimentos... e por ele dito Braz Cubas foi também pedido a ele capitão mandasse a mim tabelião que desse aqui a minha fé em como havia três anos que João Pires Cubas, seu pai, viera a esta terra com fazenda e gasto e aproveital-as, o que deixou de fazer por dita terra ser habitada por gentios nossos contrários e por esse respeito as não pudera nem podia aproveital-as... etc."
A data da Sesmaria de Pedro de Góes é de 24 de abril de 1537 e acha-se transcrita em diversas crônicas e monografias. Confrontava para o oriente, na serra de Taperovira com as ditas terras de Braz Cubas, pelo rio Jurubatuba; dai, costeava o lagamar até á ponta ocidental desta serra até o ponto hoje denominado Pedreira, e dali cortava em linha reta até a ilha do Caramacôacara (Casquerinho) onde o rio Cubatão tem um de suas barras; seguindo em direção à serra, costeando a ribeira do Ururay (hoje rio Mogy) até o vale e serra do mesmo nome, que está sobre o mar, e dai em direção a Piratininga, pelo caminho velho do Piassaguêra.
Em 1674 o Padre Lourenço Craveiro, reitor do Colégio dos Jesuítas de São Paulo, aos quais então pertenciam grande parte dessas sesmarias, fez algumas anotações á margem de uma destas escrituras, esclarecendo as denominações nativas primitivas, que já nesta época (1674) começavam a ser alteradas, confundindo portando os rumos das ditas sesmarias.
Ai vão transcritas algumas dessas notas:
"Esta parte da Serra de Paranapiacaba (Ururay) que está sobre o mar, é bem conhecida..." "Ponta do Ururay bem se sabe onde é, - é a quebrada da Serra".
"Ururay se chama aquela vala onde teve sítio o capitão Antonio de Aguiar Barriga, e a ribeira que ali corre é Ururay".
"Ilha de Caramacôara é a que está na carra do rio Cubatão".
"A Serra de Taperovira é o monte, ou montes ao pé dos quais vem o rio Jiribatyba, defronte de Santos". [Revista do Museu Paulista, 1895. Páginas 514 e 515]
Revista do Museu Paulista Data: 01/01/1895 Página 36 ID: 11957
Revista do Museu Paulista Data: 01/01/1895 Página 37 ID: 11956
Revista do Museu Paulista Data: 01/01/1895 Página 125 ID: 12324
Revista do Museu Paulista Data: 01/01/1895 Página 141 ID: 12313
Revista do Museu Paulista Data: 01/01/1895 Página 142 ID: 12314
Revista do Museu Paulista Data: 01/01/1895 Página 514 ID: 12524
Revista do Museu Paulista Data: 01/01/1895 Página 515 ID: 12521
Revista do Museu Paulista Data: 01/01/1895 Página 516 ID: 12522
Revista do Museu Paulista Data: 01/01/1895 Página 517 ID: 12523
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (2): 03/03/1531 - Concedidas terras a Bras Cubas “que for da conquista de El-Rey nosso Senhor e que está onde chamam Jarabatyba” 24/04/1537 - Sesmaria EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.  |
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