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Bandeirantes tinham origem judaica - folha.uol.com.br
    5 de setembro de 2004, domingo
    Atualizado em 31/10/2025 10:57:00

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Por Mario César Carvalho - Pesquisadora afirma que a Inquisição pode explicar a fúria das bandeiras de São Paulo contra os jesuítasBandeirantes tinham origem judaica

Os historiadores nunca primaram pelo equilíbrio ao retratar Antônio Raposo Tavares (1598-1658), um dos mais mitológicos bandeirantes. Ou era guindado ao céu como o "bandeirante magno, vulto formidável", segundo a descrição de Affonso Taunay, ou era jogado no inferno como assassino, herege e matador de padres.

A historiadora Anita Novinsky, professora de pós-graduação na USP, reuniu documentos encontrados em Portugal segundo os quais Raposo Tavares teria razões religiosas para queimar igrejas: sua madrasta, Maria da Costa, foi presa pela Inquisição em 1618 sob a acusação de "judaísmo" e só saiu do cárcere seis anos depois.

Em 1496, D. Manuel, rei de Portugal, decretou que os judeus deveriam ser expulsos do país. Só poderiam ficar os que aceitassem a conversão ao catolicismo, chamados de cristãos novos.

Raposo Tavares foi criado até os 18 anos na casa da madrasta, uma cristã nova que seguia a tradição religiosa como "uma judia fervorosa", na definição de Novinsky. A mãe de Raposo Tavares também era cristã nova.

"Há razões ideológicas na fúria dos bandeirantes contra a igreja. Ela representava a força que tinha destruído suas vidas e confiscado seus bens em Portugal", diz Novinsky, autora de oito livros sobre a Inquisição. Raposo Tavares matou jesuítas porque eles eram comissários da Inquisição na América, segundo a historiadora.

Os documentos serão debatidos no simpósio "O Legado dos Judeus para a Cidade de São Paulo", em novembro. O simpósio é promovido pelo Laboratório de Estudos sobre a Intolerância, da USP, e pelo clube A Hebraica.

Uma outra história

Segundo a nova perspectiva, Raposo Tavares e bandeirantes que atacavam igrejas podem ser vistos como "subversivos", desafiadores da hegemonia católica, na visão de Novinsky. Entre os bandeirantes, eram cristãos novos Raposo Tavares, Fernão Dias Paes e Brás Leme. Baltazar Fernandes, fundador de Sorocaba, matou com um tiro na cabeça o padre Diogo de Alfaro, que tinha sido enviado pela Inquisição para investigar os paulistas.

"A história do período colonial precisa ser reescrita", defende. Os novos documentos mudam as histórias das bandeiras e do Brasil, de acordo com a historiadora.

Os ataques das bandeiras às reduções, áreas em que os jesuítas agrupavam os índios para catequizá-los, ocorreram na primeira metade do século 17. O mais célebre dos ataques foi contra as reduções na região de Guairá, hoje território paraguaio, em 1628. Raposo Tavares teria saído de São Paulo com 900 brancos e 3.000 índios.

Foi nesse episódio que Raposo Tavares fez a sua confissão de judaísmo, na visão de Novinsky. Uma carta de Francisco Vasques Trujillo escrita em 1631 menciona que, ao ser questionado com que autoridade moral os paulistas atacavam os índios, ele responde que era com a autoridade "que lhes dava os livros de Moisés".

O saldo da batalha para os bandeirantes foi a escravização de 2.000 índios que estavam sendo catequizados. Com a expulsão dos jesuítas espanhóis, Portugal ganhou o território onde ficam os Estados do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso. A escravização dos índios acabou consagrando a teoria de que os bandeirantes eram movidos por razões econômicas.

O historiador John Monteiro, professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), autor de "Negros da Terra: Índios e Bandeirantes nas Origens de São Paulo", diz que os documentos reunidos por Novinsky mostram que a razão econômica é insuficiente para explicar os embates entre colonos e jesuítas. Não há dúvida de que ambos lutavam pelos índios para usufruir da mão-de-obra barata. Mas por que os confrontos com os bandeirantes paulistas foram os mais cruentos?

A questão religiosa pode explicar a ferocidade, afirma Monteiro. É uma peculiaridade da colonização de São Paulo que não se repete em outros lugares: .

Fuga para São Paulo

Paulo Prado (1869-1943), o milionário do café e patrono da Semana de Arte Moderna de 1922, foi o primeiro a mencionar a influência dos judeus na São Paulo dos séculos 16 e 17. No livro "Paulística Etc." (1925) ele cita atas da Câmara de 1578 e 1582 que fazem referências a "judeus cristãos".

O isolamento de São Paulo, segundo Prado, levava judeus de Pernambuco e da Bahia a migrar para a cidade: "(...) nenhum outro sítio povoado do território colonial oferecia melhor acolhida para a migração judia. Em São Paulo não os perseguia esse formidável instrumento da Inquisição, que nunca chegou aqui".Prado não sabia à época que dois cristãos novos que moravam em São Paulo haviam sido executados pela Inquisição: Theotonio da Costa, em 1686, e Miguel de Mendonça Valladolid, em 1731.

No livro que publicou em 1958 sobre Raposo Tavares, o historiador português Jaime Cortesão levantou a hipótese de que o bandeirante era cristão novo e que tivera problemas com a Inquisição.

Onze anos depois, José Gonçalves Salvador, professor aposentado da USP, escreveu o primeiro artigo sobre cristãos novos em São Paulo e sobre a origem judaica de Raposo Tavares.Havia razões sérias para que cristãos novos escondessem suas raízes judaicas, diz o historiador Paulo Valadares, um dos autores do "Dicionário Sefaradi de Sobrenomes" -sefaradi ou sefaradita é a forma como são designados os judeus da península Ibérica.

"A Inquisição foi uma forma de apartheid. Os que tinham origem judaica tinham de pagar mais tributos e não tinham acesso a certos cargos", afirma Valadares.

Para ingressar em ordens religiosas ou no exército, o candidato precisava provar que não tinha antepassado judeu, árabe, negro ou índio por até sete gerações.

Para ascender, era necessário renegar o passado. A prática era corrente em São Paulo desde sua fundação, em 1554. Segundo Valadares, a mãe de Anchieta era cristã nova e seu trisavô foi queimado pela Inquisição.



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Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.