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Tropas e Tropeiros na Formação do Brasil. José Alípio Goulart
    1961
    Atualizado em 31/10/2025 10:14:23

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Segundo documentos do início da colonização de São Paulo, chegou a haver abundância de cavalos naquela Capitania aí pelos fins do século XVI e parte do XVII. Em 1592 andavam eles a danificar as roças e a matar a coices as criações, nos arredores de Piratininga, tanto assim que a Câmara local, pela voz de um de seus vereadores, era solicitada a tomar providências contra tais estragos, pois, "que haviam muitas cavalgaduras e que faziam muitas delas e elas nenhum proveito ao povo." (Página 29)

Em 1854, o Dr. Josino do Nascimento Silva, presidente da Província de São Paulo, dizia, textualmente aos deputados paulistas o seguinte: "Em um precedente relatório propus a criação de uma companhia de cavalaria, e assim se decretou. Ainda não se realizou porém a criação pela falta de cavalos. Foram tais os preços que me pediram por alguns que apareceram que resolvi demorar nesta parte da execução da lei..."

É estranha essa falta de cavalos, em São Paulo, depois da metade do século XVIII e mais ainda no XIX; pois de documento que aduzimos a esse trabalho, verifica-se que só no ano de 1751 passaram pelo registro de Curitiba, importados do extremo-sul e naturalmente com destino à feira de Sorocaba, nada menos de 6559 daqueles animais. E não é ociosa a suposição de que em anos anteriores e posteriores ao do mencionado documento, tenham vindo das regiões platinas muitos milhares de equinos. [Tropas e Tropeiros na Formação do Brasil, 1961. José Alípio Goulart. Páginas 30 e 31]

Quem primeiro registrou notícia a respeito do grande mercado muar e cavalar sorocabano foi o botânico francês Augusto de Saint-Hilaire, que, saindo de Porto Feliz em fins de dezembro de 1819, foi ter a Sorocaba onde passou o Natal.

É suposição dos estudiosos que as feiras devem ter começado aí por volta de 1750; infelizmente, por se terem perdidos os livros da Câmara sorocabana e inexistido qualquer outra fonte documentária, não se pode fazer referências ao período dos setecentos. Sabe-se, porém, que elas se conservaram além da metade do século XIX.

No seu artigo intitulado "O Ciclo do Mar", Alfredo Ellis Junior aduz a seguinte nota:

"O ciclo do mar nasceu com a abertura da estrada do Rio Grande do Sul a São Paulo, em 1724 e terminou em 1875, mais ou menos, com o advento da ferrovia.". É possível, portanto, que a feira sorocabana só tivesse sido organizada depois de alguns anos da importação de muares, do extremo-sul para o centro, sendo o ano de 1750 bem provável para o seu início.

É do Cônego Luís Castanho de Almeida, um dos maiores conhecedores da história de Sorocaba, a afirmativa de que "antes de 1730 e depois de 1860 houve ainda passagem, ao menos, de gado e de tropas", o que leva a dizer que "podemos dar um século e meio de duração para as feiras, situando-lhes o apogeu em 1850-1860, pouco antes da guerra do Paraguai." [Cônego Luis Castanho de Almeida, "Achegas à História de Sorocaba", 2a. parte, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXXVI, 1939].

Há documentos que revelam trânsito de gado ainda antes de 1730, entre Curitiba e São Paulo, com passagem forçada por Sorocaba que era a única via de acesso existente. Assim é que, a 22 de junho de 1722, a Câmara de São Paulo se ocupava de uma multa imposta ao Sargento-mór Manuel Gonçalves de Aguiar "com suas 18 reses curitibanas no caminho de Santos."

Conta Afonso Taunay que "em setembro de 1723 surgiu em São Paulo certo Martinho Teixeira de Azevedo... criador em Curitiba, então Vila de Nossa Senhora dos Pinhais. Tangia 370 bois de seus currais (...) [Página 152]

Sobre a domação de animais em Sorocaba, Taunay fornece a seguinte informação: "Como era de esperar, criou-se em Sorocaba prestigiosa escolas de peões cujos ensinamentos se compendiam no hoje muito rato, Método de domar mular para a sela e carro para servir os que frequentavam o curso de Sorocaba, obra, aliás, pouco extensa, de Manuel Januário de Vasconcelos, discípulo como se confessava, do famoso hipólogo brasileiro Luiz Jácome de Abreu e Souza, o professor dos Príncipes Imperiais e autor do Livro do Ferrador, do Dicionário Hípico, etc., etc."

No "Caminhos Arcaicos", diz Catógeras que "Amansavam-se os animais, ora para sela, ora para cangalha. Dos primeiros exigia-se muito: beleza de formas, isenção de qualquer defeito ou tara, andares e por vezes requintes de apuro de doma; aos segundos mais numerosos, pedia-se menos: saúde, fortaleza e resistência."

No Campo Largo de Sorocaba estacionava a burrana; vastíssima planície, o "campo largo", com muitas léguas e estendendo-se desde as fraldas do Araçoiaba até as encostas da Serra de São Francisco. "Nas imensas chapadas, por capões, carrascos e cerrados, entremeiam-se os campos de Jurupará, do Vossoroca, do Itanguá, do Jundiaquara, do Ipatinga, do Nhambiru, do Itinga, do Judiacanga, da Entrada. Nesses campos,junto às lagoas, banhados e rios, onde correm o Ipanema, o Pirapora e seus afluentes, formavam-se as rondas, guardadas pela peonada."

Em Campo Largo de Sorocaba estacionava a burrama; vastíssimaplanície, o “campo largo”, com muitas léguas e estendendo-se desde asfraldas do Araçoiaba até as encostas da Serra de São Francisco. “Nasimensas chapadas, por entre capões, carrascos e cerrados, entremeiam-seos campos de Jurupará, do Vossoroca, do Itanguá, do Jundiaquara, doIpatinga, do Nhambiru, de Itinga, do Judiacanga, da Entrada. Nessescampos, junto às lagoas, banhados e rios, onde correm o Ipanema, oPirapora e seus afluentes, formavam-se as rondas, guardadas pela peo-nada.” (11)

Próximo às manadas, os peões e capatazes erguiam abarrancamen-tos; os patrões iam para a cidade. E por três meses aquelas solidões pas-savam a ter uma vida diferente: durante o dia eram as correrias atrásdos muares, os exercícios de doma, a alimentação de milho e sal; nashoras de calma, trançavam rédeas, loros, etc. Chegada a noite, depoisdo repasto, eram os cantares ao som das violas, do violão e do pandeiroe chocalhos; depois o sono.

Por São Paulo, ou melhor, pelo planalto, depois das feiras passavaapenas metade das tropas negociadas rumo ao sul de Minas, ao Riode Janeiro e outras localidades para as bandas do Oeste. A outra me-tade toma direção diversa e os caminhos se povoam de centenas de ca-beças de muares.

(9) Afonso E. Taunay, História do Café no Brasil, vol. IV, pág. 349.(10) Pandiá Calógeras, “Caminhos Arcaicos”, exemplar d´O Jornal, comemorativodo Centenário do Café no Brasil.(11) Afonso de Freitas Junior, op. cit. [p. 155]

Documento no. 21 - Notícias Práticas

Do novo caminho que se descobriu das Campanhas do Rio Grande e Nova Colônia do Sacramento para a Vila de Curitiba no ano de 1727 por ordem do governador general de São Paulo, Antônio a Silva Caldeira Pimentel. (Rev. Inst. Hist. Geog. Bras. tomo LXIX, parte 1a., vol. 113, 1906).

Notícia - 1a. Prática - Dada ao R.P.M. Diogo Soares, pelo Sargento-Mor da Cavalaria Francisco de Souza e Faria, primeiro descobrir e abridor do dito Caminho.

Justo com o general de São Paulo a abertura do caminho provido das instruções e ordens necessárias para se me assistir na Fazenda Real de Santos, com gente e munições; me embarquei na dita vila, para de Pernaguá com 35 pessoas, entre nativos e brancos em a pequena sumaca do mestre João Martins Rosa; Gastei três dias nesta viagem, e na vila de Pernaguá um mês, fazendo nela alguma gente mais para a diligência em que ia.

De Parnaguá, junta a gente, me embarquei com ela para a vila de São Francisco, gastei na viagem outo dias, e nove na dita ilha, e adquirido nela alguma gente mais, passei com toda ela, me seriam já 96 pessoas, por terra à vila de Laguna, onde gastei dois meses não só para dar descanso a toda a tropa, prepará-la do necessário e prover-me de novos práticos, mas também para consultar ao capitão-mor da dita vila, segundo as instruções que trazia de São Paulo.

Saindo de Laguna marchei com toda a tropa pela praia a buscar o rio Araraguá, e nele o sítio a que chamam os Conventos, distantes da Laguna, e ao sul dela pouco mais de 15 léguas. Neste sítio, e em 11 de fevereiro de 1728 dei principio ao cominho rompendo matos fechados, e dando a pouco mais duma légua com pântano, que teria meia légua de largo, em que foi possível fazer-lhe uma boa estiva para o podermos passar; passado ele, dei quase meia légua com um grande ribeirão que desaguá no Araranguá, se chama Cangicaçu, e como não dava vau lhe diz uma boa ponte de 12 braças e meio de comprido, e braça e meia de largo.

Passado o Cangicaçu busquei logo a margem do rio Araranguá, e seguindo-a passei nela vários córregos e ribeiros fazendo em uns pontos, e desbarrancando em outros para os poder passar. Chegado ao lugar que chamam as Itapabas passei o Araranguá, que terá no dito sítio pouco mais de 30 braças de largo; passando o rio caminhei sempre ao norte, cortando mato em terras alajadíssimas, estivando-as com assas trabalho, e não menos fazendo pontes em alguns rios, até que andadas cinco léguas e foi preciso buscar outra vez o rio Araranguá, por me livrar das serras, e morranias altíssimas em que dei, e me era impossível subí-las.

Segui rio acima, e o tornei a passar nas cabeceiras, em o sítio onde chamam a Orqueta, onde principiam os morros da serra chamada Paranapiacaba, e de que nascem muitos e vários ribeirões todos de pedras.

Entre os morros achei um espigão por onde subi com toda a tropa, depois de 11 meses de contínuo trabalho, fazendo o caminho a talho aberto, e é o único por onde se pode subir a serra. Desde os Conventos até o sítio que terão 23 léguas tudo são matos, e terras alagadiças, cortadas de vários córregos, e rios, em que entre pontes e estivas passaram de 73 as que lhe fiz, tudo a força de braço, e só com 65 pessoas, e 32 cavalgaduras, por me ter fugido, e desamparado a mais gente, e parte devo ao general de São Paulo, que me mandou de novo.

Subida a serra dei logo e campos e pastos admiráveis, e neles imensidão de gado, tirados das campanhas da nova colônia, e lançados naqueles sítios pelos Tapes das Aldeias dos padres jesuítas no ano de 1712.

:Nestes campos me demorei seis meses esperando por nova recluta, que tinha pedido a São Paulo, e sustentando-me nelas do mesmo gado morto a espingarda, além de 500 e tantas vacas que reservei, e levei comigo para a viagem. Em todo o tempo que aqui estive me animei a correr uma grande parte de toda Campanha, em que passam, segundo julgo, de duzentas mil as vacas que nela há, tem muitas, e boas águas, bastante caça, alguns pinheiros, e umas pedras de coco que arrebentam com o sol, e dentro outras pedrinhas que parecem diamantes já lapidados, umas roxas, outras brancas, amarelas; cor de vinha, e algumas esverdeadas. [Página 214 e 215]

Destes campos segui viagem arrumado sempre à Serra do Mar, e a pouco mais de sete léguas de caminho achei uma grande cruz feita de pinheiro e este letreiro nela Maries 16 de dezembro ano 1727 pipe Capitolo Marcos Omopo. Descida a cruz e adornada com toda a veneração, lhe mandei tirar o título, e lhe pus este I.N.R.J. e junto à mesma cruz em um bom padrão de pau este outro - Viva El-ei de Portugal Dom João o V, ano de 1729.

(...) Deste sítio a que demos o nome de Cruz dos Tapes, segui viagem encostado sempre à serra, e a pouco de quarto de léguas demos com um rio com mato duma e outra parte, a que chamei rio dos Porcos, e até ele chegado o gado de que acima falo. Passado este rio segui caminho de seis léguas ao nordeste, em que achei um sítio em uma lomba que chamei a Boa Vista, aqui fiz uma grande rancharia, que depois chamaram as Tajucas, e destas é que Cristovão Pereira de Abreu, dali a dois anos entrando comigo ao mesmo caminho, fez nele atalho que agora tem.

Das Tajucas fui sempre acompanhando a mesma Serra do Mar, e achando sempre campos com alguns capões de matos e não poucos ribeirões, até chegar ao grande Cambiera, ou morro de Santa Ana, fronteiro à Ilha de Santa Catarina neste me foi preciso gastar alguns dias para abrir um grande mato, que teria seis léguas comprido, e aberto dei com um rio, a que chamei Santa Luzia.

Deste rio segui viagem para os campos, e passando neles algumas restingas de matos dei num outro campo mais alto, e alegre, de onde avistei um morro, que pelo roteiro que levava dos Sertanistas antigos julguei ser o rico e sempre procurado morro Taió, e o mesmo parecer ao meu piloto, bons desejos tive de os socavas, mas a fome e a miséria em que nos víamos todos, os obrigo não a deixar o morro mas ainda a mesma serra do mar, pela muita aspereza, com que um e outro nos ameaçava, distância de quatro léguas, saímos com não pouco trabalho nas primeiras cabeceiras do rio Uruguai, e passamos nelas com duas braças de largo. [Página 216]



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Tropas e Tropeiros na Formação do Brasil
Data: 01/01/1961
Créditos/Fonte: José Alípio Goulart
Página 260


ID: 12232


Tropas e Tropeiros na Formação do Brasil
Data: 01/01/1961
Créditos/Fonte: José Alípio Goulart
Página 261


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Data: 01/01/1961
Créditos/Fonte: José Alípio Goulart
Página 259


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Página 28


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Data: 01/01/1961
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Página 84


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Data: 01/01/1961
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Página 214


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Página 215


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Página 216


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Data: 01/01/1961
Créditos/Fonte: José Alípio Goulart
Página 30


ID: 12381


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Data: 01/01/1961
Créditos/Fonte: José Alípio Goulart
Página 31


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Data: 01/01/1961
Créditos/Fonte: José Alípio Goulart
Página 33


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Tropas e Tropeiros na Formação do Brasil
Data: 01/01/1961
Créditos/Fonte: José Alípio Goulart
Página 152


ID: 12608



ME|NCIONADOS Registros mencionados (12):
01/01/1592 - *“Haviam muitas cavalgaduras e que faziam muitas delas e elas nenhum proveito ao povo.”
01/01/1712 - *Jesuítas
22/06/1722 - Documento
01/01/1724 - *Miguel Sutil
16/12/1727 - Cruz
11/02/1728 - Caminho
01/01/1729 - *Caminho
01/01/1731 - *Cristóvão Pereira de Abreu chega em Rio Grande
01/01/1733 - *Abertura da estrada de Curitiba no Paraná e no Rio Grande do Sul que possibilitou o ciclo do Tropeirismo. Coincidentemente, nesse ano ocorre o final do bandeirantismo
01/01/1751 - *Passaram pelo registro de Curitiba, importados do extremo-sul, com destino à feira de Sorocaba, 6559 cavalos
01/12/1819 - Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853)
01/01/1842 - *Sorocaba
EMERSON

  


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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.