'O Brasil na Monarquia Hispânica (1580-1668) Novas Interpretações - 01/12/2016 Wildcard SSL Certificates
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O Brasil na Monarquia Hispânica (1580-1668) Novas Interpretações
    dezembro de 2016, quinta-feira
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  
  


liberdade de leitura. Dizia ele que “o principal estudo há de ser por livroscatólicos, porque deixar os divinos pelos profanos é erro grave, em quemuitos embicam e outros caem”.22Entre os outros bens de Preto, um “naipe”, isto é, um baralho. Oslivros poderiam compor, eventualmente, junto com a viola e o jogo decartas, formas de sociabilidade e lazer no cotidiano do sertão. Laura deMello e Souza, em excelente trabalho sobre o cotidiano das expediçõesaos interiores da América portuguesa, mostra como, em meio à precariedade, aos perigos e instabilidades do sertão, os membros buscavamconstruir formas de sociabilidade e domesticidade que abrandassem osestranhamentos.23 Ainda nos referindo à família dos Pretos, Sebastião –tio do moço Manoel e sertanista dos mais afamados – deixou ao morrer,em 1623, também vítima de flechada, uma viola e alguns livros, aparentemente todos de cunho religioso. É um daqueles casos, infelizmente, queo nome abreviado, e comum, dificulta a tentativa de recuperar os títulos.24Lá está um “Salve Rainha”, oração muitas vezes cantada; um “livro de SãoJoão” e um intitulado Conquista de Jerusalém, que bem poderia ser, numexercício de projeção literária, a Jerusalém Conquistada de Lope de Vega.Contudo, parece remeter muito mais a uma típica biblioteca de cunhomilenarista, na qual se vê um vale de lágrimas marcado pela iminenteredenção do fim dos tempos.

Mas se as bandeiras dão um dos tons desta vila de São Paulo nocontexto filipino, outro é a demanda mineral e a busca pelo ouro. Defato, um dos sentidos maiores das primeiras grandes bandeiras organizadas no planalto foi exatamente a busca por metais e a averiguaçãodas notícias e boatos que circulavam sobre esta suposta riqueza. As taisminas de São Paulo arrastaram polêmicas no século XVII e chegarama atrair o governador geral do Brasil, Dom Francisco de Souza, à vila.

O governador permaneceu em São Paulo entre 1599 e 1604, numa primeira vez, e entre 1610 e 1611, numa segunda ocasião. Nesta última, inclusive, ali faleceu, pobremente, segundo Frei Vicente de Salvador. Souza, apesar de certa imagem de “Quixote mineral” que se construiu sobre ele postumamente, vinha cumprir fielmente seu regimento e suasordens, emanadas de Felipe II, para demandar tais riquezas. Já apoiara Gabriel Soares de Souza em suas expedições pelo São Francisco e depois, guiado pelas notícias de ouro encontrado na região da Capitania de São Vicente, ali se instalou. Não é necessário muito esforço para imaginar o impacto que a presença dele teve para a pequena vila paulista. As Atas da Câmara transparecem o rebuliço geral causado pela expectativa da chegada do governador, obrigando os camaristas a normatizarem uma série de questões, como direito a pesca, ofícios e um lugar para pouso,comes e bebes. Na verdade, com o governador chegava não só a dignidadeda função, como também uma grande possibilidade de acesso a cargos,mercês e negócios.25 Por fim, ainda vinha com o governador uma grandecomitiva. Esta, de acordo com as palavras de Francisco de Assis CarvalhoFranco, era a “mais douta, mais operosa e mais luzida que já vira a colônia nascente”.26

Segundo Afonso Taunay, a chegada de Francisco de Souza a São Paulo foi um verdadeiro “choque de civilização”.27 A vinda desta comitiva revela outra dimensão fundamental, que é o incremento populacional da vila. Ela deve ter causado verdadeira revolução na dinâmica do povoado, pois interferiu na distribuição de datas e sesmarias, modificou o leque de ofertas de casamentos e alianças, e alterou os padrões de consumo. Em 1589, São Paulo contava com um pouco mais de 170 moradores, passando, em 1600, para 308, portanto um acréscimo de 80% numa década. Importante ressaltar que o padrão se repetiu na segunda vinda do governador. Em 1605, quando não estava mais em São Paulo, a vila totalizava 374 moradores, mas entre 1606 e 1610, quando voltou, o aumento foi de 160 moradores, compondo um total de 534 nomes. Cerca de 40% de elevação.28 Assim, “a comitiva encheu a pequena vila, o que não era difícil, e transformou profundamente os costumesde seus habitantes”.29 Diríamos que não só os costumes, mas também a paisagem física e cultural.

Dentre os membros da comitiva do governador, uma parte importante deles era composta por mineiros, peritos minerais e engenheiros ou práticos no tema. A maioria deveria ser letrada. Neste grupo, antevê-se o que muito grosseiramente pode representar uma “elite” intelectual na pequena vila. Remete-se, inicialmente, a Martins Rodrigues Tenório. Castelhano, dono de uma vistosa criação de gado, atividade fundamental de São Paulo e fundidor de ferro na região de Santo Amaro, onde se instalou uma “fábrica de ferro” em 1607.

Tenório acabou desaparecido numa bandeira no Paraupava, na qual era o capitão. Nosso fundidor, e bandeirante, deixou listado em seu inventário, feito em 1613, quatro livros: O Retábulo da Vida de Cristo, Mysterios da Paixão, uma Instrução de Confessores e, para além da leitura religiosa, um livro intitulado a Cronica do Grão Capitão.

30 Tenório, em 1603, no sertão do Paracatú, talvez temendo pela vida, já tinha lavrado um testamento. Nele, não constavam livros de leitura, mas referências de um de contas, de sua autoria, emque registrava toda sua contabilidade. O livro foi anexado ao inventáriomais de dez anos depois, e nele, seu autor, em castelhano, justificava suaexistência: “por quietud de mi memória para por elo saber na verdad loque debo”.31 Em seu testamento, fazia referência a um “bastardo”, filhoque tivera com uma índia em São Paulo. Encomendou a seu genro,Clemente Alvarez, que fosse curador do garoto e o ensinasse primeiroa ler e escrever, e depois seu ofício. Martins Rodrigues solicitava que sefizesse cumprir as Ordenações de Vossa Majestade, que impunha ao tutordos órfãos a obrigação, dentre outras coisas, de ensinar os meninos “aler, a escrever e contar”, e às meninas “a coser, a lavar, a fazer rendas etodos misteres femininos”.32 Anos depois, quando a morte de Martinsde fato ocorreu, o garoto acabou sob a tutela do outro genro, o flamengoCornélio de Arzão, que o iniciou na carpintaria.

Mas do que tratam os livros de nosso ferreiro castelhano? Por trásdo título profundamente piedoso do “Retábulo”, está a obra Retablo de lavida de Christo, hecho en metro por un devoto frayle de la Cartuxa. O autorera o frei sevilhano Juan de Padilla (1468-1520), que elaborou um poemacristológico profundamente visual. Uma “pintura verbal” que narrava avida de Cristo, da Virgem Maria e de São João Baptista. Cumpria o efeitode um sermão e foi o tipo de obra que caiu no gosto espanhol do séculoXVI. Este mesmo livro teria inspirado o fundador da Companhia de Jesus,Inácio de Loyola. Fazia parte de um rol de livros exemplares e de exaltaçãoda virtude. O Retablo foi editado à primeira vez em 1505, pelo mestre tipógrafo alemão Jacobo Cromberger, e recebeu pelo menos vinte ediçõesno século XVI. Juan de Padilla lembrava como três coisas incitavam, eserviam como tentação, aos corações dos homens: as grandes riquezas,as beldades e o canto suave de doces canções. O frei ainda publicaria,em 1521, outro livro chamado Doze trabalhos dos doze apóstolos, no qual louvava a Espanha, as armas de Castela e principalmente a Reconquista.33Esse campo das grandezas e glórias espanholas era familiar a Tenório,que tinha ainda uma obra que se remetia a uma Espanha já nostálgicados heroicos feitos passados. A crise espanhola, cada vez mais evidentedesde o final do século XVI, deveria fazer com que a vida do Gran CapitanGonzalo de Mendoza e suas campanhas da Itália ainda em tempos deFernando de Aragão calassem fundo na alma deste castelhano em terrasde Piratininga.34 A Cronica del Gran Capitan Gonçalo Hernandez de Cordovay Aguillar era um livro que compilava textos de Hernando Pérez de Pulgar,e foi editado com este título em 1582 pelo impressor de Sevilha AndreaPescioni. Outra edição foi feita em 1584, pela casa do mercador de livrosde Alcalá de Henares, Hernan Ramirez.Desta mesma editora, há o sugestivo título de Francisco OrtizArias, Mysterios de la sacrosanta passion de Christo, de 1578. Entretanto,nesse terreno só podemos especular. Fica-se aqui no reino da aproximação, já que obras com esse título não eram raras. Por fim, Tenório tinhaum livro intitulado Instrucção de Confessores. Este tipo de obra configuravaum verdadeiro modismo no pós Concílio de Trento (1545-1563), afinala normatização deste sacramento foi uma das pedras angulares daContrarreforma. Nesse sentido, esses manuais classificavam os pecadose funcionavam como verdadeiros sumários do cristianismo. Tinhamum aspecto bem funcional e, especialmente nas regiões de conquista ecolonização, eram obras auxiliares no trabalho de catequese, se bem quenão parece que seja este o caso de Martins Tenório. Não à toa, o própriopadre jesuíta José de Anchieta escreveu um Confessionário, também emlíngua tupi, para auxílio missionário.35 [p. 123, 124, 125, 126]

O genro de Tenório, e perito em minério, Clemente Alvarez, dizia ser, enquanto esteve preso em função de um processo que se seguiu ao inventário do sogro, desprovido das letras. Não sabia ler nem escrever, segundo ele próprio.36 Curiosa informação, pois o próprio deixaria, em seu inventário, dois livros, dentre eles mais um Confessionário. O outro livro – Contemptus Mundi – era, muito provavelmente, uma recompilação de orações e exercícios devocionais, feita pelo frei dominicano Luiz de Granada, editado pela primeira vez em Lisboa em 1573. Seria uma “tradução” de Granada da obra Imitação de Cristo, conhecida vulgarmente como Contentis Mundi, ou o desprezo do mundo, e atribuída a Tomás de Kempis. Neste trabalho, Kempis dizia que “busquei a felicidade em toda a parte, mas não a encontrei em nenhum lugar, exceto em um cantinho, que abrigava um pequeno livro”.37

O livro é quase onipresente na América e foi um verdadeiro sucesso na Península Ibérica. Levantamento feito por José Torre Revello sobre a entrada de livros impressos na América durante o período da dominação colonial espanhola mostra o Contentis Mundi presente em diversos carregamentos e embarques. Fernando Bouza Álvarez o encontra na biblioteca de D. Duarte de Bragança e afirma ser esta uma das leituras de Joana de Áustria, regente de Espanha.38

O frei Jerônimo de Mendieta narra como encontrou uma tradução deste livro, em língua indígena, feita por índios do Colégio de Santiago de Tlateloco, na Nova Espanha. Livro muito difundido, ele era obra referencial da Devotio Moderna, que apregoava uma religiosidade mais contemplativa, marcada por exercícios de devoção, abnegação, introspecção e piedade popular. O livro chegou a ser proibido pela Inquisição, mas foi depois retirado da lista.39 Se Kempis já buscara no livro a suprema felicidade, Granada também tinha uma visão livresca do mundo, já que considerava o livro uma metáfora da vida cristã. A criação e a existência deveriam ser lidas como se lê um livro.

Este mesmo título aparece uma segunda vez entre peritos minerais. Manoel Pinheiro Azurara, conhecido de Clemente Alvarez, com quem deixara inclusive algumas amostras de prata certa ocasião, era português e vivera cerca de 30 anos em Nova Granada, onde tinha família. Chegou a São Paulo através de Francisco de Souza, que o mandou para a vila ainda em 1597 para investigar os boatos a respeito dos minérios. Entre 1602 e 1604, andou por Valladolid, Madrid e Lisboa buscando mercês e regulamentações para exploração mineral de São Paulo. Voltou como mineiro-mor do Brasil em 1604.

Em 1606, evadiu-se para o Paraguai pelo “caminho proibido de San pablo” (dizia ele para chegar a Nova Granada), onde comerciou tecidos e erva-mate. Foi acusado, na ocasião, de levar pelo caminho dezenas de escravos negros e algum ouro contrabandeado de São Paulo. Preso, teve seus bens inventariados.40 Dentre os arrolados, há muito tecido, facas e objetos miúdos para provável resgate com os índios, e muita erva-mate adquirida na passagem pelo Guairá. Uma de suas testemunhas de defesa o chama abertamente de “tratante”. Entre seus outros bens, estava uma carta de marear, um astrolábio e uma balestilha. Óculos, caixas de diversos tamanhos, relógio de sol e utensílios variáveis talvez revelem um perito mineral, meio mercador, meio mascate.

Este “navegante do sertão” carregava consigo alguns livros: um Livro de Regimento (provavelmente o Regimento mineral expedido em Madri em 1603), com claro sentido utilitário, já que, enquanto mineiro-mor, ele fora o responsável por implantar o dito regimento em São Paulo; um livro de memória, um de sermões, um “diurno” (livro de orações com as Horas) e um Contentis Mundi. Por fim, possuía um livro nomeado somente como Parayso. Sabe-se que Diego de la Vega editou seu livro de sermões, Parayso de la gloria de los santos, em Toledo no ano de 1602, em Lisboa no de 1603 e em 1604 em Barcelona, coincidindo com o tempo que nosso amigo perambulou pelas cortes da Península Ibérica. Vale se questionar ainda se Azurara era um homem somente piedoso, ou um piedoso comerciante que vendia, dentre outras coisas, livros pelos interiores da América. Livros, neste caso, claramente contrabandeados pelo caminho proibido. Caso Azurara fosse também um mascate, vendia o que se pode imaginar como mercadoria de venda fácil, como o best-seller Contentis.

Ainda no campo dos afeitos aos trabalhos com minérios, temos Pedro Fernandes, que fez seu testamento em 1648, data que escapa estritamente à cronologia deste trabalho, mas teve sua vida plenamente abarcada nela. Suas últimas vontades foram registradas antes de descer “rio abaixo” no Tietê, de onde partia do porto de Pirapetingy, próximo da atual cidade de Salto.41 Entre homens, mulheres e crianças indígenas, quando da sua morte em 1648, possuía quase 100, dentre elas uma do “Piquiri” que havia trazido pessoalmente. Casado com Anna Tenório, neta materna de Martins Rodrigues Tenório e filha de Clemente Alvarez, esta legou ao marido, provavelmente via dote, os apetrechos do engenho de ferro e instrumentos variados de marcenaria, como verrumas, escopos, trados e garlopas.

Era um homem de posses, inclusive de alguma ilustração, já que seu testamento, escrito por ele próprio, denota algum estilo. Só possuía, em inventário, um único exemplar: um singelo “livro de sermões”, sem avaliação. Mas, em troca de duas redes que entregou a Lucas da Costa, morador de Itanhaém, para vender no Rio de Janeiro, recebeu “uma Arte e uma Cartilha”. Dentre estes manuais de alfabetização nomeados no inventário de maneira bastante natural, pode-se crer que está a popular Arte latina, do padre jesuíta Manuel Álvares (1523-1586). A obra, editada pela primeira vez em 1572, chegou a ter 530 edições ao longo do tempo. Era tão conhecida e comum que era chamada de “livro 41 I&T, v. XII. 130 o brasil na monarquia hispânica (1580-1668) único”, e servia como guia oficial de ensino do latim em todas as escolas jesuíticas espalhadas pelo mundo. [p. 124, 124, 125, 127, 128 e 129]

Porém o chamariz de rol de bens de Fernandes é que, listado entre machados, foices e cunhas, aparece um “torno de emprensar livros”, avaliado em 320 réis (um pouco menos valioso que três cunhas, avaliadas em 360). A que poderia ter servido tal instrumento a Pedro Fernandes? Teria ele mesmo utilizado ou lhe ficou de herança, encostado em alguma choupana do sítio? O fato é que bem poderia ter animado a produção de algumas cartilhas para alfabetização, panfletos e cartas impressas, como as que no ano de 1639 andaram causando alvoroço na vila de São Paulo por apregoar a volta do rei Sebastião.43

O pequeno negócio feito em Itanhaém, e a presença do torno, podem sugerir um esboço de gráfico. De todo modo, lembremos que o Colégio dos Jesuítas servira comoprincipal meio de alfabetização e ensino na vila de São Paulo, e o uso decartilhas deveria ser o recurso principal desta educação.Mas se os mineiros e envolvidos com as práticas minerais e siderúrgicas parecem ter demonstrado alguma inclinação à leitura, ou àposse de livros, num outro diminuto grupo, estes também se fizerampresentes. Trata-se dos boticários e “cientistas” da pequena vila. Além doscuidados com os corpos, revelaram igualmente um cuidado maior como espírito. O boticário, e sertanista, Mateus Leme possuía uma bibliotecaque podemos considerar como verdadeiramente renascentista. Natural42 VERDELHO, Telmo. Historiografia linguística e reforma do ensino. A propósito de três centenários: Manuel Álvares, Bento Pereira e Marquês de Pombal.Brigantia, Bragança, v. II, n. 4, p. 347-356, out-dez. 1982.43 A sessão da Câmara de 16 de abril de 1639 trazia um requerimento alarmantedo procurador Sebastião Gil a respeito de algumas cartas que circulavam pelavila. Nelas, lia-se que o rei D. Sebastião, desaparecido em Alcácer-Quibir em1578, estava voltando, e que o papa ameaçara de excomunhão todo aqueleque lhe impusesse qualquer resistência. Dizia ainda o procurador que, nasruas de São Paulo, as tais cartas causaram algum alvoroço e muitos saíramaos “gritos dizendo viva el rei dom Sebastião” ATAS da Câmara da Vila de SãoPaulo, 16 abr. 1639. (Páginas 129 e 130)



\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\25016icones.txt



Mapa adaptado por Maak
Data: 01/01/2002
Organizado por Ana Paula Colavite. Ver: COLAVITE, Ana Paula; BARROS, Miriam Vizintim Fernandes. Op cit, v.5, p.93, 2009. O artigo traz um estudo acurado acerca das localizações geográficas do extenso caminho do Peabiru. Além disso, por meio do uso de ferramentas georreferenciadas, os autores traçaram as rotas equivalentes às configurações territoriais atuais. O relato mais conhecido acerca do caminho do Peabiru foi feito pelo alemão Ulrich Schimidel, em meados do século XVI, e na década de 1950 foi estudado por Reinhard Maack. Ver: MAACK, R. Sobre o itinerário de Ulrich Schmidel através do Sul do Brasil (1552-1553). Curitiba, PR, 1959


ID: 12432


Carta Corográfica da Capitania de S. Paulo Colonial
Data: 01/01/1767
Créditos/Fonte: Coleção João Baptista de Campos Aguirra
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ID: 11465


Mapa
Data: 10/06/2022
10/06/2022


ID: 12765


Vilas do planalto paulista: a criação de municípios na porção meridional da América Portuguesa
Data: 01/01/2015
Créditos/Fonte: Fernando V. Aguiar Ribeiro
Página 59


ID: 11607


Mapa
Data: 01/01/1553
01/01/1553


ID: 11553


Ulrico Schmidl no Brasil quinhentista
Data: 01/01/1942
Créditos/Fonte: Sociedade Hans Staden
Página 79


ID: 12762



ME|NCIONADOS Registros mencionados (10):
01/01/1589 - *Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas
01/05/1589 - São Paulo contava 150 a 170 moradores
01/02/1597 - Era lida, na Câmara da vila de São Paulo, uma carta dogovernador comunicando a chegada de Diogo Gonçalves Laço, nomeado capitão-mor, “ao efeito do ouro”*
01/01/1600 - *D. Francisco enviou a Valladolid, onde estava instalada a corte de Felipe III, os mineiros Diogo de Quadros, Manuel João (o tal Morales, da carta), Martim Rodrigues de Godoy e Manoel Pinheiro (o Azurara)
01/01/1605 - *Vila de São Paulo totalizava 374 moradores
01/01/1606 - *Manoel Pinheiro Azurara, mineiro-mor segue pelo caminho proibido. Em Villa Rica do Espirito Santo, conforme processo de 1607, um escravo da Guiné que levava consigo foi confiscado e leiloado em praça pública, sendo arrematado por ele mesmo
02/08/1624 - Pedro Leme, escrivão, foi à cadeia onde estava preso Clemente Álvares e o intimou a entregar as cartas de datas
16/04/1639 - O rei D. Sebastião, desaparecido em Alcácer-Quibir em 1578, estava voltando, e que o papa ameaçara de excomunhão todo aquele que lhe impusesse qualquer resistência
27/05/1641 - Autuamento de testamento que o juiz ordinario Martim da Costa mandou fazer
15/05/1648 - Expedição liderada por Raposo Tavares partiu do porto de Pirapitingui
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.