'“Urbanismo incipiente seiscentista”, Afonso d´Escragnolle Taunay. Revista Ilustração Brasileira - 01/11/1929 Wildcard SSL Certificates
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“Urbanismo incipiente seiscentista”, Afonso d´Escragnolle Taunay. Revista Ilustração Brasileira
    novembro de 1929, sexta-feira
    Atualizado em 30/10/2025 08:44:19

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As rudimentares preoccupações do urbanismo paulistanorevelam-se desde os primeiros annos nas Actas. Na sessão de 19 de julho de 1608 determina o termo que se concertem as pontes de Guarepe e da Tabatinguera.

A 5 de setembro de 1610, como estivesse a villa com muitomá apparencia, mandava pôr a Camara escriptos á porta conselho e da egreja matriz, para que todos caiassem suas casassob pena de dois mil réis de multa.

A 23 de julho de 1612 grande discussão no recinto da Camara a proposito de novos arruamentos na villa. O procurador adhocFrancisco da Gama requerera que o poder municipal “attentas-se pelas ruas abertas pela Camara sua antecessora de accordocom a ordem do recem-fallecido governador d. Francisco deSouza”.

Succedia, porém, que Manuel Affonso, procurador deGarcia Roiz, protestava contra taes arruamentos, porque inva-diam o accesso ás serventias do seu procurado. Era preciso so-lucionar o caso. Allegou o juiz ordinario, Jusepe de Camargo, quedo governador d. Luiz de Souza, ouvira formal prohibição “nãobulisse nisso”. Em todo o caso convinha que s. s. soubesse doque havia e fosse informado da verdade. E tal seria o despachoprovisorio, dado ao requerimento de Manoel Affonso que fosseentender-se com aquelle mais alto valor alevantado.

Exigia tambem a Camara que os seus aquinhoados por doação trouxessem sempre á vista as cartas de data do Conselho.Neste millesimo foi Domingos Cordeiro multado em mil réispor não ter podido apresentar a sua.

Naquelle mesmo anno (1620), a dezoito de abril, decidiu aCamara salvaguardar a serventia da entrada da villa por meio docaminho para o rio e caminho real muito antigo e estar a villa deposse delle “ab initio” (que o escrivão graphou “abenisio”).

Cravou-se marco, fixou-se em determinado logar uma largurade quinze palmos e meio para a entrada e o procurador declarou-se empossado em nome do povo.

Ale mdesta referencia aos mananciaes abastecedores da villa,conhecemos outra, de 1651, quando a Camara concedeu terrasa Henrique da Cunha entre os dous ribeiros “aguada desta villachamados Anhangobay e Hiacuba”.

Vejamos mais algumas medidas sobre o incipiente urbanismopaulistano.

A 4 de dezembro de 1627, conversou-se em Camara sobregrave assumpto de arruamento. Mandaram os officiaes a seuescrivão que lançasse solenne termo de que haviam tomada ébecco em frente a Nossa Senhora do Carmo, entre André Fernandes e João Maciel, para rua publica.

Já aliás, havia posse municipal desde o tempo em que naCamara servira Garcia Rodrigues Velho. Resolveu-se a aberturade outra via, partindo do além das casas de Januario Ribeiro atéattingir os fundos do quintal de Aleixo Jorge. Outra decisão va-liosa foi a tomada de posse, para serventia da villa, de duas braças“pegadas no canto das casas de Paulo da Costa”.

Requereu o procurador Cosme da Silva que outro tanto não se fizesse com o terreno do canto das casas de Francisco de Paiva até chegar a esta praça (?) provavelmente a da casada Camara, para desafogo do transito e “porcoanto hera bemdo povo estar assim do modo que estava”.

Obtemperou a Camara á suggestão do digno official.Pouco depois estava a edilidade habilitada para fazer alinhamentos. Já havia em S. Paulo engenheiro formado.

Foi ao "que parece o patriarcha da classe, em terras piratininganas, certo Pero Roiz Guerreiro “homem do mar que en-tendia do rumo de agulha” declara o termo de 19 de julho de1636, em que a Camara se mostra satisfeitissima com a acqui-sição para a sua villa de tão util e distincto profissional aolhe dar juramento aos Santos Evangelhos “pera que fizessenesta vila o hofisio de arrumador de todas as terras, por ser ho-nesesario ao bem comu deste povo”.

Pouco rendoso haja talvez sido o “hofisio” de arrumador deterras ou quiçá logo morresse o “piloto”. Certo é que o termo de23 de outubro de 1639 consigna que fôra a successão de Guerreiroconferida a um tal Belchior de Borba.
[p. 32]

Dos nomes antigos de ruas de São Paulo citadas nas Actas pouco se nos deparam: uma rua Direita que não é a atual pela localização que dela dá uma carta de chãos; a rua dos Lemes em 1638 que não sabemos onde possa ser também etc.

Estes nomes de outrora com a deficiência dos documentos tornam-se difícil identificar. É o que já notamos a proposito do de Piritininnga. Seria ele atribuído a algum núcleo de casas, alguma aldeiola vizinha da vila? É o que não nos indicam os documentos seiscentistas, tão vagos quase sempre. [Página 33]

Um dos capítulos da correição de 1675, a do Dr. Pedro de Unhão Castella Branco, perece indicar que já nessa data havia uma ponte sobre o Tietê. "Proveu mais que a serventia do Rio de guaré e dos pinheiros obriguem aos oficiais da Câmera aos moradores que lá tem suas fazendas e sítios que façam as pontes dos rios e aterrados e caminhos alias o mandem fazer os ditos officiais da câmara a sua custa, e cobrem delles os gastos que se fizer pro rata executivamente".

Em 1 de setembro de 1622 relatava o procurador aos parceiros quanto estavam danificados os caminhos, pontes e serventias da vila, sobretudo a ponte da fazenda, outrora de Afonso Sardinha, onde chamavam Ibatatá ou Tabatinguera e Guarepe.

Convocaram-se os moradores dos bairros para tal serviço e como fosse sobretudo o gado de Aleixo Jorge o grande danificador da ponte de Tabatinguera recebeu ele a intimação de a concertar. Deu-se por intimado, notificando a Camara de que, apenas voltasse de Santos a sua gente, ele faria todo o serviço á sua custa.

Obra de vulto é a que solenizaria a passagem do século XVII, a construção da “ponte do Rio Grande de Guaré” (o Tietê), a tão popular Ponte Grande, apostrofada por Castro Alves, em versos de outrora celebres e hoje ainda frequentemente citados. (...) Era a primeira obra de grande engenharia que se realizava na capitania de São Vicente. (Página 34)



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Ilustração Brasileira
Data: 01/11/1929
Página 32


ID: 11739


Ilustração Brasileira
Data: 01/11/1929
Página 34


ID: 11740


Ilustração Brasileira
Data: 01/11/1929
Página 33


ID: 11862



ME|NCIONADOS Registros mencionados (13):
23/05/1587 - “esta vila passava de cem moradores e tem cinco ou seis caminhos e uma ponte (...) fazer a ponte grande”. Ausência de Sardinha
19/07/1608 - Sessão
01/07/1610 - *Sorocaba (data estimada)
05/09/1610 - Mandava pôr a Camara escriptos á porta conselho e da egreja matriz, para que todos caiassem suas casas sob pena de dois mil réis de multa
18/04/1620 - Decidiu a Câmara salvaguardar a serventia da entrada da vila por meio do caminho para o rio e caminho real muito antigo e estar a vila de posse dele "ab initio".
01/09/1622 - Relatava o procurador aos parceiros quanto estavam danificados os caminhos, pontes e serventias da vila, sobretudo a ponte da fazenda, outrora de Afonso Sardinha, onde chamavam Ibatatá ou Tabatinguera e Guarepe
15/02/1625 - estando caída a ponte do ribeiro "anangahú", caminho de "Piratininga", ordenou a Câmara a Amador Bueno, Salvador, João Pires, Ascenso Ribeiro, Antonio Lourenço que a restabelecessem, sob pena de 500 réis de multa
22/11/1632 - O termo de 22 de novembro de 1632 fala na ponte desmanchada de "botantan" e o de 27, na de Guarape. Fato curioso se deu, provocada pela desordem contínua que á vila trazia a presença de animais errabundos nas ruas. Multou a Câmara por não trazerem seus animais presos a Aleixo Jorge e Bartholomeu Fernandes.
01/01/1638 - *11862
01/01/1651 - *A Câmara concedeu terras a Henrique da Cunha entre os dous ribeiros “aguada desta villa chamados Anhangobay e Hiacuba”
01/01/1675 - *Em 1675 o Dr. Pedro de Unhão Castella Branco parece indicar que já havia uma ponte sobre o Tietê
30/01/1687 - Correição
30/01/1687 - Construção de mais vilas ao sul e da primeira ponte de madeira destinada a atravessar rio, em 1687, pelos habitantes de Santana do Parnaíba, Itu, Sorocaba e Pinheiros
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.