'O envolvimento de beneditinos com descaminhos e de mais ilicitudes, Rio de Janeiro (1702-1729). Renata Medeiros de Bezerra Ávila - 01/01/2013 Wildcard SSL Certificates
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O envolvimento de beneditinos com descaminhos e de mais ilicitudes, Rio de Janeiro (1702-1729). Renata Medeiros de Bezerra Ávila
    2013
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  


Mestre em História pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)G r a z i e l l e C a s s i m i r o C a r d o s oMestre em História pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

aplicada no Rio. A aplicação da sentença no Rio busca garantir o valor pedagógico da mesma, a punição precisa ter um caráter exemplar. Mas Cristóvão de Cristo não foi o único beneditino a envolver-se com o delito dos cunhos falsos. Episódio mais conhecido pela historiografia foi aquele envolvendo o Fr. Roberto, monge beneditino de Sorocaba.20 Tal monge gozava da fama de fabricante e inventor de cunhos falsos, como nos diz André e Mansuy:

Nos últimos anos do século XVII surgiram vários casos de cunhos falsos, o mais célebre foi o do Padre Roberto [...], monge beneditino do convento de Sorocaba que exerceu em São Paulo um talento muito especial de fabricar cunhos falsos, cercear as moedas de prata e ouro graças a uma máquina inventada por ele, e até abrir qualquer fechadura com gazuas.

O caso do Fr. Roberto merece menção neste debate por conta do desfecho que tomou o caso – exatamente o mesmo do outro relato aqui mencionado, isto é, nada acontece aos clérigos descaminhadores. Apesar da fama de fabricante de cunhos falsos, e da devassa tirada por Arthur de Sá e Meneses, frei Roberto saiu impune.

Obviamente isto se dá em parte por conta da imunidade eclesiástica, o que colocava os clérigos fora da alçada do poder temporal.22 Logo, transgressões de normas deveriam ser tratadas internamente. Caberia ao prelado do monge resolver o assunto. Mas, em caso de ameaças maiores e/ou necessidade, o braço secular agiria – e o Conselho do rei encontraria as devidas justificativas para isso.

Só que, no caso em questão, D. Pedro II concedeu um indulto geral, que abarcou tanto a seculares como a eclesiásticos. Vemos assim mais uma vez a demonstração da magnificência real ao conceder a dádiva do perdão. Pode-se assim perceber um padrão nas ações reais: a concessão do perdão. Como se fosse admissível e até compreensível descaminhar

20 CAVALCANTE, P. Negócios de Trapaça... Op. cit. p. 50. ANTONIL, A. J. Cultura e opulência no Brasil porsuas drogas e minas. Edição crítica de Andrée Mansuy. Paris, Institut dês Hautes Études de l`AmeriqueLatine, 1968 [Tradução portuguesa CNPCDP, Lisboa, 1998]. p. 225.21 Estudo crítico de Andrée Mansuy em ANTONIL, André João. Idem, p. 255.22 “A boa razão ensina que as pessoas Eclesiásticas, especialmente dedicadas ao Divino culto , devem sertratadas todas com o maior respeito e veneração:não se admitindo coisa que encontre sua isenção, nemdando ocasião, a que se divirtam do ministério espiritual, ou de o não poderem fazer com o recolhimento,quietação, e devoção devida: e por isso se lhes deve guardar inteiramente sua imunidade e liberdadeEclesiástica, segundo a qual são isentos da jurisdição secular, à qual não podem estar sujeitos os que peladignidade do Sacerdócio Clerical e ofício ficam sendo Mestres espirituais dos leigos. Esta imunidade eisenção tem seu princípio , e origem em Direito Divino, como declara o sagrado Conselho Tridentino...”.VIDE, S. M. da. Livro IV, título I, Da Imunidade e Isenção de Pessoas Eclesiásticas. In: ConstituiçõesPrimeiras do Arcebispado da Bahia; estudo introdutório e edição de FEITLER, B. & SOUZA E. S.;JANCSÓ, I. & PUNTONI, P. (Org). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2010.

uma vez, por outro lado a reincidência – esta sim – era passível de punição. Exemplo dereincidente era o padre José Rodrigues Pinto, companheiro de Frei Roberto na fabricação dosditos cunhos falsos:

[...] parecia não tinha lugar o proceder-se contra eles pelas culpas que lhes resulta da devassa até otempo da publicação do indulto, porém, sempre era conveniente que para o tempo em dianteestivesse em aberto para se haver de proceder contra aqueles que reincidem na culpa: o porque pelaconta que dava o provedor da fazenda do procedimento do Padre José Rodrigues Pinto se mostrava oquanto era prejudicial a sua assistência naquela conquista pelo dano que dela se seguia a FazendaReal: parecia se devia de ordenar ao governador daquele bispado que fizesse retirar dela o dito padrecom cominação que não obedecendo , se proceder assim contra um como contra outro odesnaturalizamento.23Por conta da reincidência, José Rodrigues Pinto foi considerado uma ameaça maior,e em vista de seus delitos deveria ser retirado do bispado onde se encontrava. O nãocumprimento desta ordem régia resultaria também em problemas para o bispo. A análise dePaulo Cavalcante24 sobre este episódio lança ainda outro viés interpretativo para as ações de D.Pedro II.De acordo com a supracitada análise, tudo isto ocorre no final do reinado de D.Pedro II, praticamente no momento de transição para D. João V, e época de superação daestagnação econômica. Sem mencionar a recém-descoberta do ouro, mas que ainda nãodemonstrara toda a conflituosidade que marcaria tal descoberta. O descaminho do ouro edesvio dos quintos ainda não estavam devidamente consolidados como ameaça. Este seriaproblema para o governo de João, não de Pedro.Contudo, os cunhos falsos não foram as únicas querelas com as quais os mongesbentos se envolveram. A Alfândega do Rio de Janeiro, escoadouro de riquezas e tão próximaao mosteiro dos monges, não lhes escaparia.23 O Provedor da fazenda real do Rio de Janeiro responde à ordem , que lhe foi para continuar com asdiligências contra os culpados no crime de cunhos falsos; e vão os papeis que se acusam. Lisboa, 29 deOutubro de 1700. IHGB. Arq. 1.1.22 fl 40624 CAVALCANTE, P. Negócios de trapaça: caminhos e descaminhos na América portuguesa, 1700-1750. SãoPaulo: Hucitec: FAPESP, 2006, p. 49. (Página 123 e 124)



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Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.