Hans Staden Pela primeira vezFonte: Hans Staden - O livro mais saboroso do Brasil, 24.04.2019. Eduardo Bueno
Capítulo XXVIII - Como me levaram ao seu rei chefe, Konyan-Bébe chamado, e o que fizeram comigo ali.
Alguns dias depois, levaram-me para uma outra aldeia que eles chama Arirab, para um rei, de nome Konyan-Bébe, que era o principal rei de todos. [p. 59]
Capítulo XXX
Como os chefes se reuniram de noite, ao luan, caput 3o.
Na tarde do dia em que os outros haviam partido, reuniram-se, ao luar, na praça que fica entre as cabanas e conferenciaram a respeito da época em que me deviam matar e me conduziram para o meio deles, maltratando-me e fazendo zombaria de mim. Eu estava triste, olhei para a lua e pensei: "Oh, meu Deus e Senhor, ajuda-me nesta aflição, para que me veja livre.". Perguntaram-me porque eu olhava para a Lua. Então lhes respondi: "Vejo que ela está zangada", porque a figura que está na lua parecia-me tão terrível (Deus me perdoe) que eu pensava que Deus e todas as criaturas deviam estar zangadas comigo. [p. 64]
Capítulo XXXIV
Como o Jeppipo Wasu, doente, voltou. Caput XXXV
Depois de alguns dias voltavam todos doentes. Então mandou ele me conduzir para a sua cabana e me disse que tinham todos ficado doentes e que eu bem o sabia, porque ele se lembrava que eu tinha dito: A lua estava zangada contra a sua cabana. Quando ouvi estas palavras, pensei comigo: "aconteceu pela providência de Deus que eu em a noite referida tivesse falado da Lua." Fiquei muito alegre e pensei: "hoje Deus está comigo". [p. 68]
também morressem e me pediu que rogasse a meu Deus para não ficar mais zangado e o deixar viver. Eu o consolei como pude e disse que ele nada sofreria, e que não devia pensar em me devorar quando ficasse são. Respondeu-me que não e ordenou aos outros da sua cabana que não fizessem mais zombaria de mim, nem ameaçassem de me devorar. Assim mesmo continuou ainda doente algum tempo, porém ficou outra vez bom e também uma de suas mulheres, que estava doente. Mas, morreram mais ou menos oito de sua amizade, os quais me tinham feito muito mal. [p. 69]
Havia ainda dois outros reis em duas outras cabanas, um, Vratinge Wasu; outro Kenrimakui ficou bom. Vratinge Wasu tinha sonhado que eu tinha vindo e dito a ele que ele devia morrer. De manhã cedo veio ele ter comigo e se queixou. Eu disse que não, e que não havia perigo; mas que ele também não pensasse em ma matar, nem que isto aconselhasse. Disse ele então: "se aqueles que me tinham capturado não me matassem, ele não me faria mal, e ainda que me matassem ele não comeria da minha carne". [p. 70]
Capítulo XXXIX
Como eles tinham um prisioneiro que sempre me caluniava e que teria gostado de que eles me tivessem morto e como o mesmo foi morto e devorado na minha presença. Caput XI
Havia entre eles um prisioneiro da raça que se chama Cariós e de que são inimigos dos selvagens, que são amigos dos portugueses. O mesmo ainda tinha pertencido aos portugueses, de quem tinha fugido. Aos que vem, assim a eles, eles não matam senão quando cometem algum crime especial, conservando-nos como sua propriedade e os obrigam a servir-lhes.
Este Cariós esteve três anos entre estes Tuppin Inba e contou que me tinha visto entre os portugueses e que eu tinha atirado por vezes sobre os Tuppin Inba, quando vinham em guerra. [p. 79, 80]
Capítulo XII
Que regimen e que ordem seguem em relação ás autoridades e á justiça. Caput XIII
Não tem regimen especial, nem justiça. Cada cabana tem um chefe, que é seu rei. Todos os seus reis são de uma e mesma raça, com mando e regimen, e podem fazer tudo o que quiserem. Pode um deles ter-se distinguido mais na guerra que o outro; este então é sempre mais ouvido, quando se trata de novas guerras, como o já referido Koniam-Bébe. No mais, não vi direito algum especial entre eles, pois que os moços são obedientes aos velhos vendo os seus costumes. [p. 133]
Capítulo XVIII
Quantas mulheres cada um tem e como vive com elas. Cap. XIX
A maior parte deles tem uma só mulher, alguns tem mais. Mas alguns do seus reis tem xiii ou xnu mulheres. O rei a quem me deram a última vez, e do qual os franceses me compraram, chamaram Abbati Bossange, tinha muitas mulheres e uma que foi a primeira era a superiora entre elas. Cada uma tinha o seu aposento na cabana, seu próprio fogo e sua própria plantação de raízes; e aquela com quem ele vivia, e em cujo aposento ele estava, dava-lhe de comer e assim passava de uma para outra. As crianças que elas tem, quando são meninos e crescem, educam para a caça; e o que os meninos trazem cada um da a sua mãe. Elas então cozinham e partilham com os outros; e as mulheres se dão bem entre sí. [p. 139, 140]
A primeira tradução é desastrosa. Feita por Tristão de Araripe Júnior, delegado de polícia e advogado e desembargador. Ele se baseia na tradução francesa, que também já era ruim.Em 1 de janeiro de 1900 foi lançada a tradução de.um botânico suíço chamado Albert Lofgren (1872-1930), feita diretamente do original em alemão, com notas de Teodoro Sampaio.
[24726] Hans Staden - O livro mais saboroso do Brasil 24/04/2019
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