Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Tomo XXXV
1932 Atualizado em 31/10/2025 02:08:20
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A FUNDAÇÃOMAEriü AFONSO DE SOUSA, a quem fora confiadaa direção da grande armada, demandou (1530) as plagas brasílicas e, atingindo Pernambuco, desceu sempre a costa combatendo os corsários e contrabandistas. Quando conhecida a vastidão litorânea até a barra do Chui, onde perderaa nau capitanea, atingiu de regresso a Bertioga na madrugada de 20 de Janeiro de 1532, lutando com fortes ventosoessudoeste e ondas revoltas em grandes vagalhões, que oforçaram a retroceder e refugiar-se na manhã seguinte numaabra da ilha de Gaiabé (Santo Amaro), onde PEKO LOFES encontrou". ..um rio, em que as náos se podiam correger, porser mui abrigado de todoslosventos e a twrde mtetteram as náos dentro com o vento sul."Gi-.V.V-¦- .
A costa meridional brasileira era toda habitada pelas nações indígenas dos Tupis, Guaianãs, Carijós e Patos. Os Guaianãs, que mais nos interessam agora, imperavam prin- eipalmente na faixa marítima que se distende de Angra dos Reis (antiga Ocarauçú), até Gananéa, mas tinham seu verdadeiro habitat nas terras centrais do interior, limitadas pelos campos que o padre SIMÃO DE VASCONCELOS denominou — paraíso da gentilidade.
A gente era simples e de ingênua boa-fé; GABRIEL SOARES diz que nem umtrabalho deram aos colonizadores, por serem pouco bélicobos e fáceis de contentar; nao eram maliciosos, nem refalsados, antes simples e bem condicionados e muito mqlapes; não usavam entre si lavoura; viviam de caça que matavame de pesca que tomavam nos rios e dos frutos silvestres que o mato dava; eram grandes flecheiros e inimigos de carne humana; não matavam os que capturavam, mas os aceitavam por seus escravos. {Roteiro do BRASIL).
Frei Antônio de Santa Maria de JABOATÃO dizia que eles faziam boa companhia á gente branca e que com eles teve pouco que fazer MARTIM AFONSO na Capitania deS. Vicente. (Orle Beraphico, Vol. I). Antônio KNIVET, escritor inglês, descreveu-os de baixa estatura, mas reforçados; de cabelos compridos, deixando pelado o alto da cabeça; de pés chatos e barriga grande.
As mulheres tinham boas feições, mas eram gordas... Do fato de não serem amigos do trabalho, por não usa- fem de lavoura, tornando-se nômades, os cronistas lhes atribniram fraqueza de caráter e covardia, incidindo num erro que se desfaz deante da perfeita identidade que tinham com os Garijós, com os quais formavam e os Patos uma raça rnais pacífica que a dos Tupis.
Esta raça foi o tronco da família paulista, caldeadaprincipalmente com portugueses e espanhóis, que se não liinitaram a conservar o velho sangue azul das decrépitasaristocracias patrícias, dando-nos esse povo empreendedor evitorioso, pelo caráter, pela altivez, pelo espírito de independência e amor á liberdade.
4jíA grafia do nome do grande povo aborígene levou oshistoriadores e cronistas ás mais dispares formas; cada uma fez no som que lhe chegou aos ouvidos, segundo as vozese ditongos de seu país de origem.Os portugueses (Gabriel Soares, Frei Gaspar, Pedro Taquês, etc.) escreveram: goiana e guayaná; O alemão Hans Staden, (1556) escreveu: Wayganná;O Inglês Knhet escreveu: vaanasses e wayanasses;O Visconde de Porto Seguro escreveu indistinctamente:goyaná, guayaná, goyá, guayá, com o mesmo significado deirmão...O Dr. J. Mendes de Almeida aconselhava a escreverguayaná pelo simples fato de assim haverem escrito os pripaeiros cronistas desde o ano de 1531 e dizia:O nome exato é goiana, isto é, próximo ou pa*rente dos goiá. Os goiá eram tribu procedente doarquipélago das Bahamas ou, melhor, das Antilhas,perseguidos pelos Caribs. As que cruzaram com osTupis denominaram-se goiá-ná, que por isso eramíupí-ná-ki. Por igual Tupí-ná, parente de Tupi.(Algumas Notas Genealógicas, 8. Paulo, 1886).Modi*iumente, CAPISTRANO DE ABREU escrevia:goyaná, grafia que Vou IHERING- adotou; mas COUTODE MAGALHÃES consolidou a do padre AYRES DO OASAL: guayaná. O padre JOSÉ DE ANOHIETA, iucontestaveluieute amaior autoridade no idioma brasílico, escreveu sempre guayma com a significação de muito manso, moleimo, pois apartícula — na — indica aumentativo. (Páginas 18 e 19) [0]
A concorrência dos portugueses e nativos á nascente Piratininga, levando os guayanãs e outros aborígenes que aí moravam a abandonar suas terras, eles foram fundar duas novas aldeias, que edificaram com os títulos de Geribatuba e de São Miguel.
A aldeia de Geribatuba ou Gerivatiba, nome do rio a cuja margem direita se ostenta, numa elevada campina verdejante, e quilometros a S.O. de Piratininga, foi onde Caá-ubi estabeleceu a sua nova vivenda e de sua gente. Por volta de 1560 o padre José de Anchieta foi procurá-lo no seu retiro, combinando lá instalar uma obra de catequeses.
O aldeamento prosperou sob o nome de Ibirapoêra, que foi mudado no século passado pelo de Nossa Senhora dos Pinheiros, até quando uma colônia de alemães aí estabeleceu, dando um novo impulso á localidade, a ponto de ser elevada a Distrito de Paz por provisão de 14 de janeiro de 1681 e a Município por decreto de 10 de julho de 1832 com o nome atual de Santo Amaro. [Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Tomo XXXV, 1932. Página 28] [0]
Em flagrante contraste com a tradição esposada pelos nossos genealogistas, deixei claramente demonstrado, com solidíssima prova, que Ana e Paula Camacho eram primas e que o seu avô comum, o tronco dos Camachos, foi duas vezes casado.
Qual foi, porém, esse trono? A mais antiga informação que conheço é a do padre dr. Guilherme Pompeu, que se encontra em nota de Silva Leme (v. 1.°, p. 31). Segundo o Creso parnaibano, a linha feminina de sua ascendência vinha assim do agreste lar da Borda do Campo:
Uma filha de João Ramalho casou-se com Bartholomeu Camacho. A filha de Bartolomeu casou-se com Jerônimo Dias. Ana Camacho, filha deles, casou-se com Domingos Luiz, o Carvoeiro. Inez Camacho, filha destes, casou-se com João da Costa. [Página 47]
Investigando às origens da matrona paulista Ana Camacho, sem conhecer o depoimento do padre Guilherme, Pedro Taques, e depois o general Arouche, ficaram inteiramente atordoados e, em desespero de causa, concluíram por estabelecer, sem nenhum fundamento sólido, a seguinte linha:
Joanna Ramalho casou com Jorge Ferreira. A filhas do casal casou-se com Gonçalo Camacho. A filha destes, Ana Camacho casou-se com Domingos Luiz, o Carvoeiro. [Página 48]
Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro Data: 01/01/1932 Página 18
ID: 11770
Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro Data: 01/01/1932 Página 22
ID: 11768
Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Tomo XXXV Data: 01/01/1932 Página 28
ID: 11399
Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Tomo XXXV Data: 01/01/1932 Página 31
ID: 11400
Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Tomo XXXV Data: 01/01/1932 Página 33
ID: 11401
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (3): 01/01/1532 - *Quando Martin Afonso de Souza subiu ao planalto, Domingos Luiz Grou estava casado com a filha do cacique de Carapicuíba 15/01/1560 - Santo Amaro 11/11/1560 - Padre José de Anchieta ergueu a Capela de Nossa Senhora da Escada em Barueri EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.