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“Os pais de Carapicuiba”, Alex Souza
    18 de setembro de 2011, domingo
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  
  


Os primeiros tempos da história de Carapicuíba, assim como os de São Paulo e demais povoações quinhentistas são verdadeiramente nebulosos e quase nada de categórico deles se pode afirmar; por várias razões: Havia raros livros de registros, eram poucos os que sabiam escrever, quase ninguém se interessava em anotar fatos e acontecimentos. Além disso, os livros do cartório de São Vicente, havendo se perdido os primeiros volumes das Atas que começaram a ser lavradas a partir de 1561, foram destruídos no século 17 e o terremoto de Lisboa de 1º de novembro de 1755, no reinado de D. José I deu cabo de inúmeros arquivos oficiais e particulares ali guardados.

Na Cúria Metropolitana de São Paulo nada se encontra a respeito do século 16, pois a Paróquia é de 1591 e pertencia à prelazia do Rio de Janeiro sendo que os livros dessa época desapareceram. Não obstante alinhavando-se os retalhos de informações existentes pôde-se reconstituir muita coisa. Vasculhando-se alfarrábios deduz-se que o primeiro homem branco a travar contato com as terras de Carapicuíba foi Domingos Luiz Grou.

Alguns historiadores costumam chamá-lo de Domingos Luiz - o Velho - para distingui-lo de outros Domingos Luiz, especialmente seu filho. Talvez Grou seja apelido de Domingos Luiz. Houve outro Domingos Luiz, o Carvoeiro, que em 1598 por 11 votos, num total de 34 votantes, foi eleito vereador na vaga de Afonso Sardinha.

Na verdade, muito antes da descoberta do Brasil índios já habitavam a região de Carapicuíba. Viviam em aldeias a que chamavam Tabas.

Quando Martin Afonso de Souza, em 1532 subiu ao planalto, Domingos Luiz Grou estava casado com a filha do cacique de Carapicuíba, a virgem Fulana Guacú. Seu nome perde-se para a história, mas alguns autores dizem ter sido batizada como Margarida Fernandes. Esta foi, pois, a primeira mãe veneranda, a avó suprema de todos os mamelucos de Carapicuíba. Depois vieram outros personagens: Antonio Preto, Afonso Sardinha, os Padres Jesuítas entre os quais avulta a figura lendária de José de Anchieta e muitos outros, alguns já nascidos no Brasil, outros chegados de fora.

Os Índios foram sendo espoliados, massacrados, escravizados pelos forasteiros que, não contentes em assim proceder, avançavam também nas terras a eles pertencentes.

Não se sabe ao certo quando Domingos Luiz Grou chegou ao Brasil. Sabe-se, contudo, que morou algum tempo em Santos e Pinheiros, naquele tempo chamado de Jeribatiba e depois de travar relações com os índios existentes contraiu casamento com a filha do cacique, a índia Margarida Fernandes, como já foi dito.

Em 1562 hospedou o capitão Jerônimo Leitão em sua casa de São Paulo antes da guerra contra os índios e em 1563, ante a iminência do ataque aos Tamoios que haviam se confederado, foi eleito capitão dos índios fieis aos portugueses. Tornando-se bandeirante, capturador de gentios, nesse mesmo ano chefiou uma sortida contra os Tapuias, nos arredores de São Paulo. Em 1570, fugiu da vila de Piratininga com toda a família, pois havia cometido o crime de morte e veio morar em Carapicuíba no meio dos aparentados da esposa, só voltando a São Paulo por interferência de José de Anchieta. A esse respeito escreve Taunay:

Asselvajar-se tanto este homem – Domingos Luiz Grou, genro do cacique de Carapicuíba que vivia no meio dos índios como um índio. Voltando à Vila de Piratininga, em pouco tempo recuperou prestígio. Em 1575, membro do Conselho da Vila, verberou o ex-vereador Antonio Fernandes que, sem a menor cerimônia surrupiara as portas do muro que defendia Piratininga e as vendera por 250 réis a André Burgos... Já no ano de 1572; fora com o capitão Jerônimo Leitão combater os Tupinambás em Cabo Frio, mas acabou desertando.

Em 1580 parte das terras lindeiras com as suas foram devolvidas aos índios, que levados de Carapicuíba para São Paulo, dali fugiram e foram parar em Pinheiros, insistindo para que lhes restituíssem as terras, o que realmente foi feito pela carta de 12 de outubro de 1580. Em 1581 foi eleito vereador em São Paulo e no ano seguinte exerceu o cargo de Procurador do Conselho, mas quase não comparecia às reuniões.

Em 1587, depois de longa ausência, regressou a São Paulo vindo do sertão do Tupinaés. Em 1590, juntamente com Antônio de Macedo e Marcuia, organizou uma bandeira de 50 brancos a atacou o gentio de Mogi e aí sofreu grande revés sendo trucidado com grande parte de sua gente. Os que sobraram foram mortos aqui perto de Carapicuíba, na barra do Parnaíba. Há alguma dúvida a respeito de haver Domingos Luiz Grou morrido nesse massacre.N ão se tem certeza se Domingos Luiz, o Grou é o mesmo Domingos Luiz, o Carvoeiro.

Domingos Luiz Grou foi tronco de grande família e deixou sete filhos conhecidos: Luiz Eanes, Antonio Luiz Grou, Mateus Grou, Domingos Luiz Grou, Hilária Luiz, Maria Luiz e Ana Luiz.

Tronco dos Carvoeiros escreve Taunay: foi Ana Camacho, mameluco, descendente de João Ramalho e mulher de Domingos Luiz, alcunhado o Carvoeiro e Cavaleiro de Cristo, fundador da Capela de N.S. da Luz.

De suas filhas procedem duas enormes famílias, Buenos e Camargos com milhares de descendentes espalhados pelo Sul e centro do Brasil.

Creio que nenhum país do mundo, a não ser o Brasil – graças à Carta de Pero Vaz de Caminha poderá apresentar uma Certidão de Nascimento.

Da mesma forma, creio que nenhum município do mundo, a não ser Carapicuíba, pode apresentar – graças à carta de dada de terras passadas por Jerônimo Leitão, em 12 de outubro de 1580 aos índios existentes na região – aquilo que poderíamos chamar de sua Certidão de Nascimento.

Em face desse documento surge a grande dúvida: quem é o responsável pela fundação de Carapicuíba? José de Anchieta ou Jerônimo Leitão?

Teriam eles combinado e agido juntos no mesmo dia em 12 de outubro de 1580? Antes dessa data ninguém vivia aqui? E os índios Guaianases? E Domingos Luiz Grou que se casou com a filha do cacique de Carapicuíba?




  


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