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Jornal do Brasil
    8 de fevereiro de 1930, sábado
    Atualizado em 31/10/2025 12:24:48

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Nos artigos publicados no "Jornal do Commercio", em resposta ao meu livro "Pernambuco e o São Francisco", leio o seguinte:

"O rio de S. Francisco limitava ao norte a Capitania da Bahia, que ao oeste fronteirava com o Piauhy" - dizia ainda em 1802 o professor Luiz dos Santos Vilhena, nas suas Cartas Soteropolitanas. Assim escreve o sr. Pedro Calmon, que acrescenta:

"Não há melhor argumento do que essa vizinhança do Piauhy a corroborar a tese da erronia geográfica sobre a verdadeira orientação do rio, nos séculos 17 e 18, e a confirmar a convicção histórica desse direito, criado pela ocupação, enraizado com a economia, desdobrado com o povoamento e consolidado com a conquista."

O Sr. Pedro Calmon indica o lugar em que encontrou a frase: - "Página 604, vol. II das Cartas Soteropolitanas, edição de Braz do Amaral". Não se acha nessa página a referência, se o autor se reporta à edição de 1921 (Bahia, Imprensa Official do Estado).

Á página 591, porém, Vilhena escreveu:

"Pelo Poente, divide com as capitanias do Piauhy e de Pernambuco pelo grande rio de S. Francisco". Mas é de advertir que se referia a comarca de Jacobina, que naquele ano tinha realmente as suas fronteiras ao Piauhy, pela subordinação em que lhe ficára o termo da vila da Barra, desde 1753.

Mesmo assim, é indubitável que Vilhena não possuía ideias muito precisas a respeito dessas regiões, sem que se possa acompanhar o Sr. Pedro Calmon, que dai conclui uma "erronia geográfica sobre a verdadeira orientação do rio". Seria inacreditável que o autor das "Cartas Soteropolitanas" ignorasse a orientação do São Francisco para o Sul, quando nos dá as latitudes do território mineiro. Se ele indicava a barra do S. Francisco a "10 graus e minutos de latitude" e o apontava em latitudes mais altas, a cerca do 14 grau para a confluência do Carinhanba e dentro território de Minas, como pretender que ignorasse a orientação do S. Francisco para o Sul? Como admitir semelhante desconhecimento depois do período da mineração?

O que Vilhena ignorava não era o traçado do S. Francisco para o Sul e sim o que havia do outro lado do rio, na margem pernambucana. As suas confusões e erros vem dessa causa. Apresenta o rio Grande entrando por leste no S. Francisco: o rio Preto afigura-se-lhe um afluente do rio Verde, na fronteira de Minas Gerais; parece acreditar que o Paramirim e o Carinhanba entravam pela margem esquerda, uma vez que o Rio Grande entrava por leste, o que não o impedia de mostrarmos o Carinhanba como saído das serras dos Montes Altos; não menciona o rio Corrente; sob o nome de "sertões do S. Francisco" não inclui senão a margem direita; indicava do outro lado apenas a freguesia de São Francisco das Chagas, na barra do Rio Grande, com 200 fogos e 2.025 almas, quando estatística anterior e de origem pernambucana lhe dava, em 1782, 592 fogos e 4.873 almas, de acordo com a relação dos párocos. A esse tempo em que Vilhena escrevia já se encontrava ali a freguesia de Campo Largo, com 380 fogos e 1.637 almas, segundo a "Idem da população. Já Capitania de Pernambuco desde 1774". Existia também a freguesia de Pilão Arcado, com 419 fogos, 1.805 almas, 3 igrejas filiais e 35 fazendas.

Não é expressiva a ignorância? Não é prova de que as relações deviam ser muito mais importantes com as autoridades pernambucanas? Três anos depois de incorporada a vila de Barra á comarca de Jacobina, o governo bahiano esquecia a câmara daquela vila na relação dos donativos para a reconstrução de Lisboa;

(...) Vejamos agora se eu fui apressado na indicação do momento em que o São Francisco se tornou conhecido. No meu livro "Pernambuco e o S. Francisco", escrevi, referindo-se á ratificação da carta de Duarte Coelho em 1602 e 1627 que "em 1603 ou 1627 já não se pode alegar existisse ignorância quanto ao curso do S. Francisco". O Sr. Pedro Calmon entende que eu antecipei exageradamente a época do conhecimento do rio.

(...) Não compreendo como um leitor de História possa escrever que até os fins do século XVII "sempre se julgara que o rio S. Francisco corresse em linha reta ao interior para o mar, seguindo o paralelo". Bastava que o Sr. Pedro Calmon se lembrasse dos mapas de Bartholomeu Velho, em 1561, e o de Van Doegt, citado por ele próprio noutra passagem, e de Van Langerer, em 1596, o de Nicolas Sanson d´Abbeville em 1650, para que o advérbio sempre tomasse o sentido de um grave erro de História.

Não me parece mesmo que se tenha feito o uso de apresentar o S. Francisco seguindo em linha reta para Oeste. Preferia-se limitar o traçado do rio á região mais ou menos explorada. Num período de quatro (ilegível), entre 1550 e 1570, fase importante sob esse aspecto, encontraríamos dentro dessa tendência as cartas de Pierre Descellera (1558), Lazaro Luis (1563), Diogo Homem

(...) Em primeiro lugar, havia a expedição de Espinosa, que chegára ao S. Francisco dentro do atual território de Minas Gerais, nas proximidades do Jequitahy, a cerca de 17 graus de latitude meridional; havia também a viagem de André de Leão, em que o roteiro de Glimmer nos permite acreditar que o curso do S. Francisco se apresentara aos sertanistas nas imediações do 20 grau de latitude. E Belchior Dias Moréa? E as informações do gentio? E as entradas que de lugares diferentes se deixaram atrair pelo mistério e pelas riquezas do sertão?

Pode-se considerar como resultado desse conhecimento a preferência pelo litoral do Sul, nas entradas que visavam as minas fabulosas do alto S. Francisco. É o ciclo de Porto Seguro, de Ilhéus e do Espírito Santo, como ponto de partida de entradas. E talvez se pudesse ver também uma inspiração da mesma ordem na ida de D. Francisco de Souza para São Paulo, centro escolhido para a sua atividade exploradora.

Esses fatos autorizavam perfeitamente a minha frase. O que pareceria pueril, entretanto, seria o esforço para recuar o conhecimento dessa orientação do S. Francisco até o século XIX por se não saber precisamente de suas nascentes; como seria ridículo demoral-o até Halfeld pela ausência de observações perfeitas de suas distâncias, ou até os sábios que venham ainda determinar peculiaridades da flora ou da fauna de suas ribeiras.

O que interessava a nosso debate era apenas saber se se encontrara no Sul o traçado do S. Francisco. Para isso, além das circunstâncias mencionadas, teria mesmo o parecer de uma autoridade insuspeita á Bahia, o erudito Sr. Theodoro Sampaio, a quem se deve o respeito que os sábios merecem. No seu estudo sobre a expedição de Knivet, ele proclama que das entradas do tempo "colheu-se para a geografia uma noção mais perfeita do curso superior do rio São Francisco, a linha mais funda das que se atingiram, no sertão, no século XVI".



\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\24355icones.txt



Sesmaria do Caramuru
Data: 01/01/1540
01/01/1540


ID: 7270



ME|NCIONADOS Registros mencionados (5):
01/01/1561 - *Mapa de Bartholomeu Velho
01/01/1570 - *Mapa "Theatrum Orbis Terrarum" de Abraham Ortelius
01/01/1596 - *Mapa
01/01/1650 - *Mapa “Amerique Meridionale”, de Nicolas & Guillaume Sanson
23/08/1753 - Foi erigida a vila de São Francisco das Chagas da Barra do Rio Grande
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.