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“A fábrica de ferro São João de Ipanema: economia e política nas últimas décadas do segundo reinado”, Nilton Pereira dos Santos
    2009
    Atualizado em 31/10/2025 08:28:55

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No livro A fábrica de ferro São João de Ipanema: economia e política nasúltimas décadas do segundo reinado, Nilton Pereira dos Santos chamou a atençãopara outro problema da administração Bloem.Analisando os dados referentes ao ano de 1835, é possível constatar que os parâmetrosutilizados pela contabilidade distorceram um pouco a real situação da fábrica. Da rendatotal de 20 contos de réis, 6,9 contos eram fruto de trabalhos e aparelhos confeccionadospara uso no próprio estabelecimento, mas computados como renda, como minerais extraídos, o carvão usado. Se a contabilidade fosse refeita apresentaria um déficit de 3,7 contos, ao invés do saldo de 3,2 contos. [0]Santos (2009) foi o único a tirar a administração do foco, aoescrever que “a fábrica teve um período de prosperidade entre 1836 e 1842,favorecido pela expansão da lavoura canavieira no interior paulista”. []

Na fábrica havia um grande número de trabalhadores, sobretudo escravos africanos elibertos de nação2, além de técnicos em siderurgia contratados na Europa. Numerosas tambémeram as edificações, sendo as principais: casa do administrador, oficina de refino, moradiasdos operários, depósitos, fornos altos, fábrica de armas brancas e uma represa que alimentavaum engenhoso conjunto de canais que moviam as máquinas nas diversas oficinas.

Ao longo do século XX houve várias tentativas de aproveitamento dos prédiosremanescentes da antiga fundição. Entre 1910-1913, foi instalado em Ipanema um quartel doExército. Seguiu-se um período de relativo abandono e só a partir de 1930 o Governo voltou autilizar o lugar, desta vez para realizar experiências com adubos fosfatados.Entretanto, durante o período não houve o cuidado sistemático com a preservação dopatrimônio edificado que, na década de 1960, atingiu um estado de ruína bastante avançado. [Página 20]

foi reorganizada, novos prédios foram construídos e a fabricação de ferro foi elevada. Oaumento da produção decorreu da reestruturação dos pequenos fornos construídos porHedberg34 e da construção de dois fornos altos, que ficaram prontos em 1818.Nos primeiros anos à frente da fábrica grande era a empolgação de Varnhagen com osprogressos auferidos, como é possível constatar na correspondência enviada ao Barão deEschwege, em abril de 1816:Meus serviços avançam celeremente. Os fornos já possuem 25 palmos de altura, feitos dearenito lavrado. Lá para agosto estará a fábrica terminada. Então, darei início à construção dainstalação dos malhos35.A conclusão das obras no estabelecimento, porém, levaram mais tempo do que previuo engenheiro, como atestaram os viajantes Spix & Martius, que estiveram no estabelecimentono início de 1818, época em que os fornos altos ficaram prontos:A bela e extensa obra, cujo custo montou a 300.000 cruzados, acabava de completar-se,quando chegamos a Ipanema, porém ainda não se havia ali fundido coisa alguma porque seesperavam da Alemanha, para o trabalho, os necessários fundidores de alto-forno [sic]. Osnovos prédios da fábrica são construídos com bom gosto e sólidos, com o grés amarelo daqui.A usina consiste em dois altos-fornos e diversas forjas de refinação; os ventiladores sãomovidos a água. Para depósito de carvão e dos utensílios acabados, foram levantadosarmazéns espaçosos, muito adequados, perto do edifício principal que recebe a água necessáriado Rio Ipanema, por um canal de alvenaria munido de comportas. Também para os operáriosdoentes, tem a fábrica um hospital com dois cirurgiões [...]36.Sem dúvida alguma, os fornos altos foram a principal obra de Varnhagen,concentrando sua total atenção. Além de acompanhar de perto a construção, o engenheiroregistrou em um diário, com muitos detalhes, a primeira jornada dos novos fornos, em 1818, oque nos permite compreender como era feita a fundição do ferro na fábrica. Tratava-se deuma operação bastante trabalhosa.Durante as campanhas, apenas um forno entrava em operação, enquanto o outro erareparado para uma jornada posterior. Foram necessários 25 dias de preparação para que o [Página 29]

Ainda em relação à escravaria, Capanema apontou para as divergências entre os dadosassentados nos livros da fábrica e os indicados nos referidos avisos ministeriais, deixandoexposto que tão difícil quanto obter o número exato de africanos saídos do estabelecimentoera mapear o real destino dado a estes viventes e solicitar que fossem devolvidos.O maquinário e as instalações da companhia também estavam em estado deplorável,fruto do descaso e de fenômenos naturais, como as fortes chuvas que assolaram a região anosantes:No decurso de todo o ano próximo passado as chuvas foram aqui consideráveis, e a contar domês de Agosto tornaram-se cotidianas, com raras exceções. Neste ano começaram as chuvascom mais intensidade, e ultimamente a ponto tal que no 1º do corrente pelas 11 horas da noiteas águas passaram com impetuosidade por sobre o açude desta fábrica e invadiram oalmoxarifado, as oficinas dos fornos, moldação, casa de máquinas, tornando a oficina deferreiros em um lado. Vários açudes de vizinhos colocados acima da fábrica foram rompidos, entre eles o do barão de Mogi-Mirim, bastante lesado: as águas neles represas soltando-se [...] afluíram de chofre sobre o rio, dando causa a extravasação [sic] no açude da fábrica, que a nãoser a forte muralha interna, e os esforços, com que prontamente se acudio[sic], ficariatotalmente destruído. [...] Tenho tomado as medidas ao meu alcance para refazer o açudearrombado em dois lugares [...]137.Não espanta, portanto, que Capanema tenha encontrado um estabelecimento em tãomau estado de conservação, como atesta sua descrição feita sobre a oficina de refino:Do lado oposto do antigo rio, acostado ao açude, está o lugar onde foi outrora oficina derefino; é o mais eloqüente quadro da devastação e da incúria que perseguiram Ipanema [...] Oteto, asseguram-me, que veio abaixo, e muita telha acha-se recolhida debaixo de cobertaenxuta. Mais adiante, estendida sobre a terra batida pelos raios do sol e levadas pelas chuvas, [Página 63]

É possível notar, analisando a tabela, que a elevação no repasse para Ipanema não foicapaz de criar, logo de início, uma receita que ao menos equivalesse aos gastos. Pelocontrário, o dinheiro obtido com a venda de produtos equivalia apenas a cerca de ¼ do totaldessas despesas. Sem levar em consideração os repasses governamentais, a fábrica tevenaquele ano um déficit de 164:916$281 réis.Os dados da tabela também indicam que as vendas feitas diretamente ao Estadoequivaleram a pouco mais da metade da receita total da companhia, provando que aquelaaltura apenas a demanda estatal não seria suficiente para manter a fábrica. Tal observação,aliás, já fora feita pelo ministro Sinimbú que, apesar de ter declarado sua intenção deabastecer a ferrovia D. Pedro II com ferro de Ipanema, não eliminou a necessidade da fábricafornecer produtos também aos compradores particulares “no mercado da corte”312 comomeio de elevar sua receita.Os problemas que contribuíam para a baixa receita foram apresentados pelo próprioMursa no relatório anual referente a 1881. O coronel criticava os pequenos fornos altosexistentes no estabelecimento, afirmando que por conta deles as campanhas eraminterrompidas diversas vezes. Justamente por tantas interrupções, Mursa reiterava anecessidade de conclusão das obras do novo forno alto como meio de elevar a produção deferro e torná-la mais regular.Ao tratar da oficina de refino, Mursa declarou que era o espaço mais carente demáquinas existente em Ipanema, e que tal situação dificultava o bom andamento dostrabalhos, impossibilitando pedidos maiores e limitando a produção diária à meia tonelada deferro. Contudo, a construção de uma nova oficina estava em andamento, situada a 400m doantigo prédio. Esperava-se que com o novo prédio haveria um melhor aproveitamento da força motriz gerada pelo rio Ipanema, cujas águas seriam conduzidas até o local por um canallateral. Com este melhoramento e novas máquinas, acreditava-se que a produção desta oficinapudesse atingir “diariamente 10 toneladas de ferro batido”, satisfazendo “com vantagem asencomendas assim dos arsenais como das vias férreas do Estado313”.A reorganização da fábrica também foi apontada como solução pelo ministro ManoelAraújo, para quem sem uma “profunda reorganização da fábrica314”, dificilmente osprejuízos seriam superados.Para compreender porque a fábrica, apesar das melhorias feitas, permaneceu gerandodéficits é necessário investigar a situação do mercado brasileiro para utensílios de ferro nadécada de 1880, de modo a entender os obstáculos encontrados por Ipanema com aconcorrência. Por outro lado, é preciso também analisar quais ações foram tomadas peloEstado com vistas à reorganização da companhia e a superação dos obstáculos por elaencontrados.3.2 A concorrênciaEm meados do século XIX, a Europa assistiu ao amadurecimento tecnológico devários ramos industriais, como o têxtil e o siderúrgico.Tais avanços foram possíveis, entre outros fatores, pelo aprimoramento dosmecanismos legais voltados ao desenvolvimento econômico, como a redução doprotecionismo através de acordos comerciais. E, se por um lado, esta redução expôs aindústria à competição externa, por outro, abriu um caminho sem precedente ao crescimentofabril.No campo da técnica, a utilização em larga escala de novas fontes energéticas, como ocarvão mineral e o vapor, substituindo quase por completo o carvão vegetal e a água,possibilitou uma grande expansão industrial no continente, bem como uma elevaçãosignificativa nos níveis de produtividade.Aplicada ao transporte, essa mudança na matriz energética proporcionou o rápidoavanço das ferrovias. Com a maior agilidade nos deslocamentos, os estabelecimentos [Páginas 116 e 117]

na ordem de prioridade do ministério da Agricultura, ultrapassando em receita o corpo debombeiros e a Secretaria de Estado. Ipanema estava atrás somente das obras modernizadorasde maior vulto, como os telégrafos, esgotos, correios, iluminação pública e a ferrovia D.Pedro II.Uma vez aprovada a elevação das verbas para Ipanema era preciso um planoespecífico para aplicação dos recursos, que foi elaborado em 1883.3.4 Uma fábrica de primeira ordemAprovada a elevação dos recursos para a companhia, o Estado tratou de fixar asdiretrizes que balizariam a aplicação dos novos valores. Tais parâmetros se basearam emobservações enviadas ao Ministério da Agricultura pelo diretor Mursa, em 1881353, comotambém no parecer de uma comissão formada por membros do Ministério da Marinha que,atendendo ao pedido do Ministério da Agricultura em 1883, estudou a fábrica a fim de indicarquais os trabalhos feitos ali poderiam ser úteis aos arsenais da Corte. O objetivo destas açõesera claro, conforme declarou o ministro da Agricultura: fazer de Ipanema uma “fábrica deprimeira ordem354”.Mursa já defendia que Ipanema não deveria concorrer com a indústria particular, e simfornecer ferro e obras moldadas para o Estado, especialmente ferrovias e arsenais. Apontavatambém que o caminho para que tal objetivo fosse atingido era a ampliação da oferta decombustível disponível para a fábrica, o aumento da potência hidráulica através do desvio departe das águas do rio Sorocaba para o rio Ipanema e, por fim, com a aquisição de maquináriomais moderno.Outra preocupação relevante demonstrada por Mursa dizia respeito ao papel da fábricacomo centro formador de mão-de-obra especializada em siderurgia, de modo que deveria ser“facilitada a instrução prática dos engenheiros e mestres que se dedica[ssem] a estaindústria, não só em serviço do Estado como nas oficinas particulares que se353 Bases para a reorganização da fábrica Ipanema, 9 mar. 1881. In: BRASIL. Ministério da Agricultura [Página 138]

Esta estrutura ficou comprovada com a análise do Almanak Laemmert. Enquanto ascasas comerciais tinham muitos anúncios publicitários e ofereciam várias facilidades, como aentrega dos produtos e vendas a prazo para atrair compradores, Ipanema apenas constava noanuário com um anúncio muito simples e não oferecia nenhuma vantagem especial aosconsumidores.A fábrica não contava com escritórios ou outro ponto comercial próximo dos centrosurbanos, onde as pessoas pudessem fazer encomendas. Todos os funcionários administrativosatuavam no interior da companhia, ou seja, afastados dos possíveis consumidores.Outro fator que obstou a saída de produtos da fábrica foi o estágio de desenvolvimentotecnológico em que a companhia se encontrava. Enquanto a larga utilização do vapor e docarvão mineral possibilitava às fundições européias força suficiente para produzir grandequantidade de trilhos de aço, Ipanema ainda era movida pela força hidráulica da represaconstruída em 1814 pelo primeiro administrador, e seus fornos eram tocados com carvãovegetal.Embora o carvão vegetal fornecesse um ferro especial, muito apreciado para aconstrução de eixos e rodas para locomotivas e vagões, a força gerada pelas águas da represa,e que adentravam as diversas oficinas através de um sofisticado e engenhoso sistema decanais, era insuficiente para gerar a força necessária à produção de trilhos. Além disso,segundo relato do próprio diretor, a capacidade produtiva de Ipanema era insuficiente paratornar a operação do custoso maquinário destinado ao fabrico de trilhos viáveleconomicamente. Aliado a tais fatores, pesava o preço dos transportes. Ficava assim a fábricaimpossibilitada de atender o promissor mercado formado pelas ferrovias particulares que iamsendo instaladas na província por conta do avanço da cafeicultura.Em relação às obras públicas estatais, a fábrica fez importantes fornecimentos aosarsenais, as estradas de ferro D. Pedro II, Baturité e Porto Alegre à Uruguaiana. Entretanto, naausência de grandes conflitos a demanda por ferro dos arsenais não era grande. Por outro lado,as ferrovias estatais correspondiam apenas a 25% do total das vias férreas do país no fim doImpério.Como a presente análise se propôs a entender como se deu o desempenho econômicoda fábrica Ipanema e qual o contexto político que permitiu os investimentos do Estado nacompanhia, conclui-se que não faltou disposição governamental para solucionar os principaisproblemas que afligiram a empresa. O Estado procurou prover Ipanema com os recursosnecessários ao seu desenvolvimento, e manteve seus investimentos na fábrica como parte deum projeto mais amplo, que era estimular o progresso econômico do Império, especialmente [Página 165]



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ME|NCIONADOS Registros mencionados (1):
01/01/1814 - *A Fábrica de Ferro de Sorocaba foi denominada Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema
EMERSON

  


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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.