Compareceu à Mesa Joana Afonso (40 anos), natural da Ilha de São Tomé, que fora acusada de adultério e veio degredada para o Brasil
9 de janeiro de 1595, segunda-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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A notícia chegou aos ouvidos de Furtado de Mendonça, poracaso. Estando o visitador na Paraíba, a 8 de janeiro de 1595, concedeu 15 dias da graça.Logo no dia seguinte, compareceu à Mesa Joana Afonso (40 anos), natural da Ilha de SãoTomé, que fora acusada de adultério e veio degredada para o Brasil.Denunciou que há 25 anos, conheceu Salvador Romeiro, “homem baixo, grosso emanco”. Assistiu seu casamento na ilha com uma moça chamada Ana Fernandes, filha deMaria Fernandes, na igreja de Nossa Senhora da Conceição, onde os recebeu o cura napresença de padrinhos e muita gente. Após o casamento, Romeiro e Ana ficaram“agasalhados” na casa da sogra do rapaz, todos de uma “porta a dentro”. Com 3 ou 4 anos decasados, Maria Fernandes queixava-se que o genro não desvirginara a filha e gastara o dote.Quem administrava a justiça na ilha era um fulano de Salema, que mandou prender diversossomítigos, sendo muitos queimados. Na ocasião, Salvador Romeiro foi preso com fama deque não dormia com a esposa, mas com homens. Na iminência da fogueira, o acusado afirmouque havia enterrado um crucifixo em Portugal, portanto, não poderia ser queimado na ilha,devendo ir antes ao Reino desenterrar o dito crucifixoJoana Afonso relatou, ainda, que quando Salvador Romeiro foi enviado para Portugal,ela veio cumprir seu desterro no Brasil. Há poucos anos, o encontrou na Paraíba. Ele lheperguntou por Maria Fernandes, se a conhecia. Joana respondeu: “é sua sogra”, ao que omesmo pediu que se calasse. Pouco depois soube que Romeiro estava casado com outramulher em Lisboa, ficou espantada visto que já fora casado em São Tomé (ibid.). Apósdiversas tramas para dissimular sua homossexualidade, por todos os lugares que passouRomeiro foi acusado de somítigo. Casando-se duas vezes tentou o quanto pôde ludibriar ospoderes estabelecidos, sem deixar de dar vazão aos seus desejos, mantendo a aparência de um homem que dormia com mulheres e esforçando-se para esconder sua pertença a uma minoriareprimida.A documentação revela as tentativas do réu para ocultar sua fama de somítigo, livrarse da ameaça à fogueira, atender aos seus desejos nefandos e se fazer passar por homem quecobiçava mulheres – muito embora desde adolescente praticara a punheta com um frade emLisboa. Os autos trazem à tona uma trajetória de vida dinâmica, várias viagens, encontros edesencontros, até que Romeiro caísse na teia do visitador. Desnecessário dizer que o objetivoda fonte era revelar o delito, suscetível à pena capital. No entanto, por trás do crime estava ohomem que tudo fez, tudo o que estava ao seu alcance, para atender a suas compulsões“nefandas”.
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