'“Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800) - 01/01/1797 Wildcard SSL Certificates
1793
1794
1795
1796
1797
1798
1799
1800
1801
Registros (29)Cidades (0)Pessoas (0)Temas (0)


“Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800)
    1797
    Atualizado em 29/11/2025 23:02:16



Gaspar da Madre de Deus reconhece que a narrativa de Charlevoix sobre as incursões paulistas no Paraguai é exata, muito mais exata do que certos relatos portugueses. [Viagem a provincia de São Paulo e resumo das viagens ao Brasil, Província Cisplatina e Missões do Paraguai, 1940. Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853). Página 40]

Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Memórias para a história da capitania de São Vicente, I, em nota ao § 154, afirma que Pirá-tininga, ou Piratinim, é um ribeiro, afluente do Tieté: e faz referência ao auto de demarcação das terras de Braz Cubas, feito em São Paulo em 1633, além de uma carta de sesmaria, passada por Jorge Ferreira aos 9 de agosto de 1567.

Supõe mesmo que seja o Tamanduatehy. Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), porém nos Apontamentos históricos, geográficos, biográficos, estatísticos e noticiosos da província de São Paulo, no nome Piratininga, o refuta com vantagem, dizendo que, se em documentos antigos ha a palavra rio de Piratininga, é significando que pelos campos desse nome passa um rio. Em verdade, não há notícia de tal rio Pirá-tininga. [“Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX”, 1886. João Mendes de Almeida. Páginas 332, 333, 334, 335 e 336]

ada dos Maromomis,24 arrostou uma ilha alta na latitude de 25 graus e 48 mi-nutos, à qual deu o apelido de S. Sebastião, por dele rezar a Igreja nesse dia;depois de passar esta ilha, foi continuando a viagem por espaço de mais 12léguas, como querem os vizinhos, ou de 8, segundo escreve Pimentel,25pornão meter em conta as voltas da terra. Aos 22 viu uma barra com fundosuficiente para caravelas, patachos e outros vasos de semelhante lotação; ecomo o religioso donatário costumava assinalar os lugares mais notáveiscom os nomes de santos, cujos eram os dias em que a eles chegava a pri-meira vez, demarcou com o título de rio de S. Vicente a barra, por ondeentrou no dia deste mártir gloriosíssimo, que escolheu para patrono da suacolônia.

28. O território desta barra distinguiam os índios com o apelidoBuriquioca, que quer dizer casa de Buriquis (buriquis são uma espécie de ma-cacos). No princípio denominaram desta sorte a um monte que aqui ficaadiante da fortaleza, ao qual chamaram casa, ou viveiro de Buriquis, por ha-bitarem muitos nesta paragem, onde sempre os achavam os caçadores: aodepois comunicou-se o nome próprio só do outeiro a toda a sua vizinhan-ça, e também à barra. Esta é a origem verdadeira da denominação, e não aque assinam os velhos destas vilas, os quais contam que os índios, quando aprimeira vez chegaram à fortaleza de Martim Afonso, deram-lhe o nome deBuriquioca, ou casa de Buriguis, por serem os cabelos dos brancos nela mora-dores da mesma cor destes animais, cujo pêlo é ruivo. A falsidade desta tra-dição mostra-se com uma sesmaria passada por Antônio Rodrigues deAlmeida, capitão-mor de Santo Amaro, em Santos aos 6 de maio de1566,26 na qual diz o capitão:

Por Domingos Garocho, morador na Vila de Santos,me foi feita uma petição, dizendo nela que me pedia, lhe des-se as terras, que estão além da fortaleza da Bertioga, come-çando do morro, a que os índios chamam Buriquioca”. [p. 32]

Consta desta sesmaria que o nome foi posto pelos índios aomorro, e não à fortaleza, a qual o tomou do tal outeiro, ou para melhordizer, do sítio onde ela foi edificada, ao qual se havia já comunicado oapelido do morro: nós dizemos Bertioga por corrupção do nome com-posto Buriquioca.29. Este território, e toda a costa circunvizinha, assim para onorte, como para o sul, pertencia a várias aldeias situadas no campo so-bre as serras: as ilhas de S. Vicente e Santo Amaro, e também a terra firmeadjacente, e suas praias defendiam os índios, pela única conveniência denelas pescarem e mariscarem. Eis aqui a razão por que Martim Afonsonão viu aldeia alguma depois que passou a enseada dos Maramomis. Índi-os particulares em todo o tempo, e povos inteiros em certos meses, vi-nham mariscar na costa: escolhiam entre os Mangais algum lugar enxuto,aonde se arranchavam, e dali saíam como enxames de abelhas a extrairdo lodo os testáceos marítimos. É indizível a imensidade que colhiam deostras, berbigões, ameijoas, sururus de várias castas, e outros mariscos;mas a pesca principal era de ostras e berbigões, ou porque gostassemmais deles, ou porque os encontrassem em maior cópia, e colhessemcom facilidade. De tudo isto havia, e ainda hoje há muita abundâncianos mangais da Capitania de S. Paulo. Com os tais mariscos se sustenta-vam enquanto durava a pescaria, o resto secavam, e assim beneficiadoconduziam para suas aldeias, onde lhes servia de alimento por algumtempo. As conchas lançavam a uma parte do lugar onde estavam con-gregados, e com elas formaram montões tão grandes, que parecem ou-teiros a quem agora os vê soterrados.30. Daqui nasceu escreverem alguns autores que é mineral amatéria de que se faz a cal em várias partes da América. Enganaram-se,mas com desculpa; porque a terra conduzida pelas águas e ventos paracima daqueles montões, formou sobre eles crostas tão grossas que nal-gumas partes chegam a ter capacidade para sustentarem como sustenta-vam, árvores bastantemente altas, que sobre elas nasceram, e se conser-vam sempre viçosas. Tanto é a antiguidade destas ostreiras (assim lhe cha-mam na Capitania de S. Paulo)27 que a umidade pelo decurso dos tem-pos veio a dissolver as conchas de algumas delas, reduzindo-as a uma [p. 33]

O entranhado espírito regionalista denuncia-se a cada passo em frei Gaspar; ora o leva a protestar na mais justa aliás das reivindicações, contra alegações insultuosas de Dom Vaissette, historiador maurino, ora a demonstrar quanto em terras de São Paulo era já volumosa a corrente nacionalista e quanta consciência já aí se tinha da importância do indigenato brasileiro. Acodem-lhe ao bico da pena, honesta e comedida, severas palavras e irritados conceitos. [Página 66]

Dom Vaissette, seu irmão de hábito beneditino, "historiador célebre e sábio monge", aliás, envergonhar-se-ia de ter iludido o público a respeito dos Paulistas", a quem tanto caluniara, chamado-lhes bandidos e piratas sem fé, sem lei, nem rei, "se não houvera bebido no mesmo charco de Charlevoix". [Página 67]

desfrutam os viandantes, por estar o cume das serras ordinariamente coberto de nevoeiros, que impediria a vista dos objetos inferiores.

115. Nesta viagem não basta chegar-se ao pico, para se ter dado fim às subidas, e vêem-se os caminhantes obrigados a continuá-las, quando as reputam acabadas; porque os cumes dos outeiros servem de base a outros montes, que adiante se seguem, e assim vão prosseguindo,de sorte que é necessário aos viajantes caminharem, como quem sobe por degraus de escadas. Vencido finalmente, este caminho, talvez o pior, que tem no mundo, chegou Martim Afonso ao campo de Piratininga, onde se achava aos 10 de outubro de 1532, e ali assinou nesse dia a Sesmaria de Pedro do Góis, lavrada por Pero Capico, escrivão de el-Rei. Examinou oterreno, quanto lhe foi possível, do qual formou idéia muito vantajosa; mas por isso mesmo, tanto que se recolheu à Vila de S. Vicente, deu uma providência digníssima da sua alta compreensão, ordenando que nem a resgatar com os índios pudessem ir brancos ao campo sem sua licença, ou dos capitães seus loco-tenentes, a qual se daria com muita circunspeção, e unicamente a sujeitos bem morigerados. Desta regra generalíssima só foiexcetuado João Ramalho o qual veio situar-se meia légua distante da Borda do Campo no lugar onde hoje existe a Capela de S. Bernardo.

116. Não padece a maior dúvida, que houve a dita proibição,e também que para todos poderem ir ao campo, foi necessária dispensade quem tinha jurisdição igual à do proibente. D. Ana Pimentel, comoprocuradora do donatário seu marido, passou o seguinte alvará no anodo 1544:91

D. Ana Pimentel, mulher de Martim Afonso de Sousa, capitão-mor, e Governador da Povoação da Capitania de S. Vicente, costa do Brasil, que ora por seu especial mandado, e provisãogoverno a dita Capitania &c. Aos que este meu alvará virem e oconhecimento pertencer, faço saber, que eu hei por bem, e me apraz, moradores da dita Capitania de S. Vicente possam ir, emandar resgatar ao campo, e a todas outras coisas, e porémmando, que no tempo que os índios do dito campo andam emsua santidade, nenhuma pessoa de qualquer qualidade que seja,possa ir, nem mandar ao dito campo, por ser informada, quehá grande perigo para a dita terra irem lá em tal tempo, e tirando em este tempo, todo outros mandaram, e foram, contantoque sempre tomem licença do capitão, ou de quem o tal cargotiver; e nenhum capitão, nem ouvidor lhe não poderia tolher,não sendo no tempo, que se diz em cima, e assim mando a todas as Justiças, que guardem este, e o façam guardar; porque assim o hei por bem. Feito em Lisboa a 11 de fevereiro de 1544.”117. Ouvindo dizer os camaristas de S. Vicente, que AntônioTeixeira havia chegado de Lisboa e trazia o referido alvará, obrigaram-noa ir apresentá-lo na Vereação de 3 de maio de 1544 talvez por duvidarem, que D. Ana houvesse tido a imprudência de derrogar semelhantedisposição de seu marido.118. Com duas vistas, ambas muito próprias dos olhos doMartim Afonso, fez este donatário aquela proibição utilíssima ao bem comum do Reino, e conducente ao aumento da sua capitania. Ele penetrou osverdadeiros interesses do Estado melhor do que alguns modernos, e o seufim era não só evitar guerras, mas também fomentar a povoação da costa.Previu que da livre entrada dos brancos em as aldeias dos índios haviam deseguir-se contendas e alterar-se a paz tão necessária ao aumento da terra:não ignorava, que D. João III mandara fundar colônias em país tão remotode Portugal com o intuito de utilizar ao Estado por meio da exportaçãodos frutos brasílicos: sabia que todos os gêneros produzidos junto ao marpodiam conduzir-se para a Europa facilmente, e que os do sertão pelo contrário nunca chegariam a portos, onde os embarcassem, ou se chegassemseria com despesas tais, que aos lavradores não faria conta largá-los pelopreço, por que se vendessem os da marinha. Estes foram os motivos de antepor a povoação da costa à do sertão: e porque também previu, que nunca, ou muito tarde se havia de povoar bem a marinha, repartindo-se os co [Páginas 73 e 74]

dios e portugueses, desejosos de atrair grande número de povoadores, quese unissem a eles, e daqui nasceram as contendas, que tanto exagera o cronista da Companhia do Brasil, lançando toda a culpa aos filhos de João Ramalho. Vasconcelos não explica, que as diligências foram recíprocas; cala assolicitações de seus sócios; e pinta as dos Ramalhos por estilo, que os reputa sediciosos, ou rebeldes ao Estado quem lê a Crônica da sua Província.137163. A vista dos padres era muito mais penetrante, que a deseus êmulos: eles olhavam para aquela vila, como para um obstáculo aosprogressos da nova aldeia; e vendo, que ambas não podiam existir, desviaram o golpe fatal, que ameaçava a sua povoação, dispondo as coisasde sorte, que a espada fosse descarregar sobre a inimiga. Tentaram persuadir aos do Governo, que era conveniente ao Estado, e útil à religiãomudar-se para a Aldeia de S. Paulo o Pelourinho, e moradores de SantoAndré, e juntamente o foro de vila. Ponderavam, que esta por ficar vizinha ao mato, estava exposta às invasões repentinas dos bárbaros nossoscontrários, e que por falta de sacerdotes não havia nela quem administrasse os sacramentos; concluindo finalmente, que os mencionados inconvenientes ficariam remediados com a transmigração da vila para junto ao colégio, onde assistiam sacerdotes, que suprissem a falta de pároco, e não podiam chegar os inimigos sem serem sentidos, por ficar S.Paulo em lugar descoberto, e livre de árvores, que ocultassem as marchasdos exércitos contrários.

164. Depois de contenderem alguns anos por este modo, chegaram finalmente os padres a cantar a vitória; porque achando-se em S. Vicente o governador-geral Mem de Sá em 1560, tais razões lhe propôs o Pe. Nóbrega, a quem ele muito venerava, que persuadido delas, mandou extinguir a Vila de Santo André, e mudar o Pelourinho para defronte do colégio:

executou-se a ordem no mesmo ano, e daí por diante ficou a povoação na classe das vilas com o título de S. Paulo de Piratininga, que conservava desde o seu princípio. Os guaianases oriundos de Piratininga, e mais índios ali moradores, vendo que iam concorrendo portugueses, e ocupando as suas terras, desampararam S. Paulo, e foram situar-se em duas aldeias, que novamente edificaram, uma com o título de Nossa Senhora dos Pinheiros, e outra com a invocação de S. Miguel.

Depois de alguns anos Jerônimo Leitão, loco-tenente de Lopo de Sousa, donatário de S. Vicente, concedeu-lhes terras por uma só sesmaria lavrada aos 12 de outubro de 1580, na qual consignou aos índios dos Pinheiros 6 léguas em quadro na paragem chamada Carapicuíva, e outras tantas aos de S. Miguel em Uraraí. Hoje quase nada possuem os miseráveis índios descendentes dos naturais da terra; porque injustamente os desapossaram da maior parte das suas datas, não obstante serem concedidas as sesmarias posteriores dos brancos com a expressa condição de não prejudicarem aos índios, nem serem deles as terras, que se davam.

165. Eis aqui a história verdadeira da fundação da cidade de S.Paulo, a qual não deve sua origem a Martim Afonso de Sousa, nem traz asua criação do princípio assinado pelos autores estrangeiros, que falam nadita cidade. Para que se veja a pouca exceção, com que eles escrevem arespeito desta capitania, principalmente dos paulistas, eu vou copiar o quedeles, e de toda a capitania dizem Vaissette, e Charlevoix; e ao mesmotempo irei mostrando os seus erros, e convencendo de falsas quase todasas suas proposições. Deste modo conhecerão os leitores a futilidade, e oridículo de tudo quanto se tem escrito, e se escrever arbitrariamente destacapitania. Vaissette falando de S. Vicente diz:140“A costa do mar do norte cerca esta capitania no espaço deperto de 80 léguas141 comuns de França: ela tem a capitaniad’el-Rei ao meio-dia,142 e é cercada pelo poente pelo Paraguai.143Assegura-se, que ela tem pouco mais ou menos 80 léguas de ex [Páginas 105 e 106]

Eis que de maneira se expressa o autor a quém devemos preciosas informações sobre os nativos de Queluz, de Itapeva e de Grapuava: "Quando da invasão dos conquistadores, os guaianazes não puderam acompanhar as tribos de sua nação que procuraram, em meio das florestas, um refúgio contra a escravidão e a morte.

Os que permaneceram na região, fatigados por trinta anos de uma vida nômade e pelos longos sofrimentos que padeceram, cederam, afinal, ante a força das circunstâncias; déram a entender que queriam a paz e que submeter-se-iam completamente ao serviço dos brancos, sob a condição, porém, de que viveriam em comum entre si, mas separados daqueles... Foram atendidos. Sabemos, por tradição, que a aldeia dos Pinheiros... foi fundada em 1560." Página 133] [0]

Fundação da Cidade de São Paulo

Muito longe de merecerem alguma atenção as memórias, que ofereço a quem escrever a História desta Capitania, elas serviriam tão somente de enganar aos meu leitores, se eu contasse a fundação da cidade São Paulo como a relatam todos os Historiadores, e Dicionaristas Geógrafos Estrangeiros, principalmente D. José Vaissette, Historiador célebre, e sábio monge da Congregação Beneditina de S. Mauro em França, bem conhecida pela grande literatura, e muito observância de seus alunos. Eu tenho por certo (sem falar nos mais autores) que este meu irmão se envergonharia de ter iludido o público, com o que escreveu a respeito de São Paulo, e dos paulistas, se viera a esta Capitania, e pelos cartórios dela chegasse a conseguir uma leve instrução verdadeira dos fatos antigos, que publicou mal informado.

Em cima da serra de Paranaapiacaba, e debaixo do Trópico Austral pouco mais ou menos demora um País delicioso, a que os portugueses no princípio davam o nome de Campo por distinção das terras de Beira-mar, que acharam cobertas de arvoredo muito alto, quando aqui chegaram, e por isso diferentes daquelas mais vizinhas a São Paulo, as quais tem artificio não produzem árvores altas, senão em pequenos bosques, distantes uns dos outros, e dispersos por toda a campanha, a qual é um terreno desigual, cuja produção, espontânea, e mais ordinária, consiste em feno, e arbustos rasteiros: campões de mato chamam no Brasil aos tais pequenos bosques. Pelo dito campo dos Antigos faz seu curto um Rio famoso, a que os títulos, e cartas mais antigas dão o nome de Rio Grande, o de Anhambî as Sesmarias concedidas no princípio do século passado; e hoje todos vulgarmente o de Tyetê. Nele faz confluência um ribeiro, a que os nativos da terra intitulavam Piratininga, ou Piratinim, como acho escrito em alguns documentos antigos (...). Em uma das margens do tal ribeiro estava situada uma aldeia, cujo nome era Piratininga, onde residia Tebyreçá, Soberano dos Guaianazes: ela tomou o nome do ribeiro, o qual se comunicou a todo o Paiz, e este se chamou Campos de Piratininga. [Páginas 215 e 216] [1]img

Camargo aponta o historiador e monge beneditino Gaspar Teixeira de Azevedo (1715-1800), mais conhecido como Frei Gaspar da Madre de Deus, como o primeiro a chamar, em livro, de bandeiras as incursões pelo sertão — o faz em "Memórias Para a História da Capitania de São Vicente", publicado originalmente em 1797. "Mas ele ainda não empregava o termo bandeirantes. Chamava-os apenas de paulistas", atesta Camargo.

Eis aqui a história verdadeira da fundação da cidade de S. Paulo, a qual não deve sua origem a Martim Afonso de Sousa, nem traz a sua criação do princípio assinado pelos autores estrangeiros, que falam na dita cidade. Para que se veja a pouca exceção, com que eles escrevem a respeito desta capitania, principalmente dos paulistas, eu vou copiar o que deles, e de toda a capitania dizem Vaissette, e Charlevoix; e ao mesmo tempo irei mostrando os seus erros, e convencendo de falsas quase todas as suas proposições. Deste modo conhecerão os leitores a futilidade, e o ridículo de tudo quanto se tem escrito, e se escrever arbitrariamente desta capitania.

Joseph Vaissète (1685-1756) falando de S. Vicente diz:140

“A costa do mar do norte cerca esta capitania no espaço de perto de 80 léguas [iens, em 1755.(2) A capitania de S. Vicente estendia-se pela costa 100 legoas, d´ondese segue, que o Autor dlminue a sua extensão: porque 10 legoas francezas contém sómeinte 9 das nossas (Gelasio Antônio de Sá Supplemento daHistoria Chronol. tom. 1, cap. 2, § 1, pag. 27), e como por esta com as 80 francezas sommão 72 portuguezas, dá o Padre á Capitania de S. Vicente na costa 22 legoas menos, do que élla tinha.] comuns de França: ela tem a capitania d´el-Rei ao meio-dia [ Em todo o Brazil não ha Província alguma, que se denomine Capitania d´El-Rei: a de S. Vicente tinha ao Meio dia 40 legoas. que pertencião ao Donatário de Santo Amaro], e é cercada pelo poente pelo Paraguai.143 Assegura-se, que ela tem pouco mais ou menos 80 léguas de extensão do levante ao poente na sua parte setentrional, onde confina com a capitania do Rio de Janeiro, e perto de 40 léguas na parte meridional [A Capitania de S. Vicente confinava pelo Sertão com terras de Hespanha, entre as quaes, e a costa do mar, assim ao Norte, como ao Meto dia, devem contar-se muitas legoas mais, do que as assignadas pelo A.].

O país é fértil, principalmente de frutos; tem Minas de Prata [Se fala de Minas descobertas, como parece falar, enganou-se certamente; pois em parte nenhuma do Brazil se labora em Minas de Prata, nem consta com certeza, que haja algumas rendosas: muitas vezes se procurarão n´outro tempo; e dizem, que D. Francisco de Souza, Governador Geral do Estado, extraíra pelos anos de 1599 alguma prata em Biraçoiaba, Termo da Villa de Sorocaba d´esta Capitania; mas em quantidade tão diminuta, e de lugar tão profundo, que não fazia conta aquela Mina, e por isso ficara sem uso], e se acha regado por muitos rios.

Entre as ilhas que estão sobre a costa, a principal é a de Santos, onde se vê a cidade146 de S. Vicente, antigamente capital da capitania, mas reduzida hoje a pouca cousa, por causa de não ser bom o seu porto. Santos está situada em 24º de latitude, e 29º de longitude ocidental.

[inicio da pagina 225] Os portugueses têm outras colônias nesta capitania: uma das principais é S. Paulo, cidade situada imediatamente debaixo do Trópico do Capricórnio [nota 4 - A cidade de S. Paulo está ao Sul do Trópico, como se vê da suaposição Mathematica (5 160)] na parte setentrional da capitania 25 léguas ao norte de Santos. Ela deve a sua origem a uma tropa de espanhóis, portugueses, índios, mestiços, mulatos, e outros fugitivos, que por se esconderem, e fugirem dos governadores-gerais do Brasil, se ajuntaram neste lugar, e aí se estabeleceram.

O seu número se acrescentou de tal sorte, que a cidade continha quatro, ou cinco mil habitantes no princípio deste século, sem contar os escravos, e índios, que se lhe davam. Os seus habitantes, que se diziam livres, foram governados em República 150 por espaço de dilatado tempo debaixo da autoridade d´el-Rei de Portugal, ao qual eles pagavam um tributo de quase 800 marcos de prata151 todos os anos pelo quinto do usufruto do seu domínio, onde eles têm minas de ouro, e prata, que são cercadas em roda de altas montanhas, e fechadas por um espesso bosque.

Eles admitiam consigo aventureiros detodas as nações da Europa; porém não permitiam entrada aosestrangeiros na sua república.

[(2) Parece, que o Autor se oontradiz; por quanto, depois de teraffirmado, que admittião comsigo aventureiros de todas as nações da Europa, accrescenta, que não permittião aos estrangeiros entrada na sua Republica; porém o sentido é, a meu ver, que deixavão morar forasteirosna sua Villa, e não conseütião terem parte no Governo. Eis aqui outrafábula, pois assim os europeos portuguezes como os estrangeiros casadosna terra, fôrão Camaristas sem contradicção alguma até o tempo das guerras civis entre Pires, e Camargos, e ainda depois disso erão admittidos comcertas limitações. Estas nobres íamilias aparentadas com as outras principaes de S. Paulo, estando depois de grandes desordens em campo a pontode se darem batalha com dous formidáveis exércitos, experimentarião a suatotal ruína, se o parocho, e religiosos da Villa, que muito bem conheciãoo motivo das discórdias, não reduzissem os dous bandos inimigos a abraçarem o prudente meio, de que nos Pellouros da Camara entrassem sempreOfficiaes das íamilias contendorae em igual numero, e entre elles algunsneutraes. Este meio serenou a tormenta, e para que se não levantasse outrasemelhante no tempo futuro, D. Jeronymo de Atayde, Conde de Atouguia,então Governador do Estado, approvou a Concordata na Cidade da Bahiaaos 24 de Novembro de 1655, a qual confirmou ao depois Sua Magestade varias vezes (Archiv. da Cam. de S. Paulo, Liv. de Reg. tit. 1655, pag. 28 e n. 4,tit. 1664, pag. 125), como explicarei melhor, quando escrever as guerras civisdesta Capitania Ouviu pois dizer Vaissette, ou quem lhe deu a noticia, quenem todos os moradores de S. Paulo podião servir na Camara, e não sabendoa razão disso, e também que cousa seja o que os portuguezes chamão Senado ou Camara, ignorando outro sim, que aos Officiaes della damos otitulo de Republicanos; escreveu, que os paulistas não permittião a estrangeiros entrada na sua Republica.]

Professavam a religião católica, ainda que exercitassem oofício de piratas;153 mas finalmente el-rei de Portugal sujeitouesta república a seu domínio imediato, do qual ela hoje depende,154 e o Papa Benedito XIV erigiu ali um bispado noano de 1745. Também há várias casas religiosas, e entre elasum Mosteiro de Beneditinos da Congregação do Brasil.155 Oshabitantes por muito tempo duvidaram admitir consigo jesuítas, os quais finalmente estabeleceram ali um colégio, nãoobstante esta dificuldade”. [Páginas 228]

156166. O jesuíta Charlevoix caminha por estrada tão escorregadiça,como a de Vaissette; e bem se percebe, que ambos beberam no mesmo charco. Falando dos moradores de S. Paulo, diz na sua História do Paraguai:157166. O jesuíta Charlevoix caminha por estrada tão escorregadiça,como a de Vaissette; e bem se percebe, que ambos beberam no mesmo charco. Falando dos moradores de S. Paulo, diz na sua História do Paraguai:157“Os seus habitantes com socorros dos jesuítas do seucolégio se conservaram algum tempo em a piedade,158e osíndios do distrito, que estes religiosos impediram fossemmaltratados, abraçaram com ânsia a religião católica; masisto durou pouco, e a colônia portuguesa de S. Paulo dePiratininga, sobre a qual os missionários haviam fundado asua maior esperança, veio a ser um obstáculo às suasconquistas espirituais.159 O mal veio primeiramente de outra0 A República de S. Paulo, foi como a de Platão existente só na idéia do impostor,que lhe deu subsistência

6 Impropriamente diz o Autor, que a Vila de S. Paulo está situada sobre o cume deuma montanha: porque não há serra alguma próxima a esta vila, hoje cidade. Ela de- mora em lugar alguma cousa elevado, mas não tanto, que seja difícil a sua expugna- ção, depois de ter chegado o inimigo à borda do campo, 3 léguas distante da cidade. [[[]]]

No dito ano de 1553 criou seu Patriarca Santo Ignácio nova Província independente Manóel da Nóbrega, o qual no ano de 1554 deu princípio ao terceiro colégio nos campos de Piratininga. Na igreja desta nova fundação se disse a primeira missa aos 25 de janeiro, dia em que a Igreja celebra a Conversão do Doutor das Gentes, e por isso ficou chamando-se de São Paulo aquela casa, e depois também uma vila, hoje cidade, que posteriormente se levantou junto ao Colégio em 1560, por súplicas dos padres e ordens do Governador Geral Mem de Sá, o qual extinguiu outra mais antiga, chamada de Santo André, erigido por João Ramalho e seus filhos na borda do Campo, e perto do lugar aonde agora vemos a capela de São Bernardo, obrigando os moradores da primeira a se transmigrarem para o sítio do Colégio, distante coisa de três léguas.

Antes disso havia mudado para o mesmo sítio a sua aldeia o Regulo Tiberiçá, desamparando o solar de seus maiores, que estavam junto ao rio Tietê (o original escreve "Rio Grande"), em distância de meia légua; e vindo fazer a sua casa no solo, que agora ocupa o Mosteiro de São Bento. Também havia se mudado Caiuby ou Cayobig, senhor Iaraybatiba, e outros: depois de se criar vila em São Paulo, todos estes nativos, a quem os portugueses antigos chamavam parceiros e compadres, foram habitar nas aldeias de Pinheiros e São Miguel, povoados nelas senhoras, e naturais de Piratininga.

Esta foi a origem da cidade de São Paulo, e não a fabulosa, que lhe dá o benedito francês D. José Vaissette, na sua História Geográfica Eclesiástica e civil, tom. 12, página 215, da impressão Parisiense de 1755, aonde falando da Colonia de São Paulo, diz:

- Ela deve a sua origem a uma tropa de hespanhóis, portugueses, indianos, mestiços, mulatos, e outros fugitivos, que por se esconderem e fugirem da tirania dos Governadores do Brasil, se ajuntaram neste lugar, e ai se estabeleceram, etc., etc.

Depois de fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, e nela um Colégio em 1567, extinguiu o Padre Ignácio de Azevedo, Visitador Geral dos Jesuítas, o Colégio de São Vicente, e por ser a terra muito pobre, e as Religiões neles assistentes, mandou-os para o Rio de Janeiro, conservando porém sempre uma casa, que a sua Religião tinha na vila de Santos a qual ao depois foi Colégio com o título de São Miguel.

Pelos anos de 1611 excitaram-se grandes contendas entre os jesuítas e portugueses, moradores nesta Capitania, e as discórdias originadas da liberdade dos nativos que os padres defendiam, talvez com zelo excessivo, vieram produzir o seguinte atentado. [Página 367, 368 e 369]



Sorocaba/SP
São Paulo/SP
Leis, decretos e emendas
Lisboa/POR
Rio Anhemby / Tietê
Rio Tamanduatei
Capitania de São Vicente
“o Rio Grande”
Santos/SP
Joseph Vaissète
112 anos
Jesuítas
1685-1756-
Hospitais
1685-1756-
Guaianase de Piratininga
1685-1756-
Guaianás
1685-1756-
União Ibérica
1685-1756-
Colégios jesuítas
1685-1756-
Léguas
1685-1756-
Caminho do Mar
1685-1756-
Caiubi, senhor de Geribatiba
Brás Cubas
290 anos
Bertioga/SP
1507-1592-
Bartolomeu Carrasco
f.1571
Araçoiaba da Serra/SP
f.1571
Ana Pimentel Henriques Maldonado
297 anos
Colinas
1500-1571-
Portos
1500-1571-
Santa Casa da Misericórdia
1500-1571-
São Vicente/SP
1500-1571-
Rio Piratininga
1500-1571-
Rio Mogy
1500-1571-
Rio Mboy
1500-1571-
Rio de Janeiro/RJ
1500-1571-
Trópico de Capricórnio
1500-1571-
República
1500-1571-
Vila de Santo André da Borda
1500-1571-
Pero Capico
Nossa Senhora dos Pinheiros
-
Montanhas
-
Mogi das Cruzes/SP
-
Domingos Garrucho
-
Gaspar da Madre de Deus
82 anos
Pierre-François-Xavier de Charlevoix
115 anos
João Ramalho
311 anos
Pela primeira vez
1486-1580-
Caethana/Catharina Ramalho
Luis de Góes
Mestre Bartolomeu Gonçalves
297 anos
Ana Camacho
f.0
Amador Bueno de Ribeira
213 anos
Piratininga
1584-1649-



Memorias para a historia da capitania de S. Vicente
Data: 01/01/1797
Créditos/Fonte: Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800)
Memorias para a historia da capitania de S. Vicente: hoje chamada de S. Paulo, do estado do Brazil publicadas de ordem da Academia R. das Sciencias. Página 106


ID: 11113


Viagem a provincia de São Paulo e resumo das viagens ao Brasil, Provincia Cisplatina e Missões do Paraguai
Data: 01/01/1940
Créditos/Fonte: Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853)
Página 216


ID: 11759


Clemente
Data: 01/01/1606
Créditos/Fonte: Boigy "Cadernos da Divisção do Arquivo Histórico e Pedagógico Municipal"
01/01/1606


ID: 5427



ME|NCIONADOS Registros mencionados (17):
10/10/1532 - Martim Afonso concede sesmarias
01/01/1537 - *Chegou a Buenos Aires com toda a sua colônia que tinha em Santa Catarina
01/01/1540 - *Casamento de Rodrigo Alvares e Catarina Ramalho
01/01/1543 - *Bras Cubas funda aí uma casa de misericórdia, primeiro estabelecimento do gênero criado no Brasil
11/02/1544 - D. Ana Pimentel, como procuradora do donatário seu marido, passou o seguinte alvará
01/01/1553 - *Procurador do Concelho
25/01/1555 - Bras Cubas concede sesmaria ao ferreiro "Mestre Bartolomeu", chamado Domingos, que havia chegando com Martim Afonso em 1531, quando "enganados" pelo "Bacharel" em Cananéia
31/03/1560 - Rio de Janeiro, São Vicente ou Santos: Onde estava Mem de Sá?
01/01/1567 - *Um documento sobre a demarcação das terras de Brás Cubas, de 1567, confirma esta localização na foz do Tamanduateí: “[a propriedade] começará a partir pela banda oeste que vae daí [ao] caminho de Piratininga (...) sempre pelo dito caminho assim como vae passando o rio Tamanduateí e daí corta direito sempre pelo dito caminho que vae a Piratininga que está na borda do rio Grande [Tietê] que vem do Piquiri [no atual Tatuapé] e ai vae correndo direito para o sertão”
09/08/1567 - Sesmaria a João Ramalho
10/06/1611 - O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil
25/08/1611 - Caciques aliciando índios
01/01/1633 - *Demarcação de terras por Bras Cubas
01/04/1641 - Aclamação de Amador Bueno
03/04/1641 - D. João IV foi reconhecido soberano em São Paulo
01/01/1698 - *Relatório de Antonio Paes Sande (1622-1695)
01/01/1969 - *“História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos”. Jesuíno Felicíssimo Junior
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.