setembro de 1554, quarta-feira Atualizado em 23/10/2025 15:34:04
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Em 1550, quando caçava nas "picadas" da Ilha Guaimbê, cercanias da Prainha Branca (península do "rabo do dragão"), o Artilheiro alemão à serviço das autoridades portuguesas foi raptado pelos Tupinambás.Dentre muitas situações de perigo, Hans Staden participou de combates deflagrados pelos Tupis na Capitania de Santo Amaro. Esteve na batalha de Boissucanga, onde capturam o filho (de mesmo nome) do Capitão Jorge Ferreira e outro mameluco que chamava-se Jerônimo [Braga], parente consanguíneo de Diogo Braga (colono de Buriquióca). Cortaram-nos em pedaços e assaram a carne num banquete antropofágico em Maembipe (São Sebastião). Auxilia na fuga de dois cativos (irmãos) mamelucos da família Braga, um de nome Diego.Desenrolando-se numa saga de vida e morte para Staden, enquanto prisioneiro dos canibais Tamoios. [2]
FGEREROCoMO [TRATARAM o s PRESOS NA VOLTA. CAPUT XLIH.Era no mar, a duas boas léguas distante da terra, onde foram capturados, e voltaram o mais de pressa possível a terra para pernoitar outra vez no mesmo logar, onde j a estiveramos. Ouando chegámos a Meyen bibe era de tarde e o sol estava entrando.
Levaram então os prisioneiros, cada um para sua cabana; mas a muitos feridos desembarcaram e logo mataram, cortaram-n-os em pedaços e assaram a carne Entre os que assaram de noite havia dous mammelucos que eram christãos.
Um era portuguez, filho de um capitão e se chamava George Ferrero, e a sua mãe era selvagem. O ou-tro chamava-se Hieronymus; este era prisioneiro de um selvagem que morava na cabana onde eu estava e cujo nome era Parwaa.Elle assou Hieronymus de noite, a mais ou menos um passo distante de onde eu estava deitado. O mesmo Hieronymus (Deus lhe falle na lma) era parente consanguineo de Diego Praga. Nesta mesma noite, quando elles se tinham acampado, fui entrar na cabana na qual conservavam os dois irmãos, para fallar com elles, porque tinham sido meus bons amigos em Brickioka, onde fui preso.Então perguntaram-me se deviam ser devorados; eu respondi que isso deviam deixar á vontade do Pae Celeste e de seu amado filho Jesus Christo, o crucificado por nossos pecados, em cujo nome éramos baptizados até a nossa morte. «No mesmo, disse eu, tenham fé, pois Elle me tem conservado tanto tempo entre os selvagens e o que Deus todo poderoso fizer comnosco, com isso devemos nos conformar.»
Perguntaram-me ainda os dois irmãos como ia seu primo Hieronymus; eu lhes disse que elle fora assado ao fogo e que eu tinha visto já comerem um pedaço de filho de Ferrero. Choraram então; eu os consolei e disse que de certo sabiam que eu estava Ia havia cerca de 8 mezes e que Deus tinha me conservado.
"Isso fará elle comvosco também, confiem nell" , disse eu. Eu sinto isso mais do que vós, porque sou de unia terra extranha e não estou acostumado aos horrores desta gente; mas vos nascestes aqui e aqui fostes criados". "Sim, responderam, eu tinha o coração endurecido por causa da minha própria desgraça e por isso os não lastimava mais." Estando assim a fallar com elles, chamaram-me os selvagens para minha cabana e me perguntaram que conversa cumprida tinha eu tido com elles.
Senti muito ter de os deixar e lhes disse que se entregassem a vontade de Deus, e que podiam via- (pie misérias havia neste valle de lagrimas. Responderam-me que nunca tinham experimentado isso tão bem como agora e que se sentiam mais alegres por eu estar com elles.
Sabi então da sua cabana e atravessei todo o acampamento, vendo os prisioneiros. Andei assim sósinho e ninguém me guardava, de modo que desta vez podia bem ter fugido, porque estávamos numa ilha, Meyenbipe chamada, cerca de 10 léguas de caminho de Brickioka; mas deixei de o fazer por causa dos christãos presos, dos quaes ainda havia quatro vivos. Assim pensava eu: «si eu fugir, fican zangados e os matam logo; talvez Deus nos preserve a todos.» E assentei de ficar com elles para consolal-os, como realmente fiz. E os selvagens estavam muito contentes commigo porque eu antes tinha dito, por acaso, que os inimigos viriam ao nosso encontro. Como eu tinha adivinhado isso, disseram (pie eu era melhor propheta que o maraka delles IOOCAPITULO XLIIICOMO DANSAVAM COM OS SEUS INIMIGOS, QUANDO PERNOITAMOS,NO DIA SEGUINTE. CAPUT 44 .
No dia seguinte chegámos não longe do seu paiz, ao pé de uma grande montanha denominada Oeearasu. Alli acamparam para passar a noite. Fui então á cabana do rei chefe (Konianbebe chamado) e lhe perguntei o que pensava fazer com os mammelucos.
Elle disse que seriam devorados e prohibiu-me fallar com elles, porque elle estava muito zangadocom elles; deviam ter ficado em casa e não ter ido com seus inimigos em guerra contra elle. Eu pedi a elle para deixal-os viver e vendel-os aos seus amigos, outra vez. Elle repetiu-me que seriam devorados.
E o mesmo Konian Bebe tinha uma grande cesta cheia de carne humana diante de si e estava comendo uma perna, que fez chegar perto da minha bocca, perguntando si eu também queria comer. Eu respondi que nenhum animal irracional devora o outro, como podia então um homem devorar um outro homem? Cravou então os dentes na carne e disse: «Jau ware sche (jauar e xé)», que quer dizer: sou um tigre, está gostoso!Com isto, retirei-me de sua presença. — TOT —-Esta mesma noite ordenou elle que cada um levasse seus prisioneiros para a frente do matto, ao pe da água, num logar limpo. Isto se fez. Reuniram-se então fizeram um grande circulo e dentro ficaram os prisioneiros. Obrigaram todos osprisioneiros a cantarem e chocalharem os idolos Tammaraka.Quando os prisioneiros acabaram o canto começaram, um depoisdo outro, a fallar com coragem: «Sim, sahimos como costumafazer gente brava, para apprender a comer os nossos inimigos.Agora vós vencestes e nós aprisionastes, mas não fazemos caso disso! Os valentes morrem na terra dos inimigos; a nossae ainda grande; os nossos nôs vingarão em vos*. «Sim, respon-1 0 2deram os outros, vós já acabastes a muitos dos nossos, porisso queremos nos vingar de vós.»Acabada esta disputa, levou cada um seu prisioneiro,outra vez, para o alojamento.Três dias depois partimos novamente para a terra delles;cada um levou seu prisioneiro para a sua casa. Os que eramde Uwattibi, onde eu estava, tinham capturado oito selvagensvivos e três mammelucos que eram christãos, a saber: Diegoe seu irmão, e mais um cbristão chamado Andorico; estetinha sido aprisionado pelo filho do meu senhor. E maisdous mammelucos que eram christãos levaram assados para acasa, para lá os devorar. Tínhamos levado onze dias na viagem, ida e volta.
CAPITULO XLIVCOMO O NAVIO FRANCEZ AINDA LÁ ESTAVA, PARA O QUAL METINHAM PROMETT1DO LEVAR QUANDO VOLTASSEM DAGUERRA, ETC, COMO FICA REFERIDO. CAPUT XLV.Quando chegámos outra vez a casa, pedi a «lies que melevassem para o navio francez porque já tinha estado naguerra com elles e tinha ajudado a capturar seus inimigos,dos quaes ja deviam ter ornado que eu não era nenhumportuguez.Disseram-me que sim, que iam levar-me; mas que queriamprimeiro descançar e comer mokaen (moquem), isto é, a carneassada dos dous christãos.CAPITULO XLVCOM O FO I QU E ELLE S COMERAM A ASSD O O PRIMEIR O DO S DOI SCHRISTÃOS, A SABER: JORG E FF.RREIRA , O FILHO DOCAPITÃO PORTUGUEZ. CAPUT 46 .Havia um rei de uma das cabanas, defronte daquella em que eu estava. Este era chamado Tatamiri, forneceu o assado e mandou lazer bebidas, como era o costume delles; reuniramse então muitos delles para beber, cantar e ficar alegres. No dia seguinte, depois de terem bebido muito, aquentaram outra \ez a carne assada e a comeram. Mas a carne de Hieronymus — io3 —estava ainda dentro de uma cesta, pendurada ao fumeiro na cabana onde eu estava, havia mais de três semanas; estava tão secca como um páu por ter estado tanto tempo ao fumeiro sem que a comessem. O selvagem que a possuía era chamado Parwaa. Este tinha ido algures buscar raizes para fazer a bebida que serviria na occasião de comer a carne de Hieronymus. Assim passou o tempo e não queriam levar-me para o navio antes de ter passado a festa de Hieronymus eterem acabado de comer a sua carne. Emquanto isso, foi-seembora outra vez o navio francez, sem eu saber porque haviamais ou menos oito milhas de caminho de onde eu estava.Quando soube desta notícia fiquei muito triste; mas osselvagens diziam que costumava geralmente voltar todos osannos, com o que me tinha de contentar.CAPITULO XLVICOMO O DEUS TODO PODEROSO ME FEZ UM SIGNAL. CAPUT XLVII.Eu tinha feito uma cruz de um páu ôco e a tinha levantado em frente da cabana, onde eu estava. Muitas vezes fizahi a minha oração ao Senhor e tinha ordenado aos selvagens(pie a não arrancassem porque havia de acontecer uma desgraça; porém desprezaram minhas palavras. Uma vez que euestava com elles em uma pescaria, uma mulher arrancou acruz e a deu a seu marido para esfregar (polir)no páo, queera redondo, uma espécie de rosário que fazem de conchasmarítimas. Isto me contrariou. Logo depois começou a chover — loq —muito e durou a chuva alguns dias. Vieram á minha cabana epediram-me que eu fallasse com meu Deus para lazer cessar achuva, porque sinão parasse impediria a plantação, visto serchegado o tempo de plantarem. Eu disse que era culpa dellesporque tinham offendido meu Deus, arrancando o madeiro; eera ao pé deste madeiro que eu costumava fallar com o meuDeus. Como elles acreditaram que esta era a causa da chuva,ajúdou-me o filho do meu senhor a levantar de novo a cruz.Era mais ou menos a uma hora da tarde, calculada pelo sol.Logo que a cruz se levantou ficou immediatamente bom otempo, que tinha estado muito tempestuoso antes. Admira-— 105 -ram-se todos e pensavam que meu Deus fazia tudo que euqueria.
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.