COMO DANSAVAM COM OS SEUS INIMIGOS, QUANDO PERNOITAMOS,NO DIA SEGUINTE. CAPUT 44 .No dia seguinte chegámos não longe do seu paiz, ao pé de uma grande montanha denominada Oeearasu. Alli acamparam para passar a noite. Fui então á cabana do rei chefe (Konianbebe chamado) e lhe perguntei o que pensava fazercom os mammelucos.Elle disse que seriam devorados e prohibiu-me fallar com elles, porque elle estava muito zangado com elles; deviam ter ficado em casa e não ter ido com seus inimigos em guerra contra elle. Eu pedi a elle para deixal-osviver e vendel-os aos seus amigos, outra vez. Elle repetiu-me que seriam devorados.E o mesmo Konian Bebe tinha uma grande cesta cheia de carne humana diante de si e estava comendo uma perna,que fez chegar perto da minha bocca, perguntando si eu também queria comer. Eu respondi que nenhum animal irracional devora o outro, como podia então um homem devorar um outro homem? Cravou então os dentes na carne e disse: «Jau waresche (jauar e xé)», que quer dizer: sou um tigre, está gostoso!Com isto, retirei-me de sua presençEsta mesma noite ordenou elle que cada um levasse seusprisioneiros para a frente do matto, ao pe da água, num logar limpo. Isto se fez. Reuniram-se então fizeram um grandecirculo e dentro ficaram os prisioneiros.Obrigaram todos os prisioneiros a cantarem e chocalharem os idolos Tammaraka. Quando os prisioneiros acabaram o canto começaram, um depois do outro, a fallar com coragem: «Sim, sahimos como costuma fazer gente brava, para apprender a comer os nossos inimigos. Agora vós vencestes e nós aprisionastes, mas não fazemos caso disso! Os valentes morrem na terra dos inimigos; a nossa e ainda grande; os nossos nôs vingarão em vos*. «Sim, respon-1 0 2 deram os outros, vós já acabastes a muitos dos nossos, porisso queremos nos vingar de vós.» Acabada esta disputa, levou cada um seu prisioneiro,outra vez, para o alojamento. Três dias depois partimos novamente para a terra delles; cada um levou seu prisioneiro para a sua casa. Os que eram de Uwattibi, onde eu estava, tinham capturado oito selvagensvivos e três mammelucos que eram christãos, a saber: Diego e seu irmão, e mais um cbristão chamado Andorico; estetinha sido aprisionado pelo filho do meu senhor. E mais dous mammelucos que eram christãos levaram assados para acasa, para lá os devorar. Tínhamos levado onze dias na viagem, ida e volta.
CAPITULO XLIVCOMO O NAVIO FRANCEZ AINDA LÁ ESTAVA, PARA O QUAL ME TINHAM PROMETT1DO LEVAR QUANDO VOLTASSEM DAGUERRA, ETC, COMO FICA REFERIDO. CAPUT XLV.
Quando chegámos outra vez a casa, pedi a «lies que me levassem para o navio francez porque já tinha estado naguerra com elles e tinha ajudado a capturar seus inimigos, dos quaes ja deviam ter ornado que eu não era nenhumportuguez.Disseram-me que sim, que iam levar-me; mas que queriam primeiro descançar e comer mokaen (moquem), isto é, a carneassada dos dous christãos.
CAPITULO XLVCOM O FO I QU E ELLE S COMERAM A ASSD O O PRIMEIR O DO S DOI SCHRISTÃOS, A SABER: JORG E FF.RREIRA , O FILHO DOCAPITÃO PORTUGUEZ. CAPUT 46 .
Havia um rei de uma das cabanas, defronte daquella em que eu estava. Este era chamado Tatamiri, forneceu o assadoe mandou lazer bebidas, como era o costume delles; reuniramse então muitos delles para beber, cantar e ficar alegres. No dia seguinte, depois de terem bebido muito, aquentaram outra \ez a carne assada e a comeram. Mas a carne de Hieronymus — io3 —estava ainda dentro de uma cesta, pendurada ao fumeiro na cabana onde eu estava, havia mais de três semanas; estava tão secca como um páu por ter estado tanto tempo ao fumeiro sem que a comessem. O selvagem que a possuía era chamado Parwaa. Este tinha ido algures buscar raizes para fazer a bebida que serviria na occasião de comer a carne de Hieronymus. Assim passou o tempo e não queriam levar-me para o navio antes de ter passado a festa de Hieronymus e terem acabado de comer a sua carne. Emquanto isso, foi-se embora outra vez o navio francez, sem eu saber porque havia mais ou menos oito milhas de caminho de onde eu estava. Quando soube desta notícia fiquei muito triste; mas os selvagens diziam que costumava geralmente voltar todos os annos, com o que me tinha de contentar.
CAPITULO XLVICOMO O DEUS TODO PODEROSO ME FEZ UM SIGNAL. CAPUT XLVII.
Eu tinha feito uma cruz de um páu ôco e a tinha levantado em frente da cabana, onde eu estava. Muitas vezes fiz ahi a minha oração ao Senhor e tinha ordenado aos selvagens (pie a não arrancassem porque havia de acontecer uma desgraça; porém desprezaram minhas palavras. Uma vez que eu estava com elles em uma pescaria, uma mulher arrancou a cruz e a deu a seu marido para esfregar (polir)no páo, que era redondo, uma espécie de rosário que fazem de conchas marítimas. Isto me contrariou. Logo depois começou a chover muito e durou a chuva alguns dias. Vieram á minha cabana e pediram-me que eu fallasse com meu Deus para lazer cessar a chuva, porque sinão parasse impediria a plantação, visto ser chegado o tempo de plantarem. Eu disse que era culpa delles porque tinham offendido meu Deus, arrancando o madeiro; e era ao pé deste madeiro que eu costumava fallar com o meu Deus. Como elles acreditaram que esta era a causa da chuva, ajúdou-me o filho do meu senhor a levantar de novo a cruz.
Era mais ou menos a uma hora da tarde, calculada pelo sol. Logo que a cruz se levantou ficou immediatamente bom o tempo, que tinha estado muito tempestuoso antes. Admira- — 105 -ram-se todos e pensavam que meu Deus fazia tudo que eu queria.
CAPITULO XLVIICOM. . UMA NOITE FUI PESCAR COM DOUs SELVAGENS E DEU S FEZ UMMILAGRE POR CAUSA DE UMA l HUVA E TEMPESTADE. CAPUT XLVIII.
Eu estava com um dos mais nobres dentre elles, chamadoParwaa, e que tinha assado Hieronymus. Elle, mais um e eu estávamos pescando; ao escurecer levantou-se uma chuva comtrovoada, mas não longe de nós, e o vento trazia a chuva parao nosso lado. Pediram-me então os dous selvagens que eu (aliasse com o meu Deus para que impedisse a chuva, porque assim talvez apanhássemos mais peixe. Eu sabia que nas cabanas nada mais tínhamos para comer. As suas palavras me commoveram e pedi a Deus, do fundo do meu coração, (piequizesse mostrar o seu poder, por terem os selvagens pe-dido e para que vissem que tu, meu Deus, estás sempre commigo. Como tinha acabado a minha oração, veiu o ventosoprando com violência e trazendo a chuva; esta cahiu atémais ou menos seis passos de nós e nós nem dêmos por isso.Então disse o selvagem Parwaa: «vejo agora que fallaste comteu Deus.» E apanhámos alguns peixes.Ouando voltámos para as cabanas, contaram os dous aosoutros selvagens que eu tinha fadado com o nu ai Deus e quecousas tinham acontecido. Os outros ficaram disso muitoadmirados
— io7 —CAPITULO XLVII1COMO EOI QUE COMERAM ASSADO O OUTRO CHR STÃO CHAMADOHIERONYMUS. CAPUT XLIX.
Quando o selvagem Parwaa estava com tudo prompto,como já disse, mandou fazer bebidas para beberem quandocomessem Hieronymus. Tendo depois acabado isto foram buscar os dous irmãos e mais um que o filho do meu senhor tinha capturado, chamado Anthonius. Ouando nós, os quatrochristãos, estivemos juntos, fomos obrigados a beber comles, mas antes de beber fizemos a nossa oração a Deus paraque salvasse as nossas almas e a nós também quando chegasse a nossa hora. Os Índios conversaram comnosco e se mostraram alegres, mas nos viamos so desgraças! No dia seguinte de manhã aquentaram de novo a carne, comeram e acabaram logo com cila. Nesse mesmo dia me levaram para tazerpresente de mim. Ouando me separei dos dois irmãos, pediram-me elles que orasse a Deus por elles; e eu lhes ensinei o modo de fugirem do logar para onde elles deviam dirigir-sena serra e não serem perseguidos, porque eu já tinha explorado a serra. Isto fizeram, ficaram livres e se escaparam, como soube depois; mas si foram apanhados outra vez não seiainda.
CAPITULO XLIXCOMA FOI QUE ME LEVARAM CARA FAZER PRESENTE DEMIM. ( APUT 50 ,
Levaram-me para o logar em que queriam fazer presente de mim, ate um ponto chamado Tackwara sutibi (Itaquaquecetuba), e quando estávamos já a certa distancia voltei-me para as cabanas de onde tínhamos sahido e vi (pie havia uma nuvem preta sobre ellas. Apontei para ella e disse que meu Deus estava zangado com a aldeia porque tinham comido carne de gente. E depois de me levarem, entregaram-me a um rei de nome — 108 —Abbati Bossange (Abatybo sanhé). A este disseram que elle não me fizesse mal, nem deixasse fazerem, porque meu Deus era terrível quando me faziam mal. E isto tinham elles visto quando eu ainda estava com elles; eu também o exhortei edisse que logo meu irmão e meus parentes deviam vircom um navio cheio de mercadorias e, si me tratassembem, havia de lhe dar muitos presentes, porque eu sabia queDeus havia de fazer chegar logo o navio do meu irmão. Istomuito o agraciou. O rei chamou-me seu filho e fui á caça comos delle.
CAPITULO LCOMO os SELVAGENS DAQUELLE ROLAR CONTARAM QUE O NAVIOFRANCEZ TINHA SE FEITO A VILA DE NOVO. CAPUT 51.Contaram-me como o navio anterior, Afaria Bellete (BcTEtc)chamado, de Depen (Dieppe), e pelo qual eu tanto queria partir, alli recebeu carga completa, a saber: pao prasil, pimenta, algodão, pennas, macacos, papagaios e muitas outras coisas que não tinham encontrado em outra parte. No porto do Rio de Jenero tinham aprisionado um navio portuguez e dado um portuguez a um rei selvagem, chamado Itawu, que o tinha devorado.
Também o francez que, quando eu fiquei prisioneiro, tinha recommendado que me devorassem, estava no navio e queria voltar para sua terra. O navio dos francezes, como já contei, e quando eu tinha fugido para o bote delles não me quizeram receber, tinha naufragado na volta e quando eu voltei para a França em outro navio, ninguém sabia ainda onde tinha ficado, como direi mais tarde.
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.