“Já sabe a língua de maneira que se entende com eles, e a todos nos faz vantagem, porque esta língua parece muito à biscainha”
10 de agosto de 1549, quarta-feira Atualizado em 30/10/2025 05:58:01
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Em 10 de agosto, Nóbrega escreveu ao Padre Azpilcueta Navarro, em Coimbra. Após uma referência à uma versão tupinambá do Dilúvio, Nóbrega relatou: "Têm notícia igualmente de S. Thomé e de um seu companheiro e mostram certos vestígios em uma rocha, que dizem ser deles, [...] Dele contam que lhes dera os alimentos que ainda hoje usam [...] não obstante dizem mal de seu companheiro..."
Ainda em agosto de 1549, Nóbrega escreveu aos padres de Portugal, relatando a lenda de Zomé (ou Somé, ou Sumé. Não se sabe como Nóbrega escreveu, pois essa carta original, em português, foi perdida, restando uma tradução em espanhol com a grafia Zomé):
"Dizem eles que S. Thomé, a quem eles chamam Zomé, passou por aqui, e isto lhes ficou por dito de seus passados, e que suas pisadas estão sinaladas junto de um rio, as quais eu fui ver por mais certeza da verdade, e vi com os próprios olhos, quatro pisadas mui sinaladas com seus dedos, as quais algumas vezes cobre o rio quando enche. Dizem também que, quando deixou estas pisadas ia fugindo dos índios, que o queriam flechar, e chegando ali se lhe abrira o rio, e passara por meio dele sem se molhar, e dali foi para a Índia. Assim mesmo contam que, quando o queriam flechar os índios, as flechas se tornavam para eles, e os matos lhes faziam caminho por onde passasse: outros contam isto como por escárnio. Dizem também que lhes prometeu que havia de tornar outra vez a vê-los."Pelas cartas de Nóbrega, seriam quatro pegadas sobre uma rocha em um rio, "perto" do atual Centro Histórico de Salvador. Seriam provavelmente as pegadas em São Tomé de Paripe, cuja Igreja fica próxima tanto da Baía de Aratu, quanto da Bahia de Todos os Santos. Relatos posteriores indicam que as águas cobriam tanto as pegadas de S. Tomé de Paripe, quanto à de Itapuã, conforme a maré. [Guia Geográfico de Salvador “Lenda, Capela, Cruzeiro, Pegadas e Procissão de São Tomé” (2015) Jonildo Bacelar]
O nome Anhangabaú é indígena e significa, em tupi, rio ou água do mau espírito. A história mais provável é que tenha sido batizado assim por conta de algum malefício feito pelos bandeirantes aos índios nas imediações desse rio, que hoje passa sob o asfalto no Vale. [3]
Tibiry, de Tibí-r-y, significa "Rio da Sepultura", o Rio Paraíba. [4]
Há duas angulações que merecem ser analisadas. A primeira parte da afirmação de Nóbrega, que, em carta escrita em Salvador a 10 de agosto de 1549, falando de Azpilcueta Navarro, relata (2000:53): “Já sabe a língua de maneira que se entende com eles, e a todos nos faz vantagem, porque esta língua parece muito à biscainha”. Essa afirmação, que veio aceita por muitos historiadores, está a merecer comprovação no terreno da Lingüística Comparada. Mas é digna de nota a rapidez com que esse jesuíta adquiriu a fluência na língua brasílica.
existência do dilúvio: é referida em vários trechos por Métraux (1979:4,10,28,32-3 e 37). Anchieta em Informações...(1988:340) assim se refere a essa crença: “Têm alguma notícia do dilúvio, mas muito confusa, por lhes ficar de mão em mão dos maiores e contam a história de diversas maneiras”. Nóbrega (2000:49), em carta escrita da Bahia em 10 de agosto de 1949, é mais específico quanto ao que resgatou das narrativas dos índios: “Têm notícia do dilúvio de Noé, posto que não segundo a verdadeira história,porque dizem que morrem todos excepto uma velha que escapou numa árvore alta”.
Em outra carta do mesmo ano (2000:65), ele torna ao assunto: “Têm memória do dilúvio, mas falsamente, porque dizem que, cobrindo-se a terra de água, uma mulher com seu marido subiram em um pinheiro, e depois de minguadas as águas desceram”.
b - vida além-túmulo: Nóbrega se refere a ela da seguinte forma, em carta escritapresumivelmente em agosto de 1549 (2000:65): “Não têm conhecimento de glória neminferno, somente dizem que depois de morrer vão descansar a um bom lugar”.
diabo ou anjo decaído: Nóbrega também dá notícia dessa entidade e do temor dos índios a ela. Em carta escrita de Salvador a 10 de agosto de 1549, ele informa (2000:49): “Têm muita notícia do demônio e topam com ele dia e noite e têm grande medo dele. Andam com lume de noite por medo dele e esta é sua defesa”. Em nova carta escrita da Bahia em 1549, presumivelmente em agosto, ele relata: “Dormem em redes de algodão, sobre si, junto dos fogos, que em toda a noite têm acesos, assim pelo frio, porque andamnus, como também pelos demônios que dizem fugir do fogo, pela qual causa trazem tições de noite quando vão fora” (2000:62).A figura do diabo entre os índios era chamada de Yurupari ou de Anhanga (ou Agnan). Métraux (1979) trata das duas separadamente: “Todos os antigos missionários acordam em considerar Yurupari uma entidade sobrenatural, correspondente ao diabo nareligião católica” (p.45). Mais adiante, discorre: “À semelhança deste último [Yurupari], Agnan é comparado ao diabo da religião católica ” (p.46). O Padre Fernão Cardim fez o registro de uma festividade promovida pelos jesuítas, já como processo supostamente aculturativo (1980:145), em que essa crença foi assimilada: “Nem faltou um anhangá, sc.diabo, que saiu do mato; este era o diabo Ambrósio Pires, que Lisboa foi com o padre Rodrigo de Freitas”.
A essa parecença mística juntou-se também a renominação. Sobre esta última,Métraux (1979:142) faz a seguinte análise: “A renominação era medida de prudênciaigualmente adotada por todo indivíduo que tivesse morto a outrem e a quem cabia desviar oespírito de qualquer empresa dirigida contra a pessoa causadora de sua cólera”. Adita o 150etnólogo francês: “Atualmente ainda, em casos de moléstia grave, os apapocuvas recorremà mudança de nome como remédio infalível. ‘Rebatizando’ o paciente, esses selvagensimaginam afastar dele as influências malignas responsáveis por seu estado”. Anchieta emInformação...(1988:337) assim se refere a essa prática:A maior honra que têm é tomar algum contrário na guerra e disto fazemmais caso que de matar, porque muitos dos que o tomam os dão a matar aoutros, para que fiquem com algum nome, o qual tomam de novo quandoos matam, e tantos nomes têm quanto inimigos mataram, posto que osmais honrados e estimados e tidos por mais valentes são os que ostomam.Não é difícil identificar a similitude entre essa prática e a renominação decorrentedo batismo cristão. Em ambas há a marca da transição para uma vitória, a qual, na teologiacristã estava no asseguramento da salvação, que, para o universo simbólico do indígena,não foi difícil assimilar. Cassirer (2003:68-72) também analisa, dentro da perspectiva dofenômeno mítico de algumas tribos indígenas, a importância do nome e sua mutação emcompasso com a individualidade que o carrega. Menciona, assim, a substituição do nomena sagração da puberdade em tribos australianas, para proteção contra um perigo iminente,para furtar um homicida ou enfermo da morte, conseguindo fazer com que esta não osencontre. Reportando-se aos Tamoio, Anchieta (1988:247) registra a estranha renominaçãoperseguida por aqueles indígenas: “Não se contentam de matar os vivos, mas tambémdesenterrar os mortos e lhes quebrar as cabeças para maior vingança e tomar novo nome”. [1]
Ainda em 1581, o único lugar de culto era a igreja do colégio dos jesuítas, de certa forma a origem da vila cerca de trinta anos antes. Fernão Cardim, circulando por São Paulo um ano depois, comentava que, na vila, não havia cura “nem outros sacerdotes senão os da Companhia, aos quais tem grande amor e respeito e por nenhum modo querem aceitar cura”. E complementava que não tinham “igreja na vila senão a nossa. Os moradores sustentam seis ou sete dos nossos, com suas esmolas e com grande abundância”. [2]
O Tupi na Geografia Nacional Data: 01/01/1901 Créditos/Fonte: Teodoro Sampaio Página 329
ID: 6232
ME|NCIONADOS ATUALIZAR!!! EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.