9 de maio de 2011, segunda-feira Atualizado em 25/10/2025 18:42:08
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Uma viagem feita para a Europa em 1818 somente agora terá uma espécie de volta para casa. Levado para a Alemanha há dois séculos, o jovem botocudo Kuêk saiu de Minas Gerais com o príncipe alemão Maximilian Alexander Philipp Wied-Neuwied (1782-1867), que além dos afazeres monárquicos, atuou fortemente como naturalista e etnógrafo. Uma de suas expedições teve como destino o Brasil, onde chegou em 1815. Por dois anos, Wied-Neuwied percorreu Minas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Ele chegou a morar entre índios que viviam às margens do Rio Jequitinhonha, onde fez amizade com muitos deles, especialmente com Kuêk.
O indígena teria ajudado o príncipe alemão a registrar costumes, língua e hábitos dos botocudos, além de colaborar na elaboração de dicionário da língua botocuda. Depois de 16 anos vivendo na Europa, o índio morreu vítima de alcoolismo.
Seu crânio serviu para experiências na Universidade de Bonn, na Alemanha, onde se encontrava em exposição até então. Reivindicados para devolução à tribo crenaque (oriunda do tronco dos botocudos), os restos mortais de Kuêk chegariam em maio de 2011 à cidade mineira de Jequitinhonha, a 677 quilômetros de Belo Horizonte, no Vale do Jequitinhonha, que vai comemorar seu bicentenário com conferências e debates a respeito. Os eventos ocorrerão entre sexta-feira e domingo.
"O trabalho científico do príncipe, que encontrou em Kuêk um colaborador fiel e fonte de inspiração, é a maior contribuição resultante do encontro entre os dois. Entretanto, nenhum deles deixou um depoimento pessoal sobre esse relacionamento. Um autor alemão que afirma em uma de suas obras que o botocudo não imaginava que não voltaria a rever seu país.
E se pergunta: ‘O que esperava encontrar na terra do príncipe? Teria sido para o príncipe somente uma espécie de ‘animal para experiências’ ou de fato tornara-se um amigo, um acompanhante, a quem devia ser dada uma nova existência?’. Nenhum dos dois deixou essas respostas", diz a curadora do evento, Solange Pereira.
O que ocorreu com o índio Kuêk, explica a professora Christina Rostworowski, autora da dissertação O príncipe Maximilian de Wied-Neuwied e sua viagem ao Brasil, não era algo comum no início dos anos 1800, mas tornou-se prática bastante difundida na segunda metade do mesmo século. "Os espetáculos envolvendo o que se convencionou chamar de ‘exótico’ não se restringiam aos índios, mas aos não-europeus de um modo geral. Além disso, houve também um interesse maior por parte das academias de ciência, fundadas principalmente na França, muitas das quais o próprio Maximilian Alexander fazia parte. Em relação a Kuêk, não há qualquer afirmação de Maximilian de algum propósito específico", analisa.
Fantasia
Kuêk morou no palácio do príncipe Maximilian Alexander Wied-Neuwied, na cidade alemã de Neuwied, onde recebia frequentes visitas de curiosos: pediam para que ele montasse arcos e flechas e agisse de acordo com o que era considerado "tipicamente indígena". Isso contribuiu para reforçar as concepções romantizadas oriundas de formulações e imagens da literatura de viagem, produzida durante os séculos de exploração colonial nas Américas. "Fortemente imbuídas de fantasias e lugares-comuns", acrescenta Christina Rostworowski, responsável por conferência sobre o tema dia 14, em Jequitinhonha. Além dela, também contribuirá para a discussão a pedagoga Geralda Soares, com o tema "Na trilha dos guerreiros boruns".
No dia seguinte, haverá na cidade a cerimônia de transferência dos restos mortais de Kuêk, envolvendo guarda de honra, autoridades alemãs e o prefeito Roberto Alcântara Botelho. Ele é que os entregará ao líder da nação crenaque, que dará prosseguimento com rituais próprios e demonstrações de canto e dança. Das diversas nações indígenas mineiras remanescentes das visitadas pelo príncipe Maximilian ao longo do Rio Jequitinhonha, ao menos seis estarão presentes: aranã, crenque, maxacali, mucurin, pancararu e pataxó.
Palavra de príncipe
O príncipe alemão Maximilian ficou três meses no Quartel dos Arcos, posto militar português instalado dentro das terras ocupadas pelos botocudos. Teve tempo de sobra para observar esse povo e, a respeito de sua constituição física, escreveu: "A natureza deu a esse povo uma constituição física muito boa (...) são em sua maioria de estatura média, alguns poucos alcançam uma altura considerável, e ao mesmo tempo são fortes, quase sempre de peito e ombros largos, carnudos e musculosos, mas mesmo assim são bem proporcionados e as mãos e os pés são delicados. (...) Seus cabelos são pretos como carvão. (...)".
Questão de nome
Segundo a pedagoga Geralda Soares, que fará conferência no evento, no período colonial os borun (nome que significaria "homem verdadeiro") foram chamados de tapuia. Já o nome aimoré foi dado pelos povos tupi, habitantes do litoral com quem os boruns guerreavam, e pode ter vários significados. No fim do século 18, foi cunhada a forma discriminatória botocudo (batoque, em Portugal, é a rolha com que se fecha o barril de cachaça). A partir do século 19, os boruns passaram a se autodenominar engrecmuns no Vale do Mucuri – a denominação significava algo como "nômade, andarilho, que tem gosto pelo caminhar". Por fim, borun é o nome com que voltaram a se identificar até hoje.
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.