'A infância oculta de Jesus: há um imenso buraco nas narrativas - 31/10/2016 Wildcard SSL Certificates
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A infância oculta de Jesus: há um imenso buraco nas narrativas
    31 de outubro de 2016, segunda-feira
    Atualizado em 29/10/2025 08:45:44

  


Mateus e Lucas até relatam histórias sobre o nascimento e a infância de Cristo. Vemos Jesus bebezinho, depois temos um breve relato de uma passagem triunfal pelo Templo de Jerusalém, aos 12 anos de idade e acabou. Nada mais se fala sobre o Jesus criança, adolescente ou de 20 e poucos anos.

Essa escassez de informações estimula a hipótese (na linha “Jesus foi estudar budismo no Tibete dos 12 aos 30 anos”). Mas os primeiros cristãos não resistiram à tentação de imaginar como era Jesus “antes da fama”, ou de especular sobre a vida miraculosa de Maria e José antes de eles se tornarem a célebre Sagrada Família.

É essa curiosidade que estimulou a criação dos chamados evangelhos apócrifos da infância: o Evangelho da infância de Tomé e o protoevangelho de Tiago (o prefixo “proto-” se refere ao fato de que boa parte do texto versa sobre o nascimento e a infância da Virgem Maria; anterior portanto ao nascimento de Jesus).

Especialistas como bart Ehrman, professor de história do cristianismo antigo da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill (EUA), consideram que esses textos são uma forma cristã de midrash, como são conhecidas as narrativas judaicas que”completam” histórias do Antigo Testamento, como episódios das vidas de Abraão e Moisés que não estão descritos na bíblia.

No fundo, é um fenômeno não muito diferente das atuais fan fictions na internet – histórias escritas por fãs sobre personagens criados por outros autores; e que podem falar sobre a velhice de Harry poter ou a infância de sherlock Holmes. Curiosamente, talvez por versarem sobre um momento, esses apócrifos não estão cercados pela mesma fama de”herege” associada a outros textos não canônicos.

Muito ao contrário, aliás: embora não constem da bíblia, os apócrifos da infância estão na origem de algumas das tradições mais queridas dos cristãos sobre a sagrada Família. os nomes dos pais de Maria (Joaquim e Ana) só aparecem nos apócrifos.

E são Joaquim e santa Ana são venerados a ponto de serem nome de cidade no brasil – e de estação de metrô em são paulo. o presépio também é apócrifo: não há na bíblia a menção de um boi e de um jumento no local onde Jesus nasceu.



Há uma série de pistas indicando que tais narrativas são mesmo um tipo de midrash, e não relatos históricos independentes. os apócrifos da infância tendem, por exemplo, a apresentar histórias mais detalhadas e mais sensacionais, em oposição ao estilo relativamente contido e seco dos textos canônicos.

Enquanto os polêmicos evangelhos gnósticos (leia mais sobre eles na página 22) só foram recuperados por golpes de sorte no século 20 e existem em apenas um ou dois manuscritos, tendo sido provavelmente ocultados ou mesmo destruídos por ordem da hierarquia cristã, os textos não canônicos que funcionam como”álbum de família” do Nazareno foram preservados em numerosas cópias e são estudados pela comunidade acadêmica há séculos.

Esses manuscritos chegaram até nós em diversas línguas, das mais comuns na idade Média (latim e grego) às mais exóticas, como idiomas da Etiópia, da Europa oriental e da Geórgia. É o sinal mais claro de sua popularidade. Mas nem tudo são flores quando falamos desses textos – ao menos do ponto de vista do leitor moderno.

Os que abordam a vida de Maria têm, às vezes, uma obsessão quase ginecológica pela virgindade da mãe de Jesus. E o menino divino retratado por eles nem sempre é o que chamaríamos de bonzinho, usando seus poderes para fins aparentemente questionáveis.

É essa a imagem temperamental do menino Jesus que o Evangelho da infância de Tomé, provavelmente escrito em meados do século 2, acaba traçando. A maior parte da história se passa no Egito, onde a sagrada Família havia se refugiado quando José ficou sabendo, graças ao aviso de um anjo, que o rei Herodes estava decidido a matar o menino Jesus. o pequeno Messias, tendo escapado desse perigo, parece ter resolvido descontar a perseguição nos coleguinhas.

BULLYINGVeja-se, por exemplo, o que aconteceu quando um menino começou a desfazer as represas de brinquedo que o garoto divino tinha feito na beira de um riacho:”Jesus, então, irritou-se quando viu o que tinha acontecido e disse a ele: ‘Tolo injusto e irreverente! o que as poças d’água fizeram para te irritar? Eis que agora também tu secarás como uma árvore, e nunca terás nem folha, nem raiz, nem fruta’. No mesmo instante, o menino secou completamente”.E essa não foi a única vítima entre os garotos da região.”Algum tempo depois, Jesus caminhava pelo vilarejo quando uma criança passou correndo e esbarrou em seu ombro. irritado, Jesus disse: ‘Não seguirás mais o teu caminho’. Naquela mesma hora, a criança caiu e morreu.” o menino divino ainda faz os aldeões que vão reclamar dele com José ficarem cegos e amaldiçoa um de seus professores. Por outro lado, ressuscita um amiguinho que caiu do telhado de uma casa, cura pessoas e faz a madeira crescer milagrosamente para que José consiga terminar um de seus trabalhos de carpintaria.Continua após a publicidadeLevando em conta essa sucessão de histórias amalucadas, alguns especialistas, como o franco-alemão Oscar Cullman (1902-1999), quase chegam a agradecer a deus pela não inclusão do Evangelho da infância de Tomé no Novo Testamento – para Cullman, o texto sofria de”falta de bom senso, controle e discrição”. Apesar desses defeitos, uma das explicações para a popularidade da história, avalia bart Ehrman, é a própria concepção que as pessoas tinham sobre a infância na Antiguidade.Explica-se: diferentemente de nós, os habitantes do império romano não acreditavam que as pessoas adquirissem lentamente suas personalidades e características ao longo da vida. para eles, um futuro rei, guerreiro ou filósofo manifestava desde sempre as qualidades de quem assumiria esses papéis na vida adulta.Retratar um Jesus superpoderoso desde pequeno era uma forma de prefigurar os poderes divinos do Nazareno quando crescido para audiências impérioromano afora. Seguindo esse raciocínio, as ações aparentemente violentas e arbitrárias do menino Jesus seriam apenas um sinal de como ele usaria sua potência sobre-humana para enfrentar as forças do mal.A VIRGINDADE DE MARIANo caso do protoevangelho de Tiago, a motivação do midrash talvez tenha sido outra: nada menos que a defesa da honra da Virgem Maria. É que, conforme as décadas passavam e os cristãos deixavam de ser uma minúscula seita judaica para se tornar um grupo razoavelmente numeroso e barulhento na sociedade do império romano, pensadores pagãos começaram a prestar atenção no movimento – e a tentar derrubá-lo por meio da sátira. Um desses polemistas anticristãos, chamado Celso, que escreveu nas últimas décadas do século 2, usou as histórias sobre o suposto”nascimento virgem” de Jesus para ridicularizá-lo.Na verdade, dizia Celso, Maria teria concebido ao ser seduzida por um soldado romano, chamado pantera, e inventou a história do anjo para enganar o pobre José. Celso ainda aproveitou para apontar a condição humilde da família de Jesus: além de José ser um carpinteiro, Maria teria de trabalhar como tecelã para ganhar a vida. Ninguém de extração tão baixa poderia ser filho de um deus, argumentava o polemista pagão.Os apócrifos contra-atacam afirmando que Joaquim, pai de Maria, era na verdade o homem mais rico da Judeia e que José, longe de ser um mero fabricante de cadeiras por encomenda, era um próspero empreiteiro (o termo grego que normalmente traduzimos como carpinteiro também pode ser equivalente a”construtor”, daí essa interpretação). de quebra, a virgindade de Maria é colocada acima de qualquer suspeita, com os evangelhos apócrifos contando como ela foi mandada por seus pais para viver no Templo de Jerusalém desde os três anos de idade, fiando a preciosa cortina do Templo (e não a roupa de reles mortais) e sendo alimentada pela mão de um anjo.LEIA MAIS: Os anos ocultos de JesusNa ânsia de ressaltar a pureza de mãe de Jesus, esses textos cometem uma série de absurdos históricos, como a afirmação de que ela teria sido criada no chamado santo dos santos – a área mais sagrada e inacessível do Templo de Jerusalém, na qual, na verdade, só o sumo sacerdote judeu podia entrar, e num único dia do ano, o Yom Kippur ou dia do perdão. o ponto culminante da narrativa é a cena, um tanto constrangedora para as sensibilidades de hoje, na qual uma parteira cética chamada Salomé coloca seu dedo na genitália de Maria para se certificar que, de fato, ela não havia perdido sua virgindade ao dar à luz o salvador. Salomé é punida por deus por sua falta de fé: sua mão começa a queimar, mas ela se salva tocando o menino Jesus e adorando o pequeno Messias, seguindo as instruções dadas por um anjo (mensageiros celestiais, aliás, aparecem o tempo todo nesse apócrifo).No Evangelho de pseudo-Mateus, o menino Jesus usa seus poderes divinos de forma bem mais benigna, em especial para agradar Maria e José. Numa cena que se tornaria famosa durante a idade Média, a sagrada Família vai descansar à sombra de uma palmeira, e Maria fica com vontade de comer os frutos da árvore. “Então a criancinha, sentada no colo de sua mãe, a virgem, gritou para a palmeira e disse: ‘inclina-te, árvore, e sacia minha mãe com teu fruto’. Imediatamente, ao chamado de Jesus, a palmeira inclinou-se aos pés de Maria.” Como se vê, segundo esse apócrifo, a capacidade de falar fluentemente ainda bebê era outro dos poderes do menino Jesus.



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Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.