21 de maio de 2014, quarta-feira Atualizado em 06/11/2025 23:07:28
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Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)quarta-feira, 21 de maio de 2014Tesouros subaquáticosA notícia da provável descoberta daquilo que ainda resta da embarcação que levou, acidentalmente, Cristóvão Colombo ao continente americano, a Santa Maria é, do ponto de vista arqueológico, um fenómeno maravilhoso, pois que se trata de uma embarcação de madeira, desaparecida há mais de cinco séculos (1492), e a respeito da qual se teceram várias lendas, mais ou menos engenhosas. Contudo, sempre se disse que a nau se teria afundado no Mar das Caraíbas, na Ilha Hispaniola, junto à costa norte do Haiti.Pelos dados históricos, e a ser verdadeiro o achado reclamado agora pela equipa de investigadores norte-americanos chefiados por Barry Clifford, não será expectável encontrar-se entre os escombros da Santa Maria peças arqueológicas importantes. É que o naufrágio teve lugar num banco de areia, dando assim tempo bastante para o resgate – feito com apoio de indígenas – de grande parte da carga que o navio transportava, assim como dos tripulantes, passando tudo isso para outra nau da frota de Cristóvão Colombo, a Niña. Segundo agora se sabe, nos últimos anos, algumas das peças que restavam dentro da nau foram retiradas por piratas.Portanto, tudo o que, eventualmente, venha a ser recuperado terá simples valor simbólico e histórico, mas nunca verdadeiro valor comercial, como aconteceria se, dentro dos escombros da nau, se achassem, como em outros casos, tesouros vendáveis. Porém, para o Haiti será sempre uma mais-valia, caso o que restar da nau possa ser exposto num museu dentro do seu território, constituindo-se, assim, em pólo de atracção turística.Ao longo da actividade marítima, sempre se afundaram navios, de maior ou de menor dimensão, uns em que se notaram mais as perdas humanas, mas outros em que o maior destaque foi dado aos valores materiais transportados e submergidos. É, sobretudo, a busca destes últimos valores que tem estimulado a pesquisa subaquática levada a cabo por empresas privadas especializadas que se vêem, assim, recompensadas do seu esforço e do investimento feito.Muitos desses empreendimentos têm, por vezes, como aliados, instituições de carácter científico muito interessadas na pesquisa e na descoberta da verdade histórica. Afinal, tudo isso contribui para que se vão desvendando espaços subaquáticos adormecidos nas profundezas dos mares, oceanos, e até de rios, guardando segredos de dezenas, centenas ou mesmo milhares de anos.Ainda há pouco tempo foi noticiada a descoberto em Arles – uma vila romana situada no sul de França – um busto do Imperador Júlio César, esculpido em mármore. A vila foi fundada pelo Imperador romano menos de um século antes de Cristo. Esse busto de Júlio César teria, eventualmente, sido lançado para o rio após o seu assassínio, e constitui a mais antiga representação do Imperador até hoje conhecida. Apresenta-o calvo e com traços envelhecidos.São também, frequentemente, descobertos navios afundados durante a Segunda Guerra Mundial, muitos deles tendo no seu interior verdadeiros tesouros, alguns dos quais transportados de um modo pirata, durante as acções de saque a que os nazis se dedicaram um pouco por toda parte onde passaram e que dominaram.
Pela certa, também teremos próximo das nossas costas marítimas uma riqueza subaquática não desprezível, já porque, quer na rota marítima para as Índias, quer de e para as Américas se terão afundado navios com o seu bojo cheio de bens de grande valor.
Vem-me, por acaso, agora à memória uma parte da epopeia vivida pela esquadra de Salvador Correia de Sá e Benevides, quando se dirigiu para Angola com a intenção de expulsar o ocupante holandês. Muito resumidamente, a história pode ser contada nos seguintes termos.
Saído do Rio de Janeiro em Maio de 1648, Salvador Correia de Sá e Benevides rumou para Angola, num total de 12 navios e 1.200 homens. Dois meses depois, chegou ao Quicombo, no Kwanza Sul, onde enfrentou uma tempestade marítima que lhe dizimou parte da sua Armada, assim como 3 centenas de homens. O Navio Almirante da Armada, tripulado por Baltazar da Costa de Abreu, afundou com o seu comandante.
Já se diz que o que verdadeiramente sucedeu foi um maremoto que se transformou no que hoje comummente se denomina de Tsunami. Tal Tsunami terá arrasado parte dos navios do Almirante Salvador Correia de Sá e Benevides. Mesmo assim, ele rumou para Luanda, onde propôs aos holandeses que deixassem a cidade que haviam ocupado há já 7 anos.
Na ausência de parte da frota – afinal, perdida nos mares do Kwanza Sul – os holandeses pediram um período de 8 dias para reflectirem sobre a proposta de rendição do Almirante luso-brasileiro. Esse apenas tolerou 3 dias, ao fim dos quais desencadeou um forte ataque aos ocupantes entrincheirados na Fortaleza de São Miguel.
A sobreavaliação das forças atacantes feita pelos holandeses foi-lhes fatal. Daí que tenham perdido as suas posições em Luanda, seguindo-se Benguela, Porto Amboim (chamada Benguela-a-Velha), o porto de Pinda, e até mesmo, São Tomé.Do ponto de vista da história da reconquista de Angola aos holandeses – vista pelos portugueses – é mais destacado o facto de Salvador Correia de Sá e Benevides tê-los desalojado, desvalorizando-se, porém, a intervenção da Rainha Ginga nessa empreitada ao lado dos holandeses, numa procura de equilíbrios possíveis, conforme era sua prática. Esta dimensão da história, sem querer forjar uma história à medida, deve ser mais da nossa responsabilidade, enquanto parte interessada.Porém, do ponto de vista de eventuais interesses arqueológicos, não seria também muito estimulante debruçarmo-nos sobre o que estaria no bojo do Navio Almirante da Armada de Salvador Correia de Sá, quando se afundou defronte do Quicombo? Sempre que passo por aquela zona do nosso país, penso nisso, com enorme curiosidade…Consta ainda que, para além dos 1.200 soldados e marinheiros, Salvador Correia de Sá e Benevides fazia-se igualmente acompanhar por um bom número de índios, muitos dos quais estavam em terra, quando ocorreu o maremoto, seguido de tsunami. Nunca mais foram vistos – e nunca se fala deles… Possivelmente, ter-se-ão embrenhado no Planalto e, depois, misturado com as populações locais, emprestando alguma mistura étnica aos povos locais, de que se terá perdido a origem, nas brumas do longo tempo passado…Pinto de Andrade – Angola in “jpintodeandrade.blogspot.pt”Entretanto o jornal português “Público” noticiou ontem, 20 de Maio de 2014, a descoberta numa praia de Esposende, Portugal, de vestígios de dois naufrágios, um navio holandês do séc. XV ou XVI e outro de um navio romano possivelmente do séc. I. Poderá aceder à notícia do jornal “Público” aqui. Baía da LusofoniaPrato em alto-relevo transportado por navio holandês representando S. CristóvãoFoto: Jornal "Público"Publicada por João P Seixas à(s) 00:25 Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no TwitterPartilhar no FacebookPartilhar no PinterestEtiquetas: Angola, Justino Pinto de Andrade, Lusofonia, Tesouros subaquáticos
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (2): 12/05/1648 - Salvador Correia de Sá e Benevides parte com a expedição destinada à reconquista de Angola 12/07/1648 - Chega a Quicombo a expedição comandada por Salvador Correia de Sá e Benevides EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.