'A história do alemão enterrado em faculdade de SP que fundou uma poderosa sociedade secreta - 10/08/2019 Wildcard SSL Certificates
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
Registros (254)Cidades (0)Pessoas (0)Temas (0)


A história do alemão enterrado em faculdade de SP que fundou uma poderosa sociedade secreta
    10 de agosto de 2019, sábado
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  
  


Nascido em 1808, ele migrou para o Brasil em 1828. Erudito, começou a ganhar a vida dando aulas particulares em repúblicas estudantis de São Paulo e acabou se tornando professor na Faculdade de Direito. Em 1834, foi nomeado professor de História, Filosofia e Geografia do curso anexo da instituição - que funcionava como escola preparatória.

Mas o que lhe renderia, anos mais tarde, o direito de ser sepultado com destaque no interior do prédio universitário viria de uma sociedade secreta que Frank fundou a Burschenschaft Paulista, mais conhecida como Bucha.

Um personagem misterioso

Conforme definiu o jornalista Afonso Schmidt (1890-1964) no livro A Sombra de Júlio Frank, o alemão era admirado e ignorado na mesma medida.

"Apesar das diversas pesquisas e análises publicadas, resta ainda certo mistério a respeito de Júlio Frank, especialmente sobre motivo de sua vinda ao Brasil pelos idos de 1828", comenta à BBC News Brasil o historiador Luís Soares de Camargo, diretor do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo. k2773»Frank é de Gotha, na Turíngia, Alemanha. Diferentemente do que está gravado na sua lápide, não nasceu em 1809 - mas, sim, em 1808, conforme foi descoberto quase cem anos depois de sua morte em pesquisa realizada nos registros de sua cidade natal por Schmidt. Seus pais eram um encadernador e a filha do encadernador oficial da corte - o que permite pressupor que sua infância foi rodeada de livros.

Na juventude, frequentou a Universidade de Gottingen, na Baixa Saxônia, região central da Alemanha. Era aluno de destaque em Filosofia, Letras, História e Matemática. Mas, envolvido em brigas e imerso em dívidas, acabou expulso da instituição e pronto para fugir.

Destino: Brasil

Cruzar o Atlântico naquele tempo era uma aposta improvável. Imigrar para o Brasil era como brincar de roleta russa – era possível sobreviver, mas também era possível dar muito errado, escreveu Schmidt.

A viagem do Júlio Frank não foi fácil. Sentiu enjoo durante dias no navio, e assim que melhorou teve que começar a fazer duros trabalhos de faxina impostos pelo capitão – ele trocou a passagem por trabalho no navio.

Nem bem chegou ao Rio de Janeiro, soube de uma caravana que iria para São Paulo, a cavalo, em uma viagem de cerca de um mês. Passou pela capital paulista e prosseguiu até Sorocaba, no interior.

Aos poucos, sua vocação para professor passou a chamar a atenção da elite sorocabana. Frank começou a dar aulas particulares para filhos de fazendeiros, preparando-os para o ingresso na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, fundada em 1827 na capital.

Com seu conhecimento e sua personalidade, cativou os alunos. De modo que, três meses depois, quando os estudantes se preparavam para ir a São Paulo prestar os exames do então curso anexo à Faculdade de Direito, "alguém observou que, dessa maneira, iam perder o professor", diz Schmidt. "Depois de cada um deles conversar com os pais, chegaram a uma conclusão: levar consigo o mestre."

São Paulo

Naquele finzinho de anos 1820, São Paulo era uma cidade de 11 mil habitantes e 300 estudantes universitários. Frank e seus pupilos logo se ajeitaram em uma república estudantil. O formato era semelhante ao que hoje existe. Aquele que tinha como melhor comprovar renda alugava um imóvel, garantindo o pagamento ao proprietário, mas todas as despesas eram dividas entre os moradores.

Júlio Frank vinha na companhia de estudantes sorocabanos, quase todos de famílias ricas, e a sua chegada já era esperada, narra o biógrafo. Prosseguiu fazendo o que sabia: dava aulas particulares aos estudantes, não só de sua república, mas de outros também.

"Mas, apresentando uma sólida formação e um conhecimento ímpar em línguas, História e Geografia, ele logo se destacou entre os intelectuais da pacata São Paulo", completa o historiador.

"Num curto espaço de tempo, Júlio Frank transformou-se num dos mais prestigiados professores da faculdade, tanto pela sua preocupação com o ensino, quanto pelo seu interesse em auxiliar os estudantes menos favorecidos."

Algum tempo depois de chegar ouviu uma conversa de um grupo de estudantes. Estavam preocupados com o fato de que muitos alunos não conseguiam manter-se longe dos pais. Os custos com aluguel, comida e livros eram altos para algumas famílias.

"Na Alemanha, como em muitos países da Europa, a assistência ao estudante pobre está mais ou menos assegurada pelos próprios colegas", disse Frank. "Nas universidades, temos associações de estudantes a que chamamos de burschenschaften."

Ninguém entendeu nada."Burschenschaften", precisou repetir. "São associações que datam de tempos muito afastados e dispõem de um código moral e uma espécie de ritual que, em rigor, servem para atrair pelo esoterismo os rapazes das escolas, mas cujo intuito principal é este: formar uma caixa e assistir aos que necessitem de auxílio."Em português, seria algo como "fraternidade ou confraria dos camaradas". Ou, como prefere o historiador Paulo Rezzutti, "sociedade de camaradas"."Foi o contato com os alunos que influenciou a formação da Burschenschaften. Embasada por ideais liberais e antiabsolutistas, a Bucha - como ficou conhecida em sua adaptação ao português - auxiliava estudantes sem recursos mas com potencial e vontade de estudar", diz Rezzuti à BBC News Brasil.As contribuições eram dadas pelos mais abastados, conforme as possibilidades de cada um. Segundo Frank, a sociedade precisava ser secreta para não causar constrangimentos aos beneficiados.

A Bucha

Oficialmente, a Bucha foi fundada em 4 de julho de 1830, com professores, alunos e pessoas importantes da sociedade como associadas. Coube ao alemão organizar seus estatutos e seu código moral. "A não ser meia dúzia de membros, os demais ignoravam os fins, aliás louváveis, dessa instituição", escreve Schmidt. "O número de sócios elevou-se logo mais de 200. As mensalidades e joias ficaram a critério dos doadores." k2774»O historiador Luís Soares de Camargo lembra que a sociedade, embora primasse o cunho filantrópico, também servia para propagar "o ideal liberal e republicano". "A necessidade de ser secreta impunha-se naquele momento porque tanto os estudantes agraciados quanto os doadores exigiam sigilo", comenta ele.

"Outro motivo era a atuação política, algo que demandava muito cuidado tendo em vista o recente assassinato do jornalista italiano Líbero Badaró (vítima de um atentado no centro de São Paulo em 1830, aos 32 anos, por suas posições políticas)."

"A Bucha permaneceu como sociedade secreta até as primeiras décadas do século 20, quando, então, deixou de existir", afirma Camargo.

Influência

A Bucha tinha uma estrutura própria, dividida em graus hierárquicos. Um braço funcionava dentro do Largo São Francisco: os alunos eram divididos em Catecúmenos, Crentes e Doze Apóstolos. Fora da academia, os já formados tinham outros graus: eram os Chefes Supremos e constituíam o Conselho dos Divinos.

De acordo com Paulo Rezzutti, a Bucha foi ampliando seu poder quando começou a ultrapassar as fronteiras da Faculdade de Direito. "A medida que iam se formando, os ex-alunos buscavam colocações para os que estavam terminando o curso", diz ele. "O ideal inicial também foi sendo modificado: no início, a organização era liberal, abolicionista e republicana. Mas, conforme os ardores juvenis iam se arrefecendo, passou a contar com membros conservadores, escravocratas e monarquistas."

Para entrar para o clube, era preciso convite. Os membros tinham de fazer um juramento.

Aproveitando-se do fato de estar na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, logo a Bucha passou a ter seus adeptos nos postos mais importantes do país. "Acredita-se que, durante a República Velha, período entre 1889 e 1930, não havia ministro, juiz ou candidato à Presidência da República que fosse indicado sem deliberação do Conselho dos Divinos", diz o historiador.

Em depoimento publicado pelo Jornal da Tarde em 1977, o jornalista e político Carlos Lacerda (1914-77) comentou sobre a importância política da Bucha.

"O fenômeno não tem nada demais, é o mesmo que ocorre com a maçonaria. Uma sociedade secreta em que os sujeitos confiavam nos companheiros, vamos falar assim "da mesma classe", que passam pelas faculdades, futuras elites dirigentes. Um dia, um sobe e chama o outro para ser governador, para ser secretário, para ser ministro e assim por diante", afirmou.

No livro Os Bacharéis na Política - A Política dos Bacharéis, o cientista político Teotonio Simões afirma que, de todos os presidentes da República Velha, apenas Epitácio Pessoa (1865-1942) não foi membro da Bucha.

Todo ano um evento acontecia na Faculdade de Direito: a Festa da Chave. Como o líder estudantil da Bucha era sempre um aluno do último ano, a formatura coincidia com a passagem de bastão a um mais novo. Esse líder era chamado de chaveiro, daí o nome da solenidade. "Durante a República Velha, a Festa da Chave contava com a presença do presidente do País, autoridades do Estado, prefeito, ministros e juízes", diz Rezzutti.

O historiador conta uma passagem que se tornou anedótica. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), um delegado de polícia estranhou a movimentação no Jardim da Luz. A Bucha se reunia no subsolo do prédio hoje ocupado pela Pinacoteca do Estado. "Pensando tratar-se de espiões, o delegado invadiu o encontro, dando voz de prisão a um grupo fantasiado, que usava capas de cavaleiro com insígnias coloridas em forma de coração e espadas", relata.

Um dos presentes à reunião era Altino Arantes (1876-1965), então governador de São Paulo. Washington Luís (1869-1957), ainda prefeito de São Paulo, também estava lá. E ambos tiveram de explicar ao delegado o que acontecia ali. "O delegado foi iniciado na organização para preservar seu segredo", diz Rezzutti.

Os integrantes da Bucha foram fundamentais para a criação da Liga Nacionalista de São Paulo, grupo organizado em 1916. "Entre outras coisas, pregavam a melhoria e a ampliação da instrução pública no Brasil", explica o historiador. "Ajudaram a montar hospitais e a cuidar das viúvas e órfãos durante a epidemia de gripe espanhola, em 1918."

Mas a Liga significaria o fim da Bucha. Após a Revolução Tenentista de 1924, o presidente Artur Bernardes (1875-1955) proibiu o funcionamento da organização - decretando, por extensão, o fim do clube criado por Júlio Frank.

Teorias da conspiração

O mistério que ainda envolve a vida de Júlio Frank, bem como a natureza secreta de sua instituição, alimenta teorias e histórias.

Em História Secreta do Brasil, o controverso e polêmico intelectual Gustavo Barroso (1888-1959) defendeu que Júlio Frank seria um heterônimo de Karl Ludwig Sand (1795-1820), estudante da Universidade de Jena, na Turíngia, integrante da Burschenschaft de lá. Oficialmente, Sand foi decapitado em 20 de maio de 1820, condenado pelo assassinato do dramaturgo August von Kotzebue (1761-1819).

"As últimas testemunhas falaram de Júlio Frank como de um homem singular, aparecido em São Paulo ali por 1830, calando avaramente tudo quanto se referia ao seu passado", escreve Barroso.

No livro Bilder aus Brasilien, o jornalista Carlos von Koseritz (1830-1890) apresenta outra teoria: Frank seria um príncipe alemão, desterrado e ilegítimo. Considernado que o registro localizado na igreja Sankt Margarethen, em Gotha, aponta para o casamento de seus pais apenas um mês antes de seu nascimento, há quem suspeite que seus pais oficiais tenham o adotado para limpar a barra de alguma princesa. E, por isso, ele seria protegido de Adam Weishaupt (1748-1830), professor da Universidade de Ingolstadt, na Bavária, fundador da Ordem dos Perfeitos, os Illuminati. k2778»Seja como for, seu túmulo é ornamentado com a figura do mocho, ou coruja de minerva - distintivo das lojas maçônicas frequentadas pelos "iluminados" bávaros.

Morte

Frank não presenciou o auge da instituição. Ele morreu precocemente em 1841, aos 32 anos, vítima de pneumonia. E foi por ter nascido em família protestante, a despeito de não ser praticante de nenhuma religião, que a ele acabou sendo destinado um inusitado túmulo dentro da Faculdade de Direito.

"Na época não existiam cemitérios públicos na cidade. Os sepultamentos eram realizados no interior das igrejas católicas ou em pequenos cemitérios anexos", pontua o historiador Camargo.

"A cidade contava também com o Cemitério dos Aflitos [no bairro da Liberdade], muito desprestigiado, posto que destinado aos condenados pela Justiça, aos escravos ou aos extremamente pobres. Vale lembrar que este cemitério também era administrado pela Igreja Católica", acrescenta o historiador. "Todos sabiam que o protestante Júlio Frank não seria aceito em nenhuma igreja. Já o enterro no Cemitério dos Aflitos seria muito humilhante."

Como ressalta Camargo, destino assim não seria cabível para um "eminente professor da Faculdade de Direito, com largo círculo de amigos entre alunos e professores".

Houve protesto de seus alunos. Uma alternativa foi pensada, então. Coube ao conselheiro José Maria de Avellar Brotero (1798-1873), político e jurista, fazer uma solicitação especial ao bispo de São Paulo, Manuel Joaquim Gonçalves de Andrade (1767-1847). "Então surgiu a ideia por todos aceita: Júlio Frank seria sepultado no pátio da Faculdade. E assim foi feito", relata Camargo.O túmulo de Júlio Frank, no interior da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, é patrimônio histórico tombado em São Paulo.



\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\19822icones.txt


ME|NCIONADOS Registros mencionados (5):
20/05/1820 - Oficialmente, Sand foi decapitado, condenado pelo assassinato do dramaturgo August von Kotzebue (1761-1819)
01/01/1828 - *Migrou para o Brasil
04/07/1830 - Fundação da Bucha
01/01/1885 - *Bilder aus Brasilien, Leipzig
01/01/1977 - *Depoimento do jornalista e político Carlos Lacerda publicado pelo Jornal da Tarde
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.