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marius
    20 de novembro de 1910, domingo
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  


Alguns dos casos que envolviam disputas de identidade de gênero,evidenciadas pelo vestuário, tomavam tamanha proporção que acabavamficando conhecidos em lugares distantes de onde ocorriam. Foi assim que, emnovembro de 1910 a imprensa carioca dedicou diversas páginas com narrativassobre um cadáver encontrado na cidade de São Paulo.Por volta do vigésimo dia do mês de novembro de 1910, foi encontrado,numa localidade conhecida como Biquinha, no rio Tietê, o corpo de uma mulher vestida com trajes masculinos. A apuração da polícia paulista constatouque o cadáver era de uma jovem que, desde de 1906, vivia como se fossehomem e dizia aos outros chamar-se Mario Prado.De acordo com o noticiaristade O Paiz, a moça teria se suicidado para ocultar o nascimento de uma criançaabandonada. [1]Publicando o caso um dia depois que seu congênere, O Séculoenfatizou que a situação continuava envolta em mistério e que todas astestemunhas ouvidas reconheceram o dono do cadáver como homem e nãocomo mulher. [2]Em 28 de novembro é novamente O Paiz que se encarrega de publicarinformações sobre o caso, trazendo acerca dele curiosas referências. Onoticiarista endossava a dúvida em saber se o caso era de suicídio ou crime.Comunicava também uma nova pista encontrada pela polícia. De acordo com afolha, a mãe da moça afogada se chamava Eudóxia Prado e estava internadanum hospício em Juqueri.Como não encontrou Eudóxia no hospício e nemnenhuma evidência de que um dia tivesse estado lá, a polícia resolveu procurarpor seu nome nos registros de cemitérios, busca na qual também não logrouêxito. Pessoas que conviveram com o dito Mario Prado numa pensão contaramà polícia não suspeitarem que ele era, na verdade, uma mulher. Na averiguaçãofeita no colégio Manckenzie, onde Mario estudou, não foi encontrado alguémque o conhecesse como mulher. Nem mesmo seu companheiro de quarto, napensão que residia, foi capaz de tecer alguma suspeita acerca de sua condiçãode mulher.Ao que tudo indica, a moça fora criada e reconhecida como homem desdea infância, já que um ex-vizinho de Eudóxia afirmava que, cerca de dez anosatrás ela era vista sempre com um menino de cabelos louros que era muitoparecido com o retrato da moça morta. Uma carta encontrada sugeria que Mariochegou mesmo a manter relacionamentos amorosos com outras mulheres. [2]Enquanto os jornais cariocas contribuíam para aumentar o clima demistério em volta do caso, e a tratá-lo com uma espécie de quebra-cabeças,onde o leitor deveria juntar as peças através de notas confusas, o periódicopaulista Correio Paulistano prestava informações mais acertadas acerca da mulher-homem, informações essas que nos apontam para o fato de que Mariada Aparecida não se disfarçava de homem, como orientavam as narrativas, masrealmente se enxergava como tal desde a mais tenra idade. [3].Em 23 de novembro, a folha publica, além de uma fotografia da falecida,informações preciosas que recuam no tempo quatro anos antes de sua morte.De acordo com o jornal de São Paulo, Eudóxia Prado era realmente a mãedo jovem encontrado morto. Apesar de passar algum tempo em tratamentopsiquiátrico, Eudóxia foi capaz de prestar à polícia informações em estado decompleta lucidez. Ela contou que se casara em Minas Gerais com José doParaíso e deu à luz a um bebê do sexo feminino em 31 de maio de 1893, ao qualdeu o nome de Maria da Aparecida. Pouco depois, mudou-se com a família paraSão Paulo, vindo seu marido a falecer na cidade de Rio Claro quando tratavade negócios. Achando-se viúva e com uma filha muito pequena, Eudóxia logose envolveu amorosamente com um engenheiro e passou a viver uma vida,segundo ela, irregular.Por conta da vida desregrada da mãe a justiça ameaçava retirar a meninaMaria da Aparecida de seu convívio. Foi aí então, que o engenheiro, amante deEudóxia, teve a ideia de transformar a pequena Maria em menino para enganarà justiça. Segundo Eudóxia, foi o próprio amante que se encarregou de cortar os longos cabelos loiros da filha e comprar para ela roupas de menino.Combinaram chamá-la, a partir deste momento de Mario, e dizer a todos que omenino era um sobrinho de Eudóxia, cuja família havia confiado à ela aeducação. Quanto à menina Maria da Aparecida, diriam que tinha ido viver comos avós em Minas Gerais. O agora então Mario acostumou-se à situação,brincava com os meninos e foi matriculado na escola como se fora um deles.188Como podemos ver, a decisão de travestir-se de homem não partiu daprópria Maria, mas das decisões da mãe e de seu amante. Todavia, a identidademasculina que ela enxergava como sua não fora pura e simplesmente fruto deum disfarce de menino, mas sim algo que ela fora construindo com expressõesde sua vida cotidiana[1] “São Paulo”, O Paiz, Rio de Janeiro, 23 nov. 1910, p. 6.[2] “São Paulo”, O Século, Rio de Janeiro, 24 nov. 1910, p. 3[3] “Um caso interessante”. O Paiz, Rio de Janeiro, 28 nov. 1910, p. 4.



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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.