A origem do (antropo) topônimo Betim, Jeander Cristian da Silva
2020 Atualizado em 25/02/2025 04:41:46
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3. MetodologiaA metodologia adotada para esta pesquisa consiste em reconstruir a significação toponímica apartir da análise histórica. De acordo com Lima e Pereira (2016, p. 2), a toponímia pode encontrarsuporte para chegar às conclusões que favorecem a motivação e o significado do topônimo com basenas informações adquiridas por meio da História e de outras ciências.Para isso, a revisão na literatura da história do município teve como foco principal o resgate dasseguintes informações: (i) o primeiro fundador da região, fato atestado pela Carta de Sesmaria (de1711), (ii) a oficialização da localidade como arraial, como distrito e município, (iii) os decretos queinstitucionalizaram as denominações anteriores e atual do município. Não estamos considerando aquia história da industrialização da cidade de Betim, bem como a sua história mais recente, entendendoque são fatos que ocorreram após seu processo de emancipação e nomeação atual.Outra análise que contribui para o entendimento da origem do antropotopônimo Betim se tratado estudo da genealogia desse sobrenome. O trabalho de Jacyntho José Lins Brandão, Um neerlandêsem São Paulo, de 1975, tem como objetivo comprovar a nacionalidade neerlandesa de GeraldoBetting, considerado o tronco de uma das mais ilustres famílias paulistas. Esse trabalho também atesta arelação de parentesco entre ele e Joseph Rodrigues Betim.Passemos, assim, para a discussão dos dados feita na seção 4.4. O topônimo BetimPodemos dizer que o estudo da história do município permite a análise da significaçãotoponímica, uma vez que, por meio das fontes consultadas, foi possível o resgate de informaçõesacerca da origem do nome investigado, bem como a reconstrução de denominações oficiaisanteriores.Do ponto de vista sincrônico, a origem do nome Betim se encontra apagada da memóriacoletiva. Assim sendo, esse nome, utilizado, atualmente, para fazer referência direta ao município deMinas Gerais, tem seu sentido etimológico opaco e esvaziado, fato que corrobora as ideias supracitadasde Dick (1990b, p. 6) e Seabra (2006, p. 1955-1956).Somente um estudo diacrônico permite evidenciar que a origem do topônimo está relacionadaao nome do sertanista Joseph Rodrigues Betim, o sesmeiro e, portanto, primeiro dono das terras quecompreendiam a região no século XVIII, o que faz desse topônimo um indicador da história dacomunidade. [p. 13 do pdf]
Outra análise que poderia ser feita com esses nomes é a da presença / omissão do elemento querepresenta o tipo de acidente geográfico (DICK, 1990b, p. 10). Nos decretos de 1754 e 1801,observamos que esses elementos se fazem presentes, sendo respectivamente formados pelos itenslexicais arraial e distrito. Nas denominações que sucedem esses decretos, percebemos a omissão desseelemento; todavia, o mesmo pode ser reconstruído por meio da história, sendo paróquia/freguesia nonome decretado em 1851 e município na denominação de 1938. Apesar de não encontrarmos essamesma informação para a denominação de 1923, a constatação desse fato permite levantar a hipótesede que a presença desse elemento poderia estar relacionada à intenção do nomeador de, naqueleperíodo, conferir certo status ao espaço geográfico que passava da condição de um simples povoado àcondição de arraial, e da condição de arraial à de distrito. Assim sendo, nos períodos posteriores, podeser que não se teria relevância a presença desse elemento e isso explicaria a sua omissão.Apesar das análises feitas aqui terem permitido apenas o levantamento de hipóteses, consideramosque, com base nas fontes pesquisadas, foi possível o resgate das suas denominações anteriores eprováveis motivações, mostrando como a Toponímia é “um imenso complexo línguocultural, em queos dados das demais ciências, como a História, se interseccionam necessariamente e, não,exclusivamente” (DICK, 1992, p. 119 apud LIMA; PEREIRA, 2016, p. 2).A seção seguinte, ainda destinada à continuidade da análise, dedica-se à investigação da origemdo antropônimo Betim.O antropônimo BetimFranco (1953, p. 71) registra o antropônimo Joseph Rodrigues Betim com uma alteração gráficaem seu prenome - José - e traz informações biográficas que permitem constatar a nacionalidadebrasileira do bandeirante, o fato de ter sido dono das terras que deram origem ao atual município deBetim, seu estabelecimento em Pitangui e nos revela a sua filiação:BETIM, José Rodrigues - Paulista, filho de Garcia Rodrigues Velho e de sua mulherMaria Betim, andou sertanejando nas Minas-Gerais, juntamente com Antônio PereiraTaques, tendo descoberto as minas de ouro chamadas do Betim, onde hoje fica a cidadede Capela Nova. Estabeleceu-se depois nas minas de Pitangüi e tomou partido dogoverno no levante de 1719, ao lado de seu sogro Francisco Bueno de Camargos [...].
No que concerne à filiação do bandeirante, Brandão (1975) informa que o genealogista Pedro Taques de Almeida Pais Leme cita Maria Betim como filha de Geraldo Betting. Esta foi casada com Garcia Rodrigues Velho e tiveram sete filhos, dentre eles Maria Garcia Betim22, esposa do bandeirante Fernão Dias Paes, e José Rodrigues Betim.
D. Maria Betim e Garcia Rodrigues Velho foram pais de Miguel Rodrigues Velho, Maria Garcia Betim (mulher do bandeirante Fernão Dias), Jorge Rodrigues Velho, Antônio Rodrigues Velho, Anna Maria Rodrigues Garcia, Coronel Garcia Rodrigues Velho, Custódia Dias e José Rodrigues Betim (BRANDÃO, 1975, p. 772-773, grifo nosso).
Portanto, esse trabalho atesta que Joseph Rodrigues Betim era neto de Geraldo Betting. Aprocedência estrangeira do ascendente-mor dessa família fez surgir hipóteses de que sua naturalidadeseria alemã ou neerlandesa. Um documento encontrado na década de 1970, localizado no arquivo dacidade de Doesburg (Esse documento, datado de 14 de dezembro de 1614, é uma procuração na qual Geraldo Betting autorizava a transferência de sua herança aos seus procuradores, Johan Stenderingh Lambers, Johan Dunsberch e Wolter Schaep._, segundo Brandão (1975, p. 770), “prova a naturalidade de Geraldo Betting: realmente ele é holandês, de Doesburg, na Gueldrie. O documento revela ainda que ele continuou,mesmo de São Paulo, a manter relações com seus conterrâneos - de outra maneira não se explica osseus negócios de lá.” O autor conclui essas informações a partir de uma carta particular enviada do sr.Van Petersen, na época, arquivista-chefe de Doesburg que também elucida: “Geraldo Betting era filhode Thoenis (ou Thonis) Bettinck, falecido em Doesburg a 29 de junho de 1584, e de Merrie”(BRANDÃO, 1975, p. 771).
Tendo por base essas informações, constatamos que a origem do nome Betim seja neerlandesa(ou holandesa) e seu étimo24 estaria ligado ao suposto sobrenome do pai de Geraldo. Assim sendo, aetimologia desse nome, ou seja, “o percurso entre o étimo ou a origem e a palavra investigada”(VIARO, 2011, p. 106) pode ser expressa da seguinte forma:(2) *Bettinck > BetimA fórmula indicada no exemplo (2) indica que o nome Bettinck, datado no século XVI, setransformou em Betim, nome encontrado na sincronia atual. A utilização do asterisco no étimoinforma que este se trata de uma possível reconstrução desse nome no passado, ou seja, uma hipótese. [Páginas 16 e 17 do pdf]
Sobre a vinda de Geraldo Betting para o Brasil, Franco (1953, p. 71) salienta que ele “veio paraSão Paulo [...] com o governador d. Francisco de Sousa, que o trouxe do reino com o fito de mandarconstruir engenhos de ferro na capitania”.Segundo Brandão (1975, p. 773-774), a data de sua chegada deve ser posterior a 1591, ano emque D. Francisco assume a posse do governo. Acredita-se que Betting tenha passado primeiramente aPortugal, com ou sem intenção de vir à capitania, esteve na Bahia (com o governador) até o ano de1600 e, depois, seguiu para São Paulo.
Fazendo menção à obra de Affonso d’Escragnolle Taunay, História Geral das Bandeiras Paulistas(1924), o autor confirma que os dois estavam acompanhados também de Jacques Oalte. Betting eraengenheiro prático e Oalte, mineiro; portanto, “eram os auxiliares indispensáveis para os planos que ogovernador tinha em mente: as pesquisas minerais.” (BRANDÃO, 1975, p. 774). Em 1602, terminouse o mandato de D. Francisco, mas Geraldo, já fixado na terra paulista, nela continuou o seu trabalho.Não existem referências a respeito do seu falecimento, mas acredita-se que tenha sido em São Paulo. Aseguinte passagem encontrada na obra de Taunay vem confirmar essas informações:
Trouxera o governador, grandioso como sabia ser, ‘hua companhia de soldados einfantes do prezidio da Bahía, e com o capitão deli a Diogo Lopes de Castro e seusofficiaes’. Também mo acompanhava o cirurgião José Serrão, médico… Doisespecialistas indispensáveis para a empresa angariara ‘hum mineiro alemão Jaques deOalte e hum engenheiro tão bem alemão Giraldo Betink, vencendo cada um deordenado 200$ por anno. (TAUNAY, 1924, p. 147 apud BRANDÃO, 1975, p. 774)
Sobre as grafias do nome do ascendente dos Betim, Brandão (1975) afirma que:Em diversos lugares encontramos Gibaldo, Giraldo, Geraldo; Bettink, Betimk, Betting,Beting, Betim. É natural que um nome estrangeiro seja aportuguesado, às vezes pelopróprio dono. No nosso caso, enquanto isso não ocorreu definitivamente, duas geraçõesmais tarde - transformou-se em Betim - flutuou entre as diversas grafias citadas.(BRANDÃO, 1975, p. 767, grifo nosso)Com base nessa passagem, é possível constatar variações gráficas tanto no prenome – Geraldo,Gibaldo, Giraldo – quanto no sobrenome – Bettink, Betimk, Betting, Beting, Betim – em decorrência deum possível aportuguesamento. Por outro lado, tendo em vista a naturalidade holandesa de GeraldoBetting, o documento de 1970, encontrado no arquivo de Doesburg, elucida também as grafiasestrangeiras Gerhart e Gerrit. [p. 18 do pdf]
Exemplificamos a ocorrência dessas grafias citando passagens da pesquisa de Brandão (1975).Com o intuito de explicar os envolvidos no processo de transferência das propriedades de Geraldo,Brandão25 faz uma citação do referido documento e apresenta uma ocorrência da variante Gerrit:conforme a citação, a venda da herança se deu em 1611, “por Peter van Belheeim, em nome domencionado Gerrit Bettinck, por uma certa soma de moedas nas mãos de Art Baerken e Evert VanMiddachten”. Em outra passagem, Brandão26, ao justificar a escolha da variante Geraldo Betting em suapesquisa, comprova que a variante Gerhart também é possível de ser encontrada: “Parece-nos aindaperfeitamente razoável que o nome holandês Gerrit (ou Gerhart) fosse traduzido pelo próprio donopara Geraldo; e que o sobrenome Bettinck, se modificasse em Betting, Pelo (sic) que adotamos essagrafia no presente trabalho”.
Considerando as informações genealógicas, podemos concluir que Joseph Rodrigues Betim eraneto de Geraldo Betting e, portanto, descendente de holandeses. O sobrenome que indica o nomedessa família sofreu variações gráficas, decorrentes, principalmente, de um possível aportuguesamento,até chegar à sua forma atual.
Considerações finais
Este trabalho se soma aos inúmeros trabalhos já realizados que permitem atestar o método depesquisa da motivação e significação toponímica baseado na análise de informações históricas. Comoexemplificado pela Carta de Sesmaria (1711), o nome do atual município de Betim está relacionado aosobrenome daquele que poderia ser considerado seu primeiro fundador, o bandeirante JosephRodrigues Betim.O trabalho de Brandão (1975) visa a comprovar a nacionalidade de Geraldo Betting e comprova,também, a relação de parentesco entre este e o bandeirante. Baseando nesse mesmo autor, assumimosque o nome Betim é de origem neerlandesa (ou holandesa) e seu étimo estaria ligado ao supostosobrenome do pai de Geraldo, Thoenis (ou Thonis) Bettinck.As denominações oficiais anteriores do atual município encontram motivação no nome peloqual a capela da cidade se tornou conhecida e preservam também, em suas estruturas, o sobrenome dobandeirante, excetuando-se a que foi decretada em 1923. Esse fato abre hipóteses para investigar se onome do bandeirante não teria, ao longo da história, caído no esquecimento da coletividade,emergindo daí com mais força a imagem da capela. Além disso, estudos futuros poderiam investigar se não houve uma imposição do topônimo atual por meio do decreto de 1938, assinado peloGovernador Valadare. [p. 19, 20 do pdf]
Imaginária Retabular Colonial em São Paulo. Estudos Iconográficos (2015) Maria José Spiteri Tavolaro Passos
Página 27 do livro "Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?" Data: 01/01/1583 Créditos/Fonte: Sérgio Coelho de Oliveira 01/01/1583
ID: 5375
Página 23 do livro “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”* Data: 01/01/1565 Créditos/Fonte: Sérgio Coelho de Oliveira Lopo Dias, seu pai faleceu com cerca de 100 anos (...) Suzana casou-se com Manuel Fernandes Ramos (...) o casal teve 17 filhos (...)"
ID: 5376
Nascimento de Suzanna Dias* Data: 01/01/1560 Créditos/Fonte: genearc.net/index.php?op=ZGV0YWxoZVBlc3NvYS5waHA=&id=ODgzMA== 01/01/1560
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (4): 29/05/1584 - Falecimento de Thoenis (ou Thonis) Bettinck, em Doesburg 01/06/1602 - D. Francisco voltou ao reino com dois mineiros espanhóis e um nativo, testemunhas do muito que fizera em São Paulo* 01/10/1611 - Inventário que, em outubro do ano de 1611, foi vendido por Peter van Belheeim, em nome do mencionado Gerrit Bettinck, por uma certa soma de moedas entregues nas mãos de Art Baerken e Evert van Middachten; depois de ter sido lida em voz alta a procuração mencionada como feita nesta secção, deram os procuradores acima mencionados toda herança paterna e materna de Gerrit Bettinck, acima mencionado, em favor de Johan van Ackeren, Udo Avincx, Frerick Besselinck e Hermen Bettinck e seus herdeiros, com a palavra, mão e pena, como acontece num tribunal* 14/12/1614 - Perante os vereadores Johan Stendering Henrice e Adriaen Buickenvoert comparaceram os excelentíssimos senhores Johan Stendering Lamberss, Johan Dunsberch e Wolter Schaep, como procuradores de Gerhart Bettinck, vivo nas Índias Ocidentais, perto de São Vicente, numa pequena cidade chamada São Paulo, em conseqüência de uma procuração de São Paulo, escrita em português, datada de 29/12/1613 EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.