2 de julho de 1856, quarta-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Palacio do Rio de Janeiro em 2 de Julho de 1856. - José Thomaz Nabuco de Araujo.O Corpo de Bombeiros foi criado pelo decreto n. 2.587, de 30 de abril de 1860, que tinha por finalidade o serviço de extinção de incêndios, veio substituir o Corpo Provisório de Bombeiros instituído na Corte pelo decreto n. 1.175 de 2 de julho de 1856.
A historiografia ressaltou que a maior parte dos registros sobre a história da criação dos serviços de extinção de incêndio no Brasil foi perdida, mas parte dessa memória foi preservada pelas várias corporações existentes no país, sendo divulgada por meio de revistas especializadas e das páginas oficiais (COSTA, 2002).
No que diz respeito à criação do serviço de extinção de incêndios na Corte propriamente dito, o Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro (CBMRJ) produziu um histórico por ocasião das comemorações dos seus 150 anos, elegendo como data de sua fundação a mesma do decreto que instituiu o corpo provisório de bombeiros a 2 de julho de 1856 (CORPO DE BOMBEIROS …, jul. 2006).
No século XVIII, conforme essa narrativa, o serviço de extinção de incêndios na cidade ficava a cargo dos funcionários da Repartição de Obras Públicas escolhidos entre os mais capacitados que, ao ouvirem o “toque de fogo” ou “sinais de incêndio”, deixavam suas ocupações e dirigiam-se ao local do sinistro carregando baldes de lona, cordas e escadas.
Aos bombeiros daquela repartição somavam-se os populares que sem nenhum preparo para combater o fogo pouco os auxiliavam e, muitas vezes, aproveitavam a ocasião para furtar bens materiais das vítimas. A força policial da Corte intervinha tentando impor alguma ordem, mas, sem o devido preparo para atuar nessas situações, pouco contribuía.
Nessa época, os incêndios ocorriam com certa frequência, sendo o crescimento da própria cidade onde as edificações construídas de madeira predominavam uma das causas apontadas para tal ocorrência. Até meados do século XIX, os incêndios, registrou a crônica contemporânea, eram verdadeiros pandemônios onde todas as autoridades mandavam, mas ninguém obedecia (FAZENDA,2011, p. 297).
Tal cenário só teria sido alterado a partir do alvará de 12 de agosto de 1797 quando o Arsenal de Marinha ficou responsável pelo serviço de extinção de incêndios, tendo em vista sua experiência anterior no combate ao fogo em embarcações. Conforme o referido alvará, cabia ao intendente do Arsenal manter sempre prontas as bombas portáteis, com suas respectivas mangueiras, bem como os demais instrumentos necessários para vir em socorro nos casos de incêndios na cidade e no mar.
A data desse alvará foi considerada um marco oficial importante por ter trazido para o âmbito da esfera pública a responsabilidade pelo serviço de extinção de incêndios na cidade do Rio de Janeiro (CORPO DE BOMBEIROS …, jul. 2006).
Apesar das melhorias visíveis no serviço prestado pelos bombeiros do Arsenal de Marinha, permaneceu o conflito de jurisdição e sobreposição de ordens entre as autoridades responsáveis pela extinção dos incêndios e a polícia, acarretando, assim, grandes prejuízos com perdas inestimáveis de vidas e bens materiais.
Na primeira metade do século XIX, compareciam ao local do sinistro o próprio inspetor do Arsenal da Marinha, que administrava o serviço de extinção dos incêndios, e a polícia da Corte, que auxiliava aquela autoridade na manutenção da ordem e no isolamento do local. Nesse período atuavam no combate ao fogo os bombeiros do Arsenal de Marinha, da Guerra, e da Repartição de Obras Públicas e os africanos lives da Casa de Correção.
O conflito de jurisdição entre o inspetor do arsenal e a autoridade policial, que presumia ser da sua alçada o combate ao fogo em terra, tornou-se matéria de ofício do primeiro dirigido ao Ministério da Marinha, pedindo os devidos esclarecimentos quanto à área de atuação das autoridades presentes no local do sinistro.
Assim, o aviso de 17 de agosto de 1825 determinou que as ações de extinção de incêndio na cidade competiam ao Arsenal de Marinha, como já vinha ocorrendo desde o final do século XVIII uma vez que tanto os homens envolvidos nas ações de combate ao fogo, bem como todo o equipamento utilizado – bombas manuais e suas respectivas mangueiras – pertenciam àquela repartição. À autoridade policial cabia somente as atribuições específicas de sua área (CORPO DE BOMBEIROS …, jul. 2006).
Apesar das medidas instituídas pelo Ministério da Marinha que visavam delimitar as respectivas áreas de atuação do setor público no serviço de extinção de incêndios, os conflitos de jurisdição envolvendo as autoridades encarregadas desse encargo continuaram, o que tornava o serviço prestado alvo de muitas críticas.
Os proprietários dos imóveis perdidos em meio às chamas, por exemplo, reivindicavam e, quase sempre, conseguiam consideráveis indenizações alegando que a causa dos seus prejuízos materiais residia na inépcia dos serviços então prestados (CORPO DE BOMBEIROS …, jul. 2006).
Foi então nessa conjuntura conturbada que o decreto n. 1.775, de 2 de julho de 1856, regulamentou o serviço da extinção de incêndios sob o comando de um diretor-geral, com auxílio das autoridades policiais e da força pública.
À polícia cabia manter a ordem, garantir a tranquilidade pública e a propriedade e auxiliar os trabalhos dos bombeiros, fornecendo-lhes homens, água, instrumentos e quaisquer outros itens necessários, além de comandar a força pública quando solicitada e cuidar para que as posturas municipais anexas ao decreto fossem cumpridas.
Conforme o decreto n. 1.775, de 1856, enquanto não fosse organizado convenientemente um corpo de bombeiros, esse serviço seria executado pelas já existentes seções de bombeiros formadas pelos operários capacitados dos arsenais de Marinha e de Guerra e da Repartição das Obras Públicas e pelos africanos livres da Casa de Correção. Essas quatro seções compunham o corpo provisório de bombeiros da Corte, cujo diretor era nomeado pelo governo entre os oficiais do Corpo de Engenheiros.
Com base nas experiências francesa e italiana, coube ao primeiro diretor-geral desse corpo provisório, o major João Batista de Castro Moraes Antas, criar uma corporação de bombeiros levando em conta as necessidades do serviço de extinção de incêndios então realizado na cidade do Rio de Janeiro. Ao longo da década de 1850, essa corporação se organizou seguindo o mesmo princípio de descentralização que vinha sendo praticado até aquele momento por meio da instituição de postos parciais distribuídos por toda a cidade.
Em 1857, no dia 1° de maio, foi inaugurado o Posto Central do Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, instalado num prédio cedido pela Secretaria de Polícia, na rua do Regente (atual Regente Feijó).
Além de um local destinado aos serviços administrativos, foi instalado também no pavimento térreo desse edifício uma seção de corpo de bombeiros formado por mais de 20 homens com seu respectivo comando e instrutores.
Essa seção e as duas que funcionavam como quartéis auxiliares na Repartição das Obras Públicas ficavam de prontidão permanente. Já as seções de bombeiros dos arsenais, de Marinha e de Guerra, e a formada pelos africanos livres da Casa de Correção funcionavam apenas durante o horário do expediente dessas repartições públicas.
Ainda na década de 1850, o major Moraes Antas redigiu um relatório encaminhado ao então ministro da Justiça, José Tomás Nabuco de Araújo, que foi considerado um documento de suma importância sobre esses primeiros anos de estruturação do serviço de extinção de incêndios na Corte (BRASIL, 1857, p. A-D-19).
O regulamento estabelecido pelo decreto n. 2.587, de 30 de abril de 1860, que organizou convenientemente um corpo de bombeiros na Corte, criou as primeiras e segundas seções em substituição às preexistentes seções do posto central e das obras públicas, determinando que essa nova corporação deveria se ocupar especialmente do serviço da extinção de incêndios. Em caso de guerra, o governo poderia empregar o corpo de bombeiros como sapadores ou pontoneiros, dando-lhe organização de batalhão de engenheiros. As seções do Arsenal de Guerra e da Marinha e da Casa de Correção passariam a se chamar auxiliares, sendo subordinadas ao diretor-geral somente nos casos de incêndio.
O engajamento para servir no corpo de bombeiros exigia que os indivíduos tivessem mais de dezoito anos de idade e menos de quarenta, e que apresentassem as qualidades necessárias para as atividades que seriam desenvolvidas, devendo servir por um período de quatro anos. Eram preferidos aqueles que já tivessem servido o exército com bom comportamento e, no período em que estivessem engajados no corpo de bombeiros, estariam isentos do recrutamento para a Guarda Nacional.
Com vistas ao aperfeiçoamento do serviço de extinção de incêndios na cidade do Rio de Janeiro e seus subúrbios, o regulamento baixado pelo decreto n. 8.337, de 17 de dezembro de 1881, confirmou o estatuto militar concedido ao corpo de bombeiros pelo decreto n. 7.766, de 19 de julho de 1880.
As seções auxiliares passavam a ser somente as existentes nos arsenais de Marinha e de Guerra. As condições para o alistamento voluntário sofreram poucas alterações. O período de engajamento permaneceu por quatro anos entre os indivíduos maiores de dezoito anos de idade e menores de quarenta, preferíveis em igualdade de condições entre os que soubessem ler e escrever, possuíssem algum ofício de interesse para a corporação e os que já houvessem servido como voluntários da pátria, praças do Exército, da Armada, dos corpos policiais e ainda aqueles que comprovassem serviços prestados à marinha mercante.
No final do século XIX, ocorreu uma reforma no Corpo de Bombeiros da Corte, que ganhou novo regulamento por meio do decreto n. 9.829, de 31 de dezembro de 1887. Nesse último regulamento, a idade máxima para entrar na corporação passou a ser trinta anos, sendo exigido ainda melhor condicionamento dos voluntários a bombeiros como peso, altura e capacidade física. No final da década de 1880, foram criadas 5 estações denominadas Central, Norte, Sul, Leste e Oeste e 4 postos com a finalidade de expandir os serviços de extinção de incêndios prestados pelo poder público a várias áreas da cidade e subúrbios. Com a proclamação da República, o órgão passou a se chamar Corpo de Bombeiros da Capital Federal.
Conforme a lei n. 23, de 30 de outubro de 1891, que reorganizou os serviços federais, o Corpo de Bombeiros ficou subordinado ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores. No ano seguinte, a lei n. 85, de 20 de setembro de 1892, transferiu esse serviço então a cargo da União para o governo municipal do Distrito Federal.
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.