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Falecimento de Paulo Eiró no Hospício dos Alienados
    27 de junho de 1871, terça-feira
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

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Paulo Francisco Emílio de Sales, o poeta Paulo Eiró, era filho de Francisco Antonio das Chagas, professor e primeiro Presidente da Comarca de Santo Amaro, e de Maria Angélica.

Aos 11 anos se apaixonou pela prima Cherubina Angélica de Salles, que foi sua musa por toda a vida. Paulo já lia em francês e aos 12 anos escreveu junto com o pai: Taboas Chronologicas.

Aos 19 anos formou-se pela Escola Normal de São Paulo e foi nomeado professor em Santo Amaro, exercendo o magistério por oito anos, com intervalos.

Nos primeiros anos de magistério a vida de Paulo Eiró foi tomada de uma verdadeira febre pela poesia. Não conseguia disfarçar a paixão que sentia pela prima, mas a esperança de conquistá-la acabou, pois a moça estava de casamento marcado.

Ele começou a ficar absorto nas aulas e, à noite os santamarenses viam-no a caminhar pela Vila, o olhar perdido no chão.

Começaram, então, os passeios pelos lugares próximos nos quais gastava o dia inteiro, sem se alimentar. Apesar da preocupação da mãe, ele sentia o enfadamento de tudo, somente uma esperança o animava: entrar na Faculdade de Direito.

Entrou para a faculdade, licenciando-se na Escola Primária da Vila e transferindo sua residência para São Paulo.

Ficou conhecido como um poeta admirável e até algumas das suas poesias eram faladas nas arcadas acadêmicas da Atual São Francisco. As esquisitices anteriores da época da Vila, que haviam desaparecido no início do período da faculdade, retornavam de uma hora para outra.

Queria sempre ir para casa, se fechava no quarto e não se alimentava. Às vezes seguiam-se dias de entusiasmo e bastante estudo até a próxima crise. A família, preocupada, trouxe-o para Santo Amaro.

Dessa vez a próxima esquisitice foi mística. Inflamou-se no desejo de matricular-se no seminário e não aceitava conselhos para remover tal idéia.

O pai, que já tinha outro filho ordenado padre, até que não achou má idéia, e acompanhou-o ao Seminário Episcopal no Bairro da Luz. Nesse período, Paulo Eiró, já contava com 23 anos e era considerado pelos colegas do seminário como velho.

Contribuía também sua expressão facial triste e o ar de ausência. Com o seu humor novamente em crise, andava pelo quarto ou então espalhava pelo Seminário suas poesias tristes e abolicionistas, motivo pelo qual foi aconselhado a voltar a Santo Amaro e a seu pai foi sugerido que destruísse os cadernos com suas poesias, o que foi feito pelo professor Francisco das Chagas.

Sua próxima esquisitice foi a viagem a Mariana/MG. Novamente os conselhos de nada adiantaram e sua partida aconteceu sob os olhares tristes da mãe e do pai. Da viagem, a família pouco teve notícia, exceto que, pelo caminho, pernoitou na casa de parentes e amigos.

Mas sabe-se que ele não conseguiu chegar a Mariana. Como a viagem foi feita a pé, durante meses não se teve notícia dele. Vamos reencontra-lo, voltando sem a bagagem, tendo no bolso apenas um livro gasto de anotações.

Ao entrar em São Paulo, sente uma movimentação nas proximidades da Praça da Sé, então resolve ir até lá. Com aguda curiosidade resolve entrar na igreja. Era um casamento.

Ao reconhecer a noiva, vê que é sua musa. A mulher que ele tanto amou agora casava-se e estava perdida para sempre. Novamente se põe a pé a caminho para voltar para Santo Amaro, quando compõe a poesia:Fatalidade:

Que vista! O sangue se afervora e escalda! Por que impulso fatal fui hoje à igreja?
Quer meu destino que, ao entrar, lá veja
Noiva gentil de Cândida grinalda.
Nos olhos sem iguais, cor de esmeralda,
Lume de estrelas, plácido lampeja:
Seu branco seio de ventura arqueja;
Louros cabelos rolam-lhe da espalda.
Hora de perdição! Sim adorei-a;
Não tive horror, não tive sequer medo
De cobiçar uma mulher alheia.
Unem as mãos; o órgão reboa ledo;
Em alvas espirais, o incenso ondeia...
E eu só, longe do altar, choro em segredo!

Na volta para a Chácara dedicando-se à poesia, foi convidado pela Comissão dos Festejos pelos 36 anos de S.M.Imperial D. Pedro II, para ceder os originais do drama Sangue Limpo que seria representado em São Paulo.

Paulo Eiró participou da montagem e marcação das cenas, entusiasmado. Nos ensaios em São Paulo, sua alegria era tamanha. Novamente Paulo Eiró estampava no rosto a felicidade e junto ao grupo de artistas renomados da época ele reencontra a lucidez.

O dia 2 de dezembro de 1861 (dia das comemorações) começou com paradas militares, missa na Igreja da Sé e, à noite, no teatro São Paulo, localizado no Pátio do Colégio, foi encenado o espetáculo com a presença dos figurões do Governo, estudantes e quase todos os moradores de São Paulo.

Apesar da emoção presente em Paulo Eiró a crítica dos jornais não foram favoráveis. Ao lê-las com decepção, novamente retornaram suas crises.

Nos próximos dois anos Paulo Eiró, dedica-se, em meio a crises, a dar aulas na escola primária em Santo Amaro, mas as alternâncias de sua demência obrigaram os familiares a pedir seu afastamento. As viagens ficavam cada vez mais freqüentes, ele ia a São Paulo e ao Rio de Janeiro.

Havia períodos em que não se tinha notícias dele. Sem noção do tempo, retornava à Chácara. Sua saúde estava cada vez mais precária e a família criou o hábito de deixar o portão fechado para que ele não fugisse.

Mas um domingo pela manhã, ele encontrou o portão aberto, atravessou a Vila e entrou na Igreja de Santo Amaro. Era hora da missa e todos estavam presentes. Sem que sua família notasse, começou a interferir no que o padre falava.

Todos ficam pasmos ao ver sua ousadia de falar durante a Santa Missa. Seu pai leva-o de volta para casa, mas só toma consciência que era hora de interna-lo quando ele quebra um crucifixo.

Em maio de 1866, Paulo Eiró, aos 31 anos, foi internado no Hospício dos Alienados que se localizava na Várzea do Carmo, na Rua Tabatinguera em São Paulo. Durante 5 anos ele definha, entre crises de demência e lucidez. Mas sua família também foi se acabando

Seu pai morreu, em 1867, e sua escrava Ana, em 1869.Então, no dia 27 de junho de 1871, faleceu Paulo Emílio de Salles, o poeta Paulo Eiró, no Hospício dos Alienados, de meningite, aos 36 anos de idade.



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Paulo Eiró aos 18 anos
Data: 01/01/1854
Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: Livro A vida de Paulo Eiró (1940)
01/01/1854


ID: 3753



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Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.