“A vassoura e a tocha olímpica”: Renato Luiz Feliciano Lourenço
13 de junho de 2004, domingo Atualizado em 31/10/2025 00:05:07
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A tocha olímpica chegava ao Rio de Janeiro em 13 de junho de 2004, vinda da Cidade do Cabo, na África do Sul. Uma das pessoas escolhidas para carregar o histórico símbolo foi Renato Luiz Feliciano Lourenço.
Escolhido por ser gari, ele falou um pouco da sua vida pessoal 7 anos depois, em 2011. Segue o texto:
Alba Valéria Mendonça (2011) - Quem ouve Renato Luiz Feliciano Lourenço, de 48 anos, dizendo: "A vassoura é o meu passaporte" pode até associá-lo a um bruxo que se utiliza do objeto como meio de transporte. Quase isso.
Foi graças a ela, seu instrumento de trabalho diário da companhia de limpeza urbana do Rio, a Comlurb, que ele se transformou em Renato Sorriso, o gari mais famoso do país, considerado um símbolo da carioquice, com sua alegria e descontração.
Com o sorrisão sempre estampado no rosto - sua marca registrada - mesmo de férias já começa a se preparar para brilhar mais uma vez.
Vai estrelar nesta quarta-feira (7) uma campanha da Comlurb de conscientização dos moradores das favelas do Jacarezinho e de Manguinhos, na Zona Norte do Rio, sobre a coleta de lixo nessas comunidades.
Ele já participou de ações semelhantes em favelas pacificadas como Borel, Morro dos Macacos, Morro do Fallet e Estácio. Toda vez que aparece, diz ele, a coleta de lixo nas regiões aumenta cerca de 3%.
"Quero pedir que as pessoas mantenham suas ruas limpas, que respeitem os locais e horários de coleta, que não joguem lixo no chão ou nos rios.
Não cortem árvores sem falar com a Comlurb, não despejem óleo nos bueiros e que respeitem o nosso trabalho, o meio ambiente e o espaço público. Os garis são os anjos da limpeza", clama Renato.
Foi com a vassoura que ele teve a oportunidade de conhecer seis países, ser um dos destaques da comitiva brasileira no encerramento das Olimpíadas de Londres, em agosto passado, e segurar a Tocha Olímpica. Agora, Renato sonha em participar da festa de abertura dos Jogos de 2016, no Rio.
"Mesmo que um dia ganhe muito dinheiro nunca vou deixar a Comlurb. Como Renato Sorriso, de vassoura na mão, conquistei o prestígio que tenho hoje.
A companhia me apoia e eu não posso largar ela na mão. Já viajei oito vezes para o exterior. Conheci França, Inglaterra, Espanha, Suíça, Bahrein e Canadá.
Já fui três vezes à Paris, estou até enjoado. No Sambódromo não aguento mais beijar a Juliana Paes", brinca Renato.
Há 17 anos ele usa a vassoura para abrir seus caminhos.
Ex-faxineiro, ex-camelô, ex-diarista, ex-vendedor de cachorro quente, Renato conta que passou a gari porque, sem instrução, não conseguia emprego melhor.
Interrompeu os estudos na 5ª série e sonhava em ser técnico de refrigeração. Ele achava lindo quando o pai conseguia fazer funcionar as geladeiras velhas que a mãe ganhava para conservar a comida da família de oito filhos.
"Minha mãe dizia que quem não estudava virava lixeiro. Ela acertou em parte. Virei gari. Para mim, lixeiro é quem joga lixo nas ruas, vive na sujeira e não dá valor ao nosso trabalho", observou Renato.
Logo de cara, ele foi designado para trabalhar na área da Praça Xavier de Brito, na Tijuca, na Zona Norte, onde está até hoje.
Além de conquistar respeito e reconhecimento dos moradores, descobriu que poderia aliar o trabalho a uma grande paixão: o samba. A coordenadoria daquela área é também responsável pela limpeza do Sambódromo durante o carnaval.
"Quando fui escalado para trabalhar no carnaval nem acreditei. Quando a escola acabou de passar pelo Setor 1 e a gente começou a varrer, não resisti e comecei a sambar.
O povão gostou, mas levei a maior bronca do chefe. Mas estava agradando e o chefe levou a maior vaia. Ele se desculpou com a arquibancada e estou aí até hoje.
O povão do Setor 1 se identifica com os garis", relembrou Renato, que já foi destaque na Grande Rio e na União da Ilha do Governador, e que fez um acordo com a Comlurb de só desfilar em uma escola a cada dia de desfile para não atrapalhar o trabalho.
Do Sambódromo para o mundo, foi um pulo. Por causa do samba na avenida foi convidado para integrar o grupo que se apresenta num carnaval em Toronto, no Canadá.
De convite em convite, vai sambando e abrindo seus horizontes. Conheceu o coreógrafo Carlinhos de Jesus que o aconselhou a retomar os estudos, dizendo: "A dança um dia acaba, mas o conhecimento não".
Decidiu voltar aos bancos escolares e em 2013 se forma em turismo pela Faculdade São José, em Realengo, na Zona Oeste.
Agora, quer ver se consegue uma bolsa para estudar inglês e outra para fazer faculdade de gestão ambiental, para conquistar posições na Comlurb.
Ele conta que tentou se aventurar no samba. Assinou parcerias duas vezes no Salgueiro e três vezes na São Clemente. Mas não deu sorte.
Graças à fama no carnaval como o gari sambista, virou figurinha fácil em programas de TV. Até fez uma participação na novela "América", da TV Globo, e é presença constante no programa "Esquenta", de Regina Casé.
Além disso, faz palestras motivacionais e tem planos de montar uma peça de teatro e abrir uma empresa de eventos junto com sua quarta mulher, Leila.
Ainda esta semana, começa a estudar balé numa academia que lhe ofereceu uma bolsa em Vila Isabel, na Zona Norte.
"O meu lugar..."
Só o que não muda é sua paixão pelo subúrbio carioca. Ele jura diante da vassoura que nem se ganhar a mega-sena deixa a região.
É um apaixonado por Madureira, que chama de "seu lugar" e que é o berço de samba. E cantarola o samba de Arlindo Cruz.
"Posso até comprar imóveis na Zona Sul, mas sou apaixonado por Madureira, onde nasci e fui criado. Não sou carioca, sou "madureirense".
Hoje moro em Tomás Coelho com a minha mulher, mas meu sonho é poder voltar para Madureira e ver o dinheiro dos meus impostos aplicados lá.
Dá um orgulho danado ver o bairro melhorando com os investimentos públicos. Sou do povão. Gosto de samba e de coisas simples", concluiu Renato ao abrir o mais brilhante dos sorrisos.
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.