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Ferrovias: Educação, trabalho e juventude
    11 de junho de 2006, domingo
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

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Maria Angela Borges Salvadori - Educação, trabalho e juventude: Os Centros Ferroviários de Ensino e Seleção Profissional e o perfil do jovem ferroviário.

Os Centros Ferroviários de Ensino e Seleção Profissional foram escolas técnicas criadas por diversas companhias férreas do estado de São Paulo, voltadas para a formação de jovens ferroviários.

A Sorocabana foi pioneira nesse processo, enviando anualmente alguns alunos para a Escola Mecânica anexa ao Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

As primeiras iniciativas ocorreram em 1924 e os resultados levaram ao projeto mais amplo de criação dos Centros.

Em 1931, começava a funcionar o Curso de Ferroviários na Escola Profissional de Sorocaba.

Em pouco tempo, a iniciativa privada das companhias de trens contou com o apoio e subsídio do governo do estado de São Paulo:

Em 1934, por meio das Secretarias de Educação e Saúde Pública e de Viação e Obras Públicas, eram criados os Centros Ferroviários de Ensino e Seleção Profissional que rapidamente se expandiram pelo território paulista, servindo também de modelo para iniciativas do gênero em outras partes do Brasil.

Em 1937, já existiam nove centros localizados nos municípios de Jundiaí, Rio Claro, Campinas, Araraquara, Bebedouro, Bauru, Pindamonhangaba, São Paulo e Sorocaba.

Tais escolas mantinham cursos diretamente voltados para a formação do pessoal das oficinas (Diretoria de Recursos Humanos da Ferrovia Paulista S. A., s/d).

Este texto traz uma análise preliminar das propostas e ações desses centros ferroviários de ensino e seleção profissional, articulando-as tanto às discussões sobre o movimento operário quanto à construção de mecanismos de medição e definição do perfil do jovem trabalhador ferroviário que implicaram em diferentes concepções de juventude, particularmente aquelas relacionadas à experiência dos jovens das classes populares.

Em outras palavras, trata-se de pensar as relações entre juventude, trabalho e educação a partir das práticas de seleção e formação utilizadas por algumas das empresas ferroviárias paulistas.

Neste sentido, pretende estabelecer um diálogo com o artigo de Bianca Barbagallo Zucchi relativo às ações da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, publicado na Revista Histórica n.º4, de agosto de 2005.

Entender tais práticas - bem como as visões de juventude que elas, simultaneamente, veiculam e ajudam a construir - implica relacioná-las ao contexto mais amplo do mundo do trabalho, particularmente no final dos anos 1910 e início dos anos 1920.

Os cursos de ferroviários nasceram ligados aos projetos de uma geração de engenheiros da Escola Politécnica que, influenciados pelos princípios tayloristas introduzidos no país pelo industrial Roberto Simonsen por volta de 1919, apostaram na preparação “racional e metódica” da mão da obra.

Assim, por exemplo, o escritório de Ramos de Azevedo (por três décadas diretor do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo) foi um dos pioneiros na introdução dos padrões tayloristas de organização da produção levando-os conseqüentemente às propostas educacionais do Liceu.

O engenheiro Roberto Mange, professor de desenho de máquinas na Escola Politécnica de São Paulo, um dos fundadores do IDORT (Instituto de Organização Racional do Trabalho) no início da década de 1930, foi por anos diretor da Escola Mecânica anexa ao Liceu, de onde nasceram, tempos depois, os Centros Ferroviários (MORAES, 2003).

Nesse processo, Mange foi também responsável por estabelecer parcerias com o Instituto de Higiene de São Paulo, particularmente com sua seção de psicotécnica, para a incorporação dos princípios da ciência psicológica e da psicometria nos métodos de seleção e formação profissional.

O surgimento destas escolas voltadas à seleção e formação do jovem trabalhador ferroviário deve ser compreendido num contexto de acirramento dos conflitos sociais e como tentativa, por parte dos empresários, de esboçar uma resposta aos avanços e conquistas do movimento operário, particularmente intenso entre os anos 1917 e 1920.

O próprio Simonsen, ao publicar seu Trabalho Moderno, em 1919, já salientava que o controle absoluto do processo produtivo - via mecanização e racionalização - seria um dos mais convenientes recursos para a repressão ao movimento operário, constituindo-se numa das primeiras falas de economia política no Brasil (DE DECCA, 1984).

Organizar o trabalho, promover a saúde e propiciar a educação tornam-se, a partir da década de 1920, três questões básicas por meio das quais devem ser equacionados os problemas sociais brasileiros. As palavras de Maria Antonieta Martinez Antonacci podem bem sintetizar este projeto:

[...] o domínio patronal se materializa na crescente divisão do trabalho, na hierarquização das funções, na burocratização/requalificação dos trabalhadores, na operacionalização da Psicologia, da Fisiologia, Higiene, Sociologia do Trabalho, etc.

Todos estes recursos, destinados a simplificar e padronizar o processo de trabalho para reduzir as várias maneiras de executar uma tarefa a uma única forma, racionalmente determinada e facilmente controlável, foram apreendidos em sua historicidade.

E as perspectivas uniformizantes que desencadearam, como meios para destruir processos de trabalho organizados com base no "saber-fazer" do operário, nas formas de intervenção e adaptação autônomas dos trabalhadores, abriram espaços para reorganizações através de princípios e normas que, por serem "científicos", eram externos aos trabalhadores. (ANTONACCI, 1993, p. 10).

Em síntese, trata-se de analisar os Centros Ferroviários a partir de sua constituição em um contexto de construção de um modelo de modernidade para o país, particularmente para São Paulo, que se articula no entrecruzamento dos saberes médico, educacional e da engenharia e na aposta em um padrão de ciência racional, cartesiana e positivista.

Assim, ao saber médico, especialmente em sua ênfase sobre as preocupações com a higiene, caberiam os cuidados com o corpo; à educação, caberia a tarefa maior de construção da nacionalidade a partir da formação moral e instrução técnica dos brasileiros e, finalmente, à engenharia, caberiam as preocupações com a organização dos espaços, desde os pequenos espaços - a moradia salubre, por exemplo - até os grandes espaços do trabalho - a fábrica - e de circulação de pessoas e mercadorias - as ruas, os bairros, as cidades (HERSCHMANN, PEREIRA, 1994, p. 13).

Esta estreita relação entre saúde, trabalho e educação pode ser verificada em vários artigos publicados na Revista de Educação, ligada à Diretoria Geral do Ensino do Estado de São Paulo, em especial nos anos 1930.

O volume VI, de junho de 1934, por exemplo, reproduzia a palestra feita por Juventina Santana no Centro de Cultura Intelectual de Campinas.

Preocupada com a "complexidade do problema social" após a Primeira Guerra Mundial, a autora entendia que os conhecimentos médicos eram fundamentais para o bom andamento das sociedades, pois erros na escolha da profissão conduziam a problemas de "revolta" e mesmo ao crime e/ou à vadiagem.

Assim, a medicina tanto deveria contribuir para o estabelecimento de condições físicas específicas exigidas por diferentes ofícios quanto, na vertente psiquiátrica, garantir uma análise objetiva das disposições mentais dos indivíduos em relação às profissões que, por ventura, viessem a escolher (Santana, 1934, p. 56).

Considera-se neste trabalho que é no interior desse projeto autoritário de modernidade - cuja implantação, contudo, não ocorre sem resistências - que devem ser pensadas as propostas de educação profissional em geral e de formação do ferroviário, em particular.

A idéia do controle aparece em diferentes documentos relacionados aos Centros Ferroviários de Ensino e Seleção Profissional.

Numa "Separata dos Relatórios referentes aos anos de 1930 a 1933", publicada pela Estrada de Ferro Sorocabana em 1934, especialmente dedicada à análise das ações educativas do Centro, afirma-se que, "em vista do caráter industrial desses dois últimos anos de instrução (caracterizada no texto como sendo de regime "menos escolar e mais industrial"), o mestre instrutor não tem mais influência direta sobre a formação do aprendiz" (p. 10); no primeiro número da Revista Idort, Roberto Mange defendia os métodos dos Centros Ferroviários de Ensino e Seleção Profissional, baseados na nítida separação entre os espaços dos aprendizes e o espaço operário da fábrica e no uso das séries metódicas, em substituição à presença de um mestre instrutor; segundo ele, no modelo anterior de aprendizado, “[...] os aprendizes são jogados na oficina de trabalho, aprendem como querem e como podem e não raro copiam processos defeituosos de trabalho, adquirem vícios" (MANGE, 1932, p. 16).

Observa-se, portanto, um esforço em isolar o aprendiz do contato com os demais ferroviários, entendendo este contato como nocivo, como ameaça de contágio.

As falas dos envolvidos na criação e manutenção desses centros, aliás, são plenas de metáforas ligadas à saúde e ao corpo, metáforas que encontram na imagem da própria ferrovia enquanto sistema circulatório um de seus emblemas.

Ainda de acordo com Mange, a saúde do "corpo nacional" dependia, assim, dos "portadores da ação vitalizadora - os glóbulos vermelhos", ou seja, os ferroviários. Daí a emergência dos esforços para a boa seleção e bom preparo do futuro trabalhador ferroviário (MANGE, 1936, p. 6).

O historiador Alcir Lenharo, estudando os anos 1930 e, depois, o período do Estado Novo, entre 1937 e 1945, mostrou a recorrência desta aproximação entre corpo e sociedade ou, em outras palavras, o uso recorrente da metáfora do corpo para “diagnosticar e medicar a sociedade”, enfatizando o caráter conservador destas comparações:

“quase sempre se visa a obtenção de métodos políticos apropriados à preservação da estrutura social tal como se encontra; poucas vezes tem-se em mira transformá-la” (LENHARO, 1986, p. 139).

Olhar para as práticas desses Centros Ferroviários de Ensino e Seleção Profissional implica também em considerar as especificidades desta escola que, embora se diferenciasse das demais, de ensino "regular", chamava para si procedimentos que estavam vinculados claramente à educação naquele período:

organização de classes homogêneas, seleção de alunos, orientação vocacional, seriação, exames, crença no papel regenerador da educação, vinculação entre escola, educação, higiene e saúde como vetores para a construção da nação e, em especial, a inclusão dos conhecimentos produzidos pela psicologia experimental então considerados alicerces de uma pedagogia científica.

Simultaneamente, os Centros eram também fábricas nas quais os alunos, enquanto aprendiam, produziam peças que eram efetivamente utilizadas na ferrovia e nas quais os símbolos do trabalho fabril eram bastante evidentes:

as máquinas, os uniformes de trabalho, os logotipos das companhias, a distribuição dos espaços, entre outros.

E, ainda, estudar tais centros ajuda a pensar sobre os significados sociais atribuídos à juventude ou, antes disso, o modo como essa categoria foi pensada e construída naquele período, particularmente com a influência dos saberes médico, biológico e psicológico.

A experiência de seleção de futuros alunos nos Centros Ferroviários de Ensino e Seleção Profissional indica que a psicologia, ou uma certa psicologia de forte influência nos meios educacionais e escolares naquele período, e a psicometria promoveram uma leitura da juventude - de modo especial da juventude operária, já que assim podemos chamar esses jovens que prematuramente, logo após o término da escola primária, com cerca de 13 anos, ingressavam no mundo do trabalho, ainda que pela porta da escola - que buscava individualizar a experiência e desqualificar o sujeito a partir de sua sujeição a todo um sistema de classificação cujos critérios lhe eram exteriores ou alheios, porém impostos como verdadeiros já que oriundos de conhecimentos científicos.

O que se observa é a valorização do diagnóstico do especialista - o médico, o psicólogo e o engenheiro - nos processos de recrutamento de futuros alunos em detrimento da vontade do sujeito, da sua escolha, o que significa pensar em estratégias de poder muito próprias da modernidade que, pautadas por um padrão iluminista de ciência e de racionalidade, justificam-se e ganham legitimidade.

Assim, o princípio dessa nova formação era o apagamento da condição do trabalhador ferroviário em relação ao seu pertencimento a um grupo e um esforço por dar-lhe uma nova identidade que, construída a partir do ingresso nos CFESP, vinculava-se mais a atributos e qualidades individuais - dimensão do tórax, habilidades motoras, acuidade visual, rapidez de gestos, aspectos do desenvolvimento mental e emotivo, desenvoltura no tratamento com as séries metódicas - do que por uma experiência social compartilhada.

Esta "sujeição do sujeito" buscava operar desde os processos de escolha dos futuros alunos até os cursos de aperfeiçoamento mantidos pela instituição.

Neste sentido, cabem bem aqui as primeiras falas de Benjamin sobre a noção de experiência, em 1913, quando era ainda bem jovem. Àquela época, ele afirmava ser a experiência uma "máscara do adulto", "inexpressiva", "impenetrável", sempre a mesma.

Benjamin (2002, p. 22) dizia que dois tipos de pedagogos se debruçam sobre os jovens: uns, cheios de experiências, complacentemente esperam que os arroubos juvenis sejam aniquilados pelas responsabilidades impostas pela idade adulta; outros, segundo ele ainda mais cruéis, "querem nos empurrar desde já para a escravidão da vida".

Nos anos 1930, a proposta de formação profissional conduzida pelo CFESP pareceu aproximar-se mais desta segunda opção.

Bibliografia

ANTONACCI, Maria Antonieta Martinez. A vitória da razão (?). São Paulo: Marco Zero, 1993.

BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34: 2002.

DE DECCA, Edgar Salvadori. “A ciência da produção: fábrica despolitizada”. In: Revista Brasileira de História. São Paulo: Marco Zero, p. 47-79 (n.º 6).

FEPASA (Diretoria de Recursos Humanos). A ferrovia no Estado de São Paulo e a capacitação profissional, 1930-1980. São Paulo: FEPASA, s/d.

HERSCHMANN, Micael, PEREIRA, Carlos Alberto Messeder. “O imaginário moderno no Brasil”. In. HERSCHMANN, Micael, PEREIRA, Carlos Alberto Messeder (Orgs.). A invenção do Brasil moderno. Rio de Janeiro: Rocco, 1994, p. 9-42.

LENHARO, Alcir. A sacralização da política. Campinas, SP: Papirus, 1986.

MANGE, Roberto. Ensino profissional racional no Curso de Ferroviários da Escola Profissional de Sorocaba e Estrada de Ferro Sorocabana”. In: Revista IDORT, São Paulo, ano I, número 1, janeiro de 1932, p. 16-38.

MANGE, Roberto. Formação e Seleção Profissional do Pessoal Ferroviário. São Paulo, Centro Ferroviário de Ensino e Seleção Profissional, 1936 (Publicação n.º 1).

MORAES, Carmem Sylvia Vidigal. A socialização da força de trabalho. Bragança Paulista, SP: EDUSF, 2003.

SANTANA, Juventina. “A orientação profissional e o que neste sentido tem feito o S.P.A. do Instituto Caetano de Campos em São Paulo”. In: Revista da Educação. São Paulo: Diretoria Geral do Ensino do Estado de São Paulo, vol. VI, junho de 1934, p. 51-69.



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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.