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O sumiço de 130 crianças por trás da lenda do "Flautista Encantado"
    16 de setembro de 1933, sábado
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

•  Imagens (2)


O filme lançado pela Disney em 16 de setembro de 1933 e o seriado "Tom & Jerry", na década de 80, foram duas das vezes em que a história do "Flautista Encantado" foi apresentado aos brasileiros.

Por Raphael Kadushin - Todas as manhãs, antes de ir para o trabalho, Michael Boyer veste uma meia-calça colorida, amarra sua capa vermelha, pega sua flauta e sai pelas ruas medievais de Hamelin, uma cidade de 60 mil habitantes na região da Baixa Saxônia, na Alemanha.

Ele repete esse ritual há 26 anos."As pessoas às vezes me confundem com um super-herói, bobo da corte ou Robin Hood", diverte-se.

Não é à toa que se tornou uma figurinha fácil no Instagram de qualquer turista.

Ele foi escolhido para dar vida ao "filho adotivo" favorito (pelo menos comercialmente) - e ao mesmo tempo, mais odiado - da cidade.

Responsável por saudar grupos de turistas e dignitários, Michael realiza tours pela cidade e incorpora o personagem da lenda que atrai a maioria dos viajantes até aqui.

Originada como parte do folclore medieval, a história inspirou um verso de Goethe, Der Rattenfänger (O Apanhador de Ratos, em tradução livre) uma história dos Irmãos Grimm, O Flautista de Hamelin; e um dos poemas mais conhecidos do poeta inglês Robert Browning, de mesmo nome.

E embora cada escritor tenha dado seu toque à narrativa, o enredo básico permaneceu o mesmo: o da cidade de Hamelin que contrata um flautista para livrá-la da praga de ratos.

Seguindo as notas hipnóticas da flauta mágica do caçador de ratos, os roedores atravessaram educadamente os portões da cidade em direção à sua suposta ruína.

Mas eles não foram os únicos atraídos por sua música.

Quando a cidade se recusou a pagar o flautista por seus serviços, ele colocou em prática seu plano de vingança, atraindo as crianças de Hamelin com sua melodia.

Em transe, meninos e meninas seguiram o flautista para fora da cidade e simplesmente desapareceram.

E não é só a lenda que parece ter resistido ao tempo, a cidade de Hamelin até hoje parece fazer parte de um conto de fadas.

O tour de Boyer leva os visitantes para passear pelas fileiras de casas no estilo tradicional típico alemão conhecido como enxaimel, na qual as paredes são montadas com vigas de madeira encaixadas entre si em posições horizontais, verticais ou inclinadas, com espaços preenchidos por tijolos ou outros materiais.

Há mansões burguesas do século 16 decoradas com frontões góticos, e construções exuberantes que mais parecem um bolo de casamento, oferecendo belos exemplos da arquitetura do final do Renascimento, típica do noroeste da Alemanha, com gárgulas a espreitar e esculturas em madeira policromada de cores vivas.

No entanto, tudo isso é apenas pano de fundo para a verdadeira indústria artesanal da cidade, que capitaliza tudo o que tem a ver com o flautista.

Os restaurantes locais preparam um prato de "cauda de rato" exclusivo, feito de fatias finas de carne de porco, enquanto as padarias vendem pães e doces na forma do roedor.

O Museu Hamelin apresenta uma recriação da música do flautista; atores locais encenam uma peça ao ar livre durante o verão; e as lojas vendem recordações da cidade inspiradas em ratos.

Se quiser, você pode voltar para casa com a mala cheia de camisetas, ímãs de geladeira, canecas e flautas do Flautista de Hamelin.

No entanto, o que poderia se tratar de uma curiosidade divertida esconde algo mais profundo - e sugere por que a lenda ainda vive não apenas em Hamelin, mas no folclore da região.

De certa forma, o conto toca num medo primitivo, quando notamos que o flautista é uma versão de um bicho-papão universal que continua a nos assombrar.

Os pais sempre temem a perda de seus filhos. Todos os dias, em alguma parte do mundo, uma criança desaparece.

O flautista é, em última análise, a face da morte.

Embora a história evoque um medo universal, ainda ressoa mais alto em Hamelin - e o tour do flautista sugere por quê.

Na verdade, a grande surpresa do passeio não é tanto a paisagem urbana lindamente preservada, mas a sugestão de que o flautista é muito mais do que apenas um conto de fadas.

Os irmãos Grimm e Robert Browning podem ter transformado a lenda em arte, mas parece que a história é baseada em um incidente histórico que realmente aconteceu.

A prova está gravada nas próprias paredes de Hamelin.

Uma placa na fachada de pedra da chamada casa do flautista, residência privada no estilo enxaimel datada de 1602, evidencia o mistério.

"Em 26 de junho de 1284, no dia de São João e São Paulo, 130 crianças nascidas em Hamelin foram retiradas da cidade por um flautista vestido com roupas multicoloridas. Depois de passar pelo Calvário perto de Koppenberg, desapareceram para sempre", diz a inscrição.

A inscrição não é o único indício.

Uma anotação nos registros da cidade de Hamelin, datada de 1384, lamenta que "já se passaram 100 anos desde que nossas crianças partiram".

O vitral da igreja de São Nicolau da cidade, destruído no século 17 mas descrito em relatos anteriores, ilustrava a figura do flautista com várias crianças fantasmagóricas de branco.

Além disso, o manuscrito de Luneburg do século 15, junto com cinco versos de memória histórica, alguns em latim e outros em alemão da Idade Média, fazem referência a uma história semelhante de 130 crianças ou jovens que desapareceram em 26 de junho de 1284, seguindo um flautista até um lugar chamado Calvário ou Koppen.

E assim o flautista, mais do que uma lenda, se torna símbolo de um grande mistério histórico.

O que aconteceu com as crianças desaparecidas de Hamelin?

Mestre da sedução, o fascinante caçador de ratos é agora o centro das atenções de vários historiadores que investigam o que aconteceu exatamente na cidade em 26 de junho de 1284.

As teorias são várias, segundo Wibke Reimer, coordenador de projetos do Museu Hamelin, que organizou uma exposição especial com foco no alcance global da lenda do flautista.

Uma das principais teses atuais sugere que os jovens da cidade fizeram parte de uma onda de migração de alemães para a Europa Oriental provocada pela recessão econômica.

"Nesse cenário, o flautista desempenhava o papel do chamado localizador ou recrutador.

Eles eram responsáveis por organiza as migrações para o leste, e dizem que usavam roupas coloridas e tocavam um instrumento para atrair a atenção dos colonos (clientes em potencial)", afirma Reimer.

Embora alguns historiadores acreditem que os jovens migraram para a Transilvânia, a teoria do linguista alemão Jürgen Udolph é a mais aceita.

"Ele sugere que as regiões ao redor de Berlim seriam os locais mais prováveis, área que agora forna o leste da Alemanha", explica Reimer.

"E ele baseia sua teoria em evidências de nomes nesses lugares."

De fato, Udolph descobriu que os sobrenomes mais comuns em Hamelin naquela época apareciam com surpreendente frequência nas áreas de Uckermark e Prignitz, perto de Berlim, que ele indica como sendo o centro da migração.

A teoria também é reforçada por evidências de que a região, então recém-libertada dos dinamarqueses, estava pronta para a colonização alemã.

Há ainda outras hipóteses mais fantasiosas. Alguns historiadores sugerem que a lenda reflete a Cruzada das Crianças do século 13, parte da onda de cruzadas medievais com o objetivo de recuperar a Terra Santa.

E há quem argumente que esses jovens foram perdidos para a Peste Negra, embora as datas não coincidam.

Mais intrigante é a teoria que faz uma associação com o fenômeno medieval da "praga da dança", um surto de dança coletiva, desencadeado por uma sucessão de pandemias e desastres naturais.

Conhecida como Dança de São Vito, a praga da dança teria aparecido na Europa continental no século 11.

Era uma forma de histeria em massa.

A dança podia se alastrar de um indivíduo para grandes grupos, e todos padeciam de uma compulsão incontrolável de dançar loucamente, às vezes por semanas, geralmente pulando e cantando.

Às vezes, alucinando até a exaustão e, ocasionalmente, até a morte - como um pião que não é capaz de parar de girar.

De fato, no século 13, houve um surto de uma espécie de febre da dança ao sul de Hamelin, na cidade de Erfurt, onde foi documentado que um grupo de jovens girava descontroladamente enquanto se afastava dos limites da cidade, e acabou a 20 km de distância em um povoado vizinho.

Algumas crianças, sugere uma crônica, faleceram logo em seguida, literalmente dançaram até morrer, e as que sobreviveram ficaram com tremores crônicos.

Talvez, teorizam alguns, Hamelin tenha testemunhado uma praga semelhante, na qual, figurativamente, os jovens dançavam ao som da melodia do flautista.

Mas todas essas teorias deixam escapar um elemento específico sobre o mistério de Hamelin.

"Não explicam a data específica citada em que as crianças desaparecem, e o sentimento local de trauma", observa Reimer.

"Aconteceu algo que as autoridades encobriram? Algo tão traumático que se transmitiu oralmente durante tanto tempo na memória coletiva do povo, durante décadas e até séculos?

A data do desaparecimento das crianças que está registrada em toda a documentação local é 26 de junho - mesmo dia das celebrações pagãs do solstício de verão.

E o fato de a documentação também enfatizar que os jovens seguiram o flautista até o Koppen, normalmente traduzido como "montanhas", sugere outra hipótese.

"Havia regiões na Alemanha onde a chegada do verão era celebrada acendendo fogueiras nas montanhas", explica Reimer.

Tudo isso leva a uma leitura particularmente macabra da lenda do flautista.

Talvez o flautista, símbolo de um xamã pagão, estivesse conduzindo os jovens de Hamelin às festividades de verão quando a facção cristã local, na esperança de consolidar a conversão da região, atacou o grupo e promoveu um verdadeiro massacre.

Uma teoria menos sangrenta é que talvez as crianças tenham sido levadas para mosteiros locais.

No entanto, se o conto sugere uma possível tragédia histórica, ele também oferece uma redenção artística.

"A história do flautista é conhecida em pelo menos 42 países e 30 idiomas, talvez mais", diz Reimer. "E aparece na arte, na literatura e na música.

O flautista é uma herança compartilhada por muitas pessoas, e essa herança cultural nos conecta."

Em última análise, o flautista pode ter fragmentado um povoado, mas acabou unindo uma comunidade muito maior.



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Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.