'Itatinga foi criado para isolar profissionais do sexo dos moradores - 07/01/1966 Wildcard SSL Certificates
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Itatinga foi criado para isolar profissionais do sexo dos moradores
    7 de janeiro de 1966, sexta-feira
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

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Uma placa que quase passa despercebida de quem dirige pela Rodovia Santos Dumont, na entrada de Campinas (SP), indica um dos locais mais "emblemáticos" do município: o Jardim Itatinga.

O bairro, atualmente uma das maiores áreas de prostituição da América Latina, foi criado pelo poder público há 48 anos, em plena ditadura militar, para isolar as profissionais do sexo dos moradores para não "ameaçar a ordem" na cidade.

De acordo com a arquiteta, urbanista e professora Diana Helene, que estudou o bairro em sua tese de doutorado intitulada "Preta, pobre e Puta: a segregação urbana da prostituição em Campinas", defendida em junho deste ano, o diferencial do local é ter sido criado exclusivamente para concentrar, numa área distante da cidade, todas as atividades ligadas à prostituição.

"No Brasil não existem outros bairros criados do zero pelo planejamento urbano para esse fim, mas existem alguns em outros lugares do mundo, como o bairro planejado de prostituição no Marrocos, o “quartier reservé” de Bousbir, em Casablanca", ressalta.

Santidade x pecado

Para a pesquisadora, a decisão de confinar a prostituição em uma área afastada do município, entre as rodovias Santos Dummont e Bandeirantes, foi baseada em conceitos morais e numa divisão entre dois papéis de mulheres que não poderiam conviver.

"A santa e puta, que não poderiam se misturar, principalmente com o grande crescimento urbano na década de 1960, devido a onda de industrialização.

Lá as prostitutas estão protegidas para encarnar livremente seu papel, sem entrarem em conflito. Os clientes também ficam protegidos, de modo a não serem estigmatizados", ressalta a professora.

"Operação Limpeza"

Por isso, a partir de 1966, com o apoio da opinião pública, a polícia começou um processo chamado de “Operação Limpeza”, que consistia em perseguir as prostitutas que trabalhavam de forma independente nas ruas da cidade e fazer acordos com as casas de prostituição para se mudarem para o novo terreno.

Nessa "cruzada" contra a prostituição, as profissionais do sexo foram deslocadas para uma "ilha" de estrutura precária em uma área na periferia da cidade, próxima ao Aeroporto Internacional de Viracopos.

A região antes abrigava uma antiga fazenda de café chamada Pedra Branca, Itatinga em tupi-guarani.

"Essa urbanização acarreta uma divisão entre norte e sul, onde no norte é onde estão os terrenos mais valorizados, os condomínios e shoppings, a Unicamp, e no sul a maioria das ocupações informais, favelas, loteamentos populares e também o bairro de prostituição, demonstrando sua associação na localização urbana com os outros elementos indesejados", afirma a pesquisadora.

Particularidades do bairro

Após vencer a distância, o visitante que chega ao Jardim Itatinga logo se depara com um universo onde tudo gira em torno da prostituição.

Há até lojas especializadas para atender as necessidades das profissionais.

No bairro, os serviços sexuais são oferecidos todos os dias da semana, 24h por dia. As profissionais ficam dispostas de duas formas na zona de prostituição:

algumas abordam os clientes nas ruas que chegam de carro, já as demais ficam espalhadas em boates. "Dados do Centro de Saúde indicam que trabalham cerca de 2 mil profissionais em cerca de 200 casas de prostituição, de pequeno, médio e grande porte", afirma a pesquisadora. Segundo a prefeitura, na região do Itatinga, que engloba 11 bairros, moram, de acordo com o censo de 2010, 9,5 mil pessoas.

No entanto, nem todos que moram no bairro vivem da prostituição, por isso ao caminhar pela região é comum encontrar nas portas das residências que não têm ligação com o mercado sexual placas de sinalização que dizem "casa de família".

A área conta também com um posto de saúde, escolas de educação infantil e ONGs que realizam serviço social com a população.

O delegado da 2ª Seccional de Campinas, Joel Antônio dos Santos, disse em relação à segurança na região do Jardim Itatinga, que o crime de maior incidência é o roubo.

"Também não podemos deixar de apontar o tráfico de drogas no bairro. Assim, trata-se de uma região perigosa", afirma.

Sigilo

Apesar da diversidade das mulheres do bairro, a maioria é jovem. "Diversas mulheres se iniciaram na prostituição trabalhando no bairro e grande parte veio de outras cidades do interior e muitas de outros estados.

Ou seja, o bairro é uma localidade de referência de acolhimento de prostitutas iniciantes", destaca a pesquisadora.

Ainda segundo Diana, a escolha de trabalhar numa “casa” do Itatinga, principalmente para jovens e iniciantes, se deve a possibilidade de manter a profissão em segredo.

"Segregadas da cidade “normal”, escondidas nas casas especializadas, as garotas podem manter em segredo seu ofício", explica.

Marginalização

Segundo Fabiana Aparecida Ferreira, da Pastoral da Mulher Marginalizada, que atende as mulheres em situação de prostituição, apesar da consolidação do bairro e do "sigilo" que o confinamento fornece, o preconceito ainda é uma palavra presente na realidade de cada uma delas.

"A discriminação é inerente. A sociedade não está interessada nessa realidade, porque tem a questão do tabu e da moralidade. Acham que ela tem vida fácil. Olhar para essa realidade é se despir de vários preconceitos", explica.

Além da estigmatização, para Diana, o isolamento tira dessas mulheres o direito à diversidade urbana. "Seu direito à cidade é constantemente violado, impedindo-as de seapropriarem da cidade como cidadãs", afirma.

Decadência?

Apesar da concorrência com outros tipos de serviços sexuais, especialmente depois da internet, a professora não acredita que a área esteja decadente.

"Pelo contrário, existem vários novos empreendimentos sendo abertos no Jardim Itatinga, acredito que em função do crescimento das atividades no entorno do bairro, com a expansão do Aeroporto de Viracopos", destaca.

Para Diana, com a criação do Jardim Itatinga, o planejamento urbano conseguiu realizar o seu objetivo de separação, isolamento e confinamento.

"Ao mesmo tempo produzindo um território marginal e estigmatizado: deu nome próprio e um lugar próprio para a prostituição na cidade, e mais, tornou o bairro um dos destinos da atividade mais conhecidos do país", finaliza.

PrefeituraProcurada pelo G1 a prefeitura destacou que oferece no bairro a mesma estrutura do resto da cidade e que não há segregação. Além disso, disse que o Centro de Saúde do Jardim Itatinga fornece testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite e que essa unidade é a única da cidade a disponibilizar além do preservativo masculino, o feminino e o em gel para a população.



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Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.