'Geada negra: a queda do café e a chegada dos paranaenses a Sorocaba - 18/07/1975 Wildcard SSL Certificates
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Geada negra: a queda do café e a chegada dos paranaenses a Sorocaba
    18 de julho de 1975, sexta-feira
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  


Há45 anos, para ser mais exato no dia 18 de julho de 1975, foi registrada a geada negra que dizimou as plantações de café em várias cidades do norte do Paraná. Se você é de Sorocaba, provavelmente tem origem paranaense ou conhece alguém que tenha vindo dessa região. Fato é que o momento de avanço industrial que Sorocaba vivia na década de 70 tornou a cidade um refúgio para os paranaenses que viram a monocultura cafeeira se perder com a camada congelante que tomou conta das fazendas.Não são poucas as histórias contadas por imigrantes “pé vermelho” — como são chamadas as pessoas que nasceram nessa região do Paraná. “Tentar a sorte” em outro local foi a única saída, principalmente no ano seguinte, já que no dia da geada de 75 a colheita de café já tinha sido feita e as sacas, em sua maioria, já estavam vendidas. “O estrago mesmo veio em 1976, porque os pés de café não produziram nada e o solo estava ruim”, conta Benedito Valter de Carvalho, 64, que nasceu em Alvorada do Sul e no época da geada trabalhava em uma grande fazenda de café em Apucarana.O agrônomo Luis Monossora Takada, hoje com 69 anos, era recém-formado no dia do registro da geada negra. Ele atuava como pesquisador de café em várias instituições agrícolas na região norte do Paraná. “Eu prestava serviço em alguns sindicatos e associações e lembro que aquele dia foi tão triste, vi gente chorando, lamentando, temendo pelo futuro diante de tantas perdas”, relata. Atualmente o pesquisador, já aposentado, vive em Londrina.Takada relembra que em 18 de julho de 1975, logo cedo, ao saber das notícias da geada, pegou o carro do pai e foi em algumas propriedades que cultivavam exclusivamente café e muitos agricultores perguntavam se havia uma solução. “Recomendei que quem ainda não tivesse vendido as sacas, vendesse no pé mesmo, para não perder ainda mais. O ano seguinte seria um desafio e seria preciso pensar em outras culturas”, explicou. O agrônomo conta que o café é uma das plantas mais sensíveis ao fenômeno que provoca uma camada fina de gelo e o resfriamento rompe o tecido celular podendo danificá-la em algumas partes ou totalmente.As manchetes dos jornais no dia seguintes noticiavam que não havia restado um pé de café sequer e os termômetros chegaram a marcar -3,5 Cº. Fotos dos cafezais cobertos de gelo e de agricultores lamentando estamparam as capas dos jornais e tomaram os noticiários. Entre os que amargaram as perdas, estava também o então governador paranaense, Jaime Canet, que foi fotografado ao lado do cafezal queimado. Com o fim da era cafeeira, a soja passou a ganhar espaço, mas ainda assim a população rural teve, ao longo dos anos, uma redução de 60%, segundo dados do Governo do Estado do Paraná.Mudança na históriaEm 1976 começou um movimento migratório grandioso, o que fez, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), que o Estado do Paraná perdesse 13% de sua população. Além de São Paulo, Mato Grosso e Rondônia estão entre os destinos mais comuns no êxodo de aproximadamente 2,6 milhões de pessoas entre as décadas de 70 e 80.Enquanto a região norte do Paraná amargava anos difíceis diante da queda da monocultura cafeeira, Sorocaba se destacava com a formação de sua zona industrial, tornando-se sede de várias multinacionais. A metalurgia era o setor forte no município, que já não era mais a Manchester Paulista.Depois que a irmã casou e veio para Sorocaba relatando uma vida mais próspera, Benedito, recém casado com Irene Pessoa de Carvalho, 63, deixou Apucarana e toda a família para trás, embarcando em um trem e trazendo somente uma mala e a vontade de formar uma família. “Lá a gente não tinha perspectiva de uma vida mais confortável e nem tínhamos nada a perder. Moramos alguns meses com a minha irmã e meu cunhado, arrumei trabalho em serviços gerais em uma indústria e então fomos morar em uma casinha de aluguel”, relembra.Com o passar dos anos encontrou uma nova profissão, a de soldador, e ao longo de 13 anos poupou dinheiro para construir uma casa própria, feita aos finais de semana, na folga do trabalho. “Aqui na zona norte a gente acaba encontrando muita gente de origem parecida e por coincidência no bairro tem um time de futebol batizado Esporte Clube Paranazinho”, conta o já aposentado, que reside no Jardim Maria Antonia Prado.A trajetória de Benedito é parecida com a de milhares de paranaenses que aqui fincaram raízes. Todas as férias em família possíveis, o destino é o mesmo: Apucarana e Alvorada do Sul. Benedito é meu pai e sempre se orgulhou de sua origem, mas pouco falava sobre o que, de fato, o trouxe até Sorocaba. Somente as pesquisas para elaboração desta reportagem e uma oportuna falta de energia elétrica em toda a zona norte da cidade propiciaram o relato sobre o dia da “inesquecível geada negra”.Para Irene a maior lembrança era o frio que fazia no dia 18 de julho de 1975. Ela dividia a casa com outros cinco irmãos e os pais, ambos agricultores. Outras três irmãs moravam nos empregos, longe do campo. “A gente quase não tinha roupa de frio, então o meu pai fez uma fogueira na sala, já que nem tinha como sair para trabalhar”, recorda ela, que depois de dois anos casou-se com Benedito.História semelhante é a de Neuza Alcântara da Cunha Pereira, 57. Ela, porém, é a única paranaense da família, entre 12 irmãos. “Todos são mineiros e meus pais foram para o Paraná para trabalhar e uma fazenda e eu, que sou a mais nova, nasci lá”, conta. Ela nasceu em Califórnia, mas ainda criança a família toda foi para Faxinal, próximo de Londrina. “A vida era bem difícil, mas a gente era muito feliz.”Em 1977 Neuza conta que a situação financeira ficava cada vez pior para a família e um dos irmãos teve notícias de amigos que estavam residindo em Sorocaba. “Vieram trabalhar em firmas e falaram que tinha bastante trabalho. Então meu irmão veio e logo depois a família toda deixou o Paraná”, relata ela, que inicialmente morou no bairro Vossoroca, em Votorantim. “Era tudo bem perto, as cidades não eram do tamanho que são hoje. Depois de alguns anos mudamos para o bairro Bela Vista e por último, onde moro até hoje, no Itanguá”, contou ela sobre a atual residência, na zona oeste sorocabana.O já aposentado João Pena Leme, 67, embora seja muito grato por tudo que conseguiu em Sorocaba, depois de 40 anos na cidade paulista, retornou para Arapongas, sua cidade natal. “A minha família trabalhava em uma fazenda cafeeira e eu lembro perfeitamente daquele dia e nunca vou me esquecer do meu pai chorando, triste e sem saber o que faria no ano seguinte”, relata. Ele já era casado com Odila Silva Leme, 66, e morava na mesma propriedade, arrendada.Ainda sem filhos, o casal se despediu da enorme família e seguiu para Sorocaba. “Um cunhado morava aqui e trabalhava na Fepasa, então eu vim e consegui emprego lá. Fiquei por alguns anos e depois trabalhei em metalúrgicas.” João e Odila tiveram três filhos sorocabanos e sempre fizeram questão de contar sobre a vida no Paraná. Depois de se aposentar, há pouco mais de cinco anos, ele voltou para onde nunca deixou de ser seu lar. “Devo muito a Sorocaba, fiz muitos amigos na Vila Formosa, mas o meu sonho sempre foi poder retornar e aproveitar a aposentadoria por aqui”, contou durante uma entrevista por telefone.Recanto paranaenseVila Formosa e Laranjeiras, ambos na zona norte de Sorocaba, somam dezenas de paranaenses entre seus moradores. O agente comunitário Josué Lima, que idealizou a Biblioteca Comunitária Milton Expedito, no bairro Laranjeiras, encabeçou uma ampla pesquisa sobre os imigrantes que vivem na região. “Começou quando as pessoas doavam livros e entre as páginas a gente encontrava cartões postais do Paraná, fotografias antigas e então veio a ideia de fazer um resgate da história das pessoas que fazem parte do bairro”, disse.As conversas com os moradores mais antigos do bairro mostraram que a origem paranaense era predominante. “A minha família veio do nordeste e há também gaúchos, mas a predominância é de paranaenses da região norte e a geada negra foi a principal motivação da mudança”, contou o pesquisador.



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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.